segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CORTA MATO?


Começando a treinar em 1980 faria as minhas primeiras provas em 1981.
Tudo começou com o Primeiro Grande Prémio do Círculo de Leitores e pode dizer-se que era uma prova VIP para a época.
Depois teria o prazer de alinhar na primeira edição da Corrida do Tejo.
Na minha terceira participação com dorsal ao peito fui seduzido pelo Corta Mato de Natal, numa organização da Câmara Municipal de Oeiras.
Tudo era novidade para mim no mundo da corrida e tudo me fascinava.
Depois de me ter estreado com os 14 quilómetros do Circulo de Leitores não eram 7 quilómetros de corta mato que me assustavam embora nem soubesse lá muito bem o que era isso!
A prova realizava-se a 5 dias desse longínquo Natal de 1981.
Na noite anterior a prova chovera imenso na região de Lisboa mas isso não era coisa que me preocupasse.
No dia da prova lá nos dirigimos felizes e prontos a saborear mais uma prova para o local onde se desenrolaria a mesma.
Chegados ao local constatámos que a prova se realizava num terreno baldio, junto a uma escola, num percurso delimitado por fia plástica segura por paus e no qual se davam x número de voltas, conforme o escalão a que se pertencia.
O problema é que com a chuva da véspera aquilo era um autêntico lamaçal, igual a um campo lavrado depois de forte chuvada.
Havia atletas com sapatos de bicos a colocar os ditos e nós nem praticamente conhecíamos isso.
Para “melhorar” a situação havia partidas distintas conforme o escalão e a minha seria a última com o terreno ainda em pior estado.
Lá fiz a prova, já não sei quantas voltas, chegando ao ponto de nalgumas curvas me ter que agarrar aos paus que delimitavam o percurso de modo a não me “despistar” pois a lama escorregava tanto que era muito complicado curvar.
E lembro-me uma vez ter enterrado uma perna quase até ao joelho na lama.
No fim, todo “arrebentado” e carregado de lama, havia que ir ao balneário.
Sim, havia balneário! Um enorme charco lamacento onde atletas tentavam, minimamente, limpar a lama das pernas.
Mas ninguém se queixava ou reclamava, os tempos eram outros!
Foi assim que na minha terceira prova alinhei num Corta-Lama.

sábado, 26 de setembro de 2009

MUSICA PARA CORRER E MEDITAR


Aqui vos deixo uma, óptima, musica para correr em dia de meditar.

Tomo a liberdade de a dedicar, em particular, a minha irmã Ana Rita
Um abraço a todos.
Jorge Branco

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CINEMA e DESPORTO


Dedicado aos amigos para quem a Corrida, ou o Desporto, “é a mais importante das coisas secundárias”, mas para quem a Cultura é uma parte importante da vida e nomeadamente a “arte do nosso século”, o Cinema.

Oportunidade para, ao referir filmes onde o Desporto é pano de fundo da história, ou pelo menos é explicitamente referido como constituindo parte significativa da vida dos personagens, falar de obras que ficaram na história do cinema, e, na maior parte dos casos, de que gosto muito.

As referências são por modalidade desportiva.

O nosso ATLETISMO, em “Chariots of Fire” (Momentos de Glória) (1981), do britânico Hugh Hudson, em “The Loneliness of the Long Distance Runner” (A Solidão do Corredor de Fundo) (1981), de um dos mais brilhantes realizadores da geração britânica do “Free Cinema”, Tony Richardson, marido de Vanessa Redgrave, em “Without Limits” (1998), de Robert Towne, autor do excelente “Ask the Dust”, com Salma Hayek e do argumento do filme de culto de Roman Polanski, “Chinatown” e em “Marathon Man” (O Homem da Maratona) (1976), um filme inquietante de John Schlesinger sobre os criminosos nazis que mudaram de identidade, magistralmente interpretado por dois grandes actores, Laurence Olivier e o então jovem, Dustin Hoffman (o nosso corredor).

O AUTOMOBILISMO, com várias obras célebres de grandes cineastas como John Frankenheimer, “Grand Prix” (1966) ou Howard Hawks, este numa obra “maldita” para a crítica, “Red Line 7000” (1965), mas que tem apesar de tudo a marca do grande realizador norte-americano.

O BILHAR, na obra-prima “The Hustler” (A Vida é um Jogo) (1961), de Robert Rossen e no excepcional “remake” de Martin Scorsese, “The Color of Money” (A Cor do Dinheiro) (1986), ambos interpretados pelo grande e saudoso Paul Newman, interpretando dois papéis separados por 25 anos.

