domingo, 31 de outubro de 2010

18ª CORRIDA DO MONGE

Despretensiosamente aqui ficam algumas fotos da 18ª Corrida do Monge, realizada hoje, dia 31 de Outubro, fotos feitas por um dos caminheiros em prova.
Umas das mais antigas provas de montanha em Portugal viu, nesta edição, serem feitas algumas alterações ao seu percurso, que foram muito do agrado dos amantes deste tipo de provas, pois trouxeram outro grau de dificuldade técnica à prova, mas também mais diversão e prazer.
Até o São Pedro acabou por colaborar, poupando-nos à chuva, que nunca caiu durante a prova.
Recomendamos a todos os que gostam de desafios diferentes e comungam o prazer de correr em pleno contacto com a natureza, a participação na edição do próximo ano desta prova. E não se esqueçam que também existe uma caminhada para os menos preparados, ou menos afoitos a estas aventuras ou que “já não têm pernas”, mas que querem continuar a participar!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

RB RUNNING


A esmagadora maioria dos corredores portugueses não têm treinador, o que faz com que muitos atletas se guiem pelos conselhos de outros amigos corredores ou até imitem os treinos dos companheiros de corrida.
Esta maneira de treinar, um tanto às cegas, faz com se cometam grandes erros, se evolua muito mais lentamente do que era possível, possa ocasionar estagnação na progressão no treino e o consequente abandono do mesmo por desmotivação e até ter com consequência o aparecimento de arreliadoras lesões em resultado dos erros cometidos nos treinos.
Quando participámos em dois Centros de Treino organizados pela Revista Spiridon, com vista à maratona, realizados no início da década de 80, pudemos constatar o quanto é benéfico é o treino organizado e orientado por profissionais experientes na matéria.
Passados todos estes anos, ainda recordamos com foi importante a participação nesses centros de treino, que para além de nos proporcionar o treino mais adequado, deu-nos ensinamentos para toda a vida, para além do excelente convivo e motivação proporcionados pelo treino colectivo do qual nasceram grandes amizades que hoje ainda perduram.
.
Quando tivemos conhecimento do RB RUNNING lembrámo-nos dos velhos tempos do Centro de Treino Para a Maratona e quanto é importante para os atletas este tipo de projecto.
O RB RUNNING é um projecto encabeçado pela Rita Borralho (umas das melhores e mais experientes maratonistas portuguesas de sempre, uma Grande Senhora do atletismo, com uma carreira e experiência invejáveis, não só como corredora mas também com treinadora) e é uma excelente mais-valia para todos os corredores.
O treino acompanhado por profissionais experientes é um excelente investimento que os corredores de todos os níveis podem fazer com vista a obter os melhores resultados desportivos e a tiraram mais prazer dos seus treinos.
Não importa as capacidades atléticas de cada um, todos saem beneficiados com o treino planificado e apoiado por treinadores experientes.
Mas para falar sobre o RB RUNNING nada melhor que trazer aqui o depoimento de um corredor que se encontra inserido nesse projecto e viu a sua forma melhorar imenso com o acompanhamento dado pela Rita Borralho ao seu treino.
.
Recebi à dias através do meu blog “corredordatreta.blogspot.com
”, um “desafio” muito interessante feito pelo caro Amigo bloguista Jorge Branco.
O “desafio” proposto foi escrever umas palavras sobre a minha experiência de treino com a Rita Borralho e o RB Running para, de alguma forma, poder passar o meu ponto de vista sobre o treino “acompanhado”.
.

Aparentemente simples, pensei eu.
Mas o facto é que, como todos os bons “desafios” não é fácil.
E já vou explicar porquê.
Não é fácil porque há sentimentos e experiências que as palavras só podem tentar descrever.
.
Para simplificar, vou contar um pouco a minha história.
Corro à 4/5 anos e tenho, pelo que me é dado a ver entre os meus amigos, um percurso clássico para “corredor da treta”. Nunca tinha corrido na vida e por um conjunto de circunstâncias (saúde, peso, idade etc.) decidi começar.
Foi uma aventura! Fazia 1 km e voltava para trás a andar.
Passado uns tempos já fazia 3 kms.
Foi nessa altura que (... lá está a dificuldade em arranjar as palavras certas, mas sei que quem corre me vai entender perfeitamente) “apanhei o bichinho”. Queria mais e mais...
.
5kms, 10 kms e faço as primeiras provas, sempre e só pelo desafio de perceber os meus limites, de os tentar atingir e depois superar (é assim para todos nós, certo?).
Com um amigo, decidi fazer a 1ª meia maratona... e aqui comecei a treinar de forma mais “sistemática” e regular.

