quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O PRÉ-MARATONISTA!


Ser pré-maratonista é quando alguém se assume como candidato a correr os míticos 42,195 km e se lança na “longa” jornada que o levará a cortar a meta da sua primeira Maratona!
É um passo fundamental e marcante na carreira de qualquer corredor.
Quando alguém se assume como candidato a finalizar uma maratona, a partir desse dia nada mais será igual a nível dos treinos.
A partir de cabalmente aceite e interiorizado o desafio, o atleta terá toda a sua atenção focada no objectivo de completar a maratona.
Durante alguns meses, toda a sua vida estará canalizada nesse grande objectivo e o mesmo afectará todo o dia a dia do atleta, mesmo a nível pessoal.
Será toda uma preparação não isenta de luta, sofrimento e até, por vezes, algumas angústias com os obstáculos que se colocam inesperadamente no caminho.
Mas quando o grande dia de partir para a Maratona chegar, essa será a parte mais fácil, pois o mais complicado não é correr a maratona mas sim treinar para ela!
Umas vezes o treino para a maratona sai todo certo, conforme o planificado, outras vezes o destino atravessa-nos obstáculos pelo caminho que parecem ser insuperáveis.
Por vezes parece que tudo se conjugou para termos o pior cenário possível para a preparação da nossa primeira maratona.
Mas com perseverança e determinação a gente chega lá!
É por isso que acredito que um grande amigo meu, pré-maratonista, em Dezembro irá levar a sua corrida a bom porto.
Força campeão, que não há ventos e nem marés que te derrubem!
*Foto retirada do Facebook da Revista Spiridon*

domingo, 26 de agosto de 2012

CHEGARAM AS ANTI – PROVAS!

Sempre defendemos que quando há algum motivo que nos faz discordar com a organização de uma prova ( o preço da inscrição na mesma: só para dar um exemplo) a solução passa por não alinhar na prova e nunca por participar na mesma sem dorsal.
Podemos argumentar que a ruas são livres, que não usamos os abastecimentos, nem usufruímos dos serviços de cronometrarem, nem recebemos as ofertas inerentes à participação na prova e não somos abrangidos pelo seguro, mas as coisas não são bem assim.

Ao participarmos numa prova sem dorsal estamos a usufruir da marcação do percurso, do policiamento e segurança do mesmo para alem de todo o ambiente que envolve uma prova. Até mesmo dos serviços médicos, pois se nos acontecer algo, certamente, que não será o facto de  não termos dorsal que nos impedirá de sermos socorridos
São tudo serviços que a organização teve de pagar e que nós vamos usufruir gratuitamente.
Ao participarmos numa prova sem dorsal é como se não quiséssemos pagar a entrada em determinado espectáculo mas arranjássemos uma maneira de assistir, mesmo que parcialmente, ao mesmo.
E isto é tão ou mais verdade que o corredores podem perfeitamente correr no percurso da prova noutro dia qualquer, mas escolhem precisamente o dia da mesma, porque sabem que tiram vantagem disso e que tudo é muito diferente de um treino solitário.
Por tudo o que atrás expomos é que não podemos concordar que um determinado grupo de corredores organizados no Facebook pretendam fazer um evento no dia da URBAN NIGHT RACE, em Lisboa, e que é em tudo uma cópia desta mesma prova, muito provavelmente até se misturando com os participantes da mesma.
Não poderemos enquadrar isto numa “prova pirata”, porque isso são treinos organizados que em nada colidam como uma prova oficial.
Estamos em presença de algo novo que poderemos chamar de anti – prova!
Podemos concordar ou não com os organizadores de determinado evento, achar o mesmo caro (e isto do preço de uma corrida era assunto que dava pano para mangas) mas respeitamos quem está a fazer o seu trabalho e não nos tentamos aproveitar dele com argumentos mais ou menos delirantes.
Não concordam com as condições de uma prova? Muito bem. Ninguém os obriga a ir.
Querem fazer um treino no percurso da prova? Certo. Façam isso mas não dia da prova.
Corram por sua conta e risco sem terem uma prova devidamente organizada por perto (e provavelmente correndo dentro dela de graça) e vão ver se é a mesma coisa!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DESPORTEX!

