Com a implementação das chamadas provas abertas para todos e da massificação da corrida em Portugal, milhares de atletas “conquistaram” as ruas, praças e avenida das nossas cidades.
A corrida saiu das pistas e conquistou as ruas!
Claro que se numa clássica pista de 400 metros tudo é fácil de controlar, tal como numa prova de estrada com poucas dezenas de atletas, a coisa muda de figura quando se fala em centenas ou mesmo milhares de participantes.
Para além de um percurso devidamente assinalado, para que ninguém se perca, é também preciso controlar que os atletas cumpram esse mesmo percurso sem fazer batota! Sim, porque desde sempre há e haverá os batoteiros que tentam falsear a verdade desportiva!
E se alguns tentam falsear essa verdade com o fim de conquistarem um qualquer lugar com direito a prémio, há os que o fazem apenas com o fito de dizerem que conseguiram terminar a prova, que ganharam àquele amigo ou conhecido, ou que fizeram determinada marca, quando na verdade correm bem menos que isso.
Já o numero 26 da Revista Spiridon, de Janeiro / Fevereiro de 1983, trazia um artigo com o título OS TRAPACEIROS em que era focada esta triste realidade e onde, para além de se falar da situação a nível nacional, se contava o caso passado na Maratona de Boston em 1980, em que a “primeira” classificada na categoria de senhoras “saboreou durante uma semana as honras de grande vencedora para depois se concluir pela existência de irregularidades que comprovaram a atleta não ter comprido a distância.”
Nos primeiros tempos das provas abertas para todos, usavam-se vários métodos para tentar evitar as trapaças (alguns ainda usados nos dias de hoje).
Talvez o mais clássico tenha sido a “coleira” de fio plástico, que era entregue em determinado ponto do percurso e o atleta transportava pendurada no pescoço até a meta, servindo como prova que tinha passado naquele posto de controlo.
Centenas e centenas de metros, senão de quilómetros, de “coleiras” de plástico devem ter sido preparadas em noites de trabalho voluntário por anónimos colaboradores das organizações!
A propósito destas coleiras vem-nos à memória um atleta que transportava a chave do carro também numa “coleira” de plástico e ao chegar à meta uma zelosa colaboradora da organização incumbida de cortar a “coleira” de controlo da prova ia também cortando a outra onde era transportada a chave!
Outro método mais elaborado e que já requeria uma organização mas “rica”, consistia na “coleira” mas contendo um pequeno talão que referia a prova em questão (como se vê na imagem que acompanha está texto).
Outro método que chegou a ser usado foi a entrega de elásticos usados para as senhoras segurarem o cabelo que eram transportados pelos atletas nos braços.
Esse método teve que sair de circulação porque começou a haver trapaceiros que já tinham uma colecção de elásticos em casa, de várias cores, e depois na prova era só escolher a cor usada naquele dia e toca de atalhar o percurso!
Enfim houve, é há, muitos métodos para controlar uma prova, como por exemplo dar talões na zona de partida para controlar que toda a gente sai efectivamente da meta (com esse método já vimos um colaborador de uma organização ser empurrado e andar “pelo ar” para lhe tirarem os talões, ou um sujeito subir a cima de um muro e espalhar todos os talões que um responsável da organização estava a distribuir).
Enfim métodos de controlo há muitos e por mais imaginosos que eles sejam nunca vai deixar de haver batoteiros, pois a imaginação de quem controla é sempre contrariada pela imaginação de quem quer fazer batota!
Pode-se pensar que com o advento dos chips deixou de haver batoteiros mas isso é uma ilusão, pois é sempre possível “atalhar” depois da passagem no tapete dos chips ou então usar a “batota mais moderna”, que é correr com dois chips de modo a classificar um atleta que até pode ter ficado em casa!
É claro que na zona da chegada isso se pode detectar, mas numa prova de milhares de atletas não é tarefa fácil!
Julgamos que esta questão dos batoteiros nas provas é como os roubos nas grandes superfícies comerciais: por mais vigilância e controlo que se tenha há sempre uma percentagem de roubos.
Pensamos que uma prova deve ter o controlo o mais rigoroso possível e que o mais importante é salvaguardar que não há batota a nível dos lugares com direito a prémio, o que até é fácil pois os atletas que lutam pelos lugares cimeiros são muito conhecidos e não é fácil aparecerem “pára-quedistas”!
