sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

E OS 30 KM??

Finalmente o número de Maratonistas em Portugal passou a ser bastante significativo e encurtou-se muito o fosso que separa aqueles que correm a meia-maratona daqueles que alcançam os míticos e mágicos 42,195 km.
Mas se ao contrário do que se passava não há muitos anos temos cada vez mais maratonistas em Portugal a distância máxima de provas em estrada estagnou praticamente na meia-maratona!
Não seria lógico que o aumento de maratonistas acarretasse uma maior aposta dos organizadores em provas de 30 km? Bem sabemos que a distância de 30 km nada tem a ver a com o correr uma maratona mas julgamos que seria uma experiência interessante, e útil, para aqueles que aspiram fazer uma maratona, ou mesmo para os que já a fazem, poder participar numa ou noutra prova de 30 km.
Muito provavelmente um dos aspectos que mais afasta os organizadores da distância dos 30 km em estrada é o dos custos organizativos que um evento desses implica em particular com o seu policiamento. Se alguém pode organizar uma prova de 10 km, com uma boa participação de atletas, e com muito menos custos, porque se vai meter noutras “aventuras”?
Falando apenas da realidade da região de Lisboa a Associação de Atletismo de Lisboa organizou, quase ininterruptamente de 1937 a 1990, o Campeonato Regional de Fundo na distância de 30 km e aconselho todos a lerem o histórico dessa prova clicando aqui (obrigado João Lima pelo magnífico trabalho que tens feito em prol da preservação da memória da corrida em Portugal!).
Curiosamente a Associação de Atletismo de Lisboa durante muitos anos não morreu de amores (para não dizermos outra coisa) pelas provas em estrada mas manteve o regional de fundo durante 47 edições talvez até pelo carácter institucional da prova. Era um pouco como a Maratona: chegou a haver, em Portugal, quem dissesse que os 42,195 km nem eram desporto mas sempre se manteve o Campeonato Nacional da Maratona talvez apenas porque tinha que ser embora a vontade em o organizar fosse pouca!
Infelizmente o Campeonato Regional de Fundo da AAL morreu em 1990 precisamente quando a maratona em Portugal começou a dar mostras de crescimento e a perder aquele estatuto, estúpido, de prova desumana para “malucos”! E morreu sem glória com apenas 14 classificados (entre os quais se incluía a única senhora!) talvez fruto da pouca aposta na promoção da prova.
Ainda tive a felicidade de participar numa das edições do Campeonato Regional de Fundo da AAL a 17 de Março de 1985, tendo obtido a marca de 2:08:33 numa corrida entre o Guincho e a antiga FIL em Lisboa.
Será que algum organizador se vai abalançar a organizar uma prova de 30 km em estrada? Nos tempos actuais, e com os custos que isso implica, achamos que tal se torna tarefa difícil de vir a acontecer. Fica muito mais económico organizar um trail!
De qualquer maneira mantemos a esperança na realização de provas de 30 km e até deixamos uma sugestão: não haveria a possibilidade de organizar provas dessas em circuito fechado? Lembrarmo-nos das corridas que têm havido dentro de instalações militares, nomeadamente bases aéreas, ou até que as duas primeiras maratonas Spiridon que foram organizadas no autódromo do Estoril.
A ideia era poder organizar a prova sem recurso a meios policiais o que baixaria tremendamente o custo da mesma e evitaria todos os problemas inerentes aos cortes de trânsito provocados por uma prova dessas em grandes centros urbanos. Pode não ser a solução mais agradável correr-se uma prova de 30 km em circuito mas pode ser a mais viável e ultrapassa-se o vazio que vai entre a meia-maratona e a maratona no que concerne a provas de estrada em Portugal!


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

12 KMS MANTEIGAS - PENHAS DOURADAS

12 KMS
MANTEIGAS – PENHAS DOURADAS

INSCRIÇÕES ABERTAS
     
Encontram-se abertas as inscrições para a prova 12 KMS MANTEIGAS – PENHAS DOURADAS”,
a mais antiga (34ª edição) corrida de montanha de Portugal.
      Prova a disputar no dia 6 de Março de 2016,
a Organização associa-se mais uma vez à APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vitima 
com o donativo de 1,00€ por cada inscrição.
      