O BOXE, um dos desportos mais cinematográficos, deu grandes filmes e algumas obras- primas, como “Ranging Bull” (O Touro Enraivecido) (1980), de Martin Scorsese, onde Robert de Niro interpretava o campeão Jack La Motta, “The Body and Soul” (Corpo e Alma) (1947), de Robert Rossen, “The Boxer” (1997), do conhecido e excelente cineasta irlandês, Jim Sheridan, “Fat City” (1972) do mestre John Huston, “The Champion” (1949), de Mark Robson, “The Night and City” (1992), de Irwin Winkler, “Gentleman Jim” (1942), de Raoul Walsh, “Ali” (2001), de Michael Mann, o relativamente recente filme sobre o boxe feminino “Million Dollar Baby” (2004), de Clint Eastwood, com um belíssimo argumento de Paul Haggis, o realizador do magnífico “Colisão”, e o famoso “Belarmino” (1964), do nosso Fernando Lopes, com colaboração do Baptista-Bastos, que, embora não apareça na maior parte das enciclopédias de língua inglesa, não destoa, antes pelo contrário, ao lado das obras citadas, e que continua a ser uma obra ímpar do nosso cinema.

O CICLISMO, pelo menos no inesquecível “Jour de Fête” (Há Festa na Aldeia) (1942), do mestre Jacques Tati, num dos seus famosos gags, em que o carteiro bate os ciclistas, e uma obra-prima de animação, “Les Triplettes de Belleville” (2002), de Sylvain Chomet.

O FUTEBOL AMERICANO e o BASEBOL, em várias obras excelentes, provenientes dos estúdios norte-americanos, muitas vezes abordando o tema dos ídolos caídos. Três exemplos excelentes são “Heaven Can Wait” (O Céu Pode Esperar) (1978), de Warren Beatty, “Field of Dreams” (Campo de Sonhos) (1989), de Phil Alden Robinson e “The Longest Yard” (1974), de Robert Aldrich.

O FUTEBOL, em “Escape to Victory “ (Fuga para a Vitória) (1981), de John Huston, sobre uma fuga dos campos de prisioneiros nazis através de um jogo de futebol, onde colaboraram estrelas como Bobby Moore, Osvaldo Ardilles, e o brasileiro Pele, que foram dos melhores jogadores de todos os tempos, “Goalkeeper’s Fear of the Penalty” (1971), de Wim Wenders, “O Leão da Estrela” (1947), de Arthur Duarte, uma comédia menor mas a que o público português ainda consegue achar alguma graça, se conseguir esquecer que essa era a pretendida imagem do “ bom povo português”, ideal para aceitar o atraso e a exploração que lhe eram impostos pelo regime político de então, “Meus Amigos” (1973), de Cunha Telles, com a célebre cena do jogo de futebol. E, pela ausência que pesa, “A Melhor Juventude”, de Marco Túlio Giordana, com a famosa cena da deambulação pela Roma deserta à hora do final do Mundial de Futebol, em que a Itália era uma das selecções presentes.

O HIPISMO (ou as corridas de cavalos), com “The Killing” (Um Roubo no Hipódromo) (1956), do mestre Stanley Kubrick, no primeiro e excelente filme de uma obra cheia de obras-primas inesquecíveis e “A Day at the Races” (Um Dia nas Corridas), realizado por Sam Wood, e interpretado pelos Irmãos Marx, com o seu humor muito peculiar.

Os RODEOS, numa das maiores obras-primas do cinema, “The Lusty Men” (Idílio Selvagem) (1952), realizada pelo mestre Nicholas Ray, no que é talvez o melhor papel de Robert Mitchum. Filme visto em plena adolescência, e nunca mais esquecido!

O RUGBY, no famoso e excepcional “This Sporting Life” (O Jogador Profissional) (1963),sobre a corrupção no desporto, do inglês Lindsay Anderson, então um dos jovens irados (angry men) do “Free Cinema” britânico, sendo o argumento do dramaturgo David Storey e produção de outro grande nome do Realismo Britânico, Karel Reisz, o autor de “A Amante do Tenente Francês”, onde Meryl Streep brilhou de maneira inesquecível.

O TÉNIS, com o mítico par Katherine Hepburn e Spencer Tracy, a jovem tenista e o seu treinador., em “Pat and Mike” (1952), uma das deliciosas comédias do mestre George Cukor.

