Por Egas Branco
.Pretendi fazer algumas fotos da Maratona de Lisboa, para o blogue ÚLTIMO QUILÓMETRO. Foi uma tarefa um tanto ou quanto falhada, porque não conhecia ainda bem a máquina. Que me desculpem os fotografados. Na próxima vez espero fazer melhor.
.Sobre a prova reitero a opinião dada em anteriores edições, Penso que a simultaneidade das duas competições principais, mesmo que parcial e com partidas distintas, é confusa. Não sei se o será também para os atletas mas acredito que sim, uma vez que já fiz maratonas e gosto de sentir o meio onde me movo. Não esquecer que os andamentos são completamente distintos, entre a meia-maratona (21,097) e a maratona (42,195), já que nesta última as reservas chegam ao ponto crítico, para a maioria dos atletas participantes. Pelo que ao acompanhar outro atleta que nos parece seguir num andamento semelhante ao nosso, convém verificar o que é que ele vai fazer.
Para o público justificava-se uma clara diferença nos dorsais das duas provas, para percebermos quem era quem, o que desta vez não aconteceu. Até perguntei a um fotógrafo, muito mais profissional que eu, e que estava em funções, e cheguei à triste conclusão que ainda percebia menos que eu...
.Já me disseram que o Estádio 1º de Maio está de pantanas, com a substituição do que já foi um belo relvado, por um sintético!
Que pena! Que disparate! Conheci muito bem os funcionários do Inatel que durante anos o trataram com muita dedicação, porque gostavam de fazer bem o seu trabalho. Agora já estão na reforma, alguns antecipada, desiludidos com o estado em que aquela instituição caiu nos últimos anos. Algumas vezes conversámos e a conclusão era invariavelmente a mesma: “ninguém vai reconhecer o nosso trabalho de anos!”, com a qual eu concordava, por já ter sentido na pele situações semelhantes. Adivinho as justificações: economicistas, sem ter em conta a qualidade para os utentes, em princípio trabalhadores. Mas para os golfes já há dinheiro! Questão de classes! Por isso, ainda bem que desta vez não fui ao Estádio, para não ficar logo indignado e mal disposto. É que foram quase três décadas de presença quase diária naquele Estádio, para treinar! No entanto a imagem que deve ter ficado para as muitas centenas de participantes, principalmente estrangeiros, não deve ter sido a melhor. A Xistarca diz que não foi avisada e acredito!
.Algumas opiniões contraditórias entretanto lidas, fizeram-me pensar também no que a Maratona significa hoje para muitos dos seus participantes e do que significava há algumas décadas. Ainda sofríamos os efeitos da época em que responsáveis muito conhecidos afirmavam que “a maratona não é Desporto” (Moniz Pereira), enquanto que, numa grande maratona nos EUA, dirigentes procuravam impedir pela violência a participação de mulheres (ver foto na revista Spiridon)! Porque era a mais exigente das disciplinas atléticas e terminá-la representava para o comum dos mortais um feito pessoal, em que o tempo conseguido para realizar a proeza era importante. Porque eram efectivamente poucos os que se “atreviam” no nosso País à façanha e recordo até a tentativa de um amigo atleta desses anos tentar fazer uma listagem de todos os portugueses que a tinham conseguido concluir oficialmente.
O advento de novas competições ainda mais exigentes, como os super-triatlos, as ultra-maratonas, as provas de montanha de enorme dificuldade, veio alargar os horizontes, deixando a Maratona ser apenas (e é muito) a rainha das provas clássicas de Atletismo.
Suponho no entanto que a magia de fazer os 42,195 km se mantém e que cortar a meta continue a ser um momento importante para qualquer desportista, porque se trata de um esforço em que se chega, como referido, quase aos limites físicos. No entanto há cada vez mais participantes que a fazem apenas como mais um desafio, sem nenhuma carga especial, em que o sacrifício da superação das dificuldades, de quem anda nos limites da resistência, já não se porá com a mesma carga mítica de doutros tempos. Interessa apenas chegar mais uma vez ao fim e pouco mais.
Afinal, quem de entre os milhares que a terminam conhecerá o nome do saudoso Francisco Lázaro e do seu sonho, trágico, de vencer a primeira Maratona Olímpica, no início do século passado?
.Sobre a prova reitero a opinião dada em anteriores edições, Penso que a simultaneidade das duas competições principais, mesmo que parcial e com partidas distintas, é confusa. Não sei se o será também para os atletas mas acredito que sim, uma vez que já fiz maratonas e gosto de sentir o meio onde me movo. Não esquecer que os andamentos são completamente distintos, entre a meia-maratona (21,097) e a maratona (42,195), já que nesta última as reservas chegam ao ponto crítico, para a maioria dos atletas participantes. Pelo que ao acompanhar outro atleta que nos parece seguir num andamento semelhante ao nosso, convém verificar o que é que ele vai fazer.
