quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

CORRENDO COM...UMA DÚZIA DE PERGUNTAS AO PROFESSOR MÁRIO MACHADO


1 A Spiridon ultrapassou os 30 anos de publicação. Que balanço faz? Esperava chegar tão longe?

Corro regularmente desde os 11 anos e desistências em competição apenas tenho 3 e sempre por razões de "grande força maior", nunca foi desistir por desistir. Quando comecei com a Revista Spiridon nunca pensei em acabar, nunca isso foi objectivo ...
A vida pode dar muitas voltas e talvez um dia surja o último número ... Mas isso não está ainda no horizonte a curto prazo, digamos nos próximos 10 anos, e por outro lado a motivação de divulgar os benefícios da prática da corrida PARA TODOS continua a 100% ...

2 Ao fim de todos estes anos não se sente algum cansaço? O que faz "correr" a Spiridon? Onde se vai buscar a motivação?

Em parte já respondi a essa questão na pergunta anterior.
Há 31 anos as mulheres apenas podiam correr 800 metros, os "velhos" (leia-se indivíduos com mais de 35 anos) não iam além de ter autorização de avançarem mais do que 3 km ... esta era a situação, em Portugal e no Mundo.
A Spiridon surgiu para arrasar essas leis absolutamente sem qualquer fundamento, apenas enraizadas em caducos regulamentos das Federações dos vários países.
Ao lançarem-se a Spiridon em francês, depois em alemão e dois anos mais tarde em português, o grupo inicial do qual faziam parte o fisiologista alemão Dr. Ernst van Aaken, Noel Tamini, Manfred Stefny, eu próprio num grupo de uma vintena de especialistas e sobretudo amantes da prática da corrida, tinha como primeiro objectivo permitir o alargamento das distâncias de fundo e grande fundo a todas as idades e em ambos os sexos. Com os anos, e muito trabalho, digamos, "invisível", esse primeiro objectivo foi totalmente conseguido e quer queiram ou não a Spiridon Portugal teve sempre um papel fundamental nesses avanços e hoje quando vemos todos a correr é com um certo orgulho e satisfação que sentimos que essas barreiras antiquadas, esse "muro" caiu também pelo nosso trabalho. Essa foi e ainda é a chave da motivação mas há ainda outras barreiras a ultrapassar...

3 Hoje é mais fácil fazer a Spiridon ou mais difícil? Pensamos que já deve haver uma experiência, saber acumulado e rotinas que facilitam as coisas, mas a um nível de colaboração e ajudas não será mais complicado nestes tempos, em que se nota um certo egoísmo para as participações colectivas e as causas públicas?

No princípio tudo foi difícil, pois não tinha experiência em lançar uma revista. Nos vários "corredores" de um pequeno "tipo" editarem  uma revista
em privado, sem a ajuda dos "tubarões" da indústria das revistas e dos jornais e o suíço Noel Tamini (fundador da Spiridon em francês) quando soube que íamos lançar uma revista SÓ PARA CORREDORES, em 1978, em Portugal, num país que na altura tinha uma inflação anual de 20%, escreveu um editorial com a frase seguinte: "Mário Machado lançou-se ao mar numa frágil jangada chamada Spiridon Portugal! "
Pois é, mesmo os meus amigos estrangeiros julgavam que eu ia afundar-me ao fim de alguns meses ...
Houve erros iniciais que me custaram muito dinheiro e isso só foi possível  por ser solteiro e por já ser Professor Efectivo de Educação Física numa Escola Secundária ... Um deles foi oferecer toda a edição do n º 1 aos participantes na Meia Maratona da Nazaré ...
Hoje tudo é diferente e é com orgulho que a Spiridon surge como a mais antiga revista desportiva portuguesa da actualidade ... Houve nestes 30 anos bons e maus momentos mas também tenho de reconhecer que houve muita ajuda anónima, de amigos corredores que ao longo de anos me ajudaram a encontrar novos assinantes. Um grande destaque vai para uma antiga glória do atletismo nacional, o veterano Adriano Gomes, um conceituado massagista do Ballet da Gulbenkian que nos primeiros vinte anos da revista muito me ajudou angariando dezenas de novos assinantes. Mas houve outros amigos, ainda hoje estão comigo mas não gostaria de citar nomes para não ferir ninguém ... No fim eles sabem quem me estou a dirigir-me. O meu obrigado pois acima de tudo é gente que gosta da corrida e num contexto absolutamente desinteressado.
Quanto a colaboradores, digamos jornalistas desportivos, médicos, treinadores, fisiologistas e especialistas em geral, há uma vasta equipa de colaboradores internacionais que são o grande suporte técnico da revista, o que implica uma grande facilidade de temas e uma constante actualização dos temas e artigos que são publicados. Quando tenho a honra, é esta a palavra exacta, de ter artigos ter na Spiridon com assinaturas de especialistas conceituados internacionalmente com Alain Bernard, Reg Harris, Franck, Nancy Davies, Frederick, Mercelo Augusti e tantos outros é algo que nos enche de satisfação e dão credibilidade técnica a uma  revista portuguesa de desporto.

