segunda-feira, 31 de maio de 2010

CIRCUITO DOS 3 CÂNTAROS INDEFERIMENTO DO PERCURSO

Em virtude da sua importância passamos a transcrever na íntegra um comunicado que recebemos via e-mail.
Contamos futuramente ter aqui um texto sobre as razões deste indeferimento e que têm a ver com o novo plano de ordenamento e restrição de actividades desportivas na área do Parque Natural da Serra da Estrela e os erros que o mesmo contem
Mas para já podemos ir adiantando que no referido plano de ordenamento, entre outras aberrações, não se permite a competição numa parte dos trilhos pedestres nem a escalada nas paredes naturais que estão preparadas para isso, mas por outro lado permite o asfaltar de antigas estradas florestais ou os acampamentos motards, com todas as mordomias, na zona do Covão da Ametade.
Quem estiver interessado em saber mais sobre o assunto pode fazer uma pesquisa no blogue O Cântaro Zangado e ver a polémica que o referido plano de ordenamento e restrição de actividades desportivas na área do Parque Natural da Serra da Estrela provocou.
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A FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE MONTANHISMO E ESCALADA INFORMA QUE, EM VIRTUDE DO INDEFERIMENTO, POR PARTE DOS SERVIÇOS COMPETENTES DO PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA, DO PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO DOS TRILHOS PEDESTRES SINALIZADOS NAS PROXIMIDADES DA TORRE E PREVISTOS SEREM UTILIZADOS PELOS CONCORRENTES CIRCUITO DOS 3 CÂNTAROS - CAMPEONATO DE PORTUGAL DE CORRIDA EM MONTANHA, A REFERIDA COMPETIÇÃO TERÁ ESTE ANO UM PERCURSO INTEIRAMENTE NOVO, COM PARTIDA E CHEGADA NA ÁREA DE LAZER DA RELVA DA REBOLEIRA - SKIPARQUE, E PASSAGEM NO ALTO DA AZINHEIRA, CABEÇO DO MOREIRA E POÇO DO INFERNO, MANTENDO-SE A DUREZA QUE SEMPRE CARACTERIZOU ESTE EVENTO E QUE, CERTAMENTE, ESTARÁ À ALTURA DO CAMPEONATO DE PORTUGAL DA ESPECIALIDADE.

13 KM DO GUINCHO – Uma oportunidade de correr na montanha que não se deve perder!

No passado domingo, dia 30, lá rumei à Malveira da Serra como planeado, para participar em mais uma edição dos 13 KM do Guincho.
Foi tempo de rever amigos e correr naquele belo percurso, que conjuga sol, mar e serra como poucos.
Prova que por ser bem perto de Lisboa, se torna acessível a muita gente, com um percurso verdadeiramente encantador, que consegue alternar os mais diversos tipos de piso e de paisagem, tendo até uma passagem num pequeno aqueduto iluminado com archotes, e ainda tem umas centenas de metros na areia da praia do Guincho, bem mereceria ser mais participada.
Quis a difícil gestão de calendário, que esta prova coincidisse com outra em Lisboa, mas esta com inscrições gratuitas (ou pagas pelos impostos de todos nós) e com objectivos propagandísticos que soam a falsidade (para ser suave na apreciação), quando se conhecem as situações que atravessamos a nível de emprego.
É claro que muitos atletas, entre o fazer uma prova diferente e organizada por uma pequena e activa colectividade, percorrendo percursos para os quais a maioria não está habituada, mas que são lindos, constituindo um desafio individual para cada um, pagando uma inscrição a um preço baixo e até podendo ter direito a almoço de convívio a preço simbólico, em vez disso optaram por ir correr 10 quilómetros em alcatrão, a uma hora imprópria, servindo de propaganda para causas algo obscuras, não pagando de facto nada pela inscrição, mas afinal quem paga somos todos e há já muitos anos.
E quando se conhecem os cortes de verbas pelas Câmaras Municipais, em áreas como a cultura e o desporto, verifica-se que, afinal, para esse tipo provas há sempre dinheiro!
Quem optou pelo Guincho, veio de lá tranquilo, como os olhos e alma cheios de natureza, os pulmões a transbordar de ar puro e a felicidade de, com maior ou menor dificuldade, ter alcançado um objectivo diferente.
Até podemos dizer que a força das provas de montanha em Portugal está bem patente nos 235 atletas que completaram a prova, para além de mais algumas dezenas de caminheiros. Sim, porque também havia uma caminhada em plena natureza, com cerca de 6 quilómetros.
Fosse esta prova organizada há alguns atrás e concorrendo com um prova em estrada na mesma região, ainda para mais com inscrições gratuitas, e seria certamente um “desastre” no número de participantes.
Felizmente cada vez temos mais corredores a procurarem desafios diferentes, a quererem correr em comunhão com a natureza.
Cada um de nós, que correu nas belas paisagens do Guincho, poderá explicar ao amigo que não esteve presente o que perdeu, cativando-o para no próximo ano participar ou motivá-lo para estar presente numa próxima prova longe do alcatrão, para sentir como é belo e bom fugir da estrada de vez em quanto!