E, por último, sobre os JOGOS OLÍMPICOS, três documentários avultam. Por um lado o da cineasta nazi Leni Riefenstahl, “Olympiad” (1936), que pretendia demonstrar a “superioridade da raça ariana”, que serviu de base a umas das maiores monstruosidades da história da Humanidade, com o Holocausto em primeiro lugar, dos judeus, dos ciganos e outras minorias consideradas inferiores pelos nazis, e cuja visão continua a ser, em minha opinião, repugnante. Por outro lado, entre os inúmeros documentários feitos sobre as diversas olimpíadas, um documentário brilhante, sobre os “Jogos Olímpicos de Tóquio” (1964), de Kon Ichikawa, e o outro mais recente sobre os Jogos de Munique, “Visions of Eight” (1973), onde colaboraram oito nomes do cinema mundial, como Arthur Penn (EUA), Júri Ozerov (URSS), Kon Ichikawa (JAP) ou Milos Forman (CHE/EUA), num espírito completamente oposto ao do filme racista da Riefenstahl, pelo seu anti-racismo e de comunhão entre os povos.

Não fiz nenhum estudo exaustivo, limitando-me praticamente à minha memória, cada vez mais limitada, de espectador impenitente, que gosta muito de Cinema, por isso, provavelmente, algumas obras importantes tenham ficado por citar, por esquecimento ou por as não ter visto. Mas espero que os amigos me corrijam, se detectarem alguma falta grave.

EVB

20set09

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AS CORRIDAS MAIS DIFÍCEIS – 1ª MEIA_MARATONA DE TRÓIA




No dia 2 de Outubro de 1983, deslocámo-nos bem cedo, com a família, até Setúbal, para utilizando o ferry-boat, atravessarmos para a península de Tróia, então uma florescente estância turística, ainda com as praias acessíveis à população em geral, mas já em terras de Grândola, onde se iria disputar a 1ª Meia-Maratona de Tróia, na distância de 21098 metros.
A organização pertenceu nesse ano ao Interline Clube de Portugal, constituído por trabalhadores das companhias de aviação com escritórios em Portugal (que eram quase todas as grandes companhias de bandeira).
Só mais tarde, e a partir daí enquanto a prova durou, a organização passou para os Jogos Médicos Nacionais, dirigidos pelo dinâmico Dr. Manuel Martins, atleta multifacetado, ultra-maratonista, escritor (e que belos livros tem!) e ilustre médico do Hospital de Santa Marta, onde dirigiu até à sua reforma um excelente Serviço de Reabilitação, onde cheguei a ser tratado, que até piscina e tanque tinha! Tinha, digo bem, porque tudo piorou com os sucessivos ataques ao SNS, dos últimos anos, em nome dos grandes interesses económicos e das seguradoras, como pude comprovar pela minha estadia nesse estabelecimento hospitalar público, onde fui operado há dias. Embora continue a não trocar os hospitais públicos pelos outros (e também, se quisesse, não tinha dinheiro)!
Mas voltando a esse dia, há quase trinta anos, em que tudo correu mal, desde os transportes entre as margens do Sado (menos do que estava previsto), aos abastecimentos (falha da empresa que os fornecia), e um calor excessivo para o início de Outubro, porque ainda não estávamos habituados às invulgaridades climáticas dos últimos anos, que apoquentou os atletas desde o tiro da partida.
Embora a prova fosse completamente plana, quem já lá correu ou treinou, sabe que o calor se faz sentir ali com particular intensidade, por se tratar de uma estrada aberta no meio de uma zona arenosa. Foi o que aconteceu nesse dia às centenas que chegaram a tempo de participar na corrida, já que muitos não conseguiram barco a horas.
Os que conheceram a Tróia dessa época lembram-se de certo do belo parque de campismo, cuja vedação chegava até à estrada, do lado do oceano, e entretanto substituído por uma qualquer urbanização de betão e asfalto. Se até ao retorno, a caminho da Comporta, e a cerca de dez quilómetros e meio da meta localizada em Tróia, se foi suportando a canícula, o pior foi o regresso, com dezenas de atletas a ser obrigados a parar, uns para ser socorridos, outros para retomarem a prova, mas a passo.
Foi ver então aquilo a que nunca mais assistimos noutra qualquer prova, os campistas, munidos de “jerricans”, canjirões, garrafões e baldes, tentarem, por cima da vedação em arame do parque, molhar os atletas, e matar a sede aos que estavam em maior dificuldade. Muitos destes penduraram-se na rede, de boca aberta, para receberem um pouco do líquido retemperador.
Também eu fui obrigado a parar, e a beber dessa forma, para prosseguir depois, mas a andar, até à vista da meta, onde corri os últimos metros, para não parecer mal... Iria ficar no limite de tempo, que nessa altura considerava impossível de ultrapassar, as duas horas. Fiz 1h58’ e terminei em 775º, mas deixei muita gente para trás, para não falar nos desistentes. Chegou a constar que alguém, entre os hospitalizados, teria mesmo falecido, por insolação. Tal não veio felizmente a confirmar-se.
Quando cortei a meta, lembro-me de, pela única vez em trinta anos de participações em corridas, quase ter desmaiado. Valeu-me a presença do Enfermeiro Teixeira, do Centro de Medicina Desportiva que, amigo da família, fora connosco, acompanhado dos seus familiares, para participar depois, connosco já recuperados, no piquenique de confraternização que fizemos nos belos relvados dessa Tróia que hoje já não existe. O autor do blogue, Jorge Branco, também esteve presente, mas com o seu “físico queniano” desse tempo, com os seus quarenta e poucos quilos, não teve as mesmas dificuldades e terminou em 597º, em 1h48’48”.
Regressado a casa, depois deste meio pesadelo, fiz o boneco que se junta, em que expressava o estado de espírito como fizemos parte da prova, numa quase alucinação, entre o sofrimento e o onírico. Um bom tema para uma próxima croniqueta como esta, sem pretensões
.
EVB, Setembro de 2009