Quis um enorme acaso do destino que eu encontrasse os sapatos com que corri a minha primeira prova (1º Grande prémio Internacional do Circulo de Leitores – 26 de Março de 1981).
Perdidos dentro de um saco de plástico, numa casa da família, estavam os “Desportex” azuis, que “milagrosamente” me levaram a concluir aqueles 14 quilómetros da minha primeira prova sem lesões!
Dizia-me a minha mulher: Estão ai uns “ténis” para levares para o lixo, deviam ser do teu primo!
Não eram! Pela marca e o estado de degradação (a borracha da sola apodreceu e tornou-se “amovível”!) verifiquei serem os Desportex.
E antes de irem para o lixo foram fotografados para a posteridade!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ESTAMOS DE LUTO


Samia Yusuf Omar, 25 de Março de 1991 - Abril de 2012

Mais informações clique aqui ou aqui.

domingo, 19 de agosto de 2012

FEITO NUM 28!

Nasci em Lisboa, onde vivi até aos 30 anos, antes de me “exilar” aqui, no meu Ribatejo adoptivo!
Gosto da minha cidade, em particular das madrugadas tranquilas, sem a agitação das grandes metrópoles.
Amo os bairros antigos de Lisboa, as suas sete colinas, as calçadas que parecem querer mergulhar no Tejo, meu amigo de sempre.
De já há algum tempo a esta parte germinou um sonho, uma mania, ou talvez um grande maluquice, nesta minha pobre cabeça: fazer um treino de ida e volta no percurso da carreira do eléctrico 28.
O eléctrico 28 é uma carreira emblemática de Lisboa, que passa em lugares carregados de história e paisagem únicas da minha cidade.
Carreira conhecida nos circuitos turísticos internacionais e muito procurada pelos estrangeiros que visitam Lisboa.
Em vésperas da Meia Maratona de São João das Lampas, achei que era altura de ir fazer o percurso do 28 e enfrentar algumas belas subidas e descidas.
Às 8:11 da manhã cheguei a Santa Apolónia, onde o Egas me esperava. Já tinha acabado de me equipar no comboio e estava pronto para ser largado do Martim Moniz, para mais um loucura!
Definimos a estratégia, os pontos de passagem, boa sorte e ai vou eu em direcção à Rua da Palma / Almirante Reis.
Não começou bem o treino, porque umas obras fizeram com que deixasse de existir passeio e fui obrigado a correr num espaço em que não cabia eu e o eléctrico! Felizmente naquele pequeno troço não passou nenhum!
No começo desta aventura sentia-me um bocado estranho, desambientado e nervoso, mas havia de passar e entrar em velocidade de cruzeiro.
Depressa a Almirante Reis ficou para trás e começa a primeira escalada da jornada, até Sapadores.
Com pouco movimento nas ruas, correndo umas vezes no empedrado, outras tendo que fugir para os passeios, lá vou trepando até Sapadores.
Em Sapadores o primeiro encontro com o meu apoio e toca a seguir para a Graça.
Chegando á Graça há que passar a essa grande instituição que é a Voz do Operário e até chegar a Baixa não tem nada que saber: é quase sempre a descer.
Temia atravessar as inúmeras perpendiculares da Rua da Conceição, mas nunca fiquei sequer retido num semáforo!
No fim da Rua da Conceição começa mais um “prémio de montanha”! Toca a seguir até ao Largo do Chiado, ao  Camões e ao Calhariz.
Não foi fácil:  o calor (para o que estou habituado) já apertava, mas lá se foi trepando.
Chegado ao Camões, onde estava o Egas mas não estava a água (problemas de comunicação!).
Mais à frente encontro (combinado) com outro tio que mora ali perto: vou a tempo de um breve cumprimento e lhe perguntar se não tinha vergonha de ter um sobrinho tão maluco?!
Depois foi descer ao Poço do Negros e enfrentar a Calçada da Estrela.
Aqui foi a parte pior da jornada, com o calor e algum cansaço a complicar as coisas: perguntava-me como iria conseguir fazer o regresso.
Largo da Estrela e finalmente vários copos de água!
Dali foi um “pulo” até ao cemitério dos Prazeres (ainda com a subida da Domingos Sequeira e que bem me souberam aquelas árvores!).
Nos Prazeres mais água, um foto junto ao eléctrico e toca a voltar para o Martim Moniz!
Comecei a ver as “coisas” nestes termos: descer até ao São Bento, subir ao Chiado, descer à rua da Conceição, trepar até à Graça, descer para a Almirante Reis e está feito! Mas saíram-me as contas furadas, porque um pouco à frente do Miradouro de Santa Luzia, em vez de virar para as Escolas Gerais, segui uma linha de eléctrico desactivada e fui parar mais cedo no Martim Moniz (bem me parecia que não conhecia aquela descida, mas como era a descer...).
Lá tive que voltar para trás e subir mais um bocado, o que nem fez mal nenhum.
Quando cheguei ao Largo da Graça sentia-me bem e vi que dali até ao final era fácil!
E quando me vi de novo no Martim Moniz, ainda resolvi seguir para Santa Apolónia e lá chegando fiz mais umas “brincadeiras” para atingir os 20 km e ainda apanhei uma subida valente e uma descida por uma escada!
Estou feito num 2(8).
Mas a coisa é para repetir!


