sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

DO LADO NEGRO DA VIDA PARA A LUZ OU O CAMINHAR DA SAÍDA DO ABISMO PARA A VIDA.

A norma deveria ser o Serviço Nacional de Saúde ser um serviço de qualidade e os seus profissionais desempenharam as suas funções com o profissionalismo que lhes compete. Infelizmente nem sempre é assim.
Também não tem muito lógica vir fazer elogios públicos a quem “apenas” desempenhou as suas funções com a competência profissional que lhe é devida. Mas pessoalmente é me impossível não vir fazer aqui este elogio publico à competência e humanismo de todos os profissionais que cuidaram de mim no Hospital Distrital de Santarém (HDS) entre a tarde noite de domingo dia 14 de Janeiro de 2018 e o principio da tarde do dia 15 de Janeiro.
Tendo dado entrada com uma gravíssima crise da ansiedade digamos assim, ou seja um sistema nervoso que pura e simplesmente arrebentou depois de andar anos a empurrar a “carroça” para a frente, de ver a minha vida e de parte da minha família destruída por adeptos de um neoliberalismo nojento, fui tratado e recuperado para a vida no HDS por profissionais de uma competência e profissionalismo extraordinários!
Começando na triagem, passando pela excelente médica (salvo o erro de nacionalidade cubana) que me fez o diagnóstico, passando pelos enfermeiros e pessoal auxiliar.
Passei a pior noite da minha vida numa maca a tremer com ansiedade pese embora toda a “carrada” de medicação que me deram à espera que a psiquiatria “entrasse” às 9 horas de segunda-feira. Dormi uma hora se tanto nessa noite. Fruto do acaso a minha maca ficou mesmo quase junto à porta do gabinete dos enfermeiros na Urgência e apesar do estado em que estava pude escutar todo o tipo de conversas dos mesmo, apreciar o seu profissionalismo mas também a incrível e criminosa falta de meios como é não terem um medicamento absolutamente básico para baixarem a febre a um doente (e que não divulgo o nome mas que eu próprio já tomei em situações de febre muito elevada e que é algo de uso corrente e até barato).
Não posso esquecer a forma como os enfermeiros me trataram, a médica que me assistiu e depois veio várias vezes falar comigo não esquecendo o pessoal auxiliar que paciente e carinhosamente me levou várias vezes à casa de banho tratando-me sempre por amigo. Como não esqueço a “minha” enfermeira que na mudança de turno das 8 da manhã se veio despedir de mim e desejar as melhoras.
Transportado novamente com todo o zelo e carrinho para a psiquiatria às 9 e tal da manhã de segunda-feira onde entrei com o pulso a 150 batimentos por minuto o que dá para ver o estado em que estava!
No serviço de psiquiatria não tenho palavras para descrever a forma magistral profissional e humana com fui tratado pela Doutora Paula Pinheiro.
Para além da parte psiquiátrica tiveram imensa atenção á parte cardíaca e refizeram-me analises (tinha o potássio elevado mas entretanto baixou). Na parte cardíaca levaram-me à urgência para fazer um ECG e a Doutora Paula Pinheiro consultou uma colega via telefone sobre o mesmo (visto não ser a especialidade dela) e por fim ela própria atravessou todo um labirinto de corredores e levou-me a um cardiologista na Urgência!
Tratado da parte psiquiátrica a Doutora Paula Pinheiro não me queria dar alta sem ter certeza absoluta que a parte cardíaca estava bem!
Apesar de ainda ter o pulso a 105 o cardiologista achou o ECG bem e foi no gabinete dele que a Doutora me receitou os medicamentos que me permitem estar aqui hoje a escrever isto.
Foi aí que me deu alta perguntado se eu sabia o caminho da saída que infelizmente já conhecia relativamente bem.
E foi às duas e tal da tarde que um Jorge Branco extremamente fraco e cansado mas feliz saiu pela urgência do HDS mais convicto que nunca que a saúde não é um negocio, a detestar mais que nunca a medicina privada, os hospitais privados, os seguros de saúde e quem trata um doente como um cliente e não como paciente!
Mas foi também um novo Jorge Branco que saiu do HDS a amar mais que nunca os excelentes profissionais do Serviço Nacional de Saúde e a defender com unhas e dentes um Serviço Nacional de Saúde gratuito de qualidade e para todos.
E não me venham dizer que não há dinheiro! Porque privatizaram a GALP, EDP, TELECOM empresas que podiam encher os cofres do Estado em vez dos bolsos do grande capital? E isto é só uma pequena ponta deste enorme monstro que é este estado capitalista abjecto!
Vi tanto sofrimento humano mas também tanto profissionalismo que saí diferente do HDS.
Posso dizer que saí do HDS mais comunista que nunca.
E não posso esquecer que até uma sopa do almoço dos funcionários do Serviço de Psiquiatria me deram pois eu não comia desde o almoço de domingo ( e onde comi muito pouco pois tremia por todos os lados) tirando um pequeno pacote de bolachas que uma senhora que também foi a uma consulta de urgência no Serviço de Psiquiatria me deu. É tão linda a solidariedade humana!
Neste período negro da minha vida em pouco tempo perdi 8 quilos eu que pesava 58 para 1.62 de altura e agora ando nos 50 senão mesmo nos 49 quilos.
Enfim quem disser mal do Hospital Distrital de Santarém na minha frente ganha um inimigo para a vida toda!
VIVA O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE! VIVAM OS SEUS PROFISSIONAIS ABNEGADOS, COMPETENTES E HUMANISTAS!
MORTE À SAÚDE COMO UM NEGOCIO! MORTE AO CAPITALISMO.
Dêem meios e invistam num Serviço Nacional de Saúde com profissionais competentes e deixem-se de tretas!
Não estou bem, não estou curado, mas estou extremamente melhor e isso devo-o à maneira como fui tratado. Não sei se estaria aqui hoje se não fosse o excelente profissionalismo de uma quantidade de homens e mulheres mal pagos, com falta de meios, mas que exercem com profissionalismo e brio as suas funções.
Vale muito mais um simples funcionário auxiliar do HDS que qualquer ministro!
E já agora podem dizer que não tem nada a ver com isto mas para mim e para muitos tem tudo: VIVA O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS!
Estou na luta por mim, pelos outros, pela humanidade e por um mundo melhor mais justo humano e igualitário onde valha a pena viver e ser feliz!
Não deixo aqui um obrigado a todos mas deixo um abraço fraterno e solidário a todos os que me trataram, a toda a minha família, e aos meus amigos.
VIVA O HOSPITAL DISTRITAL DE SANTARÉM!

Nota: (escrito com o coração)
Jorge Branco.