É um dado adquirido que muitas das grandes maratonas internacionais atraem milhares de participantes, não só do país onde a prova se realiza mas de todo o mundo.
O que está na base desse fenómeno? O que cria esse vertente de turismo de desportivo que faz milhares de pessoas deslocarem-se de longe para correrem os míticos 42,195 km?
Diríamos que são maratonas com “alma”, maratonas que se integram plenamente na região onde decorrem e mostram o melhor que essa região tem, revelando precisamente o que um turista “normal” pretende ver ao visitar essa zona.
No caso de Lisboa temos uma maratona feita com todo o mérito mas num percurso atípico e de costas voltadas para a alma da cidade.
Pensamos que não vale muito a pena tentar fazer uma maratona plana em Lisboa, mesmo que tal seja possível. Quem queira uma maratona para bater recordes pessoais já tem excelentes ofertas no calendário internacional!
O que temos em Lisboa? O que encanta quem visita a cidade que me viu nascer?
Temos os bairros populares como Alfama, a Mouraria, a Graça, o Castelo, a Lapa, o Bairro Alto, Alcântara, a Madragoa, só para dar alguns exemplos.
Temos os miradouros com vistas únicas como são o caso da Senhora do Monte, de Santa Luzia, de São Pedro de Alcântara, de Santa Catarina.
Temos as 7 colinas de Lisboa que conjuntamente com o Tejo e aquela luminosidade tão própria a tornam na cidade branca, como a designou o cineasta suíço, Alan Tanner, no seu belo filme homónimo.
Uma maratona em Lisboa, para ser única, para se firmar no calendário turístico desportivo em que se integram as grandes maratonas internacionais não pode fugir das suas 7 colinas e dos seus bairros típicos, das suas ruas estreitas, das suas vielas!
Vão dizer: mas isso sobe, isso é duro! Sobe, sim senhor, mas não é duro! É o preço a pagar para se poder correr uma maratona com um percurso único no mundo, um percurso de rara beleza.
Não seria uma maratona para tempos, para grandes atletas internacionais mas seria uma maratona para o grande número de corredores que por esse mundo fora procuram provas com percursos únicos, em que ainda se torne mais gratificante ser maratonistas, em que o cansaço seja inferior à beleza que os olhos desfrutam!
Uma maratona para ser feita calmamente, para desfrutar, em que seja dado um tempo máximo para a terminar, que se coadune com a tipologia da prova e permita aos menos rápidos chegar ao fim sem problemas.
Uma maratona em Lisboa tem que “molhar” os pés no Tejo, subir aos mais altos miradouros da cidade, “perder-se” nas vielas, ter o som do fado e o cheiro da sardinha assada (não ficava nada mal um arraial com sardinhas assadas no final)!
Outro aspecto que temos de ter em conta é que ao levar a maratona para o interior de Lisboa, para o seu “coração”, e ao retirar a prova dos grandes e atípicos eixos viários, ela certamente será mais fácil de realizar em termos de trânsito e terá uma moldura humana muito mais envolvente pois muitos desses bairros mais típicos ainda são “aldeias” dentro da cidade grande onde as pessoas são muito mais participativas em relação a tudo o que se passa na sua comunidade.
Claro que tinha de haver todo um trabalho anterior à prova, de divulgação da mesma nos bairros por onde ela passaria, teriam de ser contactadas juntas de freguesia e clubes locais, de modo a estudar e criar uma grande interacção entre a população e a prova.
Nestes tempos de crise (criada por aqueles que nunca tem crises) vir aqui falar de um projecto destes parece ser coisa de loucos! Mas para se criar riqueza (pelo menos honestamente!) tem que se investir e trabalhar muito até se obter o retorno. Sabemos o quanto um grande evento desta natureza poderia ser uma mais-valia para a cidade.
Não se cria uma grande maratona internacional em dois ou três anos, é um trabalho de investimento e paciência e saber ter as pessoas certas no comando projecto.
Aqui fica esta nossa ideia, um tanto ou quanto visionária, mas temos a certeza que é algo que resultaria plenamente embora com muito trabalho e investimento aplicados mas temos gente em Portugal que já demonstrou ser capaz desta hercúlea tarefa, assim haja alguém com visão, e dinheiro, para uma “aventura” desta natureza.
Para finalizar, e não sendo intenção deste texto dar qualquer sugestão sobre do percurso desta eventual maratona mas sim lançar um ideia geral sobre o espírito da mesma, não podemos deixar de afirmar que o nosso sonho é que esta prova tivesse como ponto de partida a Praça do Comércio e a linha de chegada o Castelo de São Jorge! É um sonho que nem sequer sabemos se seria exequível do ponto de vista técnico.