sábado, 29 de maio de 2010

ULTRA TRAIL GEIRA / VIA NOVA ROMANA


POR ANTÓNIO BELO
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Seguindo a minha tendência para participar em corridas deste tipo (os amigos que acham que não são corridas mas “provas que põem em risco a integridade física” que me desculpem), no passado domingo, 23 de Maio, numa zona relvada das Termas de Lóbios, na Galiza, pelas 9 horas da manhã, estava a ouvir, atentamente, o grande “César” (José Ribeiro) lendo um texto alusivo à via que, em grande parte, iríamos percorrer, a “Via Nova Romana” ou, como é mais conhecida, a “Geira Romana”. Nesse plano mais alto, próprio para tais comunicações, fazia-lhe companhia um “Centurião” (José Moutinho), também com vestes condizentes com os tempos da construção daquela via, enquanto o terceiro elemento, o responsável autárquico da casa, não ia tão longe, preferindo vestuário mais recente. Após o “Avé César”, seguido de três “Avés” de braço direito levantado (aqui, alguns dos participantes, principalmente os mais antigos, julgavam ter voltado a um passado mais recente) entoados por todos os atletas, iniciou-se o “III Ultra Trail da Geira”, na distância de 52,5 quilómetros, em vez dos 50 anunciados (provavelmente era uma promoção – paga 50, leva 52).
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.Foram 137 os atletas, ou o que lhes queiram chamar, que, mais ou menos artilhados, uns com bastões e mochilas com reservatório de água, outros com cintos, onde o colorido dos líquidos dos frascos chamam a atenção, e uma boa parte sem qualquer apetrecho adicional, “com as mão a abanar” como se costuma dizer, que, mostrando uma boa disposição, se propuseram levar até às piscinas das Termas de Caldelas (Amares) o registo magnético da sua passagem pelos 6 pontos de controlo que a organização, estrategicamente, distribuiu pelo percurso.Quem não participou em provas deste género, pela distância, tipo de obstáculos a ultrapassar e pela maneira de estar da grande maioria, não acreditará que, durante a corrida, os participantes vão falando de assuntos relacionados com aventuras que recentemente concluíram (101 Peregrinos, Costa Azul, 100 kms de…, etc.) e com aquela que então decorre. Volta-se a trás para tirar fotos, pára-se para uma melhor pose, avisa-se quem vem mais atrasado para os troncos ou raízes que estão levantados, para as pedras escorregadias, etc., por isso, vamos encontrando os mesmos companheiros várias vezes, pelo menos enquanto o cansaço ainda não fez os seus estragos. Sim, porque apesar de toda o prazer em estar ali, de toda a boa disposição e camaradagem, os quilómetros têm de ser percorridos!.
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Os caminhos que se pisam são bastante variados, a erosão de várias centenas de anos nem sempre deixa à mostra as pedras, por vezes pesadas, que constituíam aquelas famosas vias. Em alguns trechos, poucos, temos asfalto, noutros apenas terra batida, pedras soltas água e lama, quase sempre entre paisagens maravilhosas, a barragem de Vilarinho das Furnas, vales de um verde carregado, fontes de água fresquíssima, mas também, nos pontos mais elevados, um terreno mais árido, que, pela elevação nos permite a contemplação de quase toda a serra..
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O facto e alguns participantes levarem às costas as suas mochilas, neste caso, trata-se apenas de uma precaução, um “bom” hábito para quem corre longas distâncias, uma vez que a organização disponibilizava os habituais abastecimentos, alguns só líquidos (água, bebidas energéticas e cola) e outros também com sólidos (barras de cereais, marmelada, banana e laranja), para além das numerosas nascentes que se faziam ouvir ao longo de quase todo o percurso.Apesar de a organização pertencer ao Clube de Orientação do Minho, não nos foram exigidos conhecimentos nessa área, pois todo o percurso estava marcado com a habitual fita de plástico, por espaços não muito longos. Não é missão fácil, mesmo quando todos os responsáveis das câmaras e juntas de freguesias, e até nas missas, têm o cuidado de divulgar o que se está a fazer e para que servem as sinalefas por ali espalhadas. Há sempre alguém que procura atingir a “sublimação do acto” mudando, num entroncamento, o sentido do percurso, ou outros, com “vistas mais alargadas” que descobrem que aquelas coloridas fitas são óptimas para espantar os pássaros que visitam a horta que circunda a sua casa. Já não basta ter de se pagar ao parque natural a autorização para tal marcação!.
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Quanto à classificação na prova, que a conversa vai longa, o vencedor gastou 4 horas e 3 minutos para fazer a ligação entre as termas de água quente e as de água fria, sendo seguido, a menor ou maior distância, por mais 128 companheiros e companheiras, uma vez que 11 mulheres fizeram questão de não deixarem que só homens completassem a aventura, tendo o último, ou por outra, aquele que mais tempo desfrutou daquele passeio, usado 8 horas e 54 minutos daquele domingo cheio de sol. Como nem sempre a “máquina” corresponde às nossas exigências, 8 dos que partiram não chegaram a descarregar na meta, o tal sofisticado aparelho (SPORTident) que confirmava a passagem por todos os pontos do percurso. Mas tiveram a consolação de, mais cedo, acederem ao banho e ao almoço, por isso ainda quente, que, em “self-service” os organizadores dispuseram à sombra, sob as instalações das piscinas..
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Para além desta prova, longa, teve lugar outra com 15 kms, para além da habitual e sempre concorrida caminhada. Quem poderia perder tal prodígio da natureza!.
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Para terminar, uma apreciação resumida do evento – esteve à altura daquilo que nos tem habituado, no entanto, e embora uma garrafa de verde branco “Terras de Amares” seja sempre bem- vinda, justificava-se uma lembrança “de maior duração”, com outro significado, principalmente para quem, e foram vários, pela primeira vez ultrapassou a mítica distância da maratona..
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Com um abraço,
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António Belo

