sábado, 9 de julho de 2011

“ITABASHI”… A MARATONA MAIS LONGA!


O original deste texto encontra-se publicado na Revista Spiridon número 196 sendo o seu autor o Italiano Alessandro Montero. Ficámos tão impressionados com o texto em questão que não quisemos deixar de o trazer ao conhecimento dos leitores deste modesto blogue. Agradecemos a gentileza da Revista Spiridon, na pessoa do seu director, Professor Mário Machado, ao nos autorizar a publicação deste artigo.

ITABASHI”… A MARATONA MAIS LONGA!

Por Alessandro Montero

Não, não sou jornalista, nem atleta campeão ou alguma coisa parecida. Serei, talvez, um anónimo corredor que abraçou esta “religião” vai para mais de duas décadas e que a segue com entusiasmo metódico, quase diria de verdadeiro “monge” absolutamente convertido ao seu “Deus”: a corrida!

Se, com os meus 39 anos, a descoberta desta minha “religião” foi algo que verdadeiramente me abalou e conquistou de corpo e alma, a verdade é que, agora, com as minhas 61 primaveras, e numa situação de reformado, após ter trabalhado anos a fio numa dependência bancária a norte de Milão, optei por preferir um estilo de vida que conciliasse o enorme gosto que sempre tive pelas viagens e por conhecer zonas pouco visitadas da nossa Terra através da minha tal “religião”.

A proposta que fixei a mim próprio era simples, clara e directa: viver da pensão de reformado após 30 anos de trabalho e, tendo como ponto de partida o local onde vivo, nos arredores de Milão, ir fazer algumas provas de Maratonas e Ultramaratonas em vários locais do nosso Planeta. Previa uma média de 5 longas viagens por ano, num estilo descontraído e sempre pautado pela opção de tarifas aéreas de baixo custo, fora das datas mais concorridas pelo grande público, com alojamento em locais económicos, portanto sem luxos, mas garantindo uma vida calma e o contacto directo com a verdadeira realidade das regiões que visitasse.

Viajar para longe...

Correr provas nesses locais e gastar pouco dinheiro...

Até aqui tudo normal, pois certamente haverá muitos corredores que, uma vez atingida a chamada idade da reforma, optam por dar mais espaço aos seus hobbies. Uns, irão dedicar horas a fio ao seu jardim, enquanto outros, talvez às suas bricolages! Naturalmente nós, corredores, estamos mais inclinados para os “nossos amores”, a corrida, embora com o cuidado de vigiar sempre, e de forma muito cautelosa, o eterno perigo das lesões. É uma praga que acaba por afectar tantos e tantos corredores dos escalões de idade mais avançada por ser natural começarem a dedicar mais tempo à prática do seu desporto. Dai um acumular rápido e bem volumoso de quilómetros dado o tempo livre de obrigações tão característico dos reformados.

CORRER NO JAPÃO

Neste ano de 2011, depois de procurar, durante muitas horas (na verdade, foram vários dias de pesquisas na Net) as várias possibilidades para ir correr em local diferente, resolvi participar na “13ª. Itabashi City Marathon”, que teria lugar em 20 de Março nos arredores de Tóquio.

O percurso parecia plano, mas as cinco pequenas subidas no esquema do percurso, talvez fizessem alguns estragos na minha “máquina”... Porém a prova disputava-se quase ao nível do mar, oscilando a assimetria média entre os 5 e os 7 metros acima do nível das águas...

Primeira fase...Inscrição na prova, situação que parecia bem fácil, mas que se tornou complicada porque o site da organização surgia apenas em caracteres nipónicos. Enfim, lá consegui inscrever-me, pagar a taxa e tudo ficou logo feito em 22 de Setembro, data da abertura das inscrições.

Ate aqui, tudo normal! Em cada um dos meus treinos nos meses que se seguiram, o sonho japonês ia ganhando volume, tanto no que se refere à geografia local, como aos costumes daquele povo. Cheguei mesmo ao ponto de começar a aprender a pronunciar algumas frase que, no meu dia-a-dia, podiam ajudar-me a viver mais perto da população.