Regulamento, informações e inscrições disponíveis em 


* PROVA INAUGURAL DO

CIRCUITO NACIONAL DE MONTANHA 2016* 

PARTICIPEM…

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

50 MINUTINHOS DE GOZO PURO!

Era de noite e chovia, mas o frio tinha-se ido embora. Deveriam estar uns 12 ou 13 graus o que para os 5 graus (ou até menos) dos Janeiros da Lezíria Ribatejana era “calor”.
O equipamento estava em cima da cadeira, rigorosamente preparado de véspera; calças de licra, t-shirt, camisola de manga comprida, gorro e luvas (os sapatos estavam lá fora no balneário / duche no quintal!).
Com esta temperatura e chuva tudo tinha de ser mudado! Do fundo saco retiraram-se uns calções meio espantados por terem de entrar ao serviço em Janeiro, igualmente um chapéu entrou ao serviço pois é a pala do mesmo que faz de pára brisas e evita a chuva nos óculos! Da cadeira na marquise veio o velho impermeável para uma das suas últimas viagens pois está quase a ser trocado por um daqueles modernos em que não entra a chuva mas o suor sai não se fazendo uma sauna dentro do mesmo!
Há muito pouco tempo tinha o relógio da torre da Igreja dado as 7 badaladas, chove, do dia ainda praticamente não há sinais! Fecho o portão, ligo o meu estropiado GPS e só espero que a fita-cola que segura um dos botões não caia com a chuva!
O “maluco” de Muge das corridas ataca de novo (e agora ele está pior, porque uns dias corre a pé e outros a cavalo ou seja de bicicleta)!
Até à curva do palácio não há azar que há candeeiros, digo adeus as luzes com o projector que ilumina a ponte romana.
Passo por baixo da Nacional 118 em direcção ao que já foi o portão do palácio e agora é um pórtico no ar e outro deitado no chão.
Vou tentando evitar as poças maiores, tentando adivinhar o caminho mais seco, lutando contar o embaciamento dos óculos e esperando que o dia vá amanhecendo.
Chego ao grande e largo estradão e o que me vale é aqui o piso ser mais do tipo arenoso e por isso não haver assim tanta lama mas sim areia ensopada!
Tenta-se correr numa pequena faixa que parece mais seca e evitar torcer um pé nalguma poça maior. Vou imensamente divertido e feliz mas também concentrado a ver onde se metem as patinhas!
No Sobreiro do Neto ladram os cães mas apenas um está solto e não tem tamanho para morder e com a chuva nem veio ladrar-me às canelas.
Já se começa a ver mais alguma coisa e entra-se numa subida com algumas pedras brilhantes e lavadinhas.
Mais um bocado em plano e temos a melhor descida do percurso com os seixos rolados lindos e lustrosos e brilhantes da chuva.
Mais um portão para contornar e um ramo de salgueiro atrapalha-nos o serviço!
Olho a ponte sobre a vala, aqui são mais poças que terreno seco e está tudo em mau estado.
Na longa recta que nos leva de novo ao que foi o portão da casa encontramos uma carinha em sentido contrário. Uma carinha que a esta hora é sinal de alegria pois significa que o outro portão está aberto e livra-nos de o termos de contornar e de mais malabarismo. Encostamos mesmo às ervas para deixar passar a carrinha e saudamos quem lá vai, mesmo sem saber, nem conseguir ver, se eram conhecidos ou desconhecidos.
De novo a descida para a ponte romana. Estamos quase em casa mas ainda faríamos um pouco da ciclovia pejada de folhas de plátanos para acertamos o tempo do treino.
Chegamos ao portão da nossa casa e ai estão 50 minutos de gozo puro, as vezes é tão simples ser-se feliz!
Depois seguem-se uns exercícios de flexibilidade, o tirar os dados do GPS (a fita cola aguentou-se e ainda temos botão!) para um papel, arte difícil quando se escorre água por todos lados e uma tarefa não menos complicada que é o acender um esquentador com um fósforo quando se está todo ensopado!
Depois veio o banho no qual se despiu uma parte do equipamento para não arrefecer enquanto se tirava o mesmo.
Ao contrário do que parece anunciar o imobilismo deste blogue estamos vivos, e bem vivos! Hoje 21 de Janeiro de 2016!
Amanhã é dia de Repouso mas no sábado esperamos ter uma volta grande com a velhinha namorada Francesa, ou seja a nossa bicicleta que como nos dizia um saudoso primo é o único veiculo onde a besta puxa sentada!

Fiquem bem!