domingo, 15 de agosto de 2010

FIABILIDADE DAS MEDIÇÕES DE CORRIDAS

Este artigo foi publicado na Revista Atletismo, de Julho de 2009.
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Queremos a agradecer a gentileza da referida revista, e em particular ao autor do artigo, António Manuel Fernandes, em nos conceder a autorização para trazer ao conhecimento dos leitores do “Último Quilómetro” este excelente texto.
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Embora com pouco mais de um ano este artigo continua extremamente pertinente, actual e esclarecedor.
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No seguimento do texto “CUIDADO” COM O GPS" não quisemos deixar de publicar este estudo aprofundado sobre a problemática da medição de provas.
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Pedimos desculpa aos nossos leitores pela dimensão do texto, que talvez não se enquadre no que é aceitável num blogue, mas a qualidade do artigo merece o “sacrifício” da sua leitura.
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O texto foi digitalizado manualmente a partir da revista e cuidadosamente revisto. Pedimos desculpa por algum eventual lapso na digitalização do mesmo, o que esperamos, que não tenha acontecido.
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FIABILIDADE DAS MEDIÇÕES DE CORRIDAS
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Por António Manuel Fernandes, “Mundo da Corrida”, suplemento da “Revista de Atletismo”, nº 332, de Julho de 2009
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Ultimamente, após algumas corridas, alguns dos corredores de pelotão têm alimentado alguma discussão e não têm evitado muita especulação sobre as verdadeiras distâncias das corridas. Nalguns casos, as suas suspeições são ofensivas e colocam em causa várias horas de trabalho dos medidores oficiais, alguns deles obrigados a proceder às medições em condições algo perigosas, mesmo com a protecção das forças de segurança.
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Este debate não é exclusivo português e, até ao momento, não produziu grandes conclusões, merecendo mesmo um artigo na revista “Distance Running”, editada pela AIMS, pela mão de Hugh Jones, editor da revista e ele próprio um medidor certificado.
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A única conclusão certa é a de que não existe um modelo que tenha uma medição 100 por cento correcta!
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Já estávamos a recolher informação para este artigo quando deparamos com um exemplo da controvérsia. No recente Grande Prémio da Ascenção, em Alenquer, por razões organizativas, a prova foi encurtada cerca de 200 a 300 metros (ficou com cerca de 9700-9800 metros), mas no final uma atleta afirmou-nos que o seu GPS marcara 10.050 metros!
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AS MEDIÇÕES CERTIFICADAS
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Mas antes ainda de entrarmos na discussão das leituras GPS, atentemos no facto das medições actuais. As oficiais. Assim, o presente método de medição de provas de estrada, iniciado nos anos 60, consiste na leitura das voltas da roda de uma bicicleta, contadas num aparelho cohecido como “Jones Counter”. Este aparelho, colocado na roda dianteira da bicicleta, passa por uma fase de calibração, de uma distância correctamente medida com uma fita métrica. Genericamente, a base de calibração, tem entre os 800 metros e uma milha, mas entre nós a distância mais vulgar é de mil metros.
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Com várias viagens nesta base, medindo a temperatura ambiente e a perda de ar nos pneumáticos da bicicleta, chega-se a um valor que depois será aplicado ao total de revoluções que o “Jones Counter” registar na medição da corrida, que deve respeitar a linha ideal de corrida, sendo que deve estar sempre a trinta centímetros dos passeios.
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Mas, na verdade, este processo também não é 100% seguro, já que as alterações de temperatura numa medição podem ser significativas (a medição de uma maratona implica várias horas); a fita para a base de calibração também pode já ter um desvio de erro; a forma como o medidor pedala também pode originar erros na calibração; e, finalmente, durante a medição, a forma como se evolui na bicicleta também pode ser indiciadora de erros.
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Por isso os medidores mais experientes utilizam uma fórmula de erro de 1 parte para 1000. Assim, numa maratona, adiciona-se 42,2 metros aos efectivamente 42.195 m medidos.
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Este procedimento garante que a prova tem, pelo menos, a distância certa e nunca terá menos.
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Este método é transparente e já utilizado e analisado ao longo dos anos com uma fiabilidade confortante.
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Ao contrário, o GPS, é uma tecnologia fechada, que não revela os seus erros, e mostra um valor que os seus utilizadores têm a aceitar como verdadeiros e credíveis.
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26 LEITURAS EM INGLATERRA
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E foi precisamente um situação idêntica, com base nas leituras GPS de 26 corredores numa meia-maratona em Inglaterra, que o medidor Mike Sandford colocou em discução na Internet.
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Nesse fórum, dedicado às corridas e respectivas medições, Sandford fez uma análise ao 26 registos dos corredores e descobriu que a média dos registos deu uma distância de 21,548 Km (2,2% mais longa) num desvio padrão de 177 metros (0,8%).
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Isto significou que, apesar dos GPS marcarem uma distância mais longa, não permitiram registar o quanto longa ela foi, o que não admira, já que os corredores certamente não correrem na chamada linha ideal de corrida.
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Aqui importa destacar que os medidores procuram a linha ideal de corrida enquanto o GPS dos corredores mede a distância que o seu utilizador percorreu, geralmente muito maior que a distância da linha ideal.
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Nesta sua análise, Mike Sandford sugere cinco razões para as discrepantes medições de GPS:
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1-Não iniciaram ou pararem os GPS nos correctos locais de partida e chegada;
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2-Não seguirem a linha ideal de corrida;
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3- Perda de visibilidades do satélite debaixo de árvores, pontes e túneis, ou na sombra de edifícios altos;
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4-Algoritmos imperfeitos nalguns modelos de GPS adquiridos pelos corredores;
5-Distância efectivamente diferente da que foi anunciada pelos organizadores.
