terça-feira, 1 de novembro de 2011

A MINHA OPINIÃO SOBRE O SUCEDIDO NA 19ª CORRIDA DO MONGE

Aqui fica o que me apraz dizer sobre os tristes acontecimentos ocorridos na 19ª Corrida do Monge, de 30 de Outubro de 2011.
Esta é a minha opinião, meramente pessoal, que apenas tem a legitimidade de ser escrita por um pioneiro na participação em provas de montanha em Portugal, quer como atleta quer como modesto colaborador em organizações das mesmas.
Uma constipação “atirou-me” para os caminheiros na edição deste ano, mas conto festejar a vigésima Corrida do Monge a correr na bela Serra de Sintra e conto com vocês todos para me acompanharam nessa festa!
Jorge Branco
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Tanto quanto me foi possível apurar o que aconteceu foi que os 5 quilómetros da prova coincidiram com a travessia de uma prova de BTT, que partia e chegava de Colares.
Alguns atletas seguiram as fitas do percurso da Corrida do Monge, pois dois ou três metros após o cruzamento onde se deu o engano encontrava-se a placa dos 5 quilómetros.
Infelizmente muitos atletas não viram ou não ligaram à referida placa dos 5 quilómetros, o que é perfeitamente normal, e voltaram à esquerda no referido cruzamento pois o mesmo estava marcado no chão para os praticantes de BTT.
Com toda esta situação estragaram-se duas organizações, pois vários concorrentes da BTT também seguiram as fitas da Corrida do Monge e foram parar ao Rio da Mula e só deram pelo erro quando se depararam com o corta-fogo.
Nas críticas que são feitas ao sucedido ninguém fala nas responsabilidades do Parque Natural Sintra-Cascais, ou das entidades responsáveis pela autorização destes eventos, que devem ter uma efectiva acção de controlo e fiscalização das actividades que se realizam nas áreas debaixo da sua jurisdição, o que não foi o caso.
Não quero com isto dizer que estas entidades sejam responsáveis por verificações de marcações de percurso, como é evidente. Mas são responsáveis pelas autorizações que dão, verificando que eventos se realizam numa determinada data, quais os percursos dos mesmos e evitar que eventos paralelos possam vir a criar problemas como os sucedidos.
Para quem não sabe, a organização deste tipo de eventos carece de autorização por parte de várias entidades e o cumprimento de um determinado número de regras, que têm de ser respeitadas. No caso de se tratar de Parque Natural as exigências ainda são maiores e a obtenção de autorizações mais complicadas.
Não se compreende que quem organiza tenha de cumprir uma série de condicionantes e que quem autoriza não verifique o que autorizou!
Já alguém viu serem autorizadas duas provas de estrada em simultâneo com percursos que se cruzam?! Quando isso aconteceu foi o desastre... e porque uma delas meteu-se “à má fila”.
Soluções para está situação há várias e a primeira, mais segura e mais correcta, passa por não dar autorização a provas em simultâneo em que haja cruzamentos de percursos que possam criar estas situações.
Outra das soluções, é a entidade responsável pela autorização das actividades alertar os organizadores das mesmas para o facto de haver dois eventos em simultâneo, de modo a eles poderem estudar os percursos e precaverem-se contra situações como as tristemente ocorridas no Monge.
O que aconteceu no Monge era muito fácil de ser resolvido e é ridículo estar aqui a apontar soluções quando na organização da prova estava gente com uma experiência enorme na matéria.
Agora, por maior experiencia que tenha uma organização não pode adivinhar da realização de outro evento em simultâneo se não for informado do mesmo.
Nenhuma colectividade, de cariz eminente popular, investe todo o seu trabalho de voluntariado num evento desta natureza para depois ver tudo ser destruído por um acontecimento inesperado e que ultrapassou de todo a organização.
Espero que os corredores compreendam o sucedido e não criminalizem uma organização que de todo não o merece e voltem a estar de novo no Monge, para a vigésima edição daquela que é uma das mais antigas e carismáticas provas de montanha em Portugal. Isto digo eu, como simples praticante e amante da modalidade, que sabe distinguir, julgo eu, o trigo do joio!
Na organização da Corrida do Monge encontra-se gente que vive o amor pela corrida em montanha com ninguém, com décadas de saber e experiência, e que também sofrem quando vêm todo trabalho ruir e quando, ainda para mais, são alvo de críticas que de todo não merecem.

9 comentários:

  1. Muito bem analisado Jorge Branco, e como diz há que distinguir o trigo do joio e assim a culpa não morrerá solteira. Obrigado pelos seus contributos ao longo dos anos, a bem da corrida.