quinta-feira, 27 de maio de 2010

CAMINHADAS NA MADEIRA - VEREDA DA BOCA DO RISCO

Infelizmente a maioria das pessoas/turistas que visitam a Ilha da Madeira, conhecem ou são levados a conhecer, apenas aos sítios/locais, onde chega o autocarro de turismo, mas a nossa ilha é e, tem muito mais para conhecer e, desfrutar.
Não sendo nem querendo ser guia turístico, aproveitarei o espaço/convite/desafio que o amigo Jorge Branco me fez, onde irei tentar dar a conhecer, um pouco da Madeira “desconhecida”. Dos locais onde não vai a viatura, que só temos acesso caminhando pelas levadas e, pelos trilhos.
Tentarei com pequenos textos, relatar apenas as minhas vivências, dos locais por onde às vezes aproveito para treinar, ou simplesmente para caminhar.
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Vereda da Boca do Risco.
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A opção foi sair de Machico, costa sul da ilha, subir o vale, passando por zonas de cultivo e por falésias, até chegar à costa norte da Ilha, seguindo depois pela vereda da Boca do Risco, até ao Porto da Cruz. Foi uma caminhada quase sempre junto à costa, com saída e chegada ao nível do mar, mas que durante o mesmo se atinge os 400m de altitude, para depois voltar a descer. Com o sol a brilhar, paisagens deslumbrantes e o mar como companheiro, percorremos o trilho rasgado na escarpa, avistando ao longe a ilha do Porto Santo.
É uma caminhada que é feita em cerca de 4 horas, acessível e, sem grandes perigos, desde que tomadas as necessárias precauções, mas principalmente usar calçado adequado, (infelizmente ainda se vê pessoas a fazer a caminhada de chinelas). Importante é fazer a caminhada sempre acompanhado e, nunca cair na tentação de se aventurar sozinho.
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Próxima caminhada: Achadas da Cruz/Ponta do Pargo

http://vaidegavarinhomasvai.blogspot.com/

quarta-feira, 26 de maio de 2010

EM DEFESA DO ESTÁDIO NACIONAL.


