segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

GRANDE PRÉMIO DO FIM DA EUROPA - FOTOS

FOTOS MAFALDA LIMA 
(Gentilmente cedidas por: JoaoLima.net)  

domingo, 27 de janeiro de 2013

PROVAS E RÁDIOS PIRATAS!

A propósito do texto que publicámos com o título SURPRESAS (UM POUCO) HISTÓRICAS, que versava a nossa colaboração na organização da Corrida da Primavera entre 1986 e 1991, o amigo Orlando Duarte presenteou os leitores deste blogue com um excelente comentário a esse mesmo artigo. 


Dada a riqueza e importância histórica desse comentário resolvemos trazê-lo “à boca de cena” dando-lhe o merecido destaque das “luzes da ribalta”. 

Como podem ver pelo texto do amigo Orlando Duarte naquela época, um tanto ou quanto longínqua, para além de provas piratas havia rádios piratas! E nós até acrescentamos que não eram assim actividades tão diferentes pois ambas eram movidas pela paixão, voluntarismo e carolice de muita gente que gostava de servir o colectivo, de dar algo de si aos outros, em vez de olhar apenas para o seu umbigo como nestes tempos actuais de tanto egoísmo e individualismo (talvez fundamentados pelo sistema, pois pessoas empenhadas no colectivo podem ser “perigosas”, mas isso é outro assunto). 

Tanto as provas piratas como as suas “primas” as rádios piratas vingaram e abriram as portas a provas e rádios devidamente legalizadas. E algumas delas, tantos provas como rádios, ainda existem nos dias de hoje e tornaram-se em grandes instituições. Mas vamos lá “ouvir” está deliciosa história contada pelo amigo Orlando Duarte: 

Curiosamente nunca corri essa prova – sabe se lá porquê. Porém, tenho um episódio da minha vida relacionado com essa corrida que me deixou bastante triste e desolado, porquê? Passo a explicar: Entre 1985 e 1988, tive uma actividade puramente amadora, aliás ainda pagava para, de algum modo, a exercer: colaborador numa “Rádio Pirata” que era a Rádio Movimento. E o primeiro programa em que colaborei era sobre desporto local. Como nessa prova estavam alguns atletas dum clube do bairro, lá estava eu a fazer a cobertura. Mas afinal o que é que me desiludiu? Recordo que naquela altura as provas populares estavam a ser consideradas pela FPA como piratas, então, momentos antes da partida eu solicito umas breves palavras e considerações sobre aquela questão ao Director da prova, Prof. Mário Machado. Ele não se nega e, em plena Av. da Liberdade, eu com o pequeno gravador em punho, radiante da vida, registo os comentários do grande senhor e mentor das provas populares e PARA TODOS…
Feliz da vida, vou para casa ouço a entrevista para ver se era preciso editar alguma coisa e, ao fim da tarde, vou para a rádio, o programa, “Desportivamente” ia para o ar às 18 horas. Chego lá todo contente e digo para os dois companheiros do programa, também eles atletas como eu; caros amigos, trago aqui uma pérola para o programa, esta manhã entrevistei o Prof. Mário Machado! Ficaram todos entusiasmados e fomos logo preparar o material para a emissão. Porém, a questão é que as pilhas estavam fracas e a gravação foi feita a uma velocidade bem lenta. Ora, quando colocada á velocidade normal, a voz do professor parecia uma “cana rachada”… e aquilo que era uma pérola, por minha burrice, virou uma autêntica bosta!... Ficámos todos tristes, mas eu então… só me apetecia bofetear-me!... 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