Na mira de encontrar preços mais convenientes para o alojamento durante as três semanas previstas para viver naquela ilha, optei por reservar o modesto, mas impecavelmente limpo “Akabane Hoterumettsu Hotel”, mesmo ao pé da estação de Caminhos de Ferro de Akabane. Os 5.900 yens (cerca de 49 euros por noite) foram preciosos para me adaptar ao novo fuso horário, pois iria sair de Milão na primeira semana de Março. A ideia era ficar duas noites e, depois, ficar alojado numa pequena povoação de Takaku, próxima Iwaki, uns 120 quilómetros a norte de Tóquio, alojamento em casa particular conseguido graças à preciosa colaboração do empregado japonês da secção de informática loja “Electronic 2024”, de Milão. Na realidade, Nagoshi Dho, quando, numa calma manhã, me atendeu “com todo o tempo do mundo”, pois era o único cliente presente, para esclarecer umas dúvidas sobre o meu novo MP3, acabou por se interessar pela ideia de eu ir correr ao Japão e, daí, estabelecer-se uma certa amizade entre nós, a qual, alguns dias mais tarde, acabaria por se traduzir num contacto de alojamento em casa particular.

Um verdadeiro sonho, que se traduzia por ir viver com uma família de pescadores japoneses!...

Tive muita sorte em encontrar aquele jovem empregado que, devido á falta de clientes naquela manhã, “perdeu” mais de 45 minutos a falar do MP3 e depois do seu país.

Portanto, o esquema seria chegar ao Japão via Tóquio, ficar dois dias no hotel e, depois, uma semana na casa dos pescadores...

De seguida correr a maratona de Itabashi e, nos restantes 12 dias, percorrer o mais possível o chamado Japão rural, dormindo mais ou menos onde houvesse oportunidade disso. Um plano de três semanas, que foi o sonho do dia-a-dia do meu Inverno italiano.

O FASCÍNIO DO JAPÃO

Chegar e cumprir o esquema inicial dos dois primeiros dias, foi fácil e, automaticamente, fiquei fascinado pelo tipo de vida electrizante de Tóquio e arredores. No 5.º andar do “Akabane Hoterumettsu Hotel” dei comigo a olhar para tudo como se fosse uma criança, espantado como estava, pelas luzes e pelo da vida intensa da grande capital. Mesmo vivendo durante três décadas em Milão, nunca imaginei que a população japonesa da grande cidade pudesse viver sob tal ritmo, quase diria mecanizado.

Após este choque inicial, fui de autocarro para Iwaki e, depois, para a zona de Takaku, onde, na morada respectiva, lá estava a casa da família Yamamoto. Pai de 51 anos, mãe e dois filhos a rondarem os 20 anos. A cordialidade foi nota de timbre para a minha recepção, com um pequeno senão: fizeram questão que pagasse os 7 dias de estadia e alojamento previstos, um total de cerca de 30.000 yens (cerca de 250 Euros).

Pouco em importei com tal atitude, mas notei uma certa desconfiança face ao estrangeiro... Alimentação à base de peixe e verduras e tudo sempre com cerimonial que me deixava perplexo.

Durante o dia, fazia alguma corridas embora de pouca duração, pois a Maratona era o grande objectivo e, claro, passeava pela aldeia, ia até à beira mar, logo ali, a cerca de umas centenas de metros da casa, Pretender vida mais simples e repousante seria difícil e tudo se encaminhava para poder correr uma grande prova. Pensava mesmo ir conseguir melhor tempo do que as 3h41 quando, em Janeiro, corri a Maratona de Marrakech (N.R.: Na Spiridon n.º 170 fizemos uma reportagem sobre essa prova num texto intitulado “Marrakech Aqui Tão Perto!”).

