terça-feira, 26 de julho de 2011

MEIA MARATONA DE SÃO JOÃO DAS LAMPAS - UMA OMELETA SEM OVOS!

É bem conhecido de todos a expressão não se podem fazer omeletas sem ovos. Efectivamente sem a matéria-prima essencial à concepção de um produto torna impossível a sua feitura. Mas será isto inteiramente verdade, não se poderão fazer excelentes “omeletas” quase sem ovos?

Um dos ingredientes essenciais à organização de uma meia maratona é o dinheiro (infelizmente trata-se de um ingrediente usado em inúmeros “pratos”). Em Portugal existem excelentes meias maratonas em que os “ovos” abundam. São provas ricas que dispõem de excelente meios técnicos mas o que faz delas provas de grande qualidade não é só essa abundância de “ovos” mas também a mestria dos “cozinheiros” que tratam da sua confecção / organização.

A Meia Maratona de São João das Lampas é uma prova pobre no que concerne a “ovos”. Muito provavelmente o orçamento dependido nos “WC portáteis” de uma das meias ricas de Portugal daria para não uma mas para várias Meias de São João das Lampas, isto para não falar no isotónico desperdiçado nessas provas e que mataria a sede a todos os participantes das Lampas!

A Meia Maratona de São João da Lampas é uma prova de aldeia, organizada por voluntários e apoiada pela população. Uma prova que vai para 35ª edição e que vem do tempo do Movimento da Corrida para Todos, das provas a “volta do coreto”, da grande força do atletismo popular, que desabrochou com os alvores de Abril.

Em São João das Lampas há um orçamento bem escasso, os “ovos” são poucos e muito bem contados numa matemática sempre bem complicada. Mas pese embora essa grande escassez de “ovos” o resultado é sempre um “prato” muito saboroso e muito bem confeccionado. Como é possível?

Pode haver uma grande escassez de “ovos” para confeccionar uma omeleta mas se tal for compensado pela mestria do cozinheiro nem se vai notar essa falta.

Em São João das Lampas temos o “mestre cozinheiro” Fernando Andrade há 35 anos à frente de uma briosa equipa de voluntários que serve a todos os atletas uma excelente prova com escassos recursos.

Qual é o segredo para este milagre de fazer uma grande prova com poucos “ovos”? Diríamos que tudo se resume a amor! Sim amor! Sem amor não se fazem grandes cozinhados, independentemente dos ingredientes que temos para os mesmos!

Amor ao atletismo, amor à sua terra, à sua prova. Depois a reboque do amor vem o respeito por todos os participantes, o carinho com que cada um é tratado independentemente das suas aptidões atléticas.

Uma pequena grande prova, numa pequena grande aldeia, organizada por gente especial e em que cada participante se sente um atleta VIP. Eis a receita mágica que faz resistir esta prova há 35 anos e pese o calendário, a localização e até o percurso (de certa maneira) não lhe ser muito favorável esta “velha senhora” das corridas populares (na verdadeira acepção do termo) viu o ano passado o número de participantes ter um crescimento superior a 20%!

Por tudo isto amigos vamos todos a São João das Lampas, no dia 10 de Setembro, provar esta excelente “omeleta” quase sem “ovos”. O “mestre cozinheiro” Fernando Andrade e toda a sua grande equipa, bem como a população desta simpática vila, merecem a nossa presença!

6 comentários:

  1. Excelente artigo (como habitualmente), apesar de estar um pouco preocupado com o ovo. Tonto como está, se cair, racha-se?

    Poderia realçar muita passagem do que escreveste, mas há uma que valeu uma boa gargalhada. Foi o imaginar o Fernando Andrade vestido de mestre cozinheiro, com aqueles chapéus bem altos!

    Um abraço e lá nos encontraremos

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  2. E eu lá estarei!

    O ano passado disseram-me que era muito dura, depois de a fazer pensei que não queria voltar...

    Mas num ano muita coisa mudou e eu já não sou bem a mesma pessoa, por isso eu quero e com muito prazer vou fazer a Meia Maratona de "S. João das RAMPAS".

    Até lá e que os "ovos" sejam os que forem porque quem vai não vai estar preocupado com isso.

    Já estou como o João Lima a imaginar o Fernando Andrade a fazer de cozinheiro ;)

    Beijinho

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  3. Vamos apoiar o Fernando ao som do "mestre de culinária" do Quim Barreiros!

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  4. pegando na deixa do Pedro:

    "... e vou trazer toda esta malta a S. João,
    Para ver se eles correm mais depressa"... eheheh

    Pois é, amigos
    Agradeço ao Jorge este bonito texto, mas esclareço que não sei fazer omeletas sem ovos. Aliás, tenho-os tido de sobra, que até os próprios atletas os têm levado para casa,ehehhe

    Mas agora a sério, não tenho razões de queixa, pois tenho o apoio das autarquias (Câmara Municipal de Sintra e Junta de Freguesia de S. João das Lampas) e de algumas empresas, poucas, mas fiéis ao evento. Mas o principal apoio, aquele que eu acho determinante no incentivo à equipa que comigo aguenta o barco, é aquele que os atletas nos dão, as palavras simpáticas que nos têm dirigido, a compreensão para as nossas falhas, o sentirem-se bem por estarem entre nós.
    Declarando, até, estarem na disposição de correr, mesmo se não tivéssemos prémios para dar. É essa a nossa gratificante recompensa.
    Por isso, só temos razões para continuarmos com a Prova, que cada vez mais é feita pelos atletas e menos pela organização.
    Muito obrigado e Grande abraço a todos.

    Fernando Andrade (tenho que ser anónimo, se quiser comentar -coisas do Google)

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  5. Excelente crónica amigo Jorge, a prova e a sua Organização merecem. Mas quando comecei a ler as referências a ovos e a omeletes lembrei-me da corrida, é que ela é difícil de fazer se não estiverem lá os ingredientes necessários: treino, disponibililade, espírito de sacrifício e amor à causa. Penso que o amigo Jorge terá um pouco de tudo isto e o fernando arranjará u pouco do seu tempo disponível para o acompanhar mais uma vez naquela bonita Avenida de acesso à linha de chegada.
    Depois. como sabe, também está convocado para o banho no Tanque à passagem pelo 11º km,(aproveito para solicitar ao Ferando Andrade que disponibilize um balde para junto do tanque neste dia, pois o boné é um recipiente muito pequeno e provoca perdas de tempo exageras, um fotógrafo também fazia ali um geitão.
    Até lá, um abraço.

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  6. Muito bom, concordo contigo, pois devemos sempre estar disponivel para os desafios, abraços.

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