POR EVB
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Chegam-nos do Estádio Nacional, sob a égide do actual IDP (Instituto do Desporto de Portugal), mais más notícias.
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Depois da belíssima pista, mais conhecida por “hipódromo” (nome decorrente de outro projecto de transformação, salvo erro ainda durante o fascismo), e por nós utilizada nos já longínquos anos 70, ir ser transformada em campo de golfe. Pista onde aliás se disputaram pelo menos duas grandes competições internacionais de corta-mato, o Cross das Nações (antecessor dos Mundiais) em 1955, em que participou um dos nossos maiores fundistas de sempre, Manuel Faria, a outra já bem mais perto de nós, em 1985, onde Carlos Lopes ganhou de novo o Campeonato do Mundo dessa especialidade.
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Agora, a pretexto da construção de arruamentos e rotundas, “alienam-se” cerca de quase dois hectares do património público, para benefício de um construtor privado. Tudo, como nos últimos anos se costuma fazer, mais ou menos feito à socapa, isto é, “ nas costas” das populações e dos utentes do espaço público. E sob o pretexto de arranjar verbas!
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Não fora a LIGA DOS AMIGOS DO JAMOR / AMIGOS DO ESTÁDIO NACIONAL e mais algumas pequenas notícias nalguns matutinos, nos terem alertado para o que está a acontecer e tudo se consumaria como de costume. Isto é, na ignorância dos principais interessados.
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Oxalá tenhamos mais uma grande vaga de protestos, para que seja possível ainda impedir a concretização de mais este atentado ao património público. Apelamos a todos que consultem o blogue daqueles AMIGOS, se informem e exerçam o vosso direito de protesto cívico contra estes tipos de desmandos.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A FORÇA DA NET E O MOVIMENTO DA CORRIDA PARA TODOS.

Os tristes e quase trágicos acontecimentos ocorridos durante a V Meia Maratona do Douro Vinhateiro vieram, da pior forma, mostrar a força e a importância que a Internet começa a ter junto dos corredores.
Passado pouco tempo sobre o final da prova já circulavam pela Net notícias do que tinha ocorrido.
Com o passar do tempo uma imensa avalanche de protestos por parte dos atletas, surgiu nos diversos blogues de corredores, “invadiu” fóruns e páginas sobre corrida e até um grupo foi criado no Facebook, a protestar contra o que tinha ocorrido naquela manhã, que deveria ter sido de festa e se tornou em algo de sentido bem diferente.
Aqui há alguns anos toda a informação do que se passou seria contada de boca em boca entre os atletas e só chegaria ao conhecimento dos que não assistiram muito lentamente.
Nos tempos actuais a informação circula com um imediatismo nunca visto e isto é uma grande mais-valia para todos nós, que podemos ficar muito rapidamente a saber o que se passou numa prova, ler várias opiniões, e fazer o nosso juízo de valor.
Antigamente para escolhermos uma prova procurávamos os amigos que já tivessem participado nela. Agora basta ir a Net e ler um sem número de comentários sobre o evento.
Com a força da Net, com a globalização das provas, os organizadores também vão passar a ter muito mais cuidado com a realização das mesmas, porque a informação sobre o aconteceu, de bom e de mau, numa prova vai estar à disponibilidade de todos, independentemente de se tratar de um grande e mediático evento, ou de alguma modesta organização, escondida lá para trás de uma serra remota!
Esta grande visibilidade das provas só é afinal benéfica para todos, pois ao permitir uma grande exposição mediática de qualquer prova vai exigir maior rigor e empenho dos organizadores, porque todas as provas terão uma janela aberta para o mundo através da Internet, pelos comentários dos seus muitos ou poucos participantes.
Mas também vai permitir que pequenas organizações, que realizam excelentes provas, mas sem meios para as divulgarem, encontrem na Net e nas mensagens deixadas pelos corredores que nelas participaram, um grande veículo de propaganda, que trará mais corredores na próxima edição.
Penso que a V Meia Maratona do Douro Vinhateiro vai ficar, por agora, recordada pelas piores razões, mas também por ter sido o primeiro grande acontecimento (infelizmente pela negativa) a mostrar a força e a importância que a Net tem para os corredores.
Na imagem a equipa dos Cyber Runners, composta por responsáveis de vários Blogues sobre Corrida, que participou na 2ª Meia Maratona na Areia, prova que antecedeu o III Meeting Blogger, realizado na Costa da Caparica no passado dia 16 de Maio.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O NOSSO HOMEM DOS VÍDEOS.