Para o público justificava-se uma clara diferença nos dorsais das duas provas, para percebermos quem era quem, o que desta vez não aconteceu. Até perguntei a um fotógrafo, muito mais profissional que eu, e que estava em funções, e cheguei à triste conclusão que ainda percebia menos que eu...
.Já me disseram que o Estádio 1º de Maio está de pantanas, com a substituição do que já foi um belo relvado, por um sintético!
Que pena! Que disparate! Conheci muito bem os funcionários do Inatel que durante anos o trataram com muita dedicação, porque gostavam de fazer bem o seu trabalho. Agora já estão na reforma, alguns antecipada, desiludidos com o estado em que aquela instituição caiu nos últimos anos. Algumas vezes conversámos e a conclusão era invariavelmente a mesma: “ninguém vai reconhecer o nosso trabalho de anos!”, com a qual eu concordava, por já ter sentido na pele situações semelhantes. Adivinho as justificações: economicistas, sem ter em conta a qualidade para os utentes, em princípio trabalhadores. Mas para os golfes já há dinheiro! Questão de classes! Por isso, ainda bem que desta vez não fui ao Estádio, para não ficar logo indignado e mal disposto. É que foram quase três décadas de presença quase diária naquele Estádio, para treinar! No entanto a imagem que deve ter ficado para as muitas centenas de participantes, principalmente estrangeiros, não deve ter sido a melhor. A Xistarca diz que não foi avisada e acredito!
.Algumas opiniões contraditórias entretanto lidas, fizeram-me pensar também no que a Maratona significa hoje para muitos dos seus participantes e do que significava há algumas décadas. Ainda sofríamos os efeitos da época em que responsáveis muito conhecidos afirmavam que “a maratona não é Desporto” (Moniz Pereira), enquanto que, numa grande maratona nos EUA, dirigentes procuravam impedir pela violência a participação de mulheres (ver foto na revista Spiridon)! Porque era a mais exigente das disciplinas atléticas e terminá-la representava para o comum dos mortais um feito pessoal, em que o tempo conseguido para realizar a proeza era importante. Porque eram efectivamente poucos os que se “atreviam” no nosso País à façanha e recordo até a tentativa de um amigo atleta desses anos tentar fazer uma listagem de todos os portugueses que a tinham conseguido concluir oficialmente.
O advento de novas competições ainda mais exigentes, como os super-triatlos, as ultra-maratonas, as provas de montanha de enorme dificuldade, veio alargar os horizontes, deixando a Maratona ser apenas (e é muito) a rainha das provas clássicas de Atletismo.
Suponho no entanto que a magia de fazer os 42,195 km se mantém e que cortar a meta continue a ser um momento importante para qualquer desportista, porque se trata de um esforço em que se chega, como referido, quase aos limites físicos. No entanto há cada vez mais participantes que a fazem apenas como mais um desafio, sem nenhuma carga especial, em que o sacrifício da superação das dificuldades, de quem anda nos limites da resistência, já não se porá com a mesma carga mítica de doutros tempos. Interessa apenas chegar mais uma vez ao fim e pouco mais.
Afinal, quem de entre os milhares que a terminam conhecerá o nome do saudoso Francisco Lázaro e do seu sonho, trágico, de vencer a primeira Maratona Olímpica, no início do século passado?
Amigo Egas gostei imenso de ler esta crónica e estar de acordo com alguns factos aqui levantados. Enumerá-los todos seria fastidioso mas aconselhava a Organização da Prova a fazer uma leitura atenta dos muitos problemas que têm sidi levantados em tudo o que é sítio para que se possa melhorar ainda mais esta magnífica prova que se realiza na Capital portuguesa. Abraço.
ResponderEliminarComo sempre... magnifico, muito aprendo por aqui
ResponderEliminarCaro Jorge Branco;
ResponderEliminar2 notas neste seu excelente texto:
1. Sobre o Estádio 1o de maio - Isto só acontece num país onde não existe qualquer política desportiva ! e depois, como como diz'os estrangeiros que participaram nessa prova, ficam com a nossa imagem de 3o mundo, porque as maratonas neste lado de cá da europa, os locais de partida e chegada, são de grande qualidade.
2. Sobre a maratona, desde que tomei o gosto no ano passado, no mínimo vou fazer duas por ano. Já estou a preparar-me para Roterdão ( Abril de 2012). É uma sensação inexplicável...!!
Um abraço
do Xavier