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

UMA AVENTURA PELAS AREIAS…

Por: Carla André


Tudo começou no  dia 5 de Dezembro… No dia 4 de Dezembro tinha completado a minha primeira maratona, foi emocionante conseguir alcançar o meu objectivo e pertencer ao estatuto de maratonista! Que orgulho…
No entanto o ser humano é insatisfeito por natureza  e aquilo que me preencheu no dia 4 deixou de me preencher no dia 5, e quando acordei pensei, qual vai ser o proximo desafio?
Levei algumas semanas a pesquisar, pelo meio fazendo uns treinos curtos para relaxar da maratona até que algum tempo depois o cliq deu-se.. a UMA seria muito interessante!
Entretanto no início do ano fiz os meus primeiros treinos com o PR, grupo que conheci pessoalmente  apesar de já pertencer virtualmente há algum tempo.
Expressei logo a minha próxima intenção o que tornou o tema ‘areia’ e Carla André, verdadeiros sinónimos.
Todos os treinos onde existia areia, por poucos metros que fossem, todos diziam, olha a areia para a Carla treinar!
Para muitos era brincadeira mas para mim a intenção era muito real. Li muito sobre a prova, conselhos, experiencias, ouvi as mais diversas opinioes, ouvi varias vezes comentarios de que não deveria fazer, más experiências, boas, etc.. Tive ao meu lado as mais diversas opiniões, não faças, vais ficar com uma lesão para o resto da vida, nunca mais vais poder correr, é perigosíssimo… mas srs, eu não vou para a 2ª guerra mundial!! A prova repete-se todos os anos, muitas pessoas repetem, será assim tão má? Era concerteza um misto de preocupação com um misto de inveja pela coragem e loucura, só podia.. mas como é obvio nada me demoveu, sou de natureza teimosa e só creio nalgumas opiniões depois de as compovar por mim própria!
Nunca fui dependente de ninguém para entrar nos meus desafios por isso segui em frente, continuei a estudar tudo a que respeita à prova, a decisão ainda não estava a 100%....
Comecei por incluir areia nos meus treinos regulares, tenho a sorte de morar junto às praias da linha portanto era facil fazer umas pequenas incursões ao areal, gostei da ideia!
Para cimentar a minha decisão a 100% inscrevi-me na prova meia maratona da areia que se realizou a 06/05. Engraçado que algumas pessoas consideraram já na altura que iria efectivamente para a 2ª guerra Mundial por se tratar de 20km na areia. Efectivamente pelo que li parece que a Natureza nos brindou com um verdadeiro tapete de areia neste ano, adorei a prova, sai de lá maravilhada e a imaginar o extenso areal de Melides! Mal sabia eu que o areal de Melides era tão mais fofinho, o que não era necessariamente muito bom…
Cheia de auto confiança resolvi no dia 20/05 ir verificar o local do crime, Melides! Ora bem, o que por lá encontrei deixou-me verdadeiramente preocupada. Decidi que iria efectuar o primeiro treino longo em areia de cerca de 20 km (hoje esta ideia dá-me vontade de rir). Quando lá cheguei a vontade tornou-se pequenina e só consegui uns miseros 5km… os pés enterravam-se até ao outro lado do planeta… pensei… se 5km foram um tormento, como serão 43? Mas como encontro sempre justificação para algo que corre mal a palavra foi, estava muito vento, maré cheia, pescadores a impedirem-me a passagem, gaivotas, etc… no dia 22 de Julho não vai estar assim, portanto, siga em frente!
Em Junho iniciei os treinos mais longos e juntamente com os ‘UMA’ do PR combinamos umas sessoes de preparação para o grande dia! Dia 07/06 tínhamos combinado ir juntos fazer um treino longo de 30km na Costa da Caparica. Desencontrá-mo-nos e não consegui iniciar com o grupo, então como sou corajosa parti sozinha rumo à Lagoa de Albufeira no sentido de fazer os 15km para lá e 15km para cá. À ida cruzei-me então com a malta UMA e percebi que tinha estado à espera em vão, mas ali vou, uns mais e outros menos incrédulos de que sozinha não iria conseguir terminar o 1º grande treino.