segunda-feira, 14 de setembro de 2009

1ª CORRIDA DAS VINDIMAS - CASTELO DE PAIVA * 20 DE SETEMBRO DE 2009 *

1ª CORRIDA DAS VINDIMAS


REVISTA SPIRIDON


Já esta disponível o último número da Revista Spiridon.
Aquela que é, muito justamente, considerada a bíblia dos corredores Portugueses pode ser adquirida através assinatura.
Os interessados na sua assinatura podem enviar um chegue no valor de 18.00€ (assinatura por um ano / 6 números) para:
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Para qualquer esclarecimento adicional está disponível o seguinte endereço de correio electrónico: revista.spiridon@gmail.com



sábado, 12 de setembro de 2009


UMA GOTINHA DE HISTÓRIA

Corrida a pé

Esta modalidade atlética, tão apreciada e tão amada pelo Jorge Branco, já se praticava na Antiga Grécia mas de uma forma diferente da actualidade. Nos dias de hoje, podemos observar corredores dessa época representados em vasos, pratos,... que foram preservados ao longo da História.

As corridas podiam realizar-se nos seguintes moldes:

Corrida simples: corrida de velocidade, devendo o atleta percorrer de uma única vez a pista do estádio, que media 192 m.
Corrida dupla: como a própria denominação indica o atleta percorria duas vezes a pista do estádio.
Corrida de fundo: nesta corrida, o percurso variava de 7 a 24 estádios, podendo num total perfazer mais de 4 km.
Corrida com armas: o percurso podia corresponder a dois ou quatro estádios, a prova era disputada por corredores armados tal como um soldado de infantaria pesada, usavam escudo, capacete e perneiras.
Corrida com tocha: Esta prova não estava incluída entre as provas dos quatro grandes jogos atléticos da Grécia, era disputada por cinco grupos de 40 homens que se revezavam e que, em Atenas, estavam colocados a uma distância de 25 metros uns dos outros. Os atletas percorriam um caminho de 1000 metros, desde a muralha da acrópole ao altar de Prometeu na periferia da cidade. O desafio consistia em correr com uma tocha acesa e passá-la ao companheiro de revezamento sem que ela se apagasse. A vitória pertencia ao grupo cujo último corredor chegasse primeiro ao altar com a tocha acesa.
Os atletas não eram escolhidos aleatoriamente, eram distribuídos por categorias de acordo com a idade. A corrida de fundo e a corrida com armas só eram disputadas por homens adultos. Os atletas disputavam as provas de corridas (com excepção da corrida com armas) inteiramente nus, com o corpo untado de óleo e o treino era realizado nos estádios dos ginásios. Para melhorar o desempenho, eram forçados a correr em terreno arenoso ou, então, com as pernas flectidas para o fortalecimento dos músculos. As imagens conservadas nos vasos mostram que a postura dos atletas diferia, conforme se tratasse de corrida de velocidade ou de corrida de fundo. Os corredores de velocidade mantinham o tronco direito e imprimiam aos braços esticados um balanceio, para acelerar o passo, os corredores fundistas mantinham os braços dobrados, junto ao corpo, e inclinavam levemente o tronco para a frente.

Quem é muito letrado nesta modalidade certamente encontrará alguns pontos concomitantes, eu com uma perfeita (ou imperfeita) leiga não sei ir por esse caminho.

Parabéns Jorge Branco pela coragem de teres criado este blogue, onde todos os amantes (e não só) do atletismo que faz bem ao corpo e à alma, se podem exprimir.