.
Tentei perceber o que podia fazer para melhorar, falando com amigos, pesquisando em sites e lendo revistas e livros.
Fiz umas poucas de meias maratonas (umas melhores e outras nem por isso...).
Para mim treinar era correr e quanto mais melhor.
.
Entretanto decido fazer a 1º Maratona acompanhado por dois amigos (Octávio e Alex).
Arranjo um plano em Excel, “afino” aquilo para mim ... o Octávio faz o mesmo.
Como tínhamos o mesmo objectivo, seguimos junto o plano religiosamente.
Objectivo cumprido. Maratona concluída!
.
Por esta altura o Alex já só me dizia “deixa-te de tretas e aparece para treinares com a Rita (Borralho) e os RBs”, “Experimenta e depois logo falamos ...”.
.
E eu só pensava “... não tenho andamento para isso... isso é muito à frente para um corredor da treta como eu...”.
Mas ele falava-me da Rita com tamanha admiração e respeito que eu comecei a ficar curioso... e com vontade de experimentar.
.
Entretanto decido (ou melhor decidimos todos porque fomos novamente os 3) fazer outra Maratona. Encho-me de coragem e vou conhecer a Rita.
Em boa hora o fiz!
.
Tive a sorte, porque nos dias de hoje é uma sorte, de poder passar a conviver com uma Senhora com um “S” enorme.
Comecei a treinar com os RBs, fui falando com a Rita sobre o que pretendia, que objectivos tinha para a corrida em geral e para aquela Maratona em particular.
Fez-me um Plano, mas ... dizendo-me sempre para olhar para ele como um processo dinâmico (“não te preocupes que vamos ajustando em função da tua forma” “sente o corpo e depois logo segues o plano”). Tudo novidades para mim que só pensava que em que ritmo ia correr, como ia conseguir aguentar etc.
.
Comecei a sentir-me física e mentalmente cada vez mais preparado.
Acompanhamento, ajuda, dicas, pequenas (grandes) conversas, incentivos (e algumas “palmadinhas”) e eu sempre a melhorar.
.
Aposto que se eu continuar a descrever tudo o que passei naquela fase, ficam a pensar a mesma coisa que eu pensava quando o Alex me falava da Rita... “mas este tipo está tontinho ou quê? Só fala na Rita isto, Rita aquilo ... “
Por muito que eu escreva (e eu avisei no inicio que não ia ser fácil) sobre os ganhos que senti por ter a sorte e o privilégio de ser acompanhado pela Rita, não vou conseguir descrever tudo...
.
Os treinos, as dicas, a ajuda, os incentivos e penso poder dizer sem ser presunçoso, a amizade que recebi da Rita, só são possíveis pela sua enorme experiência nacional e internacional, o que lhe permite dar-nos no local exacto e no momento certo tudo o que necessitamos para acreditar que se vai conseguir atingir o objectivo.
Exemplo: Sempre me disse (pessoalmente, por email etc.) ...” Vamos conseguir!” Vamos, entendem?, nunca me disse “vais”.
.
A tudo isto juntem o convívio com um grupo de Amigos (porque é disso que se trata),que apoia e incentiva constantemente e temos o RB Running!
Estamos perante um daqueles casos raros em que 1(o atleta) + 1 (Rita a treinar) + 1 (restantes RBs) é muito mais que 3!
Quanto mais? Venham fazer uma experiência e depois logo me dirão quanto.
.
Tudo isto traduziu-se em quanto em termos de melhorias de tempo? (só vou escrever sobre isto porque sei que no fim todos pensamos assim e gostamos de ver o nosso esforço recompensado ... em menos minutos corridos).
.
Não que seja o mais importante para mim, mas “pulverizar” o meu melhor tempo nos 10kms, ter de me segurar para não bater o meu tempo à meia maratona (... porque estava em treino naquela prova e já só faltavam 15 dias para a Maratona) e retirar 40 minutos (... quarenta) ao tempo que tinha feito na minha 1ª Maratona só tem uns “culpados” ... a Rita Borralho e os restantes RBs!
O Alex, por exemplo, retirou 22 minutos ao tempo que tinha na Maratona (e retirar 22 minutos ao tempo anterior, é obra). Graças a quem? Perguntem-lhe...
.
Por isso caros Amigos corredores e não só, deixo uma sugestão.
Serão bem recebidos, por isso percam a vergonha e venham experimentar.
Para não terem desculpas de que não sabem como fazer aqui ficam alternativas.
Enviem email à Rita para
ritaborralho@gmail.com
Ou então nos dias de provas, não hesitem e falem com algum RB (basta olhar para as camisolas...).
Se quiserem podem esperar pelo fim da prova vão-me ver a chegar, depois é só deixarem-me recuperar o fôlego e conversamos.
.
Boas Corridas para todos,
António Alves
“corredor da treta”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