Aqui fica lançada a ideia para dar a Lisboa a maratona que ela merece! Uma maratona com alma verdadeiramente alfacinha!
.
*Nota: Este texto é dedicado a um amigo meu, que há uns bons anos comungou comigo o sonho de fazer uma prova de montanha em Lisboa e ao amigo João Lima que me incentivou a publicar no blogue a ideia alinhavada num e-mail trocado entre ambos*
O que está na base desse fenómeno? O que cria esse vertente de turismo de desportivo que faz milhares de pessoas deslocarem-se de longe para correrem os míticos 42,195 km?
Diríamos que são maratonas com “alma”, maratonas que se integram plenamente na região onde decorrem e mostram o melhor que essa região tem, revelando precisamente o que um turista “normal” pretende ver ao visitar essa zona.
No caso de Lisboa temos uma maratona feita com todo o mérito mas num percurso atípico e de costas voltadas para a alma da cidade.
Pensamos que não vale muito a pena tentar fazer uma maratona plana em Lisboa, mesmo que tal seja possível. Quem queira uma maratona para bater recordes pessoais já tem excelentes ofertas no calendário internacional!
O que temos em Lisboa? O que encanta quem visita a cidade que me viu nascer?
Temos os bairros populares como Alfama, a Mouraria, a Graça, o Castelo, a Lapa, o Bairro Alto, Alcântara, a Madragoa, só para dar alguns exemplos.
Temos os miradouros com vistas únicas como são o caso da Senhora do Monte, de Santa Luzia, de São Pedro de Alcântara, de Santa Catarina.
Temos as 7 colinas de Lisboa que conjuntamente com o Tejo e aquela luminosidade tão própria a tornam na cidade branca, como a designou o cineasta suíço, Alan Tanner, no seu belo filme homónimo.
Uma maratona em Lisboa, para ser única, para se firmar no calendário turístico desportivo em que se integram as grandes maratonas internacionais não pode fugir das suas 7 colinas e dos seus bairros típicos, das suas ruas estreitas, das suas vielas!
Vão dizer: mas isso sobe, isso é duro! Sobe, sim senhor, mas não é duro! É o preço a pagar para se poder correr uma maratona com um percurso único no mundo, um percurso de rara beleza.
Não seria uma maratona para tempos, para grandes atletas internacionais mas seria uma maratona para o grande número de corredores que por esse mundo fora procuram provas com percursos únicos, em que ainda se torne mais gratificante ser maratonistas, em que o cansaço seja inferior à beleza que os olhos desfrutam!
Uma maratona para ser feita calmamente, para desfrutar, em que seja dado um tempo máximo para a terminar, que se coadune com a tipologia da prova e permita aos menos rápidos chegar ao fim sem problemas.
Uma maratona em Lisboa tem que “molhar” os pés no Tejo, subir aos mais altos miradouros da cidade, “perder-se” nas vielas, ter o som do fado e o cheiro da sardinha assada (não ficava nada mal um arraial com sardinhas assadas no final)!
Outro aspecto que temos de ter em conta é que ao levar a maratona para o interior de Lisboa, para o seu “coração”, e ao retirar a prova dos grandes e atípicos eixos viários, ela certamente será mais fácil de realizar em termos de trânsito e terá uma moldura humana muito mais envolvente pois muitos desses bairros mais típicos ainda são “aldeias” dentro da cidade grande onde as pessoas são muito mais participativas em relação a tudo o que se passa na sua comunidade.
Claro que tinha de haver todo um trabalho anterior à prova, de divulgação da mesma nos bairros por onde ela passaria, teriam de ser contactadas juntas de freguesia e clubes locais, de modo a estudar e criar uma grande interacção entre a população e a prova.
Nestes tempos de crise (criada por aqueles que nunca tem crises) vir aqui falar de um projecto destes parece ser coisa de loucos! Mas para se criar riqueza (pelo menos honestamente!) tem que se investir e trabalhar muito até se obter o retorno. Sabemos o quanto um grande evento desta natureza poderia ser uma mais-valia para a cidade.
Não se cria uma grande maratona internacional em dois ou três anos, é um trabalho de investimento e paciência e saber ter as pessoas certas no comando projecto.
Aqui fica esta nossa ideia, um tanto ou quanto visionária, mas temos a certeza que é algo que resultaria plenamente embora com muito trabalho e investimento aplicados mas temos gente em Portugal que já demonstrou ser capaz desta hercúlea tarefa, assim haja alguém com visão, e dinheiro, para uma “aventura” desta natureza.
