segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CORTA MATO?


Começando a treinar em 1980 faria as minhas primeiras provas em 1981.
Tudo começou com o Primeiro Grande Prémio do Círculo de Leitores e pode dizer-se que era uma prova VIP para a época.
Depois teria o prazer de alinhar na primeira edição da Corrida do Tejo.
Na minha terceira participação com dorsal ao peito fui seduzido pelo Corta Mato de Natal, numa organização da Câmara Municipal de Oeiras.
Tudo era novidade para mim no mundo da corrida e tudo me fascinava.
Depois de me ter estreado com os 14 quilómetros do Circulo de Leitores não eram 7 quilómetros de corta mato que me assustavam embora nem soubesse lá muito bem o que era isso!
A prova realizava-se a 5 dias desse longínquo Natal de 1981.
Na noite anterior a prova chovera imenso na região de Lisboa mas isso não era coisa que me preocupasse.
No dia da prova lá nos dirigimos felizes e prontos a saborear mais uma prova para o local onde se desenrolaria a mesma.
Chegados ao local constatámos que a prova se realizava num terreno baldio, junto a uma escola, num percurso delimitado por fia plástica segura por paus e no qual se davam x número de voltas, conforme o escalão a que se pertencia.
O problema é que com a chuva da véspera aquilo era um autêntico lamaçal, igual a um campo lavrado depois de forte chuvada.
Havia atletas com sapatos de bicos a colocar os ditos e nós nem praticamente conhecíamos isso.
Para “melhorar” a situação havia partidas distintas conforme o escalão e a minha seria a última com o terreno ainda em pior estado.
Lá fiz a prova, já não sei quantas voltas, chegando ao ponto de nalgumas curvas me ter que agarrar aos paus que delimitavam o percurso de modo a não me “despistar” pois a lama escorregava tanto que era muito complicado curvar.
E lembro-me uma vez ter enterrado uma perna quase até ao joelho na lama.
No fim, todo “arrebentado” e carregado de lama, havia que ir ao balneário.
Sim, havia balneário! Um enorme charco lamacento onde atletas tentavam, minimamente, limpar a lama das pernas.
Mas ninguém se queixava ou reclamava, os tempos eram outros!
Foi assim que na minha terceira prova alinhei num Corta-Lama.

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