4 Que futuro para uma Spiridon? Quando o seu director se reformar como vai ser? Há uma estrutura montada para passar o testemunho?

Nunca pensei nisso ... mas pense talvez qualquer dia. No final da década de noventa, uma rede de jornais portugueses, um grande grupo, fez-me uma proposta para comprar uma Spiridon. Era uma proposta economicamente muito interessante mas quando ao jantar contei à família a proposta, a minha filha, que na altura deveria ter uns 13 anos, foi a primeira a dizer que "nem pensasse em vender a Spiridon". Curiosamente a minha filha vive hoje em Brisbane na Austrália e actualmente até tem um blogue com grande aceitação no meio do surf: blogue sofianaaustralia ...

5 Como vê a existência de blogues, fóruns, páginas na Internet  sobre corrida? Que benefícios podem elas trazer à prática da corrida?

São uma chama bem viva do movimento da Corrida Para Todos em Portugal ... É algo que deve ser entendido como próximo de uma ligação instantânea "entre todos". O apoio da Spiridon é total a esses blogues e não será por acaso que no próximo número da Revista iremos apoiar uma reunião alargada com os responsáveis dos vários blogues. Mas isso ainda está em lançamento ...

6 Tendo uma longa carreira como corredor pode explicar aos leitores do blogue o que o motiva para continuar a correr ? Quais os segredos para nos mantermos corredores por muitos  e bons anos?

Regra número um: gostar mesmo, mas mesmo, mesmo de correr!
Número dois: saber escolher objectivos, digamos metas, provas, que nos motivem verdadeiramente, mesmo que sejam difíceis de alcançar!
Número três: ser paciente, saber os seus limites e saber que só correndo, só treinando é que podemos chegar a metas difíceis, mesmo que demorem alguns meses, às vezes anos...

Julgo que são três regras importantes. Foi assim que durante anos a Maratona foi o meu grande objectivo tempo (melhor tempo 2 h 29), depois passei para os 100 km (8 h 15 em Santander há 26 anos) e daí para as Ultra-Maratonas e Provas por Etapas, muito exigentes, nomeadamente uma das mais duras, a "Marathon des Sables" (melhor resultado 6 º lugar).

Agora com 59 anos o objectivo é manter-me numa certa forma, digamos correr a Maratona na casa das 3 h 15 ... Mas mais do que tudo o que quero é poder correr todos os dias, é isso que me dá gozo, satisfação e não o faço para ganhar a A ou B apenas porque gosto. Bom seria que o conseguisse fazer até aos noventa anos ...

7 Como vê o atletismo em Portugal, com especial incidência no fundo? O que pensa das medidas da Federação com a criação do escalão de M35 e o impedimento dos juniores correrem provas de fundo?
E o panorama das corrida populares em geral ? Não lhe parece que tudo vive da carolice de alguns, sem nenhuns apoios estatais ou medidas que ajudem uma desenvolver uma prática saudável?