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“A maior parte dos corredores tem tendência a utilizar a hipótese cinco como a mais provável, ignorando completamente a segunda”, afirma Hugh Jones no seu artigo.
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“Embora (5) seja uma possibilidade, a (2) é uma certeza! Numa prova com muita gente, com um ponto de retorno de 180 graus, numa largura aproximada de 5 metros, o desvio de um corredor que não cumpra a linha ideal de corrida pode ir até aos 16 metros mais!” conclui-se no artigo.
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O SISTEMA GPS
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No fórum de discusão onde iniciámos a nossa leitura, em determinado ponto, refere-se outra situação comum: “nalguns casos, a leitura GPS é mais curta que a distância da corrida”, sendo que a explicação para isso tem a ver com algo denominado “geoid”, um modelo computorizado da superficie da superficie do globo terrestre que o GPS usa para calcular as elevações.
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A terra não é redonda, não tem uma velocidade de rotação idêntica e não é homogénea. É largamente afectada pela lua e, em menor escala, pelo sol e outros planetas.
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O “geoid” é uma tentativa de modelar a superficie terrestre de forma a que o computador possa interpretá-la, sendo verdade que, à medida que a tcnologia avança, mais próximo estará da realidade. Os satétites determinam a distancia entre o corredor e o centro de gravidade da Terra, e a posição latitude/longitude, para determinar o local em que está. Com essa informação, Com essa informação, o GPS recebe informção, ou calcula a distância a que está, de uma esfera pura, e utiliza essa informação com uma correção para determinar as sua posição em relação ao nivel do mar.
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Em muitas situações, a superfície terrestre está abaixo deste “geoid” e as medições serão, teoricamente, mais curtas que a realidade.
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Para chegar à realidade alguns modelos profissionais utilizam escalas de correção até chegar ao número mais exacto possivel.
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MAIS LEITURAS DÍSPARES
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Voltando ao artigo da “Distance Running”, Hugh Jones refere outra experiência relatada pelo medidor sul-africano Norrie Williamson e pelo britânico Bill Reynolds, na Maratona de Beirute. Entre dez corredores que utilizaram GPS, os registos deram uma variação entre 42,39 km e os 42,82 Km, com uma média de 42,62 km.
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Nessa corrida foram colocados dois GPS na viatura que seguia na frente e um leu 42,65 Km percorridos e o outro 42,66 Km. Dada a impossibilidade do veículo seguir a linha ideal de corrida, à distância de 30 cm do passeio, foi calculada uma dedução de 150 m, sendo que a distância percorrida pelo veiculo foi de 42,5 Km.
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Um corredor utilizando um pedómetro registou 42,4 km. Teve o cuidado de o calibrar durante a prova e correu o mais possivel na linha ideal de corrida.
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Williamson surgere outras razões para as leituras díspares dos GPS:
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_Baixos níveis de energia das baterias em modelos GPS que enviam informação para um modelo de relógio;
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-Utilizar a unidade GPS no pulso aumenta a distância de corrida quando o corpo roda, como quando se colecta água num posto de abastecimento;
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-Os GPS demoram algum tempo a restabelecer a ligação ao satélite após passarem por baixo de árvores frondosas, túneis ou pontes, ou mesmo na sombra de prédios altos. Esta “dança” de informação leva, em grande parte, a complicados ajustamentos de variáveis que indicam uma distância superior.
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Em complemento, um outro medidor, Paul Adams , refere uma experiência pessoal: “perto de minha casa tenho um percurso que medi com o método de bicicleta calibrada e que registei como tendo 9,95 Km. Com o meu monitor GPS mais antigo, tive várias medições que variaram entre os 10,0 e os 10,4 Km. Ocasionalmente as medidas foram superiores a estas, mas em cerca de 40 ocasiões foram estes os resultados. Com o meu novo monitor GPS, fiz quatro registos: 9,94, 9,95, 9,97 e 10,3”.
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Mais a frente, Mike Sandford, (medidor grau 1/IAAF grau A) refere outra experiência numa medição de uma prova de 5 Km, envolvendo mais dois medidores, Stewart Little (medidor grau 1) e Ian Trussler (estagiário, medindo um prova pela primeira vez).
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Os registos das bicicletas calibradas foram:
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Sandford – 4997,5 m
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Little – 5001,4 m
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Trussler - 5012,7 m
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Estes registos incluiram o Factor de Prevenção de Distância Curta (um cálculo de 0,1%), uma correção usual em medições de provas de estrada.
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Little usou ainda uma unidade de GPS na sua bicicleta, que registou 5006 m, tendo ele reparado que, numa altura em que a bicicleta estava parada, o GPS marcou uma distância percorrida de 100 m!
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CONCLUSÃO
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Por tudo o que expusemos acima, temos que os corredores devem ter certezas absolutas antes de produzir comentários desta natureza em relação a provas efectivamente medidas. As medições que fazem reportam-se só e apenas a si próprios. É de todo errado generalizarem a sua experiência pessoal.
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A verdade é que, apesar de tudo, o método de medição com o “Jones Counter” ainda é o mais fiavel, tendo que é feito de acordo com regras específias, embora seja de todo aceitavel – e expectável – que o desnvolvimento da tecnologia leve a leituras cada vez mais fiáveis e reais dos monitores de GPS. Que, seguramente em terminais de utilização profissional já estão mais avançados que os monitores mais comuns e mais comercializáveis.
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Contudo, para finalizar, é verdade que, em determinadas ocasiões, as provas sofrem mutações de última hora e, por isso, torna-se agradável que os organizadores sejam sinceros e avisem, no início, quando tenham conhecimento das alterações, de que a distância não é a publicitada. Durante o evento, convém aclarar as dúvidas que tenham sido provocadas por erros de última hora.

