terça-feira, 30 de julho de 2013

SALVAMENTO PÓS-CORRIDA

Estava eu muito tranquilamente no pátio, fazendo os meus, parcos, exercícios de flexibilidade no final de mais uma corrida.
Não tinha sido propriamente uma corrida mas sim uma corridinha: tinha sido tempo de recuperar o esqueleto de uma corrida domingueira mais longa; aliás toda esta semana é de recarregar baterias.
Mas dizia eu, estava muito tranquilamente no pátio nos meus exercícios de flexibilidade, os pássaros cantavam, ao longe os perus “falavam”, ao que se juntavam as galinhas e os galos. Eram para aí sete e meia de uma manhã, ainda fresca, de verão. No meio de toda esta natureza ouvia-se um ou outro carro, na estrada, a lembrar-nos que a “civilização” (ou a ausência dela...) não anda longe.
De repente todo este cenário muda: entra-me a correr pelo pátio o Bitoque (jovem cão de quase dois anos) a perseguir algo que nos primeiros segundos não percebia o que era mas logo vi ser um pássaro, e atrás deles o meu vizinho (ou seja o meu padrasto) esbaforido, com o pouco cabelo que lhe resta em pé, um camaroeiro na mão e a gritar para mim: não o deixes agarrar, agarra-o tu!
Se o meu padrasto não é muito dado a corridas eu sou dado às mesmas mas não em pantufas que os meus fiéis Trabuco já tinham sido descalçados.
Mas a sorte do pássaro é que eu estava no local certo, no minuto exacto e bastou-me avançar uns metros para o apanhar com um destreza que nunca tive!
Lá entreguei a estafada ave ao não menos estafado do meu padrasto e lá foram os três ou seja, um canário sem nome, um cão de nome Bitoque e um padrasto de nome Zé, que explicava para o amigo de quatro patas: “Não Bitoque isto não é para ti”!
O canário sem nome já se encontra em recuperação numa “habitação” que comparado com a gaiola de onde deve ter vindo, é assim como comparar um T0 com o palácio de Buckingham.
Depois de devidamente recuperado do susto, já terá espaço para treinar horas de voo a fim de se apresentar como um pássaro “decente” e não igual àqueles jovens viciados em consola e computador, que nem conseguem correr para apanhar um autocarro!
Já não é o primeiro salvamento de pássaro que efectuo, provavelmente não será o último, mas assim tão in extremis tenho de confessar que foi a primeira vez!



8 comentários:

  1. Ah ganda Jorge! Mais duas virtudes tua: Salvador de passáros e reflexos apurados!

    Gostei de ler!

    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Então agora só um virtuoso? he he he he
    Abraço.

    ResponderEliminar
  3. Lugar certa à hora certa! E curioso o cão chamar-se Bitoque, quando a refeição em mira era o pobre pássaro... :)
    Parabéns pelo salvamento, beijinhos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois é Rute um Bitoque a comer canários é algo de estranho hi hi hi hi.
      Beijinhos!

      Eliminar
  4. ahah á medida que fui lendo fui realizando a cena na miha cabeça, e digo que ter visto isso de fora deve ter sido obra de risada :D
    Esse canarinho deve-lhe a vida :) É o que se chama no itio certo á hora certa!! E o Bitoque a pensar "Ora bolas lá foi o me pequeno almoço!!" :D eheheh
    Com toda a certeza que o bitoque não lhe agradeceu esse salvamento :D
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. O Bitoque não teve problemas que deram-lhe outro pequeno almoço isto sem contar com as moscas e outros insectos que ele apanha! Beijinhos.

    ResponderEliminar
  6. O Bitoque perdeu um petisco extra mas o canário ganhou uma nova casa. Ao que parece um palácio =)
    Estavas no sítio certo à hora certa e graças a isso salvaste um canário. A história teve um final feliz.
    Beijinhos e boas corridas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Podes acreditar que o canário está, mesmo, a viver num palácio!
      Beijinhos e bons treinos para a Maratona.

      Eliminar