terça-feira, 7 de setembro de 2010

A FESTA DA FRATERNIDADE NA FESTA DA CORRIDA.

A Corrida da Festa do Avante é também uma festa, integrada numa maior que é a Festa do Avante em si.
Para mim alinhar nessa prova é participar num evento que tem por detrás a defesa, intransigente, do direito ao Desporto para Todos.
E quanto se fala no direito ao Desporto para Todos fala-se num campo muito vasto, pois um desempregado, um trabalhador mal pago, um reformado com uma pensão miserável, ou um trabalhador precário (só para dar alguns exemplos) terão enormes dificuldades em aceder ao desporto.
Mesmo na corrida, que é um desporto económico, veja-se o preço de uns sapatos e a percentagem que esse mesmo preço representa em relação ao ordenado mínimo nacional, veja-se o custo das deslocações para as provas ou o deficiente serviço nacional de saúde, onde a componente da medicina desportiva é algo quase inexistente.
Quando se fala em Desporto para Todos fala-se numa sociedade em que quem trabalha tenha direito a uma vida condigna, com acesso ao lazer.
Quem está na génese da Corrida da Festa do Avante é gente que luta para mudar este estado de coisas e isso tem que ser afirmado sem medo nem tabus.
Por todos os princípios que norteiam a Corrida da Festa do Avante não podia deixar de marcar essa data como prioritária na minha agenda, pese embora cada vez menos me motive alinhar em provas de estrada.
Vir aqui falar na minha participação desportiva na prova é coisa que não tem interesse nenhum pois o que para mim importa é marcar presença, encontrar amigos e conviver.
Tive o grato prazer de correr os primeiros quatro quilómetros e picos com o amigo Cândido Moreira, dos “Kágados”, um clube de corredores de São João da Madeira, que representa de forma exemplar o movimento da corrida para todos.
O amigo Cândido, com os seus joviais 70 anos, “obrigou-me” a fazer sozinho a segunda metade da prova, pois não quis que eu perdesse tempo com o seu andamento mais calmo.
Fiz pois uma segunda metade da prova bem mais rápida que a primeira e ainda ultrapassei mais um grande amigo, de um clube que é outro condigno representante da corrida popular em Portugal, Esmeraldo Pereira, dos “Zatopeques”, que só foi ultrapassado aqui por este coxo porque se encontra com problemas de menisco e vai ter que ser operado em breve (rápidas melhoras companheiro). No final da prova reencontrei-o com o amigo Rui Alberto, outra grande referência dos “Zatopeques”, e com as respectivas famílias, a caminho da Festa.
No final da prova, de regresso ao carro de apoio, encontrei o amigo Cândido Moreira a completar a sua prova e ainda deu para fazer uma perninha, acompanhando-o até a meta.
Depois foi a ida a Festa porque não há prova e Festa como esta!
Este texto não ficaria completo sem uma referência aos amigos da Blogosfera Corredora que tive o prazer de rever: Orlando Duarte, Mário Lima, Joaquim Adelino e Fábio Dias. E peço desculpa se me esqueci de alguém mas não é por mal, é que sou mesmo despistado por natureza!

5 comentários:

  1. olá Jorge!
    Parabéns pelo excelente artigo sobre a Corrida do Avante.
    De facto a Corrida do Avante é uma festa. Este ano, com o novo percurso, ainda foi melhor.
    1 abraço
    Esmeraldo Pereira

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  2. Olá, jorge Branco.
    gostei de o ver, mesmo que tenha sido durante a prova. Foi realmente espectacular vê-lo em mais uma grande mostra de desportivismo, ao acompanhar um companheiro em maior dificuldade.
    Um grande abraço e até às Lampas.

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  3. Grande Camarada Jorge, parabéns pelo têxto que está magnífico.
    Ainda o procurei no recinto da Festa, depois foi uma feijoada de Vila Real (à Trasmontana)está claro. Regressei a casa ainda cedo devido a compromissos.
    Abraço

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  4. Olá Jorge

    Embora sejas parco em palavras "faladas" és um "falador" em palavras escritas.

    Deste aqui um exemplo de que esta prova é uma festa, que o desporto não é para todos como se apregoa por aí, pois como bem referes há quem lute para fazer face à subsistência diária e quer lá saber dos ténis de marca ou sem ela, quer é algo que se calce para percorrer os caminhos da vida à procura de algo que lhe mitigue a fome.

    Esta sociedade é como é, um que compra um frango inteiro e o que está à porta a cheirar o "cheiro" do frango, pela estatística, ambos comeram meio frango.

    Assim se engana quem quer ser enganado ao dizerem que não há fome em Portugal, pois uns comem tudo e não deixam nada para aqueles que nada comem.

    Foi bom rever-te mais o teu tio, numa prova emblemática, que ano após ano reúne em Festa todos aqueles que, embora não pertencendo àquela festa, fazem do reencontro de amigos a sua Festa.

    Abraços duplos.

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  5. Olá Jorge,
    Mesmo sendo o arranque de época para alguns, é prova que não pode faltar no calendário, por ser um reencontro com amigos e o testar como esta a forma física.
    Ainda o vi antes do seu retorno e no final, incentivei-o mas não ouviu, pois ia bem concentrado naquilo que estava a fazer.
    Ate as "Rampas" outra prova que não se pode faltar, ai devemos ter tempo para falar com todos, ate sábados.
    Abraço
    Vítor Veloso

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