4 comentários:

  1. Olá caro Jorge!

    Excelente matéria, bastante educativa e interessante.

    Continuação de bons treinos e forte abraço!

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  2. Olá Jorge,
    Artigo muito interessante!
    Vou passar a seguir o blog!

    Boas corridas
    António

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  3. Viva amigo Jorge,

    Infelizmente ainda não me estreei em provas espero faze-lo este ano, daí que a minha experiência nesta área seja nula.

    Relativamente ao artigo concordo com ele principalmente na parte em que diz que nada é 100% fiável. Até nós somos falíveis.
    Quero acreditar que não somos como os senhores do futebol, a tecnologia a existir e sendo igualmente ou até mais fiável deverá ser aproveitada em prol do nosso querido desporto, no entanto e como diz o artigo o método de medição "Jones Counter" parece ser ainda o mais fiável na actualidade.

    Como disse alguem num dos foruns de corrida e peço desculpa por não me lembrar do nome, mas é a frase com que mais me identifico neste mundo da corrida de estrada: "Os records batem se na pista, na estrada fazem-se amigos".

    Abraço e bons treinos!
    Rui Estrelinha

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  4. Olá Jorge

    Estive a ler atentamente este teu tema. É que estava a pensar em alinhar com as novas tecnologias mas perante valores tão díspares de GPS para GPS e todas as envolvências que poderão dar erros nos valores, como o correr fora dos 30 cm do passeio, as benditas sombras das árvores, os túneis, os prédios, cheguei à conclusão de que ou espero mais 20 anos para comprar um topo de gama que tudo apanha já sem interferências de terceiros, ou então coloco na perna um «James Counter», esse sim, ainda é o mais fiável.

    :))

    Fiquei na dúvida e perante as avarias e afins que li no fórum, ainda não é desta que compro o dito cujo.

    Abraços

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