Texto escrito no dia de Natal do ano passado, que foi para a “gaveta”.
Na altura não senti a vontade necessária para trazer aqui este texto mais intimista.
Mas como NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER (ou deveria ser) resolvi-me a publicá-lo hoje aqui e revelar um pouco do nosso Natal de 2010 a todos os amigos que têm a paciência de seguir este blogue.
A MINHA FESTA DE NATAL – 25 DE DEZEMBRO DE 2010
Impossibilitado de ter participado na São Silvestre Pirata e avesso às São Silvestres alcatroadas e à mania dos recordes pessoais e dos andamentos rápidos (estou noutra!) fiz hoje a minha “São Silvestre” particular.
Eram 7 e 50 da manhã estava eu de partida!
Frio, chuva e um vento gelado, gelado!
Atravessei aqui o Tejo, pela Ponte Rainha Dona Amélia (a velhinha ponte ferroviária e adaptada ao trânsito rodoviário) e tomei o Caminho do Tejo usado nas peregrinações a Fátima.
Neste troço o Caminho do Tejo é um estradão que segue em direcção a Santarém, ao longo do dique.
Depois de passar Porto de Muge acaba o alcatrão e entra-se num estradão de areia compactado com pedrinhas, sem lama mas com muitas poças de água.
O projecto era (e foi) correr 2 horas e meia das quais devo ter feito aproximadamente 50 minutos em alcatrão.
Na primeira metade apanhei com cerca 50 minutos de vento gelado, de frente, e chuva.
Não dava para aquecer e o frio passava o casaco de impermeável e a camisola técnica.
Foi duro, duro! Uma hora e quinze de rectas, curvas, poças, charcos, solidão, vento e chuva.
No retorno o vento de costas e o quase acabar da chuva melhoraram as coisas mas não era fácil e as pernas não estavam nos seu dias.
Quando chego a porto de Muge volta a chuva e o frio e a travessia dos 800 metros da Ponte Rainha Dona Amélia com vento gelado de frente e chuva tornam-se bem complicados! Mas fazendo das fraquezas forças atinjo a outra Margem do Tejo e começa a cheirar-me a casa!
Depois foi serrar os dentes e enfrentar os 10’ minutos de alcatrão que me separavam da Ponte Pequena sobre a vala de Muge.
Finalmente entro no Rossio, saindo do alcatrão e enfrentando as últimas poças.
Mais uma curta rua e estou a ver a porta de casa! Mesmo assim ganhei um minuto e picos no retorno.
Pronto duas horas e meia estão feitas!
Grito interiormente Feliz Natal a mim próprio e mais umas tantas coisas que não se podem escrever aqui.
Desacelero calmamente e começo a caminhar. Estou meio desarticulado, ensopado e arrebentado mas feliz! São estes treinos que fazem os fundistas!
Lá fiz mais uma Festa de Natal à maneira do Jorge Branco, sem presépio, nem árvore, nem prendas!
Amigo Jorge
ResponderEliminarDe facto, é como diz, o "Natal é quando um homem quiser", mas se me permite uma veleidade, acrescentaria em sua honra, "partilhar as memórias com os amigos é quando um HOMEM quer".
Um bom relato de um bom treino/aventura, a que nós, corredores estamos habituados.
Um abraço amigo
Amável Luz
Hum... discordo com o "nem prendas". Deste uma (boa) prenda a ti próprio!
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