Egas Branco é o responsável pela quase totalidade dos pequenos vídeos publicados no Último Quilómetro.
Com meios muito artesanais consegue dar outra vida ao blogue com os seus “clips”.
São também suas muitas das fotos publicadas aqui. Mas não se resuma ao audiovisual a sua contribuição pois também tem colaborado com textos muito interessantes e a revisão técnica de, quase tudo, o que aqui é publicado é dele igualmente.
Egas Branco, antigo maratonista e pioneiro na participação nas provas de Montanha em Portugal (vencedor do DESAFIO 96, na categoria de veteranos 4, no já longínquo ano de 1996) vive a paixão pela corrida, e tudo o que lhe diz respeito, como poucos.
Outras das suas grandes paixões é o cinema e podem ficar a conhece-lo um pouco melhor se acederem ao blogue que tem sobre a 7ª arte.
Homem de bastidores e que detesta as luzes da Ribalta achei que era a hora de lhe fazer uma homenagem falando um pouco dele que tanto tem contribuído para que este blogue siga em frente.
Espero que não se zangue, muito, comigo por causa deste texto!
Na foto pode ver-se o Egas Branco em pleno trabalho de captação de imagens no areal da Caparica aquando da Meia Maratona Na Areia.

domingo, 23 de maio de 2010

MEIA MARATONA NA AREIA, UMA PROVA COM GRANDE FUTURO


Portugal com uma extensa faixa costeira tem no entanto muito poucas propostas de corrida na praia.
Curiosamente, não sendo um país de grandes montanhas, as provas que visam correm nas mesmas, são muito mais que as que apelam a correr junto da orla marítima.
A Meia Maratona da Areia veio contribuir para colmatar essa falta de provas que façam uso de uma das melhores coisas que temos: as nossas praias.
Prova pioneira no sector veio para alargar horizontes e desbravar novos caminhos.
Prova organizada por uma associação de corredores só podia tratar os mesmos com imenso carinho e muito mimo!
Não estamos perante uma grande organização cheia de meios e patrocínios (antes pelo contrário) mas estamos perante gente que sabe o que é correr e ama correr e isso diz tudo.
É claro que se nas grandes organizações há falhas, elas também vão acontecer junto de quem tem poucos meios. Mas as falhas foram bem poucas e foram fortemente compensadas pela maneira como fomos tratados.
Um dos problemas que mais se fez sentir teve a ver com a demora na atribuição dos prémios.
Numa prova desta natureza em que tudo é feito “à unha” é claro que as coisas são mais complicadas. Ali não há chip (nem faço ideia se eles aguentam uns banhos de mar, mesmo que a prova venha a ter patrocínios que permitem aceder a essa tecnologia).
Mas uma coisa que estranhei foi não me terem pedido o dorsal no final. Será que a classificação foi feita pelo método de anotar o número e nome do atleta? Francamente quando entrei na meta já não via nada e não reparei nesses pormenores que são tanto do meu agrado.
Mas se for usado o método clássico, e bem velhinho, dos espetos e colocar os dorsais nos mesmos, pode-se elaborar uma classificação muito rapidamente mediante um programa informático e um computador portátil.
Até se pode usar o método de ter vários espetos e, por exemplo, de 50 em 50 atletas levar o espeto até ao secretariado (convém ter um estafeta só para essa função) de modo a ir elaborando a classificação e não se ficar à espera da chegada de todos os atletas.
É claro que se perde a recordação de levar para casa um dorsal personalizado com o nosso nome e confesso que foi o primeiro que tive!
Enfim, melhor que eu a organização sabe disto. Mas não é por falta de grandes tecnologias que se deixa de elaborar classificações rápidas.
Grandes provas com a Meia da Nazaré tiveram as classificações elaboradas por meio artesanais mas que resultavam.
É claro que é preciso ter um certo “calo” para lidar com estas coisas e há uma grande diferença entre correr uma prova e organizar uma prova.
Estou convencido que estamos perante uma prova que se vai afirmar de ano para ano e que se vai aprimorar cada vez mais.
Esperamos é que apareçam patrocinadores que olhem para esta prova, com todas a potencialidades que ela tem, dando-lhe meios para crescer cada vez mais.
Mas esperamos, igualmente que, por maior crescimento que esta prova venha a ter, ela nunca perca este espírito de prova feita de corredores e para corredores, onde todos nos sentimos tão bem.
Não posso deixar de apelar aos corredores para estarem presentes na edição do ano que vem.
Correr na areia pode ser mais penoso para uns e mais simples para outros, mas é um desafio diferente.
A vida faz-se de aceitar desafios diferentes é isso que lhe dá sal!
Por isso deixem por uma manhã o alcatrão e venham correr em algo diferente, aceitem o desafio e vão ver que quererão voltar.
Quem sabe se um dia, à semelhança do que acontece com a montanha, temos um circuito de provas de praia. Num país como o nosso, virado para o mar, seria uma proposta deveras interessante.
Para o ano, tenciono estar presente, mesmo que (como este ano) até os caranguejos metam o pisca e me ultrapassem. O importante é ousar partir e chegar!
Foto gentilmente cedida pela Espiral Photo.



