Entro na descida da recta da meta
(que por acaso até é em curva!).
Finalmente vinha a sentir-me bem,
há cerca de dois quilómetros.
Quando um agente da autoridade me
grita: PARA TRÁS DAS GRADES!
Imediatamente respondo: MAS O QUE
É QUE EU FIZ PARA IR PARA TRÁS DA GRADES?!
Anda um sujeito serra a abaixo,
serra acima para o mandarem para trás das grades?!
As grades eram tão somente as
grades metálicas que delimitavam o corredor a caminho da meta.
Final de prova igual ao de outros
anos em que corri ali!
Para trás deste episódio
humorístico ficou uma prova dividida em duas partes, digamos assim.
Até cerca dos 4 quilómetros, o
Alex teve a amabilidade de me acompanhar e a “coisa” correu em amena
cavaqueira, sem problemas de maior.
Por essa altura o Alex foi à
procura do filho, que tinha “fugido”.
O filho do Alex está muito
recentemente neste mundo da corrida e fez uma prova espectacular! Qualquer dia
o pai vai ver-se aflito para o acompanhar.
Depois do Alex ter ido à vida
dele e termos entrado naquela parte do
percurso sobre a falésia e o mar, começou a aparecer-me uma má disposição muito
estranha, com enjoos e alguma vontade de vomitar, fenómeno não habitual em mim.
Lá fui gerindo a situação como
podia e se havia alturas em que o percurso até dava para correr, como não me
sentia bem e toda gente que ia junto de mim ia a caminhar e as ultrapassagens
eram bem complicadas, deixei-me ir sem forçar nada.
Finalmente atravessámos a estrada
e em breve apresentava-se aquela
“parede” para subir, que mesmo a andar custa, e este ano não foi diferente,
embora tenha tido a satisfação de mesmo
maldisposto ainda ter ultrapassado gente.
No fim da “parede” já pouco falta
para a espectacular descida que nos leva até à meta. Uns anos mais solto, outros menos solto, mas nunca com
agilidade de quem faz aquilo a “voar”. Não tenho treino especifico para aquele
tipo de trilho técnico, e nunca fui bom a descer.
Lá me fui aguentando como podia
por ali abaixo e continuando mal disposto:
Cheguei a pensar que naquele
estado nem ia dar para almoçar!
Mas a cerca de dois quilómetro da
meta finalmente passa-me a indisposição e o enjoo dá lugar a um apetite
devorador!
Na última subida, já no empedrado,
cerro os dentes e “vou buscar” um atleta que me tinha passado na descida! Enfim
uma competição da “liga dos últimos”, meio estapafúrdia, mas a que não se consegue resistir!
No final acabaria por fazer em
média 1 segundo ao quilómetro mais lento que o meu segundo melhor tempo na
prova, mas longe do “andamento” canhão de 2008 (posso rir-me?).
Enfim, num fim de semana meio
estranho, em que na véspera da prova jantei depois da meia noite (!) e dormi em
dois “turnos” por motivos familiares, um antes de jantar e outro depois, em que
no dia da prova bebi um descafeinado (
algo que nunca faço), e a que podemos juntar uma deslocação a Lisboa, no
sábado, por obrigações de cidadania e também problemas logísticos com o
transporte para a prova, no domingo, que me provocaram muito stress, até nem me
posso queixar muito da prova que fiz.
E ficaram 41 atletas atrás de mim
o que para a minha “liga dos últimos” é excelente.
Mas já não tenho físico para
estás coisas, e já se sabe: quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga e
pode mesmo acabar-se “atrás das grades”!
* Autor da foto: Victor Cravo a quem agradecemos a gentileza.*
Para seres ameaçado ir parar atrás das grades, é que vinhas mesmo em excesso de velocidade, como prova o teu excelente tempo, e mesmo mal disposto!
ResponderEliminarParabéns!
"Quem tem coragem para enfrentar os perigos vence-os antes que eles o ameacem."
ResponderEliminare salvou-se das grandes ahahahahaha
Parabéns por mais uma prova superada...
ResponderEliminarbeijinho
PS. Este ano não há encontro dos bloguistas??
Boa, gosto deste atleta "lesma" montanheiro, simpático e alegre. Ele nem sempre foi assim, já teve um grande período aureo. Ele continua, porque acima de tudo, gosta é de correr. Nunca desistas.
ResponderEliminarCorre, corre.
Um abraço Jorge
Jotge
ResponderEliminarAquela tua 'ponta' final e o prazer com que vinhas correndo até à meta, não fazia antever as dificuldades passadas.
Penso que ali voltaste aos teus velhos tempos. Reparei essa alegria quando por mim passaste e subindo, num passo solto, acabaste a prova.
Apareces neste vídeo
http://youtu.be/2z4uU0QzXyY
Abraços!
Boa amigo Jorge, ainda estive tentado a ir até à Malveira da Serra, mas resisti porque precisava mesmo de descansar. Pelo relato a coisa complicou-se, talvez aquele descafeinado!!! ou ainda um escesso na descida até chegar ás Arribas? O que importou foi de facto a coisa compôr-se e voltar à normalidade. Penso que é bom olhar para trás e ver cada vez mais gente a ficar para trás, isso deve-se sem dúvida a uma melhor condição física que vem revelando a algum tempo, creio até que essa ambição de fazer uma prova de Trail "que se veja" estará para breve, depois diga qualquer coisa, mesmo que seja segredo.
ResponderEliminarParabéns por isso e pela excelente prova que acabou por fazer. Abraço.