MTM

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A MINHA META






*Escrito após a minha participação na edição
de 2008 dos 20 Quilómetros de Almeirim
*


Independentemente de ser o primeiro ou último, de ter batido o recorde do mundo ou um modesto recorde pessoal.
De ser um atleta olímpico ou um modesto “coxo” de fim de pelotão.
De ter corrido muito bem ou muito mal.
Independentemente de tudo a corrida é uma festa em que cada um pode ser um vencedor.
Lá estive nos 20 quilómetros de Almeirim que este ano foram uma meia maratona (21 quilómetros).
Não foi nada fácil, foi um daqueles dias bem no “osso” mas não é isso que me tirou o prazer e a alegria da chegada.
E que melhor medalha do que correr para os braços e os mimos da minha mulher?
É por ti que corro Augusta. És a minha meta a melhor meta que o corredor de fundo pode alcançar. Obrigada querida!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

20 KM DE ALMEIRIM

Pela 23ª vez vai disputar-se esta corrida de estrada, naquele que é considerado o percurso mais rápido do país. Tudo acontecerá no sábado 24 de Outubro, sendo a partida efectuada às 16 horas.

Organizada pela “Associação 20 Kms de Almeirim”, esta é, como sempre tem acontecido, um das provas pontuáveis para o “Troféu Spiridon” e a aposta passa pela presença de 2.000 atletas na prova principal. Em paralelo, disputa-se uma prova para Deficientes (cadeiras de rodas) e uma Mini com distância de 5 km.

Os interessados poderão inscrever-se para o Apartado 13 – 2081-901 Almeirim.

Pelo segundo ano a ASICS é uma das marcas que apoia esta prova, nomeadamente com a oferta de camisolas a todos os atletas que concluirem a prova principal.

Sendo Almeirim uma das cidades “Rota da Sopa De Pedra”, haverá no final uma refeição regional volante oferecida a todos os atletas e acompanhantes... Enfim uma verdadeira Festa depois dos 20 km!

Professor Mário Machado

terça-feira, 8 de setembro de 2009

MARATONA


A marca dos 40 quilómetros pintada a amarelo no negro alcatrão.
A mesa, o estenderem-lhe o copo, o abrandar da passada, o beber com sofreguidão.
Copo atirado ao chão, olhar o relógio, espreitar a tabela e uma louca, louca vontade de correr.
Há uma mulher de cabelos pretos – cor de azeitona – que corre para ele numa praia de mar azul.
Há um amigo que lhe martela no cérebro, força, força, força...
Alguém muito querido que o embrulha num cobertor no “funil” de chegada da Maratona de Nova Iorque.
Que louca vontade de correr.
Vai leve e pesado, vai cansado e fresco.
Cada passada tem o peso duma libelinha, o peso de um elefante.
A estrada desce e ele desce em vertigem ao fundo de si.
E aí esta esse risco maldito, essa palavra, amaldiçoada: META.
As palmas, incitamentos, rostos amigos.
E ele “sprinta”, e ele corre para a mulher de cabelos cor de azeitona numa longínqua praia e ela corre para ele.
Passar o risco, gesto automático, desligar o cronómetro, olhar o tempo.
Aí está: 3h10.27, nesse dia 21 de Abril de 1985, na VII edição da Maratona do INATEL, na Foz do Arelho.

Jorge Branco

21ª MEIA MARATONA “CIDADE DE OVAR”



Como sempre esta prova de estrada disputa-se na manhã do dia 5 de Outubro, ou seja no dia da fundação do “AFIS – Atletas de Fim de Semana”, clube organizador do evento.

Estamos perante uma das provas com maior carisma na zona Norte do País e é com prazer que a ASICS, nesta edição e até 2011, será um dos patrocinadores da corrida principal, oferecendo, nomeadamente, as camisolas aos atletas que completarem os 21.095 metros do percurso.

Para além da prova principal, realiza-se, em simultâneo, uma Mini-Maratona para jovens dos 10 aos 16 anos e uma Caminhada de 8,2 km, festa esta aberta a todos. Os interessados poderão obter informações complementares através do telefone 256 583 597.
Professor Mário Machado

domingo, 6 de setembro de 2009

HOMENAGEM A FRED LEBOW (1932-1994)





Há muito que desejava homenagear aquelas personalidades do mundo do Desporto, pelas quais tenho enorme admiração. Resolvi começar pelo Atletismo, e pela Corrida a Pé, que ainda é o desporto que pratico. E um nome, de entre os já infelizmente desaparecidos, me ocorreu logo, até porque ainda tive o enorme privilégio de correr ao seu lado – Fred Lebow, o criador da mais famosa das maratonas para todos, a que se corre na cidade de Nova Iorque. Sei que a memória dos homens é, às vezes, infelizmente curta, e será que, de entre os milhares que participam nas provas neste país, muitos recordam ou sabem quem foi este homem? Inclusive as centenas de portugueses que já participaram na Maratona de Nova Iorque.