SURPRESAS (UM POUCO) HISTÓRICAS

O meu amigo João Lima na sua permanente busca de resultados de provas para o histórico (excelente) que tem vindo a fazer das corridas em Portugal deparou-se com a foto que ilustra este texto publicada na Revista Atletismo nº 94 de Setembro 1989 
Ao olhar para a foto pareceu-lhe que o sujeito encostado ao “funil” do lado esquerdo era eu. 
Prontamente enviou-me a mesma perguntando se tinha acertado. 
Realmente reconheci-me na foto mas fiquei baralhado pois a minha ajuda em organização de provas nunca passou por um corta-mato. 
Mas lendo o pano que se encontra do lado esquerdo preso nas grades lembrei-me! 
Trata-se de uma edição da Corrida da Primavera que era organizada pelo Diário de Notícias mas tinha o apoio técnico da Revista Spiridon. 
Em princípio é a da edição de 14 de Maio 1989 embora tratando-se de um artigo de cinco páginas fazendo o resumo das provas entre Setembro de 1988 e Agosto de 1989 a foto até pode ser de outra edição. 
Se os meus arquivos não falham ajudei (modestamente) na organização dessa prova entre 1986 e 1991. 
Lembro-me que num dos anos desempenhei uma tarefa, um tanto ou quanto ingrata, que consistia em fazer com que os atletas não parassem logo a seguir à linha de meta de modo a não entupir o “funil”. 
Não era fácil o diálogo com os atletas, imediatamente após o término das suas provas, e ouviam-se bastantes “bocas” o que era perfeitamente natural. Com muita diplomacia e calma lá se ia levando a tarefa a bom porto e a zona do funil de chegada fluía rapidamente. 
Eram outros tempos, sem nada da tecnologia dos dias de hoje mas tudo funcionava na perfeição. 
Sei que pode parecer um pouco de narcisismo mas emocionei-me ao ver esta foto perdida no tempo e desencantada pelo amigo João Lima. 
Afinal já foi há muitos anos e é reveladora de uma longa ligação com a corrida que não tem só a ver com o simples acto de correr em si mas com muitas das coisas que envolvem o meu (e nosso) desporto favorito. 

Obrigado João! 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CROMOS & CROMOS


No mundo da corrida, como na vida, há os chamados “cromos”.
São por norma figuras bizarras e inofensivas, muitas vezes até simpáticas, que nos fazem sorrir.
Podemos até dizer que todos nós, nalgum aspecto, temos alguma coisa de “cromo”.
Mas também há “cromos” que transportam toda uma carga de atitudes condenáveis, prejudiciais para quem os rodeia e até comportamentos que estão muito longe se balizarem pela honestidade estando até nos antípodas dessa prática.
Esses “cromos” têm de ser denunciados e as suas atitudes condenadas.
No sentido do que atrás expusemos recomendamos a leitura deste texto, publicado, pelo João Lima no seu blogue, bastando para tanto clicar aqui.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A LESÃO


Por João Paulo Alcântara
 *
Chegou ao estádio particularmente cedo naquele sábado.
Era dia de “mobilização geral” em casa e estava “destacado” para participar na grande limpeza doméstica da Primavera.
Levantara-se à pressa e equipara-se ainda mais estremunhado que nos dias de semana em que o horário de trabalho implicava alta velocidade.
Meteu-se no carro e parou no café onde mal teve tempo de dizer bom dia ao senhor Antunes e engoliu uma bica quase a escaldar.
Às 7 da manhã já se estava a equipar para um treino de 50 minutos. A primavera amena já dispensava o uso de calças de licra e camisola de manga comprida.
Assim que começou a correr sentiu algo de estranho, algo que não batia certo. Era algum problema a nível dos pés.
Corredor veterano como muita “estrada” nas pernas e algumas maratonas no curriculum, era daqueles atletas que sabia “escutar” o corpo. Os anos e anos de treino permitiam-lhe saber quando uma dor era algo de normal, inerente ao próprio esforço, ou quando se tratava de uma lesão muscular.
Muitas vezes era mesmo possível evitar uma lesão através da interpretação dos “sinais de alarme” que constituem as dores musculares. Mas o que sentia naquela manhã era algo de diferente que não entendia nem sabia interpretar.
Era nos pés sem a menor duvida, mas o quê? Tendão de Aquiles não, problemas na tibiotársica também não, nem tão pouco fascite plantar.
Sentia um certo desequilíbrio, uma sensação esquisita, como se os pés lhe fossem estranhos.
Enquanto descia para o velho e desactivado hipódromo relembrou os treinos dos últimos dias na busca de qualquer dado que lhe permitisse descobrir o que se passava. Mas não se lembrou de nada de relevante.
Resolveu tentar abstrair-se do que sentia, desfrutar o lindo dia de primavera e esperar que a tal sensação estranha fosse algo de passageiro.
Mas à medida que completava a primeira volta ao velho hipódromo a situação piorava. E os pés (agora ambos os pés!) começaram a doer. Nunca lhe tinha acontecido algo de semelhante! Eram dores nos dois pés mas sem sítio definido e aquela estranha sensação de desequilíbrio.
A contra gosto suspendeu o treino e regressou ao carro a caminhar. Mas nem a caminhar se sentia normal!
Enquanto esperava que o balneário abrisse ficou no carro envolto em pensamentos negativos: tinha que me lesionar logo na semana do trail e para piorar as coisas nunca senti nada assim! Bolas!
Assim que o balneário abriu foi tomar duche triste e acabrunhado.
Quando se desequipava entrou o Esteves que vinha para o seu treino longo.
Prontamente contou ao amigo de longa data o rosário das suas desgraças, da lesão misteriosa.
O Esteves ao princípio escutou atentamente, mas de repente, começou a olhar fixamente para o chão e a rir desenfreadamente!
-O que foi Esteves? Isto não tem graça nenhuma!
-Ouve, esses sapatos são teus?
-São!  Porquê? Replicou o João sem sequer olhar para os sapatos com que efectuara o treino
-É que julgava que era costume usar um par de sapatos da mesma marca, mas tu tens aí dois sapatos de marca diferente. Disse o Esteves, com muita dificuldade, no meio das gargalhadas!
Foi então que o João olhou para os sapatos e constatou o facto: tentara efectuar o treino calçando no pé direito um sapato da marca Zavix, de cor amarela e modelo para estrada, enquanto no pé esquerdo tinha calçado um sapato da marca Eboc, cor de salmão, e modelo para trail!
Estava explicada a “lesão”!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