30 ANOS AO CORRER DO TEJO.


Jorge Branco (de barba) no final da Corrida do Tejo em 1981

O ser humano rege-se por datas e números, pelos significados e recordações que nos trazem nesta vida que afinal é tão efémera
A trigésima edição da Corrida do Tejo é um desses números, mágicos, da minha vida, plenos de recordações mas também cheios de futuro.
Quando na manhã de 7 de Junho de 1981 me propunha correr os 9,2 quilómetros que separavam Algés da Câmara Municipal de Oeiras tinha 21 anos, participava na minha segunda prova e tudo cheirava a novo para mim no mundo da corrida.
Naquela manhã de Junho, em Algés, não perspectivava nada para a minha carreira desportiva, limitava-me a estar ali feliz por saborear a minha segunda prova.
Não poderia adivinhar que 30 anos depois havia telemóveis, net, computadores e essa “coisa” chamada de blogue onde viria a escrever sobre esses longínquos 30 anos, agora que tenho meio século de existência neste cantinho do sistema solar.
Quis o destino que o meu padrasto fosse assistir a prova (só deve ter assistido a duas até hoje) e que me tirasse uma foto com máquina emprestada.
Não poderia adivinhar que aquela foto feita por um fotógrafo improvisado (nem hoje com o advento e a facilidade da fotografia digital ele possui máquina e se dedica a essa arte) se tornaria num documento histórico sobre o desenvolvimento da Corrida a Pé em Portugal e Corrida do Tejo em particular.
Volvidos estes 30 anos seria fastidioso fazer aqui um grande balanço da minha vida a calcorrear estradas e caminhos deste Portugal tendo como locomoção apenas as minhas pernas.
Posso dizer que tive a evolução normal de um corredor, passando pela fase da mania da competição e das melhoria das marcas, até aos dias de hoje em corro pelo prazer simples que isso me dá e os únicos desafios em que me envolvo é o correr feliz.
Nunca fui um corredor de fazer muitas provas, antes pelo contrário, mas julgo que atingi os meus objectivos como atleta e que eles se podem traduzir nas minhas modestas 3 Horas 10 minutos e 27 segundos nos mágicos 42,195 quilómetros da maratona e no meu 5º lugar nas 12 Horas de Vila Real de Santo António, com a marca de 101,650 km. em 1987.
Não posso deixar também de referir que ajudei, modestamente, na organização de várias provas, exercendo as mais variadas tarefas, o que me deu um perspectiva dos bastidores das provas, que é tão útil na hora de avaliar e criticar, sempre pela positiva, as organizações.
Aos 50 anos não me sinto velho! Sinto é que já corro há muitos anos e isso dá-me a tranquilidade necessária para olhar a corrida a pé de forma diferente e sorrir.
Posso dizer que todos estes meu 30 anos de corredor foram sempre feitos tendo com pano de fundo o Tejo, pois sempre treinei perto do grande rio, por isso o título deste texto.
Não podendo enumerar todos os amigos que fiz ao longo de todo este tempo, posso dizer que eles foram o melhor de tudo durante a minha vida como corredor.
Aqui fica um abraço fraternal a todos eles não esquecendo os amigos recentes que a blogosfera corredora me trouxe.
Mas como 30 anos de Corrida merecem ser dedicados a alguém, opto por fazer uma dedicatória a quatro pessoas que, infelizmente, já não estão entre nós:
Ao Professor João Coutinho, que lançou em mim a semente do gosto pelo desporto e pela corrida em particular.
Á minha avó por tudo, sem ela este fundista não existiria.
Ao atleta Francisco Pedro, tragicamente falecido na recta da meta dos 20 quilómetros de Almeirim, porque ao contrário do que os médicos lhe disseram não acreditou que o seu coração de maratonista o pudesse trair.
Ao Sálvio Nora, um exemplo de como se deve estar no mundo da corrida e da vida, um exemplo de humanidade e cidadania. Um homem que nos deixou tão cedo quando tinha tanto para nos dar e que tanta falta nos faz
Dificilmente terei mais 30 anos de Corrida, mas se o conseguir prometo que os relatarei da forma que a tecnologia da altura mo permitir.
Corram!
Lutem pela vossa felicidade e pela dos outros!
Um abraço a todos.
Jorge Branco (Corredor da Liberdade)