Fred Lebow nasceu em Arad, Transilvânia, Roménia, em 3 de Junho de 1932. O seu nome de baptismo era Fischl Lebowitz. A perseguição aos judeus pelos nazis e seus apoiantes, em especial durante a 2ª Grande Guerra Mundial, e o Holocausto, levaram a família a fugir da sua terra natal e a emigrar, primeiro para outros países europeus, depois, parte dela para o entretanto fundado estado de Israel e outra para os EUA, entre os quais Fred, onde chegou no princípio dos anos 60 (conforme notícia do NY Times, ou talvez mais cedo, segundo outras fontes). Quando faleceu em 9 de Outubro de 1994, vítima de cancro, que o perseguia desde 1990, dos sete irmãos da família Lebowitz, três homens, dois vivendo nos EUA e um em Israel, e duas mulheres, uma vivendo nos EUA e outra em Israel, sobreviveram-lhe.

Enquanto se dedicava ao comércio de roupa, que foi a sua principal actividade profissional no seu novo país, Fred Lebow começou por jogar ténis, mas, a conselho médico, começou a correr duas vezes por semana. Gostou, acabando por participar na primeira prova, de 5 milhas, no início dos anos 70. Por essa altura entrou para o “Road Runners de Nova Iorque” e organizou, com reduzidos meios, uma primeira maratona, às voltas no Central Park, com 127 participantes, dos quais 55 completaram e ele próprio foi 44º.

A partir daqui nunca mais parou, transformando a “brincadeira” do Central Park na mais participada maratona do mundo, que serviu de exemplo a muitas outras, em muitas outras cidades, de Londres a Pequim, demonstrando um extraordinário espírito de organização, a que ligou um enorme desportivismo, no melhor sentido. “Pela força da sua personalidade este dínamo humano transformou uma obscura competição local num dos mais importantes acontecimentos mundiais do atletismo.” (até hoje!) (Grete Waitz, no belíssimo e comovente artigo desta grande atleta norueguesa, “Inesquecível Fred Lebow”, publicado em Novembro de 1995)


“Não importa que sejas campeã nas curtas distâncias. Quero que mais mulheres participem, e tu és um chamariz. Quero que esta seja uma corrida para toda a gente.” (dito a Grete Waitz, a super campeã norueguesa, antes da primeira participação desta em na Maratona de Nova Iorque, em 1978, que venceu, feito que repetiu mais oito vezes. Por estas alturas, em Portugal, ainda havia quem, com responsabilidades, considerasse que a maratona não era desporto…)

“Na corrida não interessa se chegamos em primeiro ou em último. O importante é poder dizer: cheguei!”

“A beleza da minha prova está em que os amadores correm ao lado de atletas de primeiro plano. Não vemos isso em mais lado nenhum. Não posso competir com um profissional numa partida de ténis, mas posso correr a Maratona de Nova Iorque com campeãs mundiais como Grete Waitz.”

Já em luta contra a terrível doença que o minava, esteve em Lisboa, a participar, mais ou menos incógnito (a seu pedido), na 2ª Meia-Maratona de Lisboa, em 15 de Março de 1992, a convite do seu Director, o Professor Mário Machado, tendo concluído a prova, entre 3850 participantes, em 3620º, em 2h04’36”. Foi aí que me cruzei com ele, o que para mim é inesquecível, tendo eu concluído em 3298º, em 1h52’49” (tempo oficial). E o autor do blogue, Jorge Branco, colaborou nesse ano, como de outras vezes, na organização da Meia Maratona. (ler editorial de Mário Machado, no nr.97 da Revista Spiridon, de Novembro/Dezembro de 1994 – “O Homem que Inventou a Maratona de Nova Iorque…”)

Já muito doente, haveria de fazer a sua maratona, em Outubro de 1992, em companhia da sua grande amiga Grete Waitz, com um final emocionante, em que os dois atletas percorreram duas milhas, de mãos dadas, não conseguido, nem um nem outro reter as lágrimas, aplaudidos por milhares de pessoas que não quiseram deixar de apoiar Fred Lebow naquele momento tão difícil, ao terminar a sua maratona em cerca de 5h30’.

Dois anos depois, a 9 de Outubro, apenas com 62 anos, falecia este homem inesquecível, cujo funeral se deteve diante do local de partida da Maratona de Nova Iorque, no Central Park, onde amigos lhe tinham erguido uma pequena estátua.

