Peça, fundamental, para a identificação e classificação dos atletas quando em prova, os dorsais também tem evoluído ao longo do tempo e contém algumas histórias interessantes.
Quando comecei a participar em provas, na década de 80, muito dos dorsais eram feito à mão, com o número escrito com uma caneta de feltro.
Era um trabalho laborioso a feitura de dorsais, em que muitos voluntários perdiam horas e noites.
O material usado era cartolina ou mesmo papel.
Nessa época a qualidade dos dorsais fazia com que muitos se desfizessem durante a prova com o suor, ou a chuva.
Na altura ainda estava longe a classificação electrónica dos atletas com um chip e o dorsal era, na esmagadora maioria das vezes, peça fundamental para a classificação dos atletas mediante a sua recolha e colocação no espeto (noutra ocasião explicarei o que era isso do espeto embora na actualidade ainda haja provas que se servem desse sistema para elaborar classificações).
Quando o atleta chegava sem dorsal havia que escrever o número do dorsal (caso o atleta se lembrasse) ou o nome do atleta num papel que substituiria o dorsal para a elaboração das classificações.
Para evitar que o dorsal se perdesse pelo caminho uma das soluções que se usava (eu usei-a!) era reforçar os 4 cantos do dorsal, onde se metiam os alfinetes, com fita-cola!
Nos dias de hoje os dorsais (pelo menos das organizações que têm possibilidades) são feitos num material especial e praticamente indestrutível.
Mas se houve grande melhoria nos dorsais posso dizer que os alfinetes-de-ama não acompanharam essa evolução é já entortei alguns ao tentar colocar o dorsal na camisola!
Mas tenho outras histórias com dorsais que fazem no mínimo sorrir.
Numa Maratona Nacional do Inatel, na Foz do Arelho no ano de 1985, o dorsal era em plástico grosso, pesado e incómodo, e tinha que se deixar um sinal no acto do levantamento do mesmo (100 escudos salvo o erro) que seria devolvido no final pois o referido dorsal era reutilizável!
Também corri com dorsais de pano duas vezes, sendo que uma foi nas 12 Horas de Vila Real de Santo António e eram dois dorsais (um para as costas) a fim de facilitar a tarefa de controlar um atleta ao longo das 12 horas de prova.
Julgo também ter sido dos poucos atletas a ter dormido uma noite com um dorsal colocado! Aconteceu numa edição da TransEstrela, quando a prova se realizava em duas etapas, e eu tomei essa opção para facilitar a partida (de madrugada) para a segunda etapa.
Correr sem dorsal foi uma experiência bem recente, quando a Nike “tomou conta” da Corrida do Tejo e o número passou a ser impresso na própria T-Shirt, o que resulta numa espectacular acção publicitária com um enorme pelotão todo vestido com camisolas iguais.
Não me esqueço da primeira edição da Corrida do Tejo que se realizou nesses moldes e de sentir a falta de dorsal e alfinetes que durante tantos anos usei.
E não esqueço que a camisola oferecida me cortou os mamilos, tendo chegado a meta com sangue nos ditos, o que aconteceu a muitos atletas, e deu um aspecto insólito à chegada, com sangue em grande parte das camisolas!
E para finalizar recorde-me, com um sorriso, como uma organização chamava, no regulamento da prova, aos dorsais no início da década de 80: PEITORAIS!
Nota: Na imagem dorsal em pano usado nas 12 horas de
Vila Real de Santo António no ano de 1987.
Quando comecei a participar em provas, na década de 80, muito dos dorsais eram feito à mão, com o número escrito com uma caneta de feltro.
Era um trabalho laborioso a feitura de dorsais, em que muitos voluntários perdiam horas e noites.
O material usado era cartolina ou mesmo papel.
Nessa época a qualidade dos dorsais fazia com que muitos se desfizessem durante a prova com o suor, ou a chuva.
Na altura ainda estava longe a classificação electrónica dos atletas com um chip e o dorsal era, na esmagadora maioria das vezes, peça fundamental para a classificação dos atletas mediante a sua recolha e colocação no espeto (noutra ocasião explicarei o que era isso do espeto embora na actualidade ainda haja provas que se servem desse sistema para elaborar classificações).
Quando o atleta chegava sem dorsal havia que escrever o número do dorsal (caso o atleta se lembrasse) ou o nome do atleta num papel que substituiria o dorsal para a elaboração das classificações.
Para evitar que o dorsal se perdesse pelo caminho uma das soluções que se usava (eu usei-a!) era reforçar os 4 cantos do dorsal, onde se metiam os alfinetes, com fita-cola!
Nos dias de hoje os dorsais (pelo menos das organizações que têm possibilidades) são feitos num material especial e praticamente indestrutível.
Mas se houve grande melhoria nos dorsais posso dizer que os alfinetes-de-ama não acompanharam essa evolução é já entortei alguns ao tentar colocar o dorsal na camisola!
Mas tenho outras histórias com dorsais que fazem no mínimo sorrir.