Para finalizar, e não sendo intenção deste texto dar qualquer sugestão sobre do percurso desta eventual maratona mas sim lançar um ideia geral sobre o espírito da mesma, não podemos deixar de afirmar que o nosso sonho é que esta prova tivesse como ponto de partida a Praça do Comércio e a linha de chegada o Castelo de São Jorge! É um sonho que nem sequer sabemos se seria exequível do ponto de vista técnico.
Aqui fica lançada a ideia para dar a Lisboa a maratona que ela merece! Uma maratona com alma verdadeiramente alfacinha!
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*Nota: Este texto é dedicado a um amigo meu, que há uns bons anos comungou comigo o sonho de fazer uma prova de montanha em Lisboa e ao amigo João Lima que me incentivou a publicar no blogue a ideia alinhavada num e-mail trocado entre ambos*
Em primeiro lugar os meus parabéns pelo excelente texto aqui publicado no seu blog pena é que não tenho o "botão" de partilhar no F.B. mas se eu puder partilhar a ideia o farei com todo o gosto. Sobre o temo é claro que uma Maratona que passe pelos bairros emblemáticos da Cidade de Lisboa com toda a certeza que a sua beleza faria com que muitos corredores esquecessem as dores e as vicissitudes de uma prova desta natureza. Excelente ideia e espero muito sinceramente que consiga realizar esta ideia, eu se puder estarei lá na primeira edição ao lado do meu amigo João Lima. Abraço
ResponderEliminarSão estas ideias que "vendem" bem uma prova. Uma Maratona em Lisboa só pode ser feita em Lisboa e se com uma prova destas se conseguir mostrar a cidade a quem corre tem-se um retorno muito maior que um percurso que "equipare" Lisboa a outra cidade qualquer.
ResponderEliminarBem observado Jorge.
Aqui, na Meia Maratona de S.- João das Lampas, também nunca tive a preocupação de arranjar um percurso mais plano, para que a prova fosse mais "competitiva" com as outras mais rápidas.
Cada uma é como cada qual.
Grande abraço.
Comungo do mesma opinião e cada vez que oiço falar que a maratona de Lisboa deveria plana ou mais plana possivel, nem que se voltasse às duas voltas na 24 de Julho, até me dá calafrios. As cidades são como são e porque uma prova não poderá ser uma lição de história, um percurso guiado pelo mais pitoresco que há numa cidade ?
ResponderEliminarÀ falta de uma maratona oficial, porque não uma pirata ? Vou estudar um percurso e quem sabe se não se arranja uma pirataria ?
Um excelente texto a coroar uma ideia fenomenal!
ResponderEliminarParabéns Jorge!
Eu, como está bem de ver estou de acordo e não me passará ao lado se ainda vier a tempo. Grande ideia amigo Jorge seja lá de quem for e está fortemente bem justificada. Normalmente nas maratonas que se fazem em Lisboa as marcas alcançadas ficam muito aquem do desejado e possível, daí tentar neste novo formato apostar na qualidade do percurso e na quantidade quanto à participação popular. Pode ser que o Tigre descubra aí algo na Cidade que a tire do marasmo que tem vindo a sofrer em termos desportivos.
ResponderEliminarAbraço.
Todos os grandes projectos nasscem de uma ideia. As grandes ideias geram vontades... que movem montanhas. Não duvido que esta é uma grande ideia, amigo Jorge, vinda de que já por cá anda há muito tempo - o tempo suficiente para se ter tornado num visionário. "Eles não sabem nem sonham, que o sonho comanda a vida...", dizia Gedeão,e esta é a verdade. Oxalá que a semente germine!
ResponderEliminarExcelente como sempre... e é uma boa ideia!
ResponderEliminarSó uma coisa... embora eu tenha nascido em S. Sebastião esqueceu-se da Ajuda :-( também é um bairro popular ;)
beijinho
Excelente Jorge!
ResponderEliminarExcelente texto e excelente ideia!
Já fiz 3 Maratonas de Lisboa e sinceramente estar prestes a fazer a 4ª não me deixa especialmente animado no que ao local diz respeito. Lisboa está longe de ser aquilo que esta organização definiu e persiste em manter. O resultado está à vista, com as critícas que daqui e dali se vão conhecendo. Seria dos 1ºs a preferir uma versão como sugeres, mesmo que nos moldes 'piratas' que a tornassem uma realidade.
Abraço
Ainda não fiz a minha estreia na maratona, mas gostava de um dia a fazer em Lisboa. Pelo que tenho lido da maratona que temos actualmente a mesma deixa um pouco a desejar quando comparada com o potencial que podia ter, e é ai que entra a excelente ideia que acabei de ler neste post. Vou tomar a liberdade de o partilhar, pode ser que a ideia pegue e quem sabe daqui a uns anos não temos mesmo a Maratona das 7 Colinas.
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