quinta-feira, 12 de maio de 2011

O CANTO DO CISNE

Esta é a primeira fotografia que tenho memória de ter feito.
Ainda criança, com uma máquina de fole e um rolo de 120, apanhei este “boneco” no jardim das Portas do Sol em Santarém.
Hoje a fotografia é digital, perdeu-se o encanto, mágico, da câmara escura, da foto a nascer na tina, do cheiro dos líquidos.
Tecnologicamente evolui-se tremendamente, hoje fotografar é rápido, fácil e económico
Mas a nível das relações sociais, a nível da justeza do mundo, cada vez se assiste a mais desigualdades, injustiças e retrocessos enormes.
Se o avanço tecnológico entre o dia em que fiz esta fotografia e a actualidade tivesse sido acompanhado por um avanço social igual como seria “bonita” a nossa sociedade nos dias actuais!
Esta foto representa, também, a nível pessoal, um certo canto do cisne na capacidade de encarar este mundo onde vivo e de lutar contra tudo o que de injusto vejo a minha volta.
Por vezes o cansaço é muito grande mas julgo ainda conseguir ganhar forças para novos combates.
Para quem já fez a maratona isto é como o “muro”: acaba por passar, pelo menos assim espero e o desejo.

4 comentários:

  1. "
    (...)
    Os nossos inimigos só esperam que nos cansemos.
    Quando a luta é mais encarniçada é que os lutadores estão mais cansados.
    (...)
    "
    Bertold Brecht, em "Ouvimos dizer que estás cansado"
    O "muro" nunca nos venceu!
    Grande sbraço

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  2. Se fosse fácil... já tínhamos desistido!


    Abraço

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. (Versão correcta do comentário. Tinha erros ortográficos...)

    Penso que o muro na maratona nunca nos venceu!
    E, como disse num dos seus poemas ("Ouvimos dizer que estás cansado"), Bertold Brecht, um dos três maiores da dramaturgia universal segundo os especialistas: "os nossos inimigos só esperam que nos cansemos".
    Não contem com isso!
    Um grande abraço

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