No restante do pelotão tem que se ter o tal controlo o mais rigoroso possível, mas sem tornar a organização de uma prova num caso de polícia! Pensamos que também cabe aos outros atletas denunciar os casos que ocorrem lá pelo meio do pelotão pois é humanamente e tecnicamente impossível a organização ver tudo.
Um caso exemplar: o atleta que “ganhou” o escalão de Veteranos I na 3ª Meia Maratona de Lisboa em 1993 não efectuou o percurso na totalidade.
A organização não o classificou, depois de estudar criteriosamente a situação, não lhe atribuindo o respectivo prémio que era de 100 contos mas comprometeu-se a oferecer-lhe 500 contos, se até ao final desse ano conseguisse obter uma marca inferior 1:07 (tinha cortado a meta da Meia de Lisboa em 1:05:21), numa qualquer meia maratona a efectuar durante esse ano, desde que indicasse cinco dias antes qual a prova escolhida para o efeito (sobre este assunto ler o editorial da Revista Spiridon numero 87 de Março/Abril de 1993). Não deu mais notícias!
Casos há que roçam o ridículo como o daquele atleta que “ganhou” a maratona de Bruxelas mas perdeu o Bigode! Bem o bigode era do treinador e repartiram o esforço de modo a arrecadarem o prémio de 1050 contos atribuído ao primeiro classificado. As suas fisionomias eram de facto muito semelhantes mas esqueceram-se do bigode. (ver editorial da Revista Spiridon numero 80 de Janeiro/Fevereiro de 1980).
Um estratagema semelhante foi usado em Portugal, numa conhecida estafeta que já não existe, em que um atleta de primeiro plano substituiu vários atletas da sua equipa durante o decorrer da prova com o recurso a uma motorizada!
O atleta a quem pertencia fazer o percurso passava para condutor da motorizada enquanto o tal atleta, de excelente condição física, efectuava parte do percurso. Nesse caso não foram dois atletas a fazer o percurso que devia ser feito apenas por um mas sim o contrário (!) um atleta a fazer vários percursos de outros atletas! Mas resultou pois essa equipe batoteira ganhou a estafeta!
Um dos métodos mais originais de controlo que nos lembramos deu-se no 1º Grande Prémio FNAC (FNAC era na altura a sigla da Fábrica Nacional de Ar Condicionado) realizada em 1988, com partida junto a Torre de Belém em Lisboa.
Na altura para se ter a certeza que todos os atletas partiam da linha de meta, ao entrarem para a zona de aquecimento era colocado um agrafe no dorsal!
Com um número de inscritos limitado a 600 corredores foi possível implementar este original de método de controlo e verificar se todos os atletas chegados tinham o referido agrafe no dorsal. Diga-se que a originalidade e surpresa desde controlo permitiu apanhar alguns batoteiros, entre os quais um dos mais acérrimos defensores da verdade desportiva na altura!
.
Dedicamos este texto a todos os organizadores de provas com os quais privámos ao longo dos anos, nas variadas situações, e que tanto têm feito pelo desenvolvimento da corrida em Portugal. Um forte abraço a todos!
A corrida saiu das pistas e conquistou as ruas!
Claro que se numa clássica pista de 400 metros tudo é fácil de controlar, tal como numa prova de estrada com poucas dezenas de atletas, a coisa muda de figura quando se fala em centenas ou mesmo milhares de participantes.
Para além de um percurso devidamente assinalado, para que ninguém se perca, é também preciso controlar que os atletas cumpram esse mesmo percurso sem fazer batota! Sim, porque desde sempre há e haverá os batoteiros que tentam falsear a verdade desportiva!
E se alguns tentam falsear essa verdade com o fim de conquistarem um qualquer lugar com direito a prémio, há os que o fazem apenas com o fito de dizerem que conseguiram terminar a prova, que ganharam àquele amigo ou conhecido, ou que fizeram determinada marca, quando na verdade correm bem menos que isso.
Já o numero 26 da Revista Spiridon, de Janeiro / Fevereiro de 1983, trazia um artigo com o título OS TRAPACEIROS em que era focada esta triste realidade e onde, para além de se falar da situação a nível nacional, se contava o caso passado na Maratona de Boston em 1980, em que a “primeira” classificada na categoria de senhoras “saboreou durante uma semana as honras de grande vencedora para depois se concluir pela existência de irregularidades que comprovaram a atleta não ter comprido a distância.”
Nos primeiros tempos das provas abertas para todos, usavam-se vários métodos para tentar evitar as trapaças (alguns ainda usados nos dias de hoje).