EVB, 4 de Setembro de 2009

ABERTURA DA PERMISSÃO DE INSERIR COMENTÁRIOS

Depois de ouvir a opinião de algumas pessoas, e devido a insistência das mesmas, resolvi permitir os comentários aos textos e mensagens colocadas no blogue.
Essa permissão vai no sentido de tornar mais fluente e fácil o comentário do material inserido no blogue.
Não pretendo que essa permissão torne o blogue num fórum de discussão ou num “chat” para troca de mensagens entre amigos e familiares.
Nesse sentido apelo a que os comentários inseridos se reportem, maioritariamente, a comentar os textos inseridos neste blogue.
Apelo também a que se use sempre a crítica pela positiva e que se apontem soluções.
No sentido de manter a filosofia que pretendo para o blogue, vou moderar as mensagens achando-me no direito de não publicar as que entendo que saem fora da filosofia desde blogue.
Não se trata de nenhuma atitude censória, mas antes de manter a política editorial que defini para este blogue.
Em caso de mensagens recusadas explicarei ao visado, sempre que tecnicamente me for possível, as razões da exclusão.
Agradeço que artigos para publicação sejam enviados directamente para o meu e-mail, afim de serem devidamente editados e que eu possa calendarizar a sua publicação e que nunca os enviem usando a faculdade de inserir comentários.
Por tudo o atrás exposto, agradeço que sejam parcos nos envios de comentários.
A permissão de comentários no blogue vai estar à experiência e a sua continuação vai depender do evoluir da mesma.
Obrigado a todos.
Jorge Branco
(Editor e coordenador do Blogue)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

29ª MEIA MARATONA DE VISEU



Esta é “só” a mais antiga prova de Meia Maratona que se disputa no interior do país, sendo igualmente, e desde há vários anos, a mais participada prova de Estrada da zona das Beiras.

Idealizada por Olímpio Coelho, “homem forte” do Grupo Desportivo”Os Ribeirinhos”, entidade organizadora do evento, esta prova limitada a 1.000 atletas englobada igualmente uma “Mini-Caminhada.

Prova de abertura do “Troféu Revista Spiridon”, o mais antigo Trofeu de Corridas que se disputa em Portugal, a Meia Martatona de Viseu, apresenta um traçado relativamente plano e com a particularidade de reunir muito público ao longo do percurso e sobretudo na zona de partida e chegada à entrada do recinto da Feira de S. Mateus.

A prova disputa-se às 10 horas do próximo dia 13 de Setembro e as inscrições poderão ser feitas através do telefone 968 073 333 ou então: gdribeirinhos@clix.pt

A ASICS mais uma vez apoia esta corrida, nomeadamente com oferta da camisola aos atletas de concluirem os 21.095 metros do percurso.

Professor Mário Machado

33ª Meia Maratona S.João das Lampas




33.ª Meia Maratona de São João das Lampas é já dia 12



Uma das mais emblemáticas provas de estrada do concelho de Sintra, e até do país, está aí à porta. É já no dia 12 deste mês que centenas de atletas vão participar na 33.ª Meia Maratona de São João das Lampas, percorrendo a zona saloia numa extensão de cerca de 21 quilómetros. A prova terá início às 17 horas em São João das Lampas e inclui passagem por A-do-Longo, Areias, M. Cabeça, Alvarinhos, Odrinhas, Amoreira, Monte Arroio, Bolelas, Sacário, Pernigem, Fachada, Chilreira, Codiceira e Alfaquiques.Para além dos troféus, produtos alimentares e brindes de presença, há prémios monetários até ao 10.º classificado. Ora aqui é que "a porca torce o rabo". Sendo moradora na freguesia e jornalista de profissão (embora não a exerça actualmente), tive curiosidade em espreitar o site da prova www.lampas.org. Gostaria de saber porque é que há uma diferença abismal entre os prémios para homens e os prémios para mulheres? Reparem que o primeiro classificado na categoria de masculinos receberá 1200 euros, enquanto na de femininos apenas 700. Note-se que é quase metade do valor... É porque as mulheres levam mais tempo a chegar à meta? A sua condição física é inferior à dos homens? É pura discriminação? Ou haverá outra explicação plausível?Ao longo dos meus cinco anos de carreira como jornalista fiz algumas reportagens sobre atletismo, incluindo a Meia Maratona de São João das Lampas, a S. Silvestre dos Olivais e a Dupla Légua de Campolide. Embora seja uma leiga no assunto, sempre levei o barco a bom porto, acompanhando os preparativos das provas, com a distribuição dos dorsais, os comentários sobre os percursos, a chegada à meta, as declarações dos atletas, a opinião do público... mas confesso que nunca tinha reparado nesta diferença monetária.Agora, o desafio fica lançado: deixe a sua opinião (através do email teixeirajb@gmail.com) e juntos tentaremos perceber a razão pela qual as mulheres auferem metade do valor do que os homens.
Ana Rita Gomes