Bom essa coisa de ser veterano aos 35 anos morreu de vez pois a FIAA foi obrigada a alterar a regra para 40 anos a partir de 2010. Foi obrigada porque houve uma corrente internacional  a criticar essa regra estúpida. O nosso Lopes foi campeão olímpico aos 37 anos e ser considerado atleta veterano era uma ofensa!
Portanto meus amigos ser veterano, ter a honra de estar no escalão M40, é só para quem tiver 40 ou mais anos no dia da prova!
Quanto aos juniores é um erro gravíssimo e que se estende há vários anos e em várias edições da Revista Spiridon já alertei para esta irresponsabilidade. Infelizmente a FPA não tem querido saber de nada, estou convencido que ninguém sabe  quem fez esse regulamento ou se sabem não querem divulgar pois em termos psico-fisiológicos é um erro muito grave e que continua a evitar que jovens corredores se dediquem à modalidade com entusiasmo. Pode-se saltar de paraquedas, fazer desportos radicais com 15, 16 anos ... Isso é legal, isso não afecta a saúde dos jovens, mas correr 10, 15 km, não, é perigoso! Uma verdadeira cretinice!
O meu sobrinho que tem nacionalidade alemã e sempre viveu em Dusseldorf, desde os 11 anos que participa regularmente em provas de 5 km , por vezes até mesmo 15 km. Participa de livre vontade porque gosta, não para ganhar a ninguém e nenhuma Federação o impede de o fazer. Se fosse um crime, como certos dirigentes portugueses o afirmam, será que os médicos da Federação Alemã de Atletismo não seriam os primeiros a criar uma regra para impedir os jovens de correr provas de fundo?

Na Alemanha não se proíbe, aqui em Portugal a FPA diz que é perigoso! ...

Será que os especialistas em fisiologia na Alemanha estão mais atrasados do que os portugueses?

Ou será que alguém se lembrou de fazer esse regulamento, em Portugal, no mesmo estilo que se utilizou quando se proibia, em 1978, as mulheres de alinharem em provas com distância maior do que 800 metros ... porque lhes fazia mal?

Quanto às provas populares, julgo que a situação actual é de constante crescimento não obstante os elevados encargos com o policiamento e outras taxas elevadas de determinadas autarquias.

No futuro penso que vão surgir mais provas, muito mais provas "fora do asfalto", como aliás acontece já na maioria dos países da Europa Ocidental. No asfalto ficarão as clássicas, aquelas provas com distâncias fixas,  perfeitamen
te aferidas: 10, 15, 21 e 42 km. Fora da estrada irão surgir outras, com traçados diversos e distâncias sem grande meio de comparação, estilo 16 km entre o ponto A e B. .. A vantagem destas corridas é que serão em locais de grande beleza, mais numa perspectiva de turismo desportivo do que competição pura e dura em que os grandes campeões internacionais são convidados.

8 Como estamos de provas? Melhorou a qualidade das mesmas? Não é muito dispendioso e mais complicado organizar uma prova hoje que há 20 anos?

É tudo uma questão de meios.
Uma grande prova internacional como um Meia Maratona de Lisboa não pode ser comparada à Corrida das Festas da Cidade do Porto, pois os orçamentos são completamente diferentes.
Como já escrevi na Spiridon, havendo orçamento consegue-se estruturar uma corrida em qualquer local. Na última "Marathon des Sables", fiz parte da equipa organizativa da prova na qualidade de Director dos Controladores (uma equipa de 21 elementos, de vários países, responsáveis pelo controlo técnico da prova de 820 atletas em pleno Deserto do Sahara). Confirmei que se existir uma boa logística é possível organizar uma grande prova com uma duração de uma semana num dos locais mais inóspitos do planeta. Evidentemente que quando temos à disposição 3 helicópteros, 3 aviões, 100 veículos 4x4, 16 Camiões TIR e um número incalculável de meios logísticos, (como por exemplo 47 médicos!) tudo é bem mais fácil quando comparado com uma corrida que se disputa por exemplo na aldeia do Sabugueiro e onde o único veículo da organização se calhar é talvez um velho Fiat emprestado por um tio ...