Talvez o mais clássico tenha sido a “coleira” de fio plástico, que era entregue em determinado ponto do percurso e o atleta transportava pendurada no pescoço até a meta, servindo como prova que tinha passado naquele posto de controlo.
Centenas e centenas de metros, senão de quilómetros, de “coleiras” de plástico devem ter sido preparadas em noites de trabalho voluntário por anónimos colaboradores das organizações!
A propósito destas coleiras vem-nos à memória um atleta que transportava a chave do carro também numa “coleira” de plástico e ao chegar à meta uma zelosa colaboradora da organização incumbida de cortar a “coleira” de controlo da prova ia também cortando a outra onde era transportada a chave!
Outro método mais elaborado e que já requeria uma organização mas “rica”, consistia na “coleira” mas contendo um pequeno talão que referia a prova em questão (como se vê na imagem que acompanha está texto).
Outro método que chegou a ser usado foi a entrega de elásticos usados para as senhoras segurarem o cabelo que eram transportados pelos atletas nos braços.
Esse método teve que sair de circulação porque começou a haver trapaceiros que já tinham uma colecção de elásticos em casa, de várias cores, e depois na prova era só escolher a cor usada naquele dia e toca de atalhar o percurso!
Enfim houve, é há, muitos métodos para controlar uma prova, como por exemplo dar talões na zona de partida para controlar que toda a gente sai efectivamente da meta (com esse método já vimos um colaborador de uma organização ser empurrado e andar “pelo ar” para lhe tirarem os talões, ou um sujeito subir a cima de um muro e espalhar todos os talões que um responsável da organização estava a distribuir).
Enfim métodos de controlo há muitos e por mais imaginosos que eles sejam nunca vai deixar de haver batoteiros, pois a imaginação de quem controla é sempre contrariada pela imaginação de quem quer fazer batota!
Pode-se pensar que com o advento dos chips deixou de haver batoteiros mas isso é uma ilusão, pois é sempre possível “atalhar” depois da passagem no tapete dos chips ou então usar a “batota mais moderna”, que é correr com dois chips de modo a classificar um atleta que até pode ter ficado em casa!
É claro que na zona da chegada isso se pode detectar, mas numa prova de milhares de atletas não é tarefa fácil!
Julgamos que esta questão dos batoteiros nas provas é como os roubos nas grandes superfícies comerciais: por mais vigilância e controlo que se tenha há sempre uma percentagem de roubos.
Pensamos que uma prova deve ter o controlo o mais rigoroso possível e que o mais importante é salvaguardar que não há batota a nível dos lugares com direito a prémio, o que até é fácil pois os atletas que lutam pelos lugares cimeiros são muito conhecidos e não é fácil aparecerem “pára-quedistas”!
No restante do pelotão tem que se ter o tal controlo o mais rigoroso possível, mas sem tornar a organização de uma prova num caso de polícia! Pensamos que também cabe aos outros atletas denunciar os casos que ocorrem lá pelo meio do pelotão pois é humanamente e tecnicamente impossível a organização ver tudo.
Um caso exemplar: o atleta que “ganhou” o escalão de Veteranos I na 3ª Meia Maratona de Lisboa em 1993 não efectuou o percurso na totalidade.
A organização não o classificou, depois de estudar criteriosamente a situação, não lhe atribuindo o respectivo prémio que era de 100 contos mas comprometeu-se a oferecer-lhe 500 contos, se até ao final desse ano conseguisse obter uma marca inferior 1:07 (tinha cortado a meta da Meia de Lisboa em 1:05:21), numa qualquer meia maratona a efectuar durante esse ano, desde que indicasse cinco dias antes qual a prova escolhida para o efeito (sobre este assunto ler o editorial da Revista Spiridon numero 87 de Março/Abril de 1993). Não deu mais notícias!
Casos há que roçam o ridículo como o daquele atleta que “ganhou” a maratona de Bruxelas mas perdeu o Bigode! Bem o bigode era do treinador e repartiram o esforço de modo a arrecadarem o prémio de 1050 contos atribuído ao primeiro classificado. As suas fisionomias eram de facto muito semelhantes mas esqueceram-se do bigode. (ver editorial da Revista Spiridon numero 80 de Janeiro/Fevereiro de 1980).
Um estratagema semelhante foi usado em Portugal, numa conhecida estafeta que já não existe, em que um atleta de primeiro plano substituiu vários atletas da sua equipa durante o decorrer da prova com o recurso a uma motorizada!