Mas como costumo dizer que a mente é muito mais forte que o corpo, lá terminei o primeiro treino de 30km com sucesso! Confesso que tive mais dores no fim deste treino do que no fim da Maratona de LX! Muito duro!
Mas enfim, um banho de água gelada quando cheguei a casa e estava pronta para outra.
Dia 20/06 encontrava-me de férias e como o tempo é difícil de ocupar (piada) resolvi ir até à costa, não, não fui apanhar solinho e tomar banhinho, decidi fazer mais um treino longo de 30km! E lá se fez mais um treino com sucesso. Já estava calor.. as pessoas na praia a pensar, o mundo está perdido, que faz esta menina com meias tipo ‘pipi das meias altas’ mochila as costas e a correr! Será que fez alguma promessa? Os pescadores metiam-se comigo a brincar e diziam, a praia acaba já aí menina, mal sabiam das minhas intenções de fazer 30km.  Foi doloroso mas com uma boa sensação quando se termina. Eu só pensava, se 30 são tão dolorosos como serão 43? Mas efectivamente o poder mágico do dorsal que colocamos no dia da prova dá-nos uma força que não sabemos de onde vem.
Dia 30/06 a malta juntou-se toda para ir fazer a tão engraçada prova das fogueiras em Peniche. Foi um final de dia bem passado e uma prova espectacular a repetir. Neste fim de semana alguns UMALUCOS desafiaram-me a fazer também um treino longo na manhã seguinte à corrida das fogueiras. Considero que foi a maior loucura que fiz! Nesse Sábado cheguei a casa por volta das 2h e as 8h já estava fresquinha na Costa da Caparica, ansiosa por testar novamente aquele areal. Mas estávamos em Julho, o calor já apertava muito, maré cheia.. Foi o mais duro treino mas o que mais me ensinou. Levei apenas 1l agua, tive de parar a meio para abastecer num simpático bar no meio da praia. Foram fabulosos pq até pedras de gelo me colocaram na mochila, tal deveria ser o meu ar de calor! Foi o treino mais real que fiz e que me fez sentir o verdadeiro peso da prova que me esperava. Nesse dia resolvi que a mala deveria ser de pelo menos 2litros, o chapeu era importantissimo, a cobertura para os ténis tbm era imprescindível. Foi o VERDADEIRO Treino! Somei então nesse dia 120km de treinos em areia… 
E faltavam apenas alguns dias para o grande dia. Fui suavizando os treinos até porque estes últimos tinham-me desgastado provocando algumas dores.. considerava-me preparada, física e psicologicamente!
Dado que tive contacto com muitas pessoas que já tinham passado pela aventura fui aconselhada a dormir em Melides de Sábado para Domingo no sentido de poder descansar o maximo possível e assim fiz. O facto de termos decidido ficar numa ‘maravilhosa’ caravana no Parque de Melides fez-me uma súbita vontade imensa de lá sair e correr disparada para Tróia! Mas foi a melhor decisão tomada!
Na noite anterior jantei  um saudavel peixe num dos restaurantes virados para o local do crime, já se sentia um pequeno nervoso miudinho. Estava ansiosa por iniciar, o que vier vem, hei-de acabar! Mas nunca é certo que se acabe porque todos os anos há desistências. Penso que principalmente por terminar a água e quando o calor aperta é impossível continuar.
Na manhã de 22/07 acordei fresquinha e ansiosa por começar a grande aventura!! Preparei tudo metodicamente para não me esquecer de nada que naqueles 43kms me fizesse falta. Tomei nota de tudo num papel, o que tinha de levar e colocar para nada falhar. Vaselina, chapéu, protector solar, gelo no saco da agua, spray para as dores (deu jeito mas dizem que não devia!), barras, fitas para apoiar o músculo da perna direita que não estava 100%, GPS (obrigatório para gerir o tempo/distância) e, aquilo que não pode nunca faltar, música, música que escolhi religiosamente para o dia! No meu mp3 normalmente podemos encontrar de tudo, para todos os gostos e momentos da corrida! 4GB de festa!!
Levantamento dos dorsais, pequeno convívio e um nervosinho que já não era pequenino… Tiro de partida, e começou aquilo porque ansiava há alguns meses..
