quinta-feira, 22 de abril de 2010

O MEU “MP3”

Nunca fui apologista de correr escutando música ao mesmo tempo.
Aqui há uns anos sugeriu essa moda de correr escutando música. Ainda eram as velhinhas disquetes e uns aparelhos um tanto ou quanto pesados.
Com a evolução da tecnologia surgiram os modernos leitores de “MP3”, minúsculos e leves, e o prazer de escutar musica enquanto se corre tornou-se extremamente facilitado.
Acredito que possa ajudar, e muito, escutar a nossa música preferida durante um treino ou mesmo uma prova.
Sei até de casos em que há corredores que programam as músicas que vão ouvir consoante a altura da prova em que se encontram.
No meu caso pessoal sempre gostei de ouvir o som ambiente que me rodeia e sempre achei que a concentração e mentalização que a corrida implica, requer silêncio e uma busca de palavras que vêm do interior de nós próprios e que nos fazem superar os momentos difíceis.
Se é verdade que nunca ouvi música enquanto corria é igualmente verdade que “ouvi” muitos amigos a incentivarem-me enquanto corria e estabelecia imensos “diálogos” interiores que me levaram a superação dos meus limites.
Relativamente aos sons ambientes, quando corria na cidade grande e era um “animal” do asfalto, toda a minha atenção ia para o trânsito e a minha segurança em relação ao mesmo. Mas ainda me sobrava atenção para escutar as conversas das pessoas, o viver e pulsar da cidade.
Como eu gostava de ouvir os comentários das pessoas ao passar, feliz, por uma paragem de autocarro, num início de manhã bem invernoso, em que as pessoas desejariam estar na cama e passa por ali um “maluco” a correr à chuva com um sorriso nos lábios!
Depois mudei-me para o campo. Larguei o asfalto e tornei-me um “animal” dos carreiros e estradões, dos pinhais e eucaliptais, do ar puro, da corrida na sua vertente mais bela.
Aqui a natureza fornece um manancial de sons tão variado e rico que até julgo ser um crime trocar o mesmo por qualquer música (por melhor que ela seja) escutada em um qualquer “MP3”.
Ainda há bem pouco tempo fui brindado com o hino à sagração da primavera, cantado em uníssono, por numeroso e afinado coro de rãs.
Só não bati palmas porque são artistas tímidas e não queria perturbar a sua festa comemorativa da inauguração do seu novo charco, bem atestado de água “novinha em folha”, que, no inverno passado, chuva foi coisa que não faltou.
Por isso amigos, para mim, “MP3” não obrigado! Ouvidos bem abertos e atentos a tudo o que me rodeia é o meu lema!

3 comentários:

  1. concordo com tudo o que escreve.

    para além do perigo que representa correr alheado do que nos rodeia: alguém que se aproxima por trás, uma buzina ou uma travagem de um carro, alguém que nos grita para nos avisar de algo, etc...

    concordo. para mim correr é com os sons do meio que nos rodeia, e o nosso próprio coração a bater, compassado ou não com as nossas passadas

    beijinho

    ana pereira

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  2. Nem sempre é fácil definirmos quanto as palavras nos dizem, por muito que tentemos. Neste caso, digo - smplesmente belo!


    Belo

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  3. Que post bonito...mas sabe, eu nao tenho concentracao ou o preparo para abandonar o meu querido mp4...as vzs eu nao sou dotada da disciplina necessaria para calar a minha mente quando meu corpo esta cansado...ai eu acompanho a musica e me divirto com ela. em treinos onde me sinto bem e concentrada as vzs nem lembro que musica tocou, mas as vzs ela eh fundamental pra mim...eu vou conseguir, na minha ultima prova, como era de trilha eu corri sem musica, e foi facil ja que foi na praia eu tinha uma visao linda e minha mente estava focada no objetivo principal, eu queria tanto largar esse habito...e eu vou conseguir, depois de um post desse...rsss...obrigada...
    bom final de semana
    Ju

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