CIRCUITO NACIONAL DE MONTANHA 2013


No dia 3 de Março a vila de Manteigas, em pleno coração da Serra da Estrela, estará em festa para receber a trigésima primeira edição daquela que é, muito justamente, considerada a “mãe” das provas de montanha em Portugal: os 12 km de Manteigas – Penhas Douradas, que levará os corredores (mas também os caminheiros e praticantes de BTT) da bela vila de Manteigas, a uma altitude de 770 metros, até ao alto das Penhas Douradas, situado a 1530 metros de altitude.
Está prova dará início ao Circuito Nacional de Montanha 2013, sobre a égide da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada, Terras de Aventura e as diversas entidades (Câmaras, Juntas de Freguesia, Colectividades, etc.) que organizam cada uma das competições que o integram.
Precisamente uma semana depois (10 de Março) Mogadouro receberá a décima primeira edição dos Trilhos de Mogadouro – Amendoeiras em Flor, para aquela que será a segunda jornada do CNM 2013.
As restantes provas do referido Circuito, e as suas datas, estão a ser ultimadas e aqui as iremos divulgar quanto forem oficializadas.
À semelhança dos anos transactos este blogue apoia o Circuito Nacional de Montanha e aqui irá divulgando tudo o que lhe diga respeito.
Salientamos que os utilizadores do Facebook também já podem consultar as páginas do CNM 2013 na referida plataforma pois cada prova dispõe de uma página própria.
Desejamos a todos os intervenientes no CNM 2013 uma excelente participação no mesmo, quer sejam atletas ou caminheiros, não querendo, também, deixar de desejar a todos os participantes em provas de trail/montanha excelentes jornadas.