Resposta por:
Rui Lacerda

Olá Ana Rita,
Penso que a razão principal da diferença do valor do prémio está na previsão da participação feminina nesta prova! Segundo julgo saber, e porque só participo em provas há três anos e meio, sempre foi assim! A razão para a fraca participação feminina está ainda no machismo das obrigações familiares, toda a gente sabe que uma atleta feminina tem muito mais dificuldade a impor-se no seio familiar: Ela trata dos filhos, do marido, da casa e das obrigações profissionais, em suma, fica com pouco tempo para treinar e participar nestes eventos! Logo o que interessa às marcas publicitárias, excluo as organizações e clubes, é os atletas de gabarito. Sem grandes nomes (homens) não há "graveto", sem graveto não atletas, um ciclo vicioso! Não há apoios, não há dinheiro para Todos. Penso que Não há discriminação da parte da organização, ajustaram os valores à participação das atletas, Poderia ser outro valor, concordo! Mas existem menos escalões femininos, menos competitividade! Não quer dizer que as atletas sejam menos competitivas, tem menos adversárias porque as outras atletas (as nossas apoiantes incondicionais; mulheres e namoradas ou irmãs) têm outras opções!

Abraços e bons treinos,
Rui Lacerda


Resposta por Fernando Andrade
Olá, Ana Rita

Através do blogue "O Último Km" do Jorge Branco, tomei conhecimento do seu texto cheio de oportunidade e que muito agradeço.
Não podendo responder-lhe no referido blogue, pois não são admitidos comentários, optei por fazê-lo no meu próprio blogue http://www.cidadaodecorrida.blogspot.com/
, que a convido a visitar. Espero, no entanto, que não considere abuso, ter ali reproduzido o seu texto sem lhe pedir autorização, mas não faria sentido responder sem que houvesse a pergunta .
Com a maior consideração

Fernando Andrade


terça-feira, 1 de setembro de 2009

UM BLOGUE DIFERENTE

Esta minha tentativa de fazer um blogue, vai no sentido de fazer algo diferente.
Não pretendo que ele seja um blogue na verdadeira acepção da palavra; ou seja um local onde se descrevem diariamente, experiências pessoais e íntimas de vida, mas sim algo mais generalista, em que se fale do meu desporto preferido, a Corrida a Pé.
Não quero dizer que este blogue não possa conter alguns “sentires da alma”, mais íntimos, mas não vai ser essa a vertente dominante aqui.
No sentido de fazer algo diferente vou tentar ter também a colaboração de outros amigos, a quem pedirei textos sobre determinados temas, para publicação.
Mas este blogue é aberto à colaboração de todos os que pretendam escrever sobre a Corrida a Pé e cujos textos se enquadrem, minimamente, na filosofia que pretendo aplicar aqui.
Também não vai ser um blogue completamente fechado na temática da Corrida a Pé, mas esse vai ser o tema principal.
Vai ser um espaço de liberdade e fraternidade, também aberto a críticas, mas sempre pela positiva e que apontem soluções.
Aqui falar-se-á de tudo o que está ligado à Corrida a Pé, mas deixarei de lado questões técnicas de treino ou saúde porque esse papel é desempenhado, e extremamente bem, há mais de 30 anos, pela Revista Spiridon.
Outra das características singulares, deste blogue é o facto de não ser permitido inserir comentários aos textos publicados.
Isso não vai no sentido de restringir a liberdade, mas sim de evitar que o blogue se torne num ponto de troca de mensagens entre amigos ou que fique com um estilo de comadres!
No meu perfil podem ver o meu endereço de correio electrónico. Também lá consta o nome da pequena vila ribatejana onde vivo e se me procurarem em determinadas provas, com facilidade me podem contactar pessoalmente.
Este é um blogue aberto e frontal, em que o seu autor não se esconde!
Aviso também que não me vou sujeitar à “tirania” da actualização diária, mas vou tentar, no mínimo, ter actualizações semanais.
O seu êxito depende também de vocês meus amigos, conhecidos ou todos o que se sintam vontade de escrever para este projecto.
Toda a colaboração é bem vinda e o futuro deste blogue depende dela, pois o seu autor não tem capacidade, nem quer, alimentá-lo sozinho.
Todos os textos não assinados serão da minha autoria.
Todos os textos que outras pessoas me enviarem para publicação, não levarão nenhum tipo de corte ou correcção do texto, excepto no caso de serem detectadas algumas gralhas por demais evidentes.
Este blogue é inteiramente da minha autoria e responsabilidade, embora possa contar com a colaboração técnica e literária de alguns amigos.
Bem-vindos a mais esta aventura, que também é vossa!

Com a colaboração técnica e literária, no seu arranque, de um companheiro de muita estrada, amigo e familiar, Egas Branco