Jorge Branco, no final do treino, no dia da 30ª edição da Corrida do Tejo
Aguardando a passagem da 30ª Corrida do Tejo.

domingo, 24 de outubro de 2010

CORRIDA DO TEJO - 30 ANOS

A esquerda na imagem (camisola branca) o Professor Mário Machado

No dia 7 de Junho de 1981 participámos na primeira edição da Corrida do Tejo.
Volvidos 30 anos, a primeira coisa que nos apraz dizer é que foi uma aposta ganha, o lançamento da Corrida Para Todos em Portugal, pese embora o muito que ainda falta fazer, sobretudo no apoio aos atletas em matérias como a medicina desportiva ou a existência, em locais de grande frequência de atletas, de treinadores que ajudem na orientação dos mesmos e sejam pagos pelo Estado (um investimento no desporto é uma mais valia, que implica poupanças noutras áreas, como a da saúde).
Do nosso ponto de vista pessoal foram 30 anos gratificantes e dos quais queremos falar mais detalhadamente, proximamente.
Optámos pela não participação na prova, até por não concordámos muito com o rumo que ela tem tomado nos últimos anos. Também será assunto que abordaremos proximamente.
Mas estamos felizes por volvidos estes 30 anos continuarmos a correr e na véspera da prova termos “despachado duas corridas do Tejo” ou seja, feito um treino de 20 quilómetros.
Aqui fica uma primeira foto da prova, que é também uma homenagem ao homem a quem todos os corredores portugueses muito devem, o director da Revista Spiridon, Professor Mário Machado.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

PERDI OS TRÊS AOS 21 (km)