domingo, 6 de janeiro de 2013

METAS


Hoje venho aqui falar de metas!
Não das metas para 2013, que no meu caso pessoal acho um assunto por demais desinteressante.
Venho falar de metas, ou melhor das metas, daquelas para que todos nós corremos numa prova, das verdadeiras metas.
Mais rápidos ou mais lentos, entre os primeiros ou na cauda do pelotão, todos nós ambicionamos, na partida de uma prova, alcançar a meta, esteja ela mais próxima ou mais longe.
Poderia dizer que não há prova sem meta, mas isso não é bem assim!
Sim é possível haver uma prova em que a meta não existe do ponto de vista físico.
Por sinal na minha melhor prestação da minha modesta carreira de corredor de pelotão, não tive uma meta final para cruzar, por mais que isso possa admirar muita gente. Mas isso é assunto que falarei mais à frente, para já quero falar das metas que realmente existem do ponto de vista físico!
Na década de 80 (quando começámos a correr) muitas metas eram um simples traço pintado no alcatrão com a palavra meta escrita, igualmente, no chão.
Depois algumas metas mais elaboradas começaram a usar um pano suspenso entre dois postes com a palavra meta.
Muitas metas eram “mudas” ou seja não havia som ou então usava-se um modesto megafone.
Mas também não se pagava taxa para se usar uma instalação sonora, nem pela ocupação da via pública. As provas não eram taxadas como um qualquer evento, com fins lucrativos, como nos dias de hoje. Mas isso é outra história.
Uma das metas mais antigas que tenho guardada nos nossos arquivos foi da Maratona Spiridon, em Dezembro de 1985 na Granja do Marquês / Sintra.
Este pórtico pode fazer sorrir muitos dos atletas que não viverem esses tempos longínquos mas ele representou para a época um grande avanço pois a grande função dele era permitir um enquadramento fotográfico de modo a que os atletas chegados pudessem ter uma foto da sua participação na maratona.
Foi muito provavelmente a primeira prova a oferecer uma foto, numa altura em que a fotografia digital ainda nem era sonhada e tudo tinha que ser feito pelos métodos tradicionais, bem mais demorados e dispendiosos.
Uma meta absolutamente histórica é o pórtico da Meia Maratona de São João das Lampas (a segunda mais antiga meia maratona Portuguesa) que conserva há muito anos o seu formato original e único.
Em São João das Lampas não é só o pórtico que é original mas toda a recta da meta, com o seu tapete verde ladeado de vasos que é algo de único e belo no panorama das provas Portuguesas.
Temos o caso das hoje designadas provas de trail, que devido à natureza das mesmas muitas vezes tem chegadas em locais de rara beleza.
Deixamos aqui a meta da saudosa Subida do Monte Colcurinho, uma chegada que tinha tanto de beleza como de isolamento e que obrigava ao uso de um gerador de modo a ser possível manter o pórtico insuflável de pé pois no local não havia acesso à electricidade.
Depois temos as provas de grande dimensão, com orçamentos “generosos”, em que tudo é feito em grande escala e aqui deixamos a chegada da Meia Maratona de Lisboa.
E nos antípodas desta grande prova o Treino do Fim da Europa (treino organizado em substituição do GP do Fim da Europa, que não se realizou em 2012 por motivos económicos). Num treino organizado com voluntarismo, amor, carinho e improvisação a meta só podia ser especial e diferente de tudo o que vimos até hoje. mas simplesmente linda!
Ainda podemos referir o caso de metas que acabam dentro de pavilhões em autênticas festas. É prática usada no estrangeiro que por cá (ao que se sabemos) só ocorreu em algumas (poucas) provas de trail.
Muito se evoluiu desde os tempos do traço do chão e da palavra meta escrita no solo até aos dias de hoje mas a magia de a cruzar é sempre a mesma e não tem a ver com a grandiosidade da meta mas sim com os objectivos que alcançamos ao cruzar mais essa chegada.
Há até metas das quais já se desfizeram as imagens das mesmas na nossa memória mas que permanecem inesquecíveis devido ao que alcançámos nessas provas.
E há provas sem meta que podem ficar para sempre gravadas a fogo na nossa alma. No nosso caso pessoal podemos falar das 12 horas de Vila Real de Santo António, da qual corremos a segunda edição em 1987.
No caso de uma prova de 12 horas a meta não é física mas sim o terminus desse espaço temporal de 12 horas.
No caso de Vila Real de Santo António o final da prova era dado por um apito, tendo os atletas que ficarem estáticos até os colaboradores da organização aferirem os últimos metros percorridos por cada um. Ainda hoje nos lembramos de um atleta que na euforia de ter terminado a prova nos veio abraçar e foi, prontamente, recolocado no local onde tinha terminado, por um colaborador da organização, de modo a se poder proceder às medições com rigor.
Aqui fica um pouco da história das metas, com votos de metas felizes para todos em 2013, na certeza que para se ter uma meta de felicidade há que lutar por ela, treinar e vencer as barreiras que nos colocam pela frente, seja isso na corrida ou na vida.