Em Portugal há muito a tendência de se compararem provas, nomeadamente por parte dos atletas, esquecendo-se os orçamentos que estão em jogo e que no fim são a "mola " de tudo. Mais um exemplo: o total do dinheiro que uma Meia Maratona de Lisboa gasta em casas de banho ambulantes ... Se calhar só existem apenas outras 10 provas em Portugal com um orçamento superior a essa despesa ... Será possível assim  fazer comparações?

Pessoalmente julgo que essa mania das comparações faz com que não surjam novos organizadores que se metam a organizar pequenas provas mas com algo diferente, que motive o grande pelotão. Pensa-se ter sempre chips, pórticos, televisão, imprensa, tenda VIP, etc, esquecendo que para fazer uma corrida bastam dois atletas e pouco mais! É isso, qualquer pessoa pode organizar uma corrida fora da estrada, é fácil e até pode ser mesmo divertido. Convidam-se 50 corredores, escolhe-se um percurso fora da estrada , num traçado por exemplo em terra batida e no fim há um grande almoço entre todos ... Fácil e dá gozo ... É isto que faz falta em Portugal e é isso que Irá nascer com a história dos muitos blogues que começam a surgir em Portugal.
Imaginemos que o "ÚLTIMO KM" organiza uma corrida limitada a 50  ou 100  corredores numa área rural. Prémios, T-shirts, não, não há, apenas uma simples classificação. No final uma grelhada com febras, pão, cerveja, bolos e sumo, o preço de inscrição é simbólico e todos estão todos pelo convívio e acima de tudo porque gostam de correr ...
O quê ... "A Bola", "O Record", "O Jogo" na segunda-feira não publicaram os resultados? Pouco importa, nas provas com orçamentos pesados também não publicam ...
Esta é uma solução, o caminho de muitas pequenas provas que irão surgir no futuro em Portugal ... fugir de grandes encargos , coisas simples e nitidamente viradas para o prazer que a corrida nos proporciona! Bem limitadas, e quem não quiser correr que não venha, na certeza de quem lá está é apenas e só porque gostou do percurso e do almoço simples .


9 Sabemos que já colaborou directa ou indirectamente na organização de centenas de provas, das mais simples até às grande organizações profissionais . Se lhe dessem "carta-branca" e meios logísticos para organizar a prova que entendesse aceitaria o desafio? Ainda tem "aquela" prova que nunca teve possibilidade de organizar?

Actualmente as duas grandes provas das "Pontes" enchem-me completamente, dão muito trabalho (como eu tenho pena de não as poder correr ...), mas também dão um gozo difícil de explicar. Depois o facto de ter sido convidado por Patrick Bauer, director da prova, para entrar para a organização da "Marathon des Sables" foi algo particularmente interessante, que me abriu outras perspectivas em termos de actualização de meios ao serviço dos corredores. Estou numa equipa que dispõe de avultados meios logísticos para organizar uma das maiores provas do mundo, o que é uma honra para mim.
Desde a primeira, das primeiras provas que organizei, a Nazaré, fui o primeiro a organizar provas com 500 atletas, 1000, 2000, 3000 enfim até 30000 corredores. Tive a felicidade de ser o primeiro a lançar a primeira pedra ... Agora nesse capítulo julgo que atingi muitas metas que há 30 anos nunca pensei atingir.

"Carta-Branca" para organizar uma prova de sonho? Claro que tenho esse sonho mas não seria numa aposta na quantidade como nas Meias das Pontes mas mais em termos de qualidade e sempre com um limite de inscrições e procurando uma organização com grande qualidade técnica e de serviços. Não farei muita força para organizar essa prova com carta "branca" mas se surgir um convite tentador talvez o abrace. Nos últimos anos tive várias propostas para organizar provas mas a maioria delas são do estilo "mais do mesmo" e cujos promotores, as pessoas que me convidam, apresentam um perfil com um perfeito desconhecimento da realidade desportiva do País, como aquela no ano passado em que um determinado Presidente de uma Câmara Alentejana queria uma prova de Meia Maratona, em Julho, com 5000 atletas!
Só para rir ... E quando lhe disse que isso era impossível retorqui: "Você não quer é trabalhar!"