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  2. Não querendo "meter-me onde onde não sou chamado", porque estou longe e porque não conheço esta competição, não deixo de ter uma opinião pessoal e de me interessar por todas as questões que envolvem a corrida. Concordo com esta sábia análise, amigo Jorge. Há que "abrir os olhos" a quem emite opiniões "a quente", sem se importar com as origens dos problemas, que muitas vezes estão bem longe daquilo que a maioria das pessoas o julgam. Haja ponderação.

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  3. Quando é que abrem as inscrições para a 20ª edição da Corrida do Monge? É que eu quero lá estar! Este ano nem sequer subi o corta-fogo, de que tanto se falava, caraças!!!

    Um beijinho Jorge

    Ana Pereira

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  4. Boas eu participei na 19ª Corrida do Monge e por infelicidade fui um dos muitos que se perdeu no km5.
    Concordo com o que diz, a organização da prova não pode "levar com as culpas", porque pelo que me apercebi (e neste caso tenho de dizer que sou um estreante nestas lides de corridas de montanha), a prova estava bem organizada e marcada. Houve a infelicidade de haver outra prova em simultaneo (BTT) o que baralhou os corredores, no meu caso pessoal foi que segui o grupo que ia à minha frente, pensando que iam certos, tal como eles seguiram os da frente deles e assim sucessivamente até ao primeiro que se enganou.
    Agora há que responsabilizar as autoridades porque se sabiam das duas provas em simultâneo deveriam de ter avisado as referidas organizações para evitar as confusões, ou então (como ouvi dizer) se a prova de BTT era "ilegal" devem de ser tomadas medidas para que tal não volta a acontecer.
    À parte disso, tal como disse foi a 1ª vez que fiz uma corrida de montanha e fiquei "apaixonado", no meu caso até foi bom ter-me enganado porque assim vi que estou em melhor forma física do que pensava e consegui fazer mais uns bons km's do que os supostos 11,5km.
    Abraço e que para o ano na 20ª Corrida do Monge nos encontremos todos novamente.

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  5. Como sempre, um artigo cheio de sensatez e ponderação.

    Há organizações que sabemos terem sempre falhas e há aquelas que se esforçam por fazer tudo o melhor possível. Se ao fim de 18 anos sem mácula, houve um problema, tem que ser dado todo o benefício da dúvida e compreender que todos têm direito a um erro, e não se atirar logo a matar.
    Nunca me esqueço duma placa que estava há 10 anos atrás (espero que continue) na sala de convívio da Escola Secundária Luís de Freitas Branco em Paço de Arcos, onde a minha filha andou. Dizia ela:
    "Que a última falha do teu amigo não te faça esquecer todas as suas virtudes"

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  6. Análise correcta, acertiva e ponderada, com a qual concordo.
    Apenas uma observação, penso que neste tipo de provas, nos locais mais criticos, deveria estar alguém da organização com o intuito de orientar os atletas por forma a evitar enganos desnecessários.
    Esteve uma bela manhã, mas imaginemos que estava a chover, frio e nevoeiro...tipicos em Sintra....poderia ter sido muito complicado.
    Esta é a única preocupação que tenho, quando nos deparamos com este tipo de situações.
    Normalmente levo sempre o telemovel comigo, desta vez como estava a "jogar em casa", deixei-o com a minha mulher...parece castigo da serra, para quem a conhece tão bem :-).
    Foi divertido e um belo treino com vista à maratona de Lisboa :-).
    Obviamente que para o ano lá estarei tal como na corrida Serra e Mar (penso ser organizada pela mesma equipa)...mas seguramente com mais atenção. Se me volto a perder numa prova "da minha serra" "ela" seguramente que não me vai perdoar :-).

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  7. Correcto. Faço das suas palavras as minhas. Porque culpar agora? devemos sim, melhorar e não acabar com algo que já é de tão bom na grande Lisboa. Os meus parabéns pelos textos e blogue

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  8. Concordo plenamente que possa haver enganos e situações destas nas provas de Montanha, mas mias uma vez quem continua perder são os Atletas é bom relembrar que éra uma prova que pontua para o circuito e onde muitos Atletas vão para competir e não apenas participar,mas havendo culpados será a organização Terras de Aventura é esta mesma organização que recebe os Euros...

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  9. Claro que se tiver oportunidade irei no próximo ano ao Monge. Passei lá há 2 ano numa caminhada no corta fogo e aquilo pareceu-me bem duro mesmo a andar.
    Com os problemas surgidos este ano é de prever que a próxima Edição será mais cuidadosamente preparada, toda a gente aprende com estes "erros" e quem ganha é sempre os atletas participantes e as organizações que vêm compensados os seus esforços para que os seus convidados se sintam bem e satisfeitos.
    De resto amigo Jorge esta sóbria análise que nos oferece também contribuirá para dissecar um pouco a má imagem que ficou para alguns dos atletas participantes.
    Um abraço

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