SUSANA ADELINO VENCEDORA DA SEGUNDA MEIA MARATONA NA AREIA

quarta-feira, 19 de maio de 2010

*NOTÍCIAS ANACR* 17ª CORRIDA CIDADE DE VENDAS NOVAS

No Domingo 16 de Maio, realizou-se a 17ª Corrida Cidade de Vendas Novas.
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Na prova destinada a Cadeira de Rodas, num percurso mais complicado nesta edição, as situações anómalas pareciam não ter fim:
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- Alberto Batista e Alexandrino Silva sofreram quedas.
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- Eduardo Bacalhau furou uma roda.
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- Marco Gonçalves ia sendo desclassificado porque um “popular” o mandou virar à esquerda quando tinha de ir para a direita (valeu a presença do repórter fotográfico da ammamagazine.com que corrigiu a informação).
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-A Organização, apesar de avisada antes da prova, misturou Cadeiras de Rodas e HandBikes.
Classificações:
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1 1004 Alberto Batista NA JOANE 25.50
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2 1000 Alexandrino Silva ANACR 25.52
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3 1002 Eduardo Bacalhau Murtalense 43.42
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4 1001 Helder Mestre ANACR 43.43 (em hand-bike)
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5 1003 Marco Gonçalves individual 1.16.07
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Para ver as fotos da prova visite o site: AMMAMAGAZINE
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O Presidente da Direcção
Mário Trindade
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ANACR - Associação Nacional de Atletismo em Cadeira de Rodas
Tel. 259301090 - 967704740 - 915727816 - 932673547
Sede: Rua Concelho de Murça Nº10-Lordelo
5000-165 Vila Real

segunda-feira, 17 de maio de 2010

CHEGADA ANALICE MEIA MARATONA NA AREIA

O MAIS "EMPENADO" NAS AREIAS DA CAPARICA!