10 Para a esmagadora maioria dos corredores portugueses a distancia limite é a meia maratona. Como se pode modificar isso para termos mais maratonistas?

A primeira prova de corrida "Aberta a Todos" que surgiu foi a Meia Maratona da Nazaré organizada por nós. Foram 21 km e a distância vingou como grande marco para os desportistas portugueses e ainda hoje o é, o que nos dá um certo orgulho, pois uma proposta desportiva com trinta e tal anos mantém-se bem viva.
Para mudar é difícil. Em Espanha já há 44 provas de Maratona (42.195 metros), aqui no nosso "quintal" tudo é mais "lento", apenas tivemos em 2009, exactamente 27 provas com mais de 1000 atletas classificados e destas apenas 10 são de 21 km,  as outras são de  distâncias
menores.
A aposta, penso eu, poderia ser a criação de Centros de Treino de Maratona, como a Spiridon montou no princípio da década de oitenta e onde o objectivo dos atletas inscritos seria correr a maratona. Há ainda muitos e muitos corredores que praticam o nosso desporto sem qualquer apoio sem grandes conhecimentos técnicos e se isso pode possibilitar chegar ao fim de uma corrida de 21 km, quando a distância duplica tudo é mais problemático e só se poderá atingir a meta com um racional apoio técnico pois as exigências fisiológicas de uma prova de maratona são bastante acentuadas.


11 Quer contar-nos alguma pequena história relacionada com a corrida que nos faça sorrir?

No final da década de oitenta vivia em Linda-a-Velha e dava aulas na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho em Lisboa. Duas vezes por semana saía a correr de casa às 6 h 30 da manhã em direcção a casa dos meus pais, em Benfica, onde tomava banho e depois ia para a escola. Era um treino agradável por Monsanto com uma duração de 60 minutos. Um dia de Inverno, ou melhor, de noite, saí de casa a correr como de costume em direcção a Benfica, mas ... estranhamente não havia carros a circular nas estradas. Passava ora um, ora outro, espaçadamente ... Dei comigo a pensar que tinha havido outra revolução, outro "25 de Abril". Era isso mesmo, não havia o trânsito habitual das 7 e Picos porque tinha havido uma revolução durante a noite ... Quando meti as chaves à porta da casa dos meus pais, perguntaram-me: então o que fazes aqui? São 4 horas da manhã e andas  a correr nas ruas ? Pois é, tinha-me enganado nas horas e em vez das 6h30 habituais saí de casa às 3 horas da manhã ... Quem me visse a correr por Monsanto às 3 da matina certamente pensaria que era maluco ...

12 Agradecemos a sua disponibilidade em dar esta entrevista ao "Último Quilómetro" e pedimos-lhe que deixe uma mensagem final aos leitores / corredores deste blogue. Obrigado.

A corrida deve ser entendida como algo próximo da frase "a mais importante das coisas secundárias" e para os que pretendem correr durante muitos e bons anos o segredo é sempre "correr quando isso nos dá satisfação e nos faz pensar um pouco mais em tudo o que nos rodeia".

10 comentários:

