quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CARRINHOS DE BÉBÉ, NAS PROVAS E NOUTROS EVENTOS

Em primeiro lugar, a afirmação de que não se trata de uma polémica, porque até estou de acordo com os comentários dos amigos que tenho lido. Apenas aproveitar a oportunidade para chamar a atenção para outro aspecto da questão, em minha opinião também importante.
Algumas observações (e protestos) de companheiros de estrada, contra a presença em competições desportivas, de carrinhos de bébé, tal como de cães à trela e da perigosa utilização de patins, etc, com as/os quais digo desde já que concordo sem restrições, levam-me no entanto a desejar acrescentar um “mas…” relativamente à presença de crianças.
É que há provas e provas, e confesso que sinto uma grande admiração pelos pais, atletas ou não, que gostam de fazer os filhos participar desde a mais tenra idade, quer nos eventos desportivos, quer nas grandes manifs de luta por um mundo melhor (ver fotografias que junto, todas que fiz no decorrer deste ano de 2009, em vários locais e eventos, mas todos tendo uma coisa comum: trata-se de eventos colectivos em que está subjacente o desejo de luta por melhores condições de vida, nem que seja pela prática desportiva).
Essas crianças, que assim participam, no carrinho ou aos ombros de um pai ou de uma mãe, têm a sorte de terem progenitores que as fazem desde muito cedo começar a entender que o sentir colectivo, ao combater o feroz individualismo da sociedade actual (pelo menos nesta parte do mundo), é algo fundamental para a nossa realização integral como seres humanos livres e conscientes.
Por isso, quando na cauda dos grandes pelotões das corridas lúdicas ou nas minis das pontes, ou nas manifs e em outros acontecimentos similares, vejo crianças transportadas pelos pais (ou familiares) sinto uma certa felicidade, por pensar que é mais um sintoma de que o espírito colectivo e social, apesar do que alguns pretendem e desejariam, não vai desaparecer nas gerações que se vão seguir.
Para finalizar, só uma pequena nota sobre a famosa Corrida do Tejo, mesmo que agora já pouco tenha a ver, em minha opinião, com o que foi durante mais de duas décadas. É que as partidas escalonadas por vários (e não só dois) tempos, tendo em conta a tecnologia actual de controlo dos atletas, poderiam resolver facilmente o problema daqueles que apenas querem participar de uma forma lúdica e não precisariam de eventualmente prejudicar os que querem fazer a sua corrida, pensando sempre no tempo a conseguir (e eu já estive, obviamente, nessa categoria).
Já será mais difícil de resolver o problema na Ponte 25 de Abril, com a partida na zona da portagem, embora as partidas diferenciadas da meia e mini, talvez pudessem resolver parcialmente o problema, já que a Alta Competição já tem o seu caso resolvido, com partida fora da Ponte. Será possível?


EVB
Novembro de 2009

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