Os primeiros km’s são simplesmente horríveis, pensamos de tudo, mas como vou fazer 43km assim!!? Mas depressa me vieram as importantes palavras de quem já tinha feito em que diziam que após 5km do inicio a areia melhorava. Esta melhoria veio foi tarde de mais e penso que só ao 10º melhorou, ai conseguir criar um ritmo mais certo durante cerca de 20km…
É engraçado que depois durante a corrida vamos trocando impressões com outros atletas e que nos vão dando força, no fundo o nosso destino é todo o mesmo!
As pessoas na praia iam aplaudindo a coragem destes atletas de desafiar o calor, carregados com mantimentos, água, excesso de roupa (comparativamente com os bikinis!).
Ao km 28 lá nos deram 1 litro de água que na minha opinião deveria estar mais fresquinha, ou talvez estivesse e com o calor que tinha nas mãos levou a que aquecesse em 2 segundos. Dado que estava bem resolvi continuar a correr com as garrafinhas na mão, aproveitar enquanto as pernas respondiam… sabia que para a frente ia ser muito pior! Passado uns km’s as maravilhosas garrafas já me chateavam nas mãos até porque não me permitiam mudar uma balada que entretanto passava no mp3 e o q precisava naquele momento era de algo mais ‘pesado’ para tentar acompanhar o ritmo! Doping musical!! Admiro muito as pessoas que conseguem correr sem musica…
35…36… 38…. Está quase, estes são mesmo os derradeiros e duros kms..o verdadeiro teste da prova. De repente senti como se o meu pé se tivesse rasgado ao meio de tanto esforço… depois pensei um pouco, 2 segundo no máximo, e, afinal deveria ser uma bolha, digo, BOLHA! Imagino como estaria a minha querida planta do pé… até tive medo..naquele momento arrependi-me de não ter posto vaselina em todo o pé e não ter colocado uns pensos que comprei de propósito para a prova mas que antes dela achei que faziam mais falta em casa… fica a lição… Durante a prova consegui evitar molhar muito os pés mas quando entrava água aquela grande bolha acordava e as dores eram muitas! Como ardia…
A agua entretanto já estava morna e tinha a sensação que estava a acabar…cheguei ao km 40 a pensar que estaria no 41… uma falha tecnológica terrível, 1km fez muita diferença. A partir daqui comecei a sentir a verdadeira dureza da prova!!! Sede e calor conjugado com falta de agua = vontade de beber água do mar… quem lê isto pensa que é mentira mas experimentei essa sensação, ela estava ali ao lado tão linda e tão fresquinha… e tão cheia de sal! O que vale é a lucidez da teoria que protegeu o desespero… foram 3km que valeram por 10, tive a sorte de ter a companhia final de um atleta que me fez companhia nestes 3 km e que me distraiu do facto de estar sem água, estarem mais de 30 graus, dores nos pés, na bolha rebentada… e comecei a ver algo ao longe que se assemelhava à meta… dado que na altura já estava a andar mais que a correr, pensei que teria que fazer o ultimo a correr e lá fui eu,nunca mais acabava… Começo então a ver imensa gente aglomerada a gritar, fotos, gritei, gritei e tive muita gente a gritar comigo, e tinha chegado à meta!! CONSEGUI ACABAR A UMA!!! A sensação é única de quem por aquela meta passa, são muitos meses a imaginar aquele momento que ali termina,o poder da mente ajudou-me a ali chegar!! Estava muito muito feliz e ainda hoje esse momento me vem à cabeça dando-me uma enorme lição de vida de que quando queremos muito algo e lutamos conseguimos!
Obrigada ao Hugo (que obriguei a dormir numa caravana uma noite!), ao Heitor, ao Miguel Pinho, ao Carlos, ao Rui Julião, ao António Correia e ao José Simões por acompanharem de perto e com muito apoio esta minha grande aventura!!
Mais um sonho concretizado, uma prova única, qual será o próximo?
Termino entao este enorme ‘testamento’  com esta frase que li, gostei e partilho:
‘Nunca deixem que os vossos medos sejam maiores que os vossos sonhos!’ 