  1. Ótimo post, Parabéns..
    Bjinhos
    Bons Km

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  2. Caro Jorge Branco é uma honra ser o primeiro a comentar esta excelente entrevista com o Prodf. Mário Machado, o homem que "abriu" a Corrida ao povo português, desvendando os seus encantos, ensinando os seus segredos.
    Fui um dos que recebeu o nº 1 (ou zero?) da revista Spiridon, na Nazaré, que marcou também a minha primeira presença na "mãe" das meias.
    Relativamente a esta entrevista, de facto, partilho da opinião do Prof. quando critica a ridícula proibição dos nossos jovens em correr. Digo mesmo "correr" porque quando se impõe aqueles limites nas distâncias, retira-se-lhes o estímulo (pois acham que sendo "perigoso" transgredir, é porque a Corrida não faz bem à saúde e como tal, o melhor é escolher uma modalidade mais "segura".
    Vou contactar a FPA a aceitar um debate (aberto ou restrito) sobre esta interessante temática, quanto a mim responsável pelo prpeocupante e famigerado "envelhecimento do pelotão". O Convite ao Prof. Mário Machado, fica feito, se bem que o contacte oportunamente sobre a matéria.
    O 3º Encontro de Bloggers, a decorrer na Caparica, quando da 2ª Edição da Meia Maratona da Areia, também será uma excelente oportunidade para aflorar este e outros temas em abono da Corrida.
    Vamos começar, então, a promover esse encontro de Bloggers que conta com o apoio da Spiridon, colocando o selo que enviarei brevemente, nos blogues aderentes.
    Por agora, amigo Jorge Branco, já me alonguei, mas não queria terminar sem o felicitar por esta magnífica entrevista.
    Abraço.
    FA

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  3. Excelente entrevista. Curiosa e a merecer reflexão a distância e possibilidade de participação dos atletas jovens em distâncias superiores.
    Relativamente à introdução do seu blogue é excepcional e fonte de inspiração. Repito aqui as suas palavras: “É na busca mágica do último quilómetro que todos nós corremos.
    Mas amanhã haverá outro último quilómetro para correr.
    A vida é assim um correr diário de últimos quilómetros até ao quilómetro definitivamente final.
    Que façamos de cada último quilómetro sempre o mais feliz da nossa vida”

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  4. Peço desculpa. Afinal não fui o 1º a comentar.

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  5. Parabéns Jorge, pela iniciativa, pela qualidade da entrevista e do entrevistado e por partilhar connosco.
    Cumps

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  6. A exemplo de outros grandes valores culturais e desportivos, Mário Machado, excelente Professor de Educação Física; excelente treinador e formador de jovens e, sobretudo, o “Pai” e grande Obreiro da Corrida Para Todos; o Homem das Corridas à Porta de Casa; o Pioneiro da “mãe” na Nazaré em 1975, o Homem que acreditou que aqueles 175 “malucos” se transformariam em muitos milhares!

    Dos 30 anos de vida da Revista Spiridon, sou assinante há 25, e só lamento não ter aderido logo no seu 1º número. Tem sido ao longo destes anos o meu grande treinador, conselheiro desportivo, médico, etc. etc.

    Ainda bem que o Prof. Mário Machado, acreditou que aquela “jangada”, apesar de algumas vicissitudes, se manteria à tona de água e ajudaria muitos “náufragos” sedentos de informações, apoios, e ajudas em vários aspectos e de vários níveis. Se hoje, que já há imensa informação, ainda sentimos necessidade destas literaturas, imaginem há 30 anos como era...

    Muito bom, Jorge Branco. Parabéns!
    __________________
    Um Abraço

    Orlando Duarte

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  7. Boas,
    Já agora alguém me consegue dizer como posso ser assinante da revista, nos Açores.
    Já mandei email, e nada...
    Boas corridas.

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  8. Caro amigo Ricardo.
    Pese embora eu não pertença a equipe da Revista Spiridon estou a tentar resolver o seu problema.
    Com votos de um ano cheio de quilómetros de felicidade.
    Um abraço
    Jorge Branco

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  9. EXCELENTE!

    Gostei da regra nº 1 do Prof. Mário Machado "gostar mesmo, mesmo, mas mesmo de correr :-))))))

    Vou continuar lendo uma a uma cada entrevista... e os meus PARABÉNS pelo vosso trabalho.

    Tudo de bom!

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  10. O Mário e a Spiridon "ensinaram-me" a correr. Todos sabem da importância deste grande homem e corredor por isso, não vale a pena estar a repetir o que outros amigos da corrida já referiram. Por curiosidade ainda hoje me cruzei com o Mário às 7h da manhã no paredão de Algés e olhem que não estava a correr nada devagar...Um abraço a todos os corredores ou futuros corredores...e Long live the Run people!!!
    Fernando Sousa

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