domingo, 3 de abril de 2011

CORRER FAZ BEM À SAÚDE MAS...


É por demais evidente, e reconhecido por todos, que o desporto faz bem há saúde, tanto do ponto de vista físico como emocional. Na corrida isso é uma verdade já tão evidente e reconhecida por todos que até há países em que as empresas incentivam os seu funcionários a praticar a corrida, pois sabem que assim eles serão mais saudáveis e mais aptos para desempenhar as suas funções profissionais. Mas se correr faz bem à saúde há que ter algumas regras para a sua prática para não se transformar algo de benéfico em algo prejudicial. Uma das mais elementares regras para quem corre é o recurso a acompanhamento médico, com o indispensável exame anual. Claro que esse acompanhamento médico deve envolver muito mais que o exame anual e até não poderemos deixar de ter em conta a problemática das lesões pois ninguém está livre delas por mais cuidados e rigores que tenha com o treino e a sua planificação. Mas o acompanhamento médico é não só, como é evidente, uma necessidade dos corredores mas de toda a população, um direito até constitucionalmente consagrado. Acontece que na localidade onde vivo, Muge, concelho de Salvaterra de Magos, a população está privada de cuidados médicos há vários meses e já anteriormente o atendimento era muito deficitário com pessoas a irem de madrugado “apanhar vez” para a consulta. Estamos perante uma população de cerca de 1500 pessoas, muito envelhecida e carenciada que se vê privada dos seus mais elementares direitos. Pois é, correr faz bem a saúde mas onde é que estão as mais elementares condições para a sua prática? Onde estão os direitos dos cidadãos? E o lamentável exemplo deste agregado populacional, provavelmente até não se afastará muito do retrato do país neste início do Século XXI… com as populações fora dos grandes centros urbanos, em especial no interior do país a serem ignoradas e marginalizadas.

2 comentários:

  1. Como é que um país tão pequeno tem uma diferença tão acentuada litoral/interior?

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  2. Penso que o desprezo e abandono das necessidades das populações é directamente proporcional às suas possibilidades de reivindicação.
    Quanto mais pobres e mais afastadas dos grandes centros, mais ignoradas. Aí toca a cortar nas escolas, nos centros de saúde, nas urgências, nas farmácias, nos transportes, nas forças policiais!
    Filho de uma professora do ensino básico (primária), que leccionou desde muito jovem em aldeias recônditas das Beiras, fico espantado com o retrocesso civilizacional, em muitos aspectos básicos, dos novos tempos europeus, para os países com menos poder reivindicativo...
    Mas não é só no interior do país! Utente há muitos anos de um centro de saúde considerado modelo, na Capital, verifico com desalento e indignação, a sua terrível degradação na última dezena de anos - muito menos médicos, muito menos pessoal, alguns novos médicos sem perfil adequado (alguns péssimos profissionais).
    E, para não prolongar mais este brado de indignação, não irei falar agora nos lamentáveis seguros de saúde, para os "braços" dos quais os sucessivos responsáveis ministeriais quiseram empurrar a população que os pudesse pagar. Fica para a próxima...

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