É um dado adquirido a importância
que o exercício físico tem no desenvolvimento das crianças e dos jovens. E não
estamos apenas a falar em
desenvolvimento motor mas também na vertente cognitiva que é muito
beneficiada com a prática regular de exercício físico desde a mais tenra idade.
A escola deveria ter um papel
preponderante neste assunto e deveria ser a base de tudo saber incutir nas
crianças e jovens o gosto pelo desporto.
Quanto falamos em exercício
físico e desporto não estamos a falar em qualquer especialização na matéria por
parte das crianças e jovens mas sim em dar-lhes a possibilidade de experimentar
um leque o mais alargado possível de
desportos com vista ao tal desenvolvimento harmonioso e fazendo com que
o gosto pelo exercício físico seja uma opção que se manterá ao longo de toda
uma vida.
Se não se cultivar o gosto pelo
desporto em criança muito mais difícil será adquiri-lo em adulto e juntaremos
uma criança que não teve uma correcta educação do ponto de vista físico a um adulto
sedentário com tudo o que nefasto e gravoso isso representa.
Hoje em dia, infelizmente, as
crianças estão cada vez mais sedentárias: as longas horas de brincadeiras e
correrias antigamente passadas na rua deram lugar as horas passadas em frente
de um computador ou uma televisão.
Tudo o que motive as crianças
para a prática de exercício físico e lhes roube algumas horas de sedentarismo é
de aplaudir.
No contexto do que atrás
escrevemos sentimo-nos muito felizes quando observamos em algumas provas do Circuito
Nacional de Montanha a que nos deslocamos crianças e jovens extremamente
felizes a acompanhar os familiares em salutares caminhadas.
Pensamos que estas caminhadas em
plena comunhão com a natureza, respirando ar puro e saúde são do mais benéfico
que pode haver.
Claro que as provas de estrada
também já têm a suas caminhadas mas ai pela natureza dos percursos não temos a
certeza se os jovens participantes sentirão
o mesmo encanto.
Provavelmente daqueles alegres
jovens que completam a sua caminhada felizes e divertidos sairão corredores num
amanhã não muito distante.
Mas isso nem é o mais importante:
importante é que estes jovens sintam o gosto e a necessidade do exercício
físico e que esse gosto os acompanhe por toda a vida nem que seja em simples e
salutares caminhadas.
Este texto foi pensado depois de
no ano passado ter captado a imagem que o ilustra na Corrida do Monge (Serra de
Sintra) e esteve “arquivado” na cabeça até hoje ver a luz do dia.
Dedico estas linhas à memória do
saudoso professor João Coutinho que teve um papel determinante na minha
educação desportiva ao incutir em mim o gosto pelo exercício físico. Sem ele a
minha vida teria traçado um caminho muito mais cinzento, triste e muito menos
saudável. Obrigado PROFESSOR.
Mais um texto a aplaudir de pé!
ResponderEliminarCaro Jorge Branco;
ResponderEliminarBoa reflexão desportiva, e que é de aplaudir. Mas eu fico sempre a bater na mesma tecla...que é a falta de uma política desportiva em Portugal.
lembro-me que nos anos 78/79/80 (logo após a revolução) existiam incentivos desportivos municipais, que vinham delineados da política governativa ( DGD), em que tinha como objectivo o tal Desporto para Todos, que de vêz em quando ainda recordo.
A missão era dar o gosto aos jovens pelo desporto, com o contacto com vários desportos. Então aos sábados e domingos lá íamos (os atletas mais velhos), de freguesia em freguesia no concelho de Torres Vedras, atletas de basquetebol/andebol/voleibol/atletismo/luta grego-romana, etc , dar ensinamento e proprocionar contacto aos jovens que não conheciam essas modalidades.
depois muitos deles davam continuidade à prática desses desportos,e as asociações locais vieram a ter essa secção desportiva. Foram anos muito importantes.
Depois tudo acabou, e ficam-se neste momento, pelos campos sintéticos do futebol, e particularmente Torres Vedras, nem uma pista de atletismo tem, que já é solicitada há mais de 30 anos.
Muito mais haveria por dizer...mas fico-me por aqui
Um abraço
Xavier