Por: Filipa Vicente
O sonho comanda a vida e inspirada pelos bons exemplos que me rodeiam desde que comecei a correr cedo pensei em aumentar a fasquia, ir mais longe. O sonho de correr uma Meia-Maratona surgiu cedo, depois de duas provas de 14 e 15km e muitas de 10km, com os olhos postos na primeira Maratona. Fazendo justiça à cidade que acolheu os meus primeiros passos na corrida, estreei-me na invicta onde também farei os 42km em 2011.
.
O melhor das provas é o convívio seja antes, durante ou depois da prova por isso o ponto alto, a meu ver, foi a pasta-party organizada pelo Vítor e pela Ana em sua casa para três estreantes (eu incluída) e um outro atleta amigo. Desta prova irei recordar a alegria de ver o Vasco vir buscar-me, o leite-creme da Ana, a alegria do Miguel ao terminar a sua primeira prova (e logo uma Meia) e do aniversariante Zé Nando, que recebeu como prenda de anos os primeiros 21km. Não é para todos..
.
O treino tinha sido demasiado irregular para encarar a prova com um espírito que não fosse o de sacrifício, tinha a plena consciência que quando chegasse à altura H as pernas iam doer, os joelhos iam doer, e apenas a força de vontade me podiam fazer avançar nem que fosse a passo. E por isso encarei o touro pelos ditos. Tinha estabelecido como objectivo mínimo 2h30, imprimi uma cábula para as passagens ao quilómetro e respeitei o corpo.
.
Confesso que achei muita fruta conseguir tirar cerca de 4 minutos em cada quilómetro ao que tinha estabelecido, 1min ali, 1min acoli... pensei “bem, quando as coisas ficarem feias, tenho margem para abrandar”. A minha maior surpresa foi ver o Miguel e o Zé Nando zarpar em direcção à Ponte D. Luís e só os voltar a ver quase no retorno na Afurada. Pelo caminho até lá ia recebendo as palavras de apoio de todos os Porto Runners, destaco a Isabel que ia treinar e espero um dia conseguir acompanhar, brinda-me sempre com a sua simpatia e um apoio caloroso desde o primeiro dia. E vi claro os quenianos passarem a toda a velocidade.
.
Não conhecia a zona da Afurada, era primeira vez que ali passava, mesmo a correr deu para apreciar a paisagem com toda a envolvência majestosa do Douro. Feito o retorno e passados os 10km com pouco mais de 1hora, vieram os primeiros lamentos, os joelhos estavam a perguntar-se por quanto mais tempo iria manter a corrida. Pela segunda vez na Ponte D. Luís senti o tabuleiro abanar atrás de mim, pensei que fosse eu a ceder, felizmente a sensação passou logo.
.
E então veio uma dúvida de “moura”, mas qual delas é a Ponte do Freixo (perto de um segundo retorno, o final)? Como as dores estavam em crescento por esta altura, parecia não mais acabar, fiquei a saber qual era claro... e fixei-a bem, para saber no próximo ano seja nos 21 ou nos 42.
.
O marcador dos 15km foi como uma chicotada, são mais 6km, distância que “facilmente” percorrida em qualquer treino mas que, naquele momento, parecia irrealmente distante. Meia dúzia de segundos a passo cada 1,5km ou no máximo 2km, no paralelo do Túnel e da Ribeira já praguejava com todas as palavras do dicionário. Chegou o limite da dor e o momento em que a mente tinha de mandar avançar, pensei por vários momentos se conseguiria ultrapassar esse limite... com muito boas recordações como a minha primeira Family Race, os 15km na Corrida das Festas, a leveza com que fiz a Corrida da APAV e das Novas Oportunidades. Todos esses sucessos fizeram-me acreditar que aquele era o teste para que me tinha preparado, “go hard or go home”.
.
O Vasco veio-me buscar aos 18Km, animado depois de bater a sua melhor marca com 1h32. Nestes momentos este apoio vale quase um par de pernas ou pelo menos um último fôlego. Vejo os pórticos no Fluvial, as pernas ainda cedem mas aceleram ligeiramente. E vejo como sempre a Conceição Grare que vem sempre atrás buscar atletas vir à minha procura!!! Como estava acompanhada, tenho a certeza que terá ajudado e muito alguém mais atrás que naquela altura precisava de uma campeã assim. Para lhe fazer companhia o jovem Diogo, filho do Vasco corria também ao meu lado.
.
A Lina (esposa) empunhava a câmara logo no primeiro provavelmente para a foto da meta que não vi ninguém mais tirar, fixei a meta e vi o cronómetro, ia conseguir menos de 2h30. Pensei “Está feita” já procurando os companheiros de luta e pegando no telemóvel para tranquilizar a família e amigos próximos “viva, dorida mas feliz”.
.
Agradecimentos
.
• Ao Vítor pela inspiração e por ter acabado por me incitar a começar a correr para não mais parar, para se acompanhar um Atleta (com A grande) tem de se conhecer pelo menos um pouco pelo que passa, os bons e os maus momentos.
• À Ana, pelo espectacular acolhimento que recebo sempre que vou ao Porto, e desta vez pela fabulosa pasta-party e sobretudo pelo leite-creme. Estende-se também ao Vítor, ao Gonçalo e ao Francisco.
• À família Pereira, pelo delicioso abastecimento no início da semana e pelos bons momentos, não fiz carga de hidratos mas fiz de mimos. É desses momentos que me lembro quando as pernas não querem correr.
• À minha Mãe por ser minha Mãe e ao meu Pai por me picar (21km? Não achas isso muito??? Obrigada, Pai, de carro é pouco de facto...).
• Ao Pedro pelo apoio e por me ter ido buscar a Santa Apolónia, quem me viu descer as escadas sabe o valor que isso tem. “Ai Jesus, que eu atiro-me daqui a baixo e dói menos, carago!!!”
• E a todos os que me dedicaram uma palavra de apoio ao longo de toda esta jornada.
.
Em especial para o “Último Quilómetro”:
.
O meu último quilómetro (e alguns antes) foi percorrido com o Vasco Baptista, que conhecera na noite anterior na pasta-party, e tinha-me ido buscar ao quilómetro 18 depois da fantástica marca de 1h32, o seu melhor tempo. Devagarinho foi comigo até à meta com palavras de apoio, onde se juntaram os incentivos da Lina, da Conceição e do Diogo. Embora tivesse corrido sozinha até ali, aqueles últimos 3 km valeram pela prova toda. Ao Vasco que se vai estrear no próximo dia 7 de Novembro nos 42km, desejo as maiores felicidades e tenho a certeza que o veremos muito mais tempo a correr sempre com prazer.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

