quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

NOVO ANO, NOVO RUMO?

Cá estamos pois em 2015. É altura de formular aqueles votos do costume para o novo ano mas nós aqui neste blogue gostamos de marcar a diferença (ou se calhar na opinião de alguns ser irritantes!) e aprofundar mais as coisas.
Por mais que anunciem o fim da “crise”, que falem em horizontes coloridos e pintados de esperança, todos nós (pelo menos os que vêem as coisas com os olhos da verdade) sabemos que tal não é assim.
A situação em Portugal continua bem negra: grassa o desemprego (com uma milagrosa manipulação das estatísticas para o encobrir), a precariedade no trabalho, os baixos salários, o cada vez mais difícil acesso aos serviços de saúde, uma justiça inoperante e “inclinada” para lado dos os ricos e poderosos, uma corrupção galopante e até, dizemo-los com todas as letras, a fome e a pobreza. Com a agravante de muita gente que já está a viver abaixo do estipulado limiar pobreza até ter trabalho: são assim uma espécie de novos escravos modernos. E cada vez mais Portugueses são empurrados para a emigração e o país envelhece a olhos vistos pois não há quaisquer condições para constituir uma família estável.
Não, não é uma maneira agradável de começar um texto de Ano Novo, mas é a dura realidade de um país vítima de políticas erradas ao longo de décadas e décadas. A “crise” não cai dos céus aos trambolhões! A crise é fruto de políticas, económicas e sociais de um sistema virado para o lucro fácil, para a especulação e para as desigualdades sociais. A chamada “crise” mais não é que um sistema político profundamente errado!
Mas 2015 é ano eleitoral, é ano em que está nas mãos de cada um de nós contribuir para um Portugal melhor.
Claro que já estamos a ouvir desse lado gente a dizer que os políticos são todos iguais! Não, os políticos não são todos iguais e a quem interessa passar essa imagem são precisamente os políticos desonestos e corruptos defensores de uma sociedade de injustiças e desigualdades que têm medo que as pessoas vejam que há políticos com outras práticas.
Andamos há mais de 30 anos a ser governados por uma alternância dos chamados partidos do arco do poder e os resultados estão à vista!
Mas o leque partidário não se esgota nesses partidos! Há que ver para além deles e procurar novos rumos.
Há que ver quem vai para a política e enriquece e quem vai para a política e continua na mesma.
Há que ver quem está na politica porque tem ideologias sólidas por trás e quer servir o país e quem tem por única ideologia o “tachismo” e o servir-se a si próprio.
Há que ver quais os partidos que têm uma verdadeira linha ideológica e soluções para os problemas de Portugal e aqueles que funcionam ao estilo cata-vento consoante o chefe que está ao comando do “leme” na altura.
Um partido é um colectivo de pessoas que pensam dentro de uma determinada linha ideológica e não uma confraria de luta de galos pelo poleiro em que quem dita as ideias é o Galo que conquistou o poleiro!
Vejam quem melhor trabalha a nível autárquico, estudem os programas eleitorais dos partidos, vejam que politicas e ideias têm para o desporto (se é as têm), vejam na prática o que os partidos tem feito e defendido e votem no sentido de um Portugal mais justo, igualitário e fraterno.

O “normal” não seria este texto estar escrito aqui num blogue sobre corrida, mas este blogue quer ser tudo menos “normal”.
Normal seria este blogue se resumisse a temas que versam a corrida, as nossas (cada vez mais desinteressantes) aventuras no mundo da corrida.
Mas aqui no Último Quilómetro não somos assim e não escondemos a cabeça na areia como a Avestruz!
Para nós a corrida é a principal das coisas secundárias.
Para se poder correr tem de se ter todo um suporte por detrás. Tem de se ter uma vida com dignidade e justiça.
Torna-se muito difícil praticar desporto, sem emprego, com emprego precário, baixo salário, sem acesso à saúde, torna-se muito complicado praticar desporto num mundo de injustiças e desigualdades. Torna-se muito difícil ser feliz no mundo assim!
Como sempre dizemos: em 2015 lutem pela vossa felicidade e a dos outros e já agora aproveitem o pouco de democracia que ainda vos resta para dar nas urnas um novo rumo a este belo pais à beira-mar plantado. Ou então depois não andem mais quatro anos a queixarem-se!...
Obrigado pela paciência que tiveram de nos ler e aturar durante 2014, desculpem qualquer coisinha mas nós somos assim e vamos continuar enquanto houver estrada para andar!
A redacção do Último Quilometro:
Jorge Branco
Egas Branco


Nota: Foto original aqui.

2 comentários:

  1. Sem dúvida uma forma original de desejar um Bom Ano ao pessoal...a gente tende a esquecer um pouco a realidade do país, principalmente nestas alturas de festas...cabe a cada de um de nós, em consciência, fazer as suas escolhas e muito importante, por pouco que seja, existem sempre formas de ajudar quem mais necessita.
    Um Bom Ano para ti, para o Egas e para as vossas famílias e amigos

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    1. Pois Carlos Cardoso nós aqui no UK temos a mania ser diferentes e "chatear" o pessoal com estas coisas em alturas em que ninguém se lembra delas.
      Um bom ano para ti e todos os teus com um grande abraço em meu nome e do Egas.

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