AREIA A MAIS PARA A MINHA CAMIONETA E O IIIº METTING BLOGGER

Talvez com alguma imprudência lancei-me no desafio de fazer a II Meia Maratona na Areia.
Com experiência zero em matéria de correr na praia (exceptuando os 400m dos 13Km do Guincho) lá vou, na minha santa ingenuidade, para o areal da Caparica.
Fazia contas: vários treinos de 1H45, um treino de 2H, uma constipação e respectiva recuperação, ida a Arouca… Enfim, a forma devia dar para acabar a prova na liga dos últimos.
Partindo muito calmamente (e sem GPS, que “encravou”) lá fui andando.
A sensação que tinha, em termos de adaptação ao meio ambiente e ao piso, devia ser semelhante à de meter um carro utilitário de cidade a fazer o Paris-Dakar (e peço desculpa pela comparação com desportos motorizados).
Mas até ao retorno a coisa ainda se foi fazendo sem grandes problemas e ainda deu para falar pessoalmente, pela primeira fez, com o Luís (Tigre), no citado retorno (um dos ultra maratonista portugueses de antes quebrar que torcer!).
E eu, que faço quase sempre a segunda metade dos treinos e das provas mais rápida no regresso, dei o chamado “grande estoiro”!
Faltava-me força e o vento e o piso não me davam tréguas. A coxa da perna esquerda começava a latejar preocupantemente, ameaçando cãibras.
Consegui resistir até aos 18 quilómetros e depois tive que alternar a marcha com a corrida.
Mas tive que parar de correr, com muita calma, não fosse ter uma cãibra das valentes (coisa que nunca tive durante uma prova, em 30 anos de corrida).
Quando recomecei a andar, a metade da perna (do joelho para cima) era “cortiça”.
Alternando a corrida com a marcha, consegui arrastar-me até a meta. A correr a perna aquecia e doía menos (mas faltava-me a força!) e a andar a perna encortiçava completamente. Mas o pior estava para vir. Os metros finais, em que se tem que sair da orla marítima e correr em diagonal na areia mole para cortar a meta, foram uma coisa indescritível.
Feitos a coxear, com a sensação de ter a meta ali à mão e a qualquer momento cair para o lado, não pelo cansaço extremo, que até nem era o caso, mas porque as pernas, ou a perna esquerda, não davam mais.
Incentivado pelo amigo Rui Lacerda (que conheci pessoalmente pela primeira vez ali) lá lhe disse que se nunca tinha acabado um prova a andar não seria hoje e arranquei aos zig zag para os últimos 10 ou 20 metros.
Um grande obrigado Rui!
Depois foi a “grande aventura” de conseguir chegar até ao carro de apoio e ir tomar banho.
Mas hei-de voltar lá para o ano, pois tenho um litígio por resolver com as areias da Caparica.
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IIIº METTING BLOGGER
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Depois da “tareia” que apanhei das areias da Caparica, havia que participar no almoço do IIIº METTING BLOGGER.
O que se pode dizer de um excelente almoço e convívio entre amigos que partilham o prazer de correr e de escrever no cyber espaço?
Que alegria conhecer pessoalmente amigos, que tanto admiro pelo que escrevem e correm.
Não querendo deixar ninguém de fora, não posso deixar de referir o Fernando Andrade, o homem de uma das mais carismáticas meias maratonas portuguesas (São João das Lampas), que deve ter mais de simpatia que de quilómetros corridos ao longo da sua grande carreira.
Do Joaquim Adelino, um mar de simpatia maior que o oceano, que nos acompanhou durante a prova.
Do Vítor Dias, com um site que é uma referência para quem corre e que está sempre pronto a ajudar todos e que tanto tem feito pela divulgação dos nossos blogues.
O Orlando Duarte, sempre atento aos problemas do mundo que o rodeia e sem pejo em dar cara pelo que acha justo, com análises sempre muito bem estruturadas e de grande interesse.
E tantos amigos, alguns que até me vieram cumprimentar pessoalmente, com palavras elogiosas a este modesto blogue, mas de quem a minha fraca memória (ainda mais fraca devido ao empeno matinal) não conseguiu reter os nomes.
Não posso deixar de referir o amigo que se sentou ao meu lado na mesa, nem essa lenda viva da ultra maratona em Portugal que dá pelo nome de Jorge Serrazina. Infelizmente a disposição das mesas e a minha timidez não me permitiram cumprimentar um dos meus grandes ídolos.
Quero também agradecer o simpático diploma que me foi entregue (e a todos os blogger presentes). Foi um momento muito bonito, terem lido uma pequena passagem de todos os blogues envolvidos no encontro e em seguida entregar o referido diploma. Tanto trabalho teve o Joaquim Adelino!
Por fim, uma palavra para a excelente mensagem do Professor Mário Machado (lida pelo Fernando Andrade) que, na impossibilidade de estar presente, nos deixou um texto magnífico. Devemos a ele ser a corrida para todos em Portugal o que é, e podermos estarmos todos aqui.
Agora o mais complicado vai ter que ser esperar até a Páscoa de 2011, para Constância (“a mais linda namoradeira do Tejo”) nos receber para o IVº METTING BLOGGER.
Até lá vão ter que me aturar por aqui e também na liga dos últimos!
As minhas desculpas pelo tamanho deste “post”. Parece-me que já oiço gente a ressonar desse lado!

domingo, 16 de maio de 2010

IIIº MEETING BLOGGER ESTIVEMOS LÁ

Brevemente (assim que este escriba de serviço esteja um pouco mais desempenado!) será publicado um texto sobre o evento bem como a Meia Maratona da Areia na qual também participámos.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

RECORDANDO – 2ª EDIÇÃO DA TRANSESTRELA EM FILME

Em 1996 estávamos nos primeiros tempos das grandes competições de montanha em Portugal.
Nos dias 24 e 25 de Agosto desse ano decorreria a 2ª edição da Transestrela que, em duas etapas, levaria os aventureiros e destemidos atletas de Gouveia até à Torre, percorrendo 47 quilómetros no total.
No primeiro ano participei nos caminheiros (que faziam o mesmo percurso que os atletas, o que não era tarefa nada simples).
Para essa segunda edição abalancei-me a fazer a prova como atleta, dentro de uma estratégia de muita calma, o que me permitiu levar a bom porto a tarefa de chegar à Torre.
Catorze anos depois (!) da minha saudosa participação naquele evento, um amigo meu (obrigado Esmeraldo) fez-me chegar às mãos um DVD sobre a prova onde pude rever (com alguma emoção) a minha chegada à Torre.
Utilizando tecnologias impensáveis há 14 anos, resolvi partilhar com os leitores deste blogue, um pequeno excerto do DVD em questão.
Muito para além das memórias pessoais que o filme me traz, trata-se de algo que é pertença da história da corrida em montanha em Portugal.
É claro que o carácter amador do filme e as várias conversões a que foi sujeito têm implicações na sua qualidade mas nada que comprometa a sua visualização e nos impeça de recordar esses tempos heróicos em que alguns “malucos” aceitavam o desafio de atingir o ponto mais alto de Portugal continental a correr e por caminhos considerados até então impróprios para a prática de tal modalidade.
Este meu texto é dedicado a memória do saudoso Sálvio Nora. E ao Tó e à Lu com uma amizade do tamanho do mundo.