O atleta a quem pertencia fazer o percurso passava para condutor da motorizada enquanto o tal atleta, de excelente condição física, efectuava parte do percurso. Nesse caso não foram dois atletas a fazer o percurso que devia ser feito apenas por um mas sim o contrário (!) um atleta a fazer vários percursos de outros atletas! Mas resultou pois essa equipe batoteira ganhou a estafeta!
Um dos métodos mais originais de controlo que nos lembramos deu-se no 1º Grande Prémio FNAC (FNAC era na altura a sigla da Fábrica Nacional de Ar Condicionado) realizada em 1988, com partida junto a Torre de Belém em Lisboa.
Na altura para se ter a certeza que todos os atletas partiam da linha de meta, ao entrarem para a zona de aquecimento era colocado um agrafe no dorsal!
Com um número de inscritos limitado a 600 corredores foi possível implementar este original de método de controlo e verificar se todos os atletas chegados tinham o referido agrafe no dorsal. Diga-se que a originalidade e surpresa desde controlo permitiu apanhar alguns batoteiros, entre os quais um dos mais acérrimos defensores da verdade desportiva na altura!
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Dedicamos este texto a todos os organizadores de provas com os quais privámos ao longo dos anos, nas variadas situações, e que tanto têm feito pelo desenvolvimento da corrida em Portugal. Um forte abraço a todos!
A propósito do atleta a quem a gentil membro da organização, com uma enorme tesoura, quis cortar também o atilho da chave da viatura, juntamente com o do talão de controlo, tenho a declarar que fui eu. A partir daí passsei a transportar a chave do carro enfiada no atacador de um dos sapatos. Foi aliás ao ver isso, que o inventor dos modernos chips teve aquela ideia luminosa: porque não em vez de uma chave com comando para automóvel no sapato, não pomos aqui um chip para controlar o atleta através de computador? Assim facilitamos as classificações e acabamos com os batoteiros?
ResponderEliminarE assim nasceram os chips! Se não foi assim, foi parecido...
Caro Jorge Branco;
ResponderEliminarGostei deste texto, não só pelas histórias "batoteiras" como também de ver que sempre se procura a tal "verdade desportiva", comendo os outros por parvos.
O meu chip é utilizado por mim há cerca de 4 anos, comprei-o e quando me inscrevo nas provas dou o códico do chip que vou utlizar.
Muito fácil !
Neste momento aqui na Holanda e também na Alemanha, já se usa o chip descartável.
www.youtube.com/watch?v=GEww-qXrzEg
Estes sistemas estão cada vêz mais aperfeicoados e os tais "batoteiros", vão tendo a vida complicada. Mas como o objectivo de milhares e milhares de atletas é ter o seu tempo registado, e porque a consciência desportiva, no norte da europa, tem outra fase que não a mesquinhiçe da "verdade desportiva " dos países do sul da europa, então para quê fazer as tais trapalhadas.
Talvêz uma outra formação social em Portugal, poderia traduzir-se numa boa política desportiva, então as consciências mudariam decerto.
Um abraço amigo do Xavier
E quem faça a Meia da Nazaré por estafeta. Perto do meio o atleta finge que se vai aliviar, e sai de trás da árvore outro com o seu dorsal e chip, depois de devidamente transferidos. Ou aquele que na Corrida do Metro quis levar à letra o nome da corrida e fez grande parte do percurso de Metro. Ou aquele que achou que não tinha que fazer a volta inicial de 5 kms em Cascais e ficou atrás dum muro à espera da altura ideal para entrar na corrida e fazer os "15 kms de Cascais" (a minha mulher estava ali e presenciou esta cena). Etc.
ResponderEliminarSe há coisa que me deixa passado é a batota. Sei que sou um atleta que não luta por prémios nem classificações mas sim por realizações pessoais. Mas qual seria o gozo de dizer "fiz o tempo tal" quando sabia que não o tinha feito?!? Tal como disse, é a realização pessoal que me atrai. Não quero saber o que os outros pensam e só quero saber se fui ou não capaz. E isso implica ter seguido à risca as regras todas (incluindo não cortar caminho pelo passeio...).