BIFES? NÃO OBRIGADO!

Confesso que não tenho nada contra a comida vegetariana.
Penso que a alimentação vegetariana pode até ser excelente e ter óptimos resultados a nível da saúde, embora implica bastantes conhecimentos do ponto de vista nutricional, de modo a não se entrar em desequilíbrios alimentares.
Mas este meu texto não visa falar sobre esse tipo de alimentação ou dos seus prós e contras, até porque pouco sei sobre o assunto.
Gostaria, até, que algum adepto desse tipo de alimentação um dia escrevesse um texto sobre a mesma para o “Último Quilómetro” (bem como alguém que fosse entendido em Macrobiótica) mas isso são outras águas.
Conforme já disse, não tendo nada contra alimentação vegetariana mas devo confessar publicamente que não sei viver sem uns bons bifes, umas boas costeletas, umas febras na brasa, umas “sardinhas de Salvaterra” (entremeada grelhada como é aqui conhecida na região, reportando-se esse nome à Vila de Salvaterra de Magos).
Também sou muito apreciador de peixe (e até “pratico” muito mais desse género alimentar que da carne, pois julgo ser mais saudável), bem como de outros géneros alimentares que julgo proibidos no regime vegetariano, como por exemplo, o leite ou os ovos.
Enfim, se eu podia ser vegetariano? Podia, mas não era a mesma coisa!
Embora não abdicando dos pecados da carne (e de outros) há alturas em que um sujeito se torna vegetariano à força!
É assim como alguns políticos da nossa praça (alguns, porque há políticos honestos e se as pessoas não votassem mais do mesmo outro galo cantaria!). (Mas somos um povo que, ou fazermos sempre asneira e depois choramos ou então a lavagem cerebral é muito forte! Mas isto são outros “contos”) que quando se vem “apertados” pela proximidade de um acto eleitoral, desatam a prometer o que sabem de antemão que não vão cumprir.
Eu também, face ao aperto da situação, prometi tornar-me vegetariano sem ter a mais pequena intenção de cumprir tal promessa!
O que leva um homem a prometer renegar um “belo” bife com batatas fritas e um ovo a cavalo assim de repente (para alem de termos de pagar as “crises” dos bancos alemães e outros senhores, que na verdade nunca têm crises, e cada vez nos sobrar menos dinheiro para bifes)?
Pois meus amigos, se em pleno treino, no meio do campo, de repente se virem a correr ao lado de uma enorme manada de bois, que olha para nós, com cara de poucos amigos, separados apenas por uma frágil cerca, vão ver se não prometem logo que se vão tornar vegetarianos!
Não sei se os bois entenderam, mas eu disse-lhes imediatamente: tenham calma que eu juro que me vou tornar vegetariano! Nunca mais como um bife!
É claro que não cumpri a promessa! O pecado da gula é terrível!
Agora vivo com dois problemas muito complicados: Cada vez que como um bife (felizmente, ou infelizmente, cada vez menos tenho acesso a esse pecado) o prazer da degustação de semelhante manjar é assombrado pela visão da manada de bois olhando para mim. O outro problema reside no medo (ou melhor pânico) de que os bois descubram a minha traição. É que eu quero continuar a correr pelo campo sem problemas!
Resta-me a “esperança” de que a continuar esta política (des)governativa dos últimos tempos (diria anos) o meu acesso a carne se veja reduzido a zero podendo eu cumprir, à força, a minha promessa aos bois! Veremos é se irá haver ao menos dinheiro para as hortaliças!
Jorge Branco