A MARATONA MAIS LONGA

O relógio devia marcar 14h45 naquele dia 11 de Março. Era sexta-feira e, depois do almoço, estava deitado a fazer o meu habitual período de repouso. Lembro-me perfeitamente dessa refeição (algo parecido com sopa de peixe com rebentos suculentos de bambu) e olhava fixamente as pequenas ripinhas que, sob o tecto do meu quarto, davam um ar particularmente repousante ao pequeno compartimento. De repente, tudo começou a oscilar fortemente como se de um enorme harmónio se tratasse. Tudo se moveu, mas nada caiu, a não ser a garrafa de plástico com água que tinha numa mesa ao pé da cama. Nunca tinha sentido nada assim, parecia que alguém, talvez com o tamanho do Gigante Gulliver, tivesse pegado na casa da família Yamamoto e continuasse a sacudi-la insistentemente, como que a desejar fazer um batido para esse imaginário gigante ingerir.

Fiquei calmo, ou melhor, perante aquela cena, que durou talvez um minuto, fiquei petrificado, preso ao meu colchão e sem saber o que fazer, como que a esperar que tudo me caísse em cima. Mas não, oscilou, oscilou, rodopiou, mas, depois, veio o silêncio. Ainda hoje tenho isso gravado bem no fundo da minha mente. Primeiro, um barulho estranho vindo da profundezas da terra, depois, um silêncio e, volvido algum tempo (não sei se um ou mais minutos) gritos e choros da populaça que estava na rua. Alguns gritos eram de grande pânico e, para mais, numa linguagem que, para mim, era ainda mais assustadora.

Tinha presenciado um sismo de grau 8,9 na Escala de Richter, o que, segundo os especialistas, é a 5.ª maior de sempre na época moderna! Presenciei como o mais atento espectador, pois espectáculos aterradores, como este só os podem presenciar pessoas de sorte.

Sorte foi a casa da família Yamamoto ter aguentado todo aquele cataclismo, o que, em comparação com muitas outras das redondezas, completamente “descaídas” aqui e ali, qual amálgama de destruição, mostrava como situações de “azares da vida” escolhem pessoas ao acaso.

Os gritos dos Yamamotos pareciam não revelar a sorte que eu supunha tê-los presenteado. Subiram as escadas inclinadas do meu pequeno quarto e gesticulavam, empurravam-me, diziam algo que apenas pude compreender que tinha de sair pois, segundo pensei, a casa ia cair.

Mas, interrogava-me, cair como? O sismo tinha passado, a casa estava perfeita, nem uma telha caída, nem um vidro de janela partido…

Estariam aquelas quatro pessoas em completo descontrolo?

“-Alexxxxandróo, Alexxxxandróo, goooo, goooo,”, enquanto me empurravam para longe de casa, numa direcção que me parecia perfeita idiotice. Tudo tão atabalhoado, tão mal feito, ao ponto de pensar que, se eles estavam em pânico, eu não estava assim tanto, e o melhor era parar aquela fantochada toda. Porém, o mais estranho é que não éramos só nós a correr, não sei para onde, eram muitos outros, novos e velhos, correndo em direcção a uma montanha, ou melhor, um morro que existia a uns 3 km das casas da aldeia.

Será que todos pensavam ir rezar a um qualquer Deus?

O que haveria de tão especial para que, subitamente, centenas de pessoas, corressem desalmadamente naquela direcção e, o mais estranho, é terem fugido das suas casas, muitas delas nem sequer destruídas, sem levarem pertences, sem se preocuparem em ter consigo este ou aquele bem.

Perante a azáfama daquela louca e descontrolada correria, tropecei numa bicicleta que estava caída em pequena ruela e esfolei-me no ombro. Parei e pensei: vou parar com esta loucura! Estou a correr para quê?

Os Yamamoto, gritando pelo meu nome e acenando os braços, tentavam dizer-me algo que não compreendia minimamente e seguiam morro acima, por entre arbustos e trilhos pouco recomendados, sempre na mira de conseguirem chegar mais acima, mais acima.

Depois, da estúpida queda junto à bicicleta, parámos e olhámos em volta. Todos corriam, mulheres, crianças, e algumas delas, ao verem-me parado, gesticulavam e indicavam que tinha que subir. Era a “minha Maratona” que tinha começado.