domingo, 12 de agosto de 2012

ATÉ DAQUI A 4 ANOS!


Terminaram os Jogos Olímpicos!
Como escreveu, magistralmente João Lima, no concerne à participação Portuguesa, está na hora dos, dos “entendidos” proferirem os últimos as últimas asneiras e hibernarem durante mais quatro anos (é pena que não seja para sempre!).
Talvez alguns não hibernem e se voltem para a nova temporada (dizemos temporada e não época propositadamente)  de futebol que está ai à porta e que fiquem lá muito bem!
Entretanto durante os próximos quatro anos os atletas Portuguesas continuarão a trabalhar, arduamente, e a lutar por resultados que dignifiquem o nosso pais.
Continuarão a participar em grandes eventos, e alguns, a obter excelentes resultados.
Continuarão a trabalhar pela dignificação do desporto nacional mesmo estando a anos luz das condições que têm os atletas de muitos outros  países.
Durante os próximos quatro anos  continuara-se a desinvestir no desporto escolar (qualquer dia não se pode desinvestir mais que ele torna-se inexistente).
Continuara-se a tornar a pratica desportiva cada vez menos acessível e a formar-se gerações de obesos logo deste o jardim de infância.
As políticas desportivas de quem nos governam continuarão a ser a miséria a que estamos habituados mas, ai Jesus!, não se pode mistura a política com desporto como se isto não estivesse tudo ligado e um pais não tivesse o desporto que os seus governantes querem!
A massificação do desporto em Portugal continuara a ser uma miragem.
Enquanto tudo isto os “entendidos do costume” continuarão a hibernar.
Mas nós corredores de pelotão, continuaremos, teimosamente a correr e a continuar bem acordados.!
Continuaremos a correr mesmo quando uns sapatos começam a ter preços proibitivos para muitos atletas de pelotão que cada vez vem seu orçamento mais magro (quando ainda tem orçamento). Continuaremos a correr quando muitas vezes nem acesso temos a um medico de família quanto mais a um especialista em medicina desportiva.  
Daqui a quatro anos os “especialistas do costume” vão ser acordados pelos Jogos Olímpicos. E ainda meio estremunhados vão começar a dizer os disparates habituais sobre a participação Portuguesa no evento.
Lá vão fazer a exigência do costume e pedir medalhas e resultados. De tanto terem hibernado devem pensar que acordaram noutro pais, que não em Portugal, um pais desenvolvido em que o desporto seja uma realidade!
Mas esperemos cá estar daqui a quatro anos para os ouvir e sorrir pois tanta estupidez só se pode aturar com um sorriso.
E daqui a quatro anos o nosso amigo João Lima já será ultra maratonista e cá vai estar com a sua escrita, sempre acertada e perspicaz, a escrever sobre os “entendidos”!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

TRILHOS DE MONSANTO: ATÉ PARA O ANO?

A chamada crise, provocou a primeira baixa no Circuito Nacional de Montanha, com o cancelamento dos Trilhos de Monsanto, mas nunca será demais referir que, para nós, ela é o resultado de anos e anos de políticas erradas, baseadas na exploração dos que trabalham e que teve como consequência as crescentes desigualdades sociais de que somos vítimas, em todos os aspectos sociais da actividade humana, incluindo o direito à prática desportiva.
A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, viu-se assim sem recursos financeiros para manter esta prova no seu plano de actividades para o ano de 2012.
Infelizmente, desde que se começou a organizar um circuito de provas de montanha em Portugal, no já longínquo ano de 1995, que temos visto desaparecer muitas das hoje designadas provas de trail.
Felizmente outras provas tem nascido dentro desse mesmo circuito e, de certa maneira, uma coisa compensa a outra.
Mas esta compensação é só relativa, pois perderam-se algumas excelentes e míticas provas.
Mas tudo isto é relativamente normal dentro de um circuito de provas que conta muito com apoios autárquicos e outros apoios e vontades locais, que se vão alterando ao longo dos anos.
Os Trilhos de Monsanto era uma prova já com um certa longevidade e maturidade dentro do Circuito Nacional de Montanha, com as suas 10 edições já efectuadas.
Era uma prova especial, na medida que trazia a prática do Trail para o centro de Lisboa, região que conta com um grande número de praticantes da corrida.
Pela sua localização e  acessos extremamente facilitados, atraía imensos corredores e mesmo estreantes nesta fascinante vertente do nosso desporto preferido, que é a corrida fora da estrada, em trilhos mais ou menos acidentados, mais ou menos técnicos, com uma maior ou menor altimetria associada.
Podemos dizer que os Trilhos de Monsanto eram uma montra do Trail, na altura do ano em que uma prova de montanha “descia” até Lisboa e se tornava visível e acessível a um grande número de corredores.
Mas se estamos a falar no passado queremos falar no futuro!
Está não pode ser mais uma prova que desapareceu do calendário nacional!
Queremos, desejamos, que para o ano ela volte a animar o pulmão verde de Lisboa!
Esperamos que a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, que tanto apoiou e ajudou a crescer esta prova durante longos anos, a consiga ajudar a pôr-se de pé novamente em 2013 os Trilhos de Monsanto. E temos quase a certeza que é também vontade e desejo do executivo daquela Junta de Freguesia.
Mas se for de todo impossível á Junta da Freguesia de São Domingos de Benfica voltar a apoiar esta prova, esperemos que outros apoios “se cheguem à frente”.
Sabemos que os tempos são difíceis (pelo menos para a maioria) mas se é possível organizar provas de Trail em regiões tão remotas e com tão pouco poder económico, não se conseguirão apoios para organizar uma prova em pleno centro de Lisboa?
Os Trilhos de Monsanto têm tudo para ser uma grande prova!
Esperamos, igualmente, que a Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada tenha em atenção a particularidade e especificidade desta prova e “”vá à luta” no sentido de conseguir condições para que os Trilhos de Monsanto voltem em 2013. Não se pode esperar que as coisas “caiam do céu”!
Soluções para o emagrecimento do orçamento desta prova, de modo a torna-la mais viável, não cabem neste texto.
Até porque estamos na presença de um circuito com regras próprias, a que todas as provas obedecem, e não se pode alterar essas regras individualmente, prova a prova.
Uma nota final: pese embora este blogue dê apoio, a nível de divulgação, ao Circuito Nacional de Montanha,  este texto é apenas uma opinião pessoal e nada tem a ver com os organizadores do referido circuito.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