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

“CORRIDAS” DE SALTOS ALTOS PARA SENHORAS.


Depois de já ter lido, aqui há uns tempos, uma notícia sobre o assunto a leitura de um blogue alertou-me para proliferação, por esse mundo fora, de corridas de saltos altos dirigidas a senhoras.
Para ser curto nas palavras e objectivo acho esta nova moda algo absolutamente abjecto e que só serve para fazer perigar a saúde das senhoras e transformar as participantes em tais inventos em animais de um qualquer circo da idade média para gáudio dos ditames da moda.
Não querendo entrar pela via das explicações científicas para as quais não tenho competência mas afirmo, sem medo de ser desmentido, que o uso de saltos altos são totalmente contraproducentes a nível da saúde e podem trazer consequência graves e permanentes se o seu uso for prolongado por longos anos.
Penso que a “moda” dos saltos altos é uma “ditadura” a que as mulheres se sujeitam fruto da sociedade em que vivemos que pretende impingir determinados padrões de falsa beleza como sendo sagrados,
Evidentemente que quando falo de saltos altos me refiro a determinados tipos de saltos que, devido à sua altura, e não só, transformam a maneira com se apoiam os pés (ou melhor se deviam apoiar) no solo em algo que é completamente contrario as leias biomecânicas no que toca à locomoção do ser humano, provocando uma andar completamente contra natura, com as tais graves consequências para saúde atrás referidas.
Se já acho profundamente errado que as mulheres se sujeitem a essa tirania dos saltos altos no dia-a-dia enleadas na teia das campanhas de marketing que nos roubam a capacidade de pensar e nos fazem renegar a saúde e o bem-estar em favor de pretensos padrões de beleza que mais não são que falsidades, então promover corridas de saltos é algo de perfeitamente inqualificável.
Provavelmente as senhoras que são atraídas para esses eventos nem são corredoras habituais pois estas últimas sabem o quanto pode ser perigoso correr com tal tipo de calçado e dificilmente querem arriscar-se a uma lesão ou a uma queda grave como é documentado na foto que ilustra este texto.
Mas na sociedade em que vivemos não será difícil imaginar que esta moda vai começar a ter por de trás o dinheiro de muitas empresas interessadas em campanhas de marketing sem escrúpulos e qualquer dia haverá prémios monetários (se já não os há) para as vencedores e esta prática circense (no sentido do circo que remonta à idade media) estará perfeitamente banalizada!
Sabemos que em primeiro lugar devem ser as mulheres a oporem-se a esta prática pura e simplesmente não alinhando nela mas também julgamos que a sociedade deve ter regras que nos protejam destas coisas quanto somos bombardeados por publicidades falsas e não temos capacidades de discernimento.
Falando do caso de Portugal em particular somos da opinião que um evento destes enquadrando-se legalmente dentro do que é uma corrida (embora como já o vimos não tenha nada a ver com essa pratica) deve carecer das autorizações que a realização de uma prova necessita mas como não se enquadra dentro das normas de saúde e segurança que uma prova tem que ter deve ser pura e simplesmente ser negada a autorização para sua realização!
Como sabem toda a prova é obrigada a ter um seguro que cubra os acidentes com os atletas na mesma. Face a perigosidade, que se reflecte no número de quedas, haverá alguma companhia de seguros em Portugal disposta a fazer um seguro para a eventual realização de um evento destes?
Enfim esperemos que este evento abjecto não tenha vindo para ficar e que se invista na corrida como prática saudável e não se transforme a mesma numa actividade circense (no pior sentido da palavra) para gáudio de alguns e enriquecimento de outros à custa das mulheres.