Numa Maratona Nacional do Inatel, na Foz do Arelho no ano de 1985, o dorsal era em plástico grosso, pesado e incómodo, e tinha que se deixar um sinal no acto do levantamento do mesmo (100 escudos salvo o erro) que seria devolvido no final pois o referido dorsal era reutilizável!
Também corri com dorsais de pano duas vezes, sendo que uma foi nas 12 Horas de Vila Real de Santo António e eram dois dorsais (um para as costas) a fim de facilitar a tarefa de controlar um atleta ao longo das 12 horas de prova.
Julgo também ter sido dos poucos atletas a ter dormido uma noite com um dorsal colocado! Aconteceu numa edição da TransEstrela, quando a prova se realizava em duas etapas, e eu tomei essa opção para facilitar a partida (de madrugada) para a segunda etapa.
Correr sem dorsal foi uma experiência bem recente, quando a Nike “tomou conta” da Corrida do Tejo e o número passou a ser impresso na própria T-Shirt, o que resulta numa espectacular acção publicitária com um enorme pelotão todo vestido com camisolas iguais.
Não me esqueço da primeira edição da Corrida do Tejo que se realizou nesses moldes e de sentir a falta de dorsal e alfinetes que durante tantos anos usei.
E não esqueço que a camisola oferecida me cortou os mamilos, tendo chegado a meta com sangue nos ditos, o que aconteceu a muitos atletas, e deu um aspecto insólito à chegada, com sangue em grande parte das camisolas!
E para finalizar recorde-me, com um sorriso, como uma organização chamava, no regulamento da prova, aos dorsais no início da década de 80: PEITORAIS!
Nota: Na imagem dorsal em pano usado nas 12 horas de
Vila Real de Santo António no ano de 1987.
Oh amigo Jorge,
ResponderEliminarEntão uma Raposa tarimbada não usa um pouco de vaselina nos mamilos para impedir / minorar essas esfoladelas ? Mas concordo no que toca à qualidade dessa t-shirt azul : até agora, foi das piores. Quando suada, torna-se pesada e fica tipo lixa. Mas das "lixadas" tenho uma da Maratona de Badajoz 2007 que apenas a uso para passear.
Dorsais :
Há provas que o dorsal é uma especie de colete (Dolomites Skyrace) e na Transgrancanaria também eram assim. No Brasil, o dorsal é...numero de peito.
Abraço
Tigre
Caro Tigre
ResponderEliminarUma raposa usava vaselina sim mas em situações normais só nos pés e em provas longas.
Raramente uso nos mamilos e nunca esperei que numa prova de 10 quilómetros acontecesse um “estrago” daqueles.
Quando fazia maratonas (no século passado!) e as camisolas eram de rede metia pensos rápidos em cima dos mamilos!
Obrigado por ter tornado mais rico o meu modesto artigo com referências ao estrangeiro.
Só corri uma vez fora de Portugal numa prova feita em território espanhol com a organização Portuguesa e sem um único corredor Espanhol a participar (um dia explico como foi)!
Um abraço e volte mais vezes ao meu (nosso) blogue.
Jorge Branco
Parabens pelo post... magnifico
ResponderEliminar“Quando comecei a participar em provas, na década de 80, muito dos dorsais eram feito à mão, com o número escrito com uma caneta de feltro.
ResponderEliminarEra um trabalho laborioso a feitura de dorsais, em que muitos voluntários perdiam horas e noites.”
E eu que o diga! Participei na organização de várias provas na minha freguesia.
“E não esqueço que a camisola oferecida me cortou os mamilos, tendo chegado a meta com sangue nos ditos, o que aconteceu a muitos atletas, e deu um aspecto insólito à chegada, com sangue em grande parte das camisolas!”
E para além desse péssimo pormenor, ainda tinha aquela figura horrenda com a não menos triste frase: Correr CONTRA o Tejo!
”E para finalizar recorde-me, com um sorriso, como uma organização chamava, no regulamento da prova, aos dorsais no início da década de 80: PEITORAIS!”
E salvo melhor opinião, chamava muito bem! Quem usa os dorsais são os velocistas (100, 200 e 400; 100 e 110 com barreiras). Nas provas mais longas e de estrada, o identificador usa-se no peito e não nas costas, logo…
Um Abraço
Orlando Duarte
Com os dorsais eu tenho histórias fantásticas. Tenho um portefólio onde os guardo como truféus...
ResponderEliminarE há cada coisa...
Reparem nisto:
A minha primeira corrida depois de 20 anos sem correr teve o dorsal 533;
A minha primeira Meia Maratona o dorsal 3353;
A minha primeira Maratona o dorsal 5333;
A corrida que mudou a minha vida, primeiros Caminhos de Santiago dorsal 33;
E agora na minha primeira experiência na areia terei o dorsal 53...
No mínimo curioso não?
Abraço
Ricardo Bastos
P.S. Estou aqui deitado na minha sala a escrever isto acabo de reparar que a camisola que trago vestida é da minha primeira corrida feita em Lisboa sem ser as Meias das pontes. Foi a Corrida do Tejo do ano passado e está lá impresso o dorsal 11.533