DEPENDÊNCIAS DIGITAIS!

Correr é dos actos mais simples e livres que pode haver.
Em teoria correr é um acto que pode dispensar qualquer tecnologia.
Claro que da teoria à prática vai um grande distância e quase todo o corredor não dispensa uns bons sapatos e só nós pés coloca uma enorme tecnologia e lá vai aquela imagem romântica de alguém a correr livre e solto em perfeita comunhão com a natureza.
Agora com o advento da tecnologia electrónica o corredor criou um “monte” de “dependências”: o GPS (com ou sem monitor de frequência cardíaca), os telemóveis, os IPOD’S, os sapatos com “sensores”, eu sei lá!
Confesso que sou um bocado “apanhado” pela electrónica!
Gosto das “maquinetas” e da sua tecnologia implícita, de explorar as suas funções, de as usar ao máximo!
Mas a “troika” refreou-me as apetências electrónicas e, quase, parei no tempo em termos tecnológicos: o meu telemóvel tem bem mais de uma meia dúzia de anos (mas também não sou daqueles que conta toda a sua vida em público com longas conversas ao telemóvel nos locais mais inusitados), os computadores de onde “sai” o Último Quilómetro quase que trabalham a querosene (isto quando querem trabalhar!), IPOD’S e essas “coisas” nunca me passaram pelas mãos.
Mas no que concerne à corrida tenho um “vício”, uma “paixão”. O meu velhinho GPS (sem a função de monitorização cardíaca) que nas poucas provas a que vou deve parecer um “bacamarte” comparado com a elegância e “sensualidade” dos novos GPS, que cada vez se assemelham mais a um vulgar relógio (e não me perguntem a horas quando estou equipado com ele que o rapaz cumpre essa função mas só andando às “voltas” com os menus!).
Mas gosto do meu GPS caramba! Adoro ter uma noção quase exacta da distância que corri, ver a média que fiz (cada vez mais lento!), descarregar os dados para o computador, ver num mapa por satélite por onde andei (adoro ver os mapas, confesso!).
Muito mais funções poderia explorar no meu velhinho GPS mas o dono já não está para grandes e científicos treinos (que o esqueleto já não dá!).
Se poderia viver sem GPS? Poderia mas não era a mesma coisa!
Quando corria alguma coisa de jeito (é difícil acreditar mas já corri alguma coisa!) não havia GPS’s, nem em sonhos, e não era por isso que se deixava de treinar e bem!
Mas que o GPS é um grande auxílio e uma ferramenta muito útil, lá isso é. Todavia é um complemente ao treino e nunca um treinador pessoal, como alguma publicidade querer fazer crer. Quem já teve um treinador sabe bem distinguir entre as duas coisas!
Mas resumindo, ir correr sem GPS, com um simples relógio com cronómetro, da maneira que fiz tantas centenas e centenas de quilómetros, é algo para mim, de absolutamente estranho e absurdo. Estou mesmo viciado em GPS!
Em face do que atrás escrevi podem imaginar o susto que apanhei quando ontem meu “amigo” GPS se “finou”, em plena operação de carregamento das baterias.
Liguei-o ao computador, via porta USB, começou a carregar, tirei os dados para o computador, tudo normal, e quando fui ver tinha perdido a indicação de baterias a carregar ou carregadas e não ligava!
Tinha “pifado”
Tentei várias vezes com o carregador da rede eléctrica e nada. “Mortinho da silva”!
Tentei várias “manobras de reanimação” e nada!
Comecei a pensar em termos de o mandar reparar, mas pelo preço de uma reparação que já tinha sido feita (e que no fundo foi a troca do GPS por outro igual) já não compensa e ainda por cima é um modelo que julgo já não existir.
Não fosse a “troika” e a solução seria fácil a compra de uma novo! Mas o mar não está para “peixe”! Enfim vi a situação “preta” e comecei mesmo a fazer contas ao preço dos novos modelos e como iria fazer.
Fui-me deitar nesta angústia. Pois o vício tecnológico implica estes estados, em caso de perda!
Eu não iria deixar de correr por mão ter GPS, não iria começar a correr mais devagar, nem mais rápido, pouca mudaria para além de um grande desconhecimento em relação aos dados do treino efectuado e o ter de recuar a métodos do século passado para obter algumas conclusões sobre o treino que tinha feito (e eu até sei alguns desses métodos, não só da geração que aprendeu a correr com GPS!).
Mas fui dormir com a “secreta” esperança num “milagre”.
Já não seria a primeira vez que o GPS “ressuscitaria” no dia a seguir (mas também já uma vez “morreu” definitivamente).
Hoje saltei da cama, e meio estremunhado, fui logo ver o GPS!
Liguei-o à porta USB e nada de indicação de baterias a carregar.
Experimentei ligar o GPS como se fosse para o treino e ele deu um ligeiro sinal de vida!
Bem a situação está melhor que ontem, pensei! Já reage alguma coisa mas deve estar todo descarregado!
Então tentei “reanimá-lo” com o carregador de ligar a rede eléctrica (coisa que ontem tinha tentado inúmeras vezes sem sucesso).
ALELUIA, ALELUIA, “MILAGRE”! O “rapaz” saiu de coma! Já tem a indicação de BATERIAS A CARREGAR!
Agora está aqui ao meu lado e continua a carregar, e eu feito parvo a olhar, como se fosse um filho que está a soro!
Só não vou acender velinhas porque, alem de não ser nada dado a devoções, nunca me esqueço que foi assim que uma vizinha minha largou fogo à casa e além disso não sei se os GPS’s têm algum santo padroeiro. Alguém sabe?
Por uma coisa tão simples, um GPS que parece estar a ressuscitar, escrevi um texto enorme, que ninguém vai ler!
Mas estou feliz! Quero desabafar!
Já vi gente escrever muito mais por muito menos!
Também tenho direito!
Bolas! Às vezes um blogue também serve para lavar a alma!
Até que não a lavo muito por aqui, mas hoje foi limpeza completa!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