quarta-feira, 5 de maio de 2010

50 ANOS EM AROUCA – A MONTANHA NUM MAR DE FRATERNIDADE

Amante incondicional das corridas em montanha e fazendo 50 anos precisamente no dia da 8ª edição do Circuito de Arouca – Senhora da Mó não poderia perder a oportunidade de festejar o meio século na montanha.
Depois de um aturado estudo dos vários transportes e das ligações entre eles descobri que era possível chegar a Arouca em transportes públicos partindo do distrito de Santarém. Era uma tarefa nada simples, que implicava seis mudanças de transporte, mas era viável.
Inscrição tratada (com um pedido especial para me ser atribuído o número 50) lá chegou o ansiado dia 1 de Maio e a partida para Arouca.
A viagem decorreu como o previsto e, tendo saída de casa as 7 e 30 da manhã, às 18 e 30 estava em Arouca.
No dia seguinte dirigi-me ao posto de turismo e avisto um grande amigo (responsável pelos melhores “empenos” da minha vida desportiva e pelos mais bonitos percursos onde corri) do outro lado da rua o qual chamo, recebo de imediato os parabéns, frisando o meu amigo que provavelmente “no final da prova não estaria em condições de os receber”!
Lá parti para a prova, bem a medo e para mais, logo no arranque, a “máquina” estava estranha e um bocado descontrolada.
Sem estar em forma para aquelas andanças e limitando-me, nos últimos anos, a fazer as provas do Circuito Nacional de Montanha no distrito de Lisboa (com excepção do Colcurinho, no ano passado), que são relativamente “meigas”, ia preparado para o pior (que na verdade é o melhor).
Logo no primeiro cruzamento, onde se encontravam elementos da organização, sou surpreendido pelos mesmos a cantarem-me os parabéns a você!
O que encontrei foi uma prova de montanha com paisagens espectaculares, subidas para fazer de gatas e descidas a pique a requerem toda a técnica que não tenho.
Mas na base da superação de mim próprio, sem vergonha de acabar em último (mais vale ser o último dos presentes que o primeiro dos ausentes) e usando a técnica de correr quando dava e andar quando não dava (algumas subidas até para andar eram complicadas) lá acabei a prova muito feliz.
No final havia um almoço oferecido ao atletas no Alto da Senhora da Mó e como a prova terminava em Arouca havia que apanhar boleia para “cima”.
Arranjámos boleia junto do responsável pela organização da prova que foi de uma simpatia indescritível e me disse que depois de terminada a prova e o almoço fariam um pequena homenagem/festa para as senhoras da organização responsáveis pelo almoço, visto ser o dia da mãe e que em virtude de fazer anos queriam que eu estivesse presente.
Passado o agradável almoço no Alto da Senhora da Mó, feita a entrega dos prémios, os atletas rumaram a suas casas e ficámos eu, a minha mulher, as senhoras que colaboraram na feitura do almoço e outros elementos da organização.
A grande surpresa estaria para chegar e ela veio na forma de um bolo com duas velas com a minha idade e toda aquela simpática gente a cantar-me os parabéns.
Tenho que confessar que me comovi e nunca esperaria aquilo.
Todos me davam os parabéns e nos tratavam, a mim e à minha mulher, com um simpatia e um carinho indescritível.
Aquela gente simples, fraterna e solidária, de Arouca e aldeias vizinhas, mostrou-me que nestes tempos conturbados e egoístas ainda há pessoas que põem os valores da amizade acima de tudo.
Segundo me disseram, naquela zona todos se conhecem e é como se fosse tudo uma grande família e eu, modestamente, senti-me parte dela.
Nunca mais vou esquecer o meu quinquagésimo aniversário, Arouca e as suas gentes.
Obrigado a todos.

Jorge Branco

CORRIDA INTERNACIONAL 1º DE MAIO 2010