Infelizmente, tal como o Jorge refere neste seu óptimo artigo (como já nos habituou), não é possível erradicar este problema. Há uns "atletas" que já conhecemos de ginjeira mas também temos que ter cuidado quando se aponta o dedo a alguém, para não corrermos o risco de cometer alguma injustiça pois qualquer um de nós pode cair numa armadilha que o leva a uma involuntária irregularidade. Dou aqui o exemplo de um grande amigo meu, que considero dos atletas com o mais puro espírito de atleta de pelotão, que numa prova ia em último e corta a meta a meio do pelotão. Foi logo acusado de batoteiro por alguns, mas o que aconteceu? Foi numa prova pequena em Lisboa, daquelas que nem se sabia bem a distância. Conseguiu convencer um amigo a entrar para este mundo e esse amigo fazia a sua estreia nesse dia. Esqueceu a parte competitiva e foi a acompanhá-lo. Iam os 2 em último, já sem ver o atleta que seguia à sua frente e sem conhecerem o caminho, ao chegarem a um cruzamento alguém lhes gritou para cortarem à direita. Eles cortaram, correram uns 100 metros, curvam e dão de caras com a meta. Só depois de a cortar é que o meu bom amigo vê que estão a chegar uma série de atletas vindos doutro caminho. De imediato chama a atenção à organização para os cortarem da classificação. Regularmente ficou tudo resolvido mas ainda foram insultados por outros que não souberam a história completa.
Também eu e mais 3 na Meia da Quarteira fomos enganados no percurso. Por acaso foi para mais. Chegámos em último com mais de 23 kms feitos.
Ou também tenho o exemplo de no tristemente "célebre" (para mim) GP de Natal 2008 ter sido forçado ao abandono aos 2 kms e transportado na ambulância e aparecer classificado como se tivesse feito os 10.
Foi aquela onde o chip era uma espécie de arame no dorsal que accionava quando se passava debaixo do arame que estava por cima da meta. Ora a ambulância foi até à chegada e ao passar ali terá accionado o meu chip. Claro que não me honra nada aparecer em último com o tempo de 1.10 mas quando descobri, passado uns dias, enviei logo um mail mas não publicaram nova classificação. Não é pelo lugar nem pelo tempo mas detestei ver-me classificado numa prova de 10 kms quando só corri 2.
Prova-se assim que por mais rigorosos que queiramos ser, inadvertidamente podemos cair nalguma armadilha que nos leve a uma pretensa batota.
Podemos e devemos apontar o dedo aos batoteiros mas sem linchamentos públicos se não conhecermos a história toda e se for alguém não usual.
Aos useiros e vezeiros, aí sim.
E quem é pela verdade desportiva, respira-a, não precisa de andar a clamá-la como fazem alguns que o Jorge refere bem e que às vezes...
Um abraço e boas corridas
E já que se fala nestas estórias, meio cómicas, às vezes meio trágicas, gostaria de referir que se não gosto nada de batotice e de batoteiros, também detesto que se sirvam do meu dorsal, se por um qualquer imprevisto for obrigado a faltar à partida, e muito menos que o façam sem a minha autorização.
ResponderEliminarMais grave ainda: uma vez inscreveram-me sem autorização e utilizaram o dorsal com o meu nome. Vejam o meu espanto, no dia seguinte, ao ver os resultados da prova, e deparo com a minha classificação! Mesmo sendo uma prova pouco importante fiquei com vontade de protestar junto da organização! Mas aqui para nós, já vi, numa fotografia que andou pela internet, um PM com o dorsal, nominal, de outra pessoa! São os tais maus exemplos!
A foto desse primeiro ministro com o dorsal em nome doutro foi divulgada na Revista Atletismo que descobriu isso com base nas classificações em que se poderia verificar que o dorsal pertencia a outra pessoa.
ResponderEliminarTambém só absolutamente contra a cedência de dorsais a não ser que haja a possibilidade de contactar a organização e a mesma anuir a alterar o dorsal de modo a ficar correcto.
Correr com um dorsal que não nos pertence provoca sempre erros e imoralidades nas classificações mesmo que não tenha a ver com os lugares com direito a prémio.
OLáJorge
ResponderEliminarObrigado por ter trazido à lembrança on controlos (e não "controles") da V Edição da Meia de S,J.Lampas. Ainda as novas tecnologias não se adivinhavam, já havia a necessidade de se estar a pau com os que queriam encurtar caminho. Penso até, que na altura, quando a verdade desportiva ainda não tinha criado lugar nas consciências, o "chico-espertismo" tomava-lhe o lugar. Penso que hoje, o fenómeno tem menor expressão, mas continua a ser necessário garantir a todos que todos fazem o mesmo percurso, se bem que, como tem sido afirmado, é na consciência de cada um que está a verdadeira eficácia de um controlo. Todos os outros sistemas serão falíveis.
Abraço.