TRILHOS DE MONSANTO - PROVA CANCELADA



Ex.mos Senhores,
Vimos informar que apesar da iniciativa estar prevista no Plano de Atividades para o ano de 2012, infelizmente e, por razões de ordem financeira, não vai ser possível este ano ao Pelouro do Desporto da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica colaborar com a Terras de Aventura na organização da 11a edição dos Trilhos de Monsanto - Lisboa Verde. Facto que muito lamentamos.

Com os nossos melhores cumprimentos,

O Vogal do Pelouro

António Gonçalves

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

FORÇA AMIGO!


O conceito original de um blogue julgamos que seja um género de diário público onde expomos o que nós vai na alma, as agruras e os momentos felizes da nossa vida.
Trata-se de um escrita muito pessoal e intima, centrada no que terá interesse em primeiro lugar para nós próprios e  em segundo lugar para os que nos são queridos.
Aqui no Último Quilómetro sempre temos tentado fazer um blogue mais virado para o colectivo abordando temas relacionadas com a corrida e de interesse geral para todos.
Tentamos inclusivamente que outros amantes da corrida que não tendo espaço próprio  para transmitir as suas ideias, mas que gostem de o fazer, usem esta “casa” como sendo, também, sua.
Mas por mais que este blogue se vire para o colectivo, e mais não faz nesse sentido porque se torna muito difícil obter mais colaborações, tem sempre uma componente mais intima e pessoal que tem tudo a ver com os sentires de alma dos dois coordenadores deste espaço.
Hoje o que aqui vamos escrever é um desses sentires de alma, “puro e duro” que será apenas dirigido a alguém em particular  e plenamente entendido só por essa pessoa.
Queremos deixar aqui uma canção que dedicamos a um amigo que está a ver os seus projectos desportivos postos em causa por aquelas situações em que a vida é tão fértil quando, de repente, tudo fica de “pernas para o ar”!.
Um grande abraço amigo e FORÇA, que a estrada é sinuosa mas tu chegas lá!
E que nós desculpem os leitores deste blogue por este texto que entra, totalmente, na esfera pessoal e será verdadeiramente compreendido por muito poucos.