UMA ONDA… MAS QUE ONDA?

Lá quase no alto, com várias centenas de japoneses a olhar para o mar, vi bem ao longe algo que parecia estranho, qual nuvem difusa que, começava a ganhar forma. Era uma onda e no meio daquelas duas centenas de aldeões gerou-se um silêncio tão profundo que mais me fez escutar o som cavo, horripilante, de tal fenómeno, cada vez era maior, sempre maior…

Não tenho palavras para descrever os minutos que se seguiram. Para dar uma imagem mais ou menos semelhante, imagine-se que se construiu um castelo de areia numa praia, em dia de Verão, tal como muitas crianças o fazem. Depois, naturalmente, vem uma onda e destrói tudo com uma facilidade incrível. Naquele morro, talvez com a altura de uns cinco andares, ao ver a povoação de Takaku lá em baixo, o castelo de área eram as casas, e a onda engolia, arrasava e esmagava tudo à sua frente, com uma facilidade arrepiante.

Ao olhar para aquele fantasmagórico espectáculo, senti-me pequenino, e mais ainda quando me lembrei que aqueles aldeões estavam a ver a destruição dos seus bens em apenas escassos segundos e depois de vidas de trabalho intenso. Para mim, não havia mais nada, estava petrificado a ver a onda a levar tudo. Depois, como se isso não bastasse, recuou, recuou para o mar, e aqueles edifícios, aquelas coisas que haviam ficado de pé, quando da chegada da onda invasora, eram destruídas nesse recuo. Um amontoado de madeiras, casas, alguns veículos de todo o tipo, grandes, pequenos, envolvidos com barcos, tudo numa amálgama de coisas sem valor. Aqui e além viam-se corpos, muitos corpos já sem vida…

Ali fiquei naquele morro, enquanto lá em baixo a enchente tinha acabado. Tudo estava alagado, lama, poças de água, restos de tudo, o que obrigou aquela gente a ficar em cima e, para mais, sempre na mira de poder surgir nova onda, novo Tsunami. Foram 29 horas de espera, mas, acima de tudo, de vigilância e medo, com todos a pensar que, no meio do infortúnio da povoação e das regiões em seu redor, muita sorte tinha havido em conseguirem sobreviver, não só ao terramoto como ao Tsunami e à sua onda invasora com mais de 10 metros. Bem razão tinham os Yamamotos e seus pares em indicarem loucamente que tínhamos de subir morro acima. Se não fossem eles, teria ficado feliz por nada me ter acontecido durante o terramoto e viria a ser facilmente apanhado pelo Tsunami. Com tal onda gigante teria falecido, como era natural.

Nas 29 horas seguintes, mais do que dar graças à minha sorte, caí num comportamento que nunca tinha sentido em toda a imha vida. Tudo o que via fazer à família Yamamoto, eu também os seguia. Se se sentavam, eu também escolhia local parar o fazer. Se procuravam qualquer coisa, era logo o primeiro a seguir-lhes as pisadas. Decididamente, o medo da morte, do desconhecido, é algo que nos faz ser bons alunos…

Depois, passadas muitas e longas horas de espera, surgiram os primeiros sinais de resgate, se é isso que se pode chamar a um ou outro helicóptero a deitar perto do morro garrafas de água e alguns cobertores. Mais tarde, os mais velhos foram evacuados, juntamente com algumas crianças, mas o grosso do grupo só saiu dali pelos seus próprios meios e a partir do momento em que viaturas militares conseguiram aproximar-se daquele terreno lamacento.

Ao fim de dois dias e meio, aí estava eu num ginásio transformado em dormitório para finalmente descansar. Comer, não interessava, mas, beber água e dormir, era algo que tocava a todos. Um cobertor e foi mesmo ali num canto que adormeci tão profundamente, tão assustado que talvez nem tenha demorado uns trinta segundos a “passar para o outro lado”.

CORRER A MARATONA? POIS CLARO… ESTOU VIVO!