O original da foto aqui publicada encontra-se aqui

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A QUARTA MOSQUETEIRA DA BLOGOSFERA CORREDORA PORTUGUESA.


Como todos nós sabemos os Três Mosqueteiros eram na realidade quatro.
Quando escrevemos o texto “TRÊS MOSQUETEIRAS DA BLOGOSFERA CORREDORA”, referíamo-nos exactamente a três activas participantes da blogosfera que aborda a Corrida para Todos.
Por lapso, ou falta de atenção, deixámos de fora a quarta mosqueteira.
Hoje vimos reparar o erro e juntar “ALÉM DO VIRTUAL” (Ana Paula) aos nomes de “MARIA SEM FRIO NEM CASA” (Ana Pereira), “HENRIQUETICES” (Henriqueta Solipa), “ESPRAIAR” (Susana Adelino).
Agora, sim, temos as três mosqueteiras que na realidade são quatro!
A Ana Paula, pedimos desculpa pelo lapso e a todos que ainda não conhecem a quarta mosqueteira aconselhamos uma visita, urgente, ao seu blogue!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MAU TEMPO PROVOCA CANCELAMENTO DE PROVA NO PORTO.

Conforme se pode ler na nota que aqui transcrevemos na íntegra a “Corrida Saúde Cuf” (Porto 3/10/2010) viu a sua realização adiada devido ao mau tempo.
Na nossa longa ligação a corrida é a primeira vez que temos conhecimento de uma prova anulada devido a condições meteorológicas adversas embora provavelmente tal já tenha acontecido.
Embora não estando a par da situação que se viveu no Porto a nível meteorológico para quem, como nós, já vez provas (incluindo a Maratona) em condições climatéricas extremamente adversas, é algo estranho uma situação como a que se viveu no Porto.
Será que se justificou mesmo este adiamento ou que ele é fruto dos novos tempos, em que se pretende proporcionar uma prova nas melhores condições, de modo a atrair um determinado nível de “clientes” que não estão habituados a correr com mau tempo, nomeadamente os frequentadores de ginásios e os praticantes ocasionais de corrida e caminhadas?
Face às implicações que o adiar de uma prova tem, tal medida não será pior que realizar a mesma mesmo com “mau tempo”?
Enfim, uma série de questões que deixamos aqui em aberto e para as quais muto gostaríamos de contar com a opinião, avalizada, dos amigos corredores da zona do Porto que testemunharam as condições atmosféricas na manhã em que estava prevista a realização da prova.
.
Caros amigos do desporto com saúde.
O dia de hoje foi marcado pelo mau tempo, o que levou ao adiamento da prova de atletismo “ Corrida Saúde Cuf”. Tal como vós, lamentamos que o tempo não nos tenha deixado organizar. Os responsáveis do Instituto e do Hospital Cuf vão agendar nova data, para assim podermos levar a efeito a corrida e caminhada. Esperamos que da próxima esteja melhor tempo.
As inscrições são válidas para a próxima data.
Saudações desportivas
Luís Jesus

O QUILÓMETRO MUSICAL

A música acompanha o treino de muitos corredores, ajudando-os a ir buscar uma motivação extra para enfrentar os quilómetros, tantas vezes corridos solitariamente.
Aqui, no Último Quilómetro, resolvemos criar este espaço onde vamos colocando canções que fazem parte do nosso gosto pessoal e que por uma razão ou outra nos marcaram / marcam.