Nesta rubrica não falaremos da conhecida doença do foro dermatológico mas sim de calçado desportivo.
Paulo Silva, reputado especialista Português em calçado desportivo, teve a amabilidade de colaborar connosco, cedendo-nos pequenos artigos que tem escrito sobre a matéria para a Revista Atletismo.
Com esta nova colaboração os leitores do Último Quilómetro ficarão também a ter acesso a estes interessantes artigos, num tema que é da máxima importância para os corredores: o calçado desportivo e tudo o que é inerente a ele, como seja a biomecânica dos nossos pés.
Pese embora não seja vertente desde blogue a componente técnica da corrida pensamos que algumas excepções são sempre bem-vindas como é o caso desta rubrica que tempos o prazer de iniciar hoje.
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O que é a Pronação?
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Pronação é um termo utilizado na indústria do calçado desportivo para designar rotação interna excessiva dos pés e pernas dos desportistas. Durante a corrida, o contacto com o solo normalmente ocorre com o lado lateral do calcanhar, com o pé em ligeira supinação (por essa razão acontece um desgaste na sola na zona do calcanhar externo na maioria do calçado que utilizamos) segue-se então um período rápido de pronação (adução, eversão e dorsiflexão), permitindo a dissipação da energia de impacto, associada a esta pronação acontece a rotação interna da tíbia, que por seu lado cria rotação no plano transvérsico do joelho. Na fase de contacto no solo (apoio monopodal), este movimento de pronação termina, começando então o pé a resupinar, a cerca de 50% da fase de apoio, o pé (articulação subastragalina) já voltou à sua posição neutra e a articulação mediometatársica está na sua pronação máxima, permitindo ao pé passar de uma plataforma de amortecimento de impactos para uma alavanca de propulsão. Apesar da necessidade deste movimento de pronação como forma de adaptação ao solo e amortecimento de impactos, em certas ocasiões, por motivos vários ocorre um excesso de mobilidade que o corpo tem dificuldade em controlar, os pés e pernas continuam a pronar quando já deveriam estar a supinar para impulsionar o corpo (as lesões ocorrem normalmente nas estruturas que o corpo está a utilizar para parar essa hipermobilidade), o pé acaba por rodar mais do que deve, inibindo a sua função de amortecimento de impactos e dificultando a passagem para a propulsão, esta hipermobilidade tem sido relacionada com um número significativo de lesões, incluindo as mais citadas em estudos e inquéritos a corredores. Para os desportistas com problemas de pronação a solução passa por fazer um estudo da sua marcha e corrida, descobrindo as razões que levam a esta hipermobilidade e compensar, com suportes plantares (palmilhas personalizadas) e calçado adequados. O calçado adequado é crucial, mas sem palmilhas personalizadas os pés continuarão a pronar em excesso dentro do próprio sapato.
Paulo Silva, reputado especialista Português em calçado desportivo, teve a amabilidade de colaborar connosco, cedendo-nos pequenos artigos que tem escrito sobre a matéria para a Revista Atletismo.
Com esta nova colaboração os leitores do Último Quilómetro ficarão também a ter acesso a estes interessantes artigos, num tema que é da máxima importância para os corredores: o calçado desportivo e tudo o que é inerente a ele, como seja a biomecânica dos nossos pés.
Pese embora não seja vertente desde blogue a componente técnica da corrida pensamos que algumas excepções são sempre bem-vindas como é o caso desta rubrica que tempos o prazer de iniciar hoje.
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O que é a Pronação?
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Pronação é um termo utilizado na indústria do calçado desportivo para designar rotação interna excessiva dos pés e pernas dos desportistas. Durante a corrida, o contacto com o solo normalmente ocorre com o lado lateral do calcanhar, com o pé em ligeira supinação (por essa razão acontece um desgaste na sola na zona do calcanhar externo na maioria do calçado que utilizamos) segue-se então um período rápido de pronação (adução, eversão e dorsiflexão), permitindo a dissipação da energia de impacto, associada a esta pronação acontece a rotação interna da tíbia, que por seu lado cria rotação no plano transvérsico do joelho. Na fase de contacto no solo (apoio monopodal), este movimento de pronação termina, começando então o pé a resupinar, a cerca de 50% da fase de apoio, o pé (articulação subastragalina) já voltou à sua posição neutra e a articulação mediometatársica está na sua pronação máxima, permitindo ao pé passar de uma plataforma de amortecimento de impactos para uma alavanca de propulsão. Apesar da necessidade deste movimento de pronação como forma de adaptação ao solo e amortecimento de impactos, em certas ocasiões, por motivos vários ocorre um excesso de mobilidade que o corpo tem dificuldade em controlar, os pés e pernas continuam a pronar quando já deveriam estar a supinar para impulsionar o corpo (as lesões ocorrem normalmente nas estruturas que o corpo está a utilizar para parar essa hipermobilidade), o pé acaba por rodar mais do que deve, inibindo a sua função de amortecimento de impactos e dificultando a passagem para a propulsão, esta hipermobilidade tem sido relacionada com um número significativo de lesões, incluindo as mais citadas em estudos e inquéritos a corredores. Para os desportistas com problemas de pronação a solução passa por fazer um estudo da sua marcha e corrida, descobrindo as razões que levam a esta hipermobilidade e compensar, com suportes plantares (palmilhas personalizadas) e calçado adequados. O calçado adequado é crucial, mas sem palmilhas personalizadas os pés continuarão a pronar em excesso dentro do próprio sapato.
Parabéns pelo artigo Jorge,
ResponderEliminaresse blog é sempre muito bom de ler...
Boa semana pra vocês ai do outro lado do mar =D
Bjinhos
JU