Umas horas depois, francamente não sei se dormi 4 ou 14 horas, acordei com uma estranha sensação: ESTAVA VIVO!

Tão vivo que me apetecia celebrar, gritar, eu sei lá, e perante o saber da enorme destruição que se abateu sobre a população daquele povoado que me tinha acolhido, até me senti mal. Estava quase eufórico e pedi a um militar de patente elevada para ir para Tóquio, para a embaixada Italiana, enfim só queria sair dali e gritar: ESTOU VIVO!

Ao cabo de algumas horas, estava num camião militar em direcção à embaixada. Formalismos de quem perdeu toda a documentação, mas está vivo! A magia de um telefonema para Milão e, pronto, aí estava eu num hotel, já com avião marcado para daí a 6 dias.

A sensação de euforia não me largava. Pequenas coisas estúpidas ganhavam significado estranho. Por exemplo, comia uma banana e parecia-me que nunca o tinha feito, voltava a comer outra e a apreciar o seu sabor em cada uma das minhas pupilas. Tomar duche, que prazer, que luxo...E poder correr... Como era belo e empolgante!

Todavia, porque não ir correr a tal Maratona de Itabashi? Sim, era também para isso que tinha vindo ao Japão. Ora ai estava uma coisa óptima para me acalmar a euforia de estar vivo,

Alguém ligou para os organizadores e, pronto, a prova tinha sido cancelada, Atitude normal, portanto, só alguém estúpido como eu pensaria em ir correr uma maratona uma semana depois da catástrofe e com o solo a tremer através de pequenas réplicas do terramoto.

Mas – pensei eu – porque não ir eu, muito pessoalmente, correr a Maratona? Sabia o percurso, não precisava de tiro de partida nem de juízes, as ruas estavam ali e correr só dependia mim...Classificação, pouco importava, sempre corri contra mim próprio, nunca contra o colega do lado.

Claro que não tinha equipamento, pois tudo o que trouxera na minha bagagem de Itália tinha ido na “onda”, mas foi fácil comprar uns sapatos adequados para correr, assim como calções e camisola.

Eufórico, como um menino a quem lhe entregaram uma prenda surpreendente, lá fui para o local de partida da “Itabashi City Marathon” daquele dia 20 de Março. Não estava lá ninguém, aliás a hora que escolhi para a minha corrida eram as 7 da manhã, pois queria evitar muito tráfego. Absolutamente só, dei eu próprio o meu tiro de partida. Fui correndo quilómetro a quilómetro, foram os mesmos 42, tal muitas outras maratonas, mas naquele dia, mais do que os quilómetros percorridos foi uma viagem interior ao meu EU, ao meu interior, como que um visualizar do que tinha feito de bom e de mau ao longo da vida.

Estranhos momentos esses! E quando, 4 horas e 17 minutos depois da largada, cruzei o local indicado como sendo da linha de meta já todas as perigosas, confusas e raras sensações vividas nos últimos dias estavam calmas.

Dias depois, Milão, como sempre nestas coisas das minhas viagens, ali estava a minha espera. A rotina, os familiares, tudo normal, qual segurança que nós, europeus, sempre temos para nos afagar.

Vinte e dois dias depois do terrível terramoto que vivi, recebo uma carta oriunda do Japão. O remetente era a família Yamamoto. Mas como souberem a minha morada? Só eu sabia a deles, na povoação de Takaku. Intrigado, abro a carta.

Dentro, em envelope separado, estão notas de euros, exactamente 140 euros, A acompanhar tudo, alguém escreveu num Inglês perceptível a seguinte frase, assinada pelo velho Yamamoto:

“Alessandro, devolvo-te o dinheiro que me pagaste para a estadia em minha casa, pois, em vez dos sete dias previstos, apenas lá ficaste três.

Para mim, esta devolução é uma questão de consciência, pois, quem não é fiel à sua consciência fica com uma dívida eterna para consigo próprio.”

1 comentário:

  1. Uma história que é uma lição de vida e que também me impressionou bastante quando a li na Spiridon!

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