Julgo ser esta a primeira que apresento um pedido de desculpas em público.
Mas para tudo há uma primeira vez na vida, embora não me sinta muito à vontade com está situação. Mas enfim, justiça é justiça e as coisas têm que ser feitas.
Corria eu tranquilamente num carreiro entre uma vala e o que julgo serem campos em preparação para o cultivo do arroz.
Diga-se que a preparação desses canteiros para o arroz implica que os mesmos sejam cheios de água e ali o processo usado foi a abertura de duas pequenas valas que faziam a trasfega da água da vala grande para os referidos canteiros.
Essas valas que atravessavam o carreiro onde eu corria, eram precedidas de montículos de terra, e obrigaram-me a dois saltos mais acrobáticos e nada condizentes com o meu pobre esqueleto de corredor na pré-reforma e muito “estropiado”.
Mas não é para falar destas surpresas, que se apresentam a um corredor “rural” - o carreiro que ontem era um pista hoje pode estar todo esventrado dos tractores, aquele percurso pode ter ficado submerso, o portão pode estar fechado, etc, etc, que venho hoje aqui. O que aqui me traz é mesmo um pedido de desculpas público, mas, como o assunto não é fácil, fujo ao tema enquanto vou tomando coragem para enfrentar o mesmo.
Mas como dizia, ia eu tranquilamente correndo ao longo da vala, quando sou surpreendido por um barulho e agitação dentro da mesma.
Confesso que, despertando abruptamente dos meus pensamentos, nem consegui imaginar do que se tratava.
Mas bastou-me olhar para a vala e dar mais duas passadas para se desfazer o mistério e sentir-me envergonhado:
Acabara de assustar a Dona Pata e interromper a aula de natação que ela dava à sua prole.
Mas pude verificar, pela ligeireza com que os patinhos juniores acompanharam a mãe para a outra margem, que as aulas estavam a decorrer muito bem e que eram excelentes alunos.
Por tudo isto aqui ficam as minhas desculpas públicas à Dona Pata, por a ter assustado a si e aos seus meninos, interrompendo a aula de natação.
De qualquer forma não tem que se preocupar com este terráqueo pois ele não usa “pau de fogo” e é totalmente inábil no meio aquático.
Se os seus filhos me vissem a nadar, aí sim poderia haver o perigo de se afogarem de tanto rir!
Já agora Dona Pata, não me quer dar umas aulas de Natação?
Tudo de bom para si e para os seus, renovando o meu pedido de desculpas.
Este seu amigo terráqueo
Jorge Branco.
É bonito ver alguém retratar-se assim. Esperemos agora que a Dona Pata tenha a mesma dignidade e responda em conformidade
ResponderEliminarÓ Jorge! Francamente! Então assustar assim a pobre D. Pata??...
ResponderEliminarÉ bom correr assim no campo, com a natureza a acompanhar...
Um beijinho eugénia
Tenho a certeza que a Dona Pata o desculpou :) e até lhe deve ter dado um desconto... tendo em conta as suas segundo diz, dificuldades no terreno :)
ResponderEliminarVai ver, um dia destes ainda anda o bando todo a aplaudi-lo quando passar por lá
Jorge Branco;
ResponderEliminarCom que então assustar a natureza!? Fêz muito bem esse pedido de desculpas públicamente.
Vejo também que simultâneamente chama à atenção do prazer de correr em estar atento à natureza que o rodeia.
Como sabe vivemos na Holanda, e por estes milharesde km de canais existem milhões de patos e cisnes.
Aprecio muito a natureza e acompanho muitas dessas aulas. É um prazer disfrutar-mos daquilo que é bonito.
Um abraço
dos Xavier's