quarta-feira, 12 de março de 2014

“SOLIDARIEDADEZINHA”

Nestes tempos difíceis que atravessámos começaram a surgir um sem números de corridas com carácter solidário segundo os seus promotores. Se algumas têm propósitos dignos e os seus objectivos são realmente actos solidários outras estão num campo completamente oposto e apenas se aproveitam da generosidade dos corredores que participam em tais provas. Valor de inscrição de 15 a 20€ para depois entregar um euro por atleta que tenha participado a determinada fundação ou instituição de solidariedade social é um acto que no mínimo pode ser classificar de abjecto! Sim, anda por ai muita gente a aproveitar-se da “capa” da solidariedade para propósitos nada honestos. Nós somos por uma sociedade justa, fraterna, e solidária em que o Estado não se demita das suas funções mas sem nunca perder de vista a luta por esses objectivos. E aceitamos que a solidariedade pode ser uma via para acudir às situações mais prementes. Uma via mas não uma solução de fundo porque essa passa por outras políticas e não por um país de pobres e de caridadezinha! Mas o que não aceitamos é que andem por aí vários abutres que em nome da solidariedade apenas pretendam servir os seus propósitos! Muito cuidado ao participar em corridas que apregoam ter um carácter solidário. Ao participar em tais eventos há que verificar uma serie de parâmetros para não estarmos a comer gato por lebre ou melhor, estarmos a ser roubados!
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14 comentários:

  1. Muito bem! Como sempre, uma seta apontada bem ao centro da questão.

    Um abraço

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    1. Muito oportuno amigo Jorge, isto começou com a simples entrega de uma ou mais peças de roupa e estende-se já a milhares de euros sem se saber por fim a quem se destinam, à boa maneira portuguesa não é de admirar o quanto é obscuro tais intensões, salvaguardando no entanto pontuais procedimentos de louvar. Abraço

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    2. Pois amigo Joaquim Adelino ainda para mais muitas vezes há uma diferença enorme entre o dinheiro recebido das inscrições e o que é entregue a alguma instituição.
      Um abraço.

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  2. Meu caro
    assino por baixo.
    Abraço,
    António Almeida

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  3. Nomes, queremos nomes para expor essas coisas!

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  4. Sim é uma questão que temos começar a equacionar: começar a denunciar os nomes de quem faz tais praticas tão desonestas.
    Mas para já este texto só tem a modesta pretensão de alertar os corredores para este fenómeno de modo a que quando se inscrevem em provas que se afirmem ser solidárias questionar bem as coisas para ver se é efectivamente é solidariedade ou alguma pratica desonesta.
    Se os corredores começarem a questionar as coisas e deixarem de alinhar em provas em que vejam que estão a ser enganados esta gente desonesta desaparece.
    Quando se participa num evento dito solidário temos questionar que verba vai ser doada por cada atleta inscrito e a quem se destina essa mesma verba e depois temos de verificar se tudo foi feito conforme afirmaram.
    Um abraço amigo Sílvio Horta

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  5. Grande Jorge...mais uma vez assertivo num tema importante...na mouche. Totalmente de acordo com o que escreves...devemos estar atentos.
    Abraço

    P.S. Estava eu a escrever este comentário, quando olho para o lado e vejo uma foto conhecida....obrigado Jorge :)

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  6. Não se pode nem se deve criticar quem organiza as provas ditas comerciais, todos sabemos quais são e só vai quem quer, quantos às solidárias eu acredito que esse dito euro vai reverter para a instituição em causa, seja ela qual for.
    A questão aqui, é que existem provas praticamente gratuitas organizadas pelas colectividades, essas sim com a intenção de conseguirem algumas receitas para se manterem em actividade e o que se vê é que aparecem muito poucos atletas nessas provas, onde deveria ser ao contrário, aqui sim, nestas deveriam aparecer todos e serem solidários com estas instituições que lutam por se manter em actividade e as suas modalidades.
    O Pessoal queixa-se mas continuam a encher as pontes e todas as ditas comerciais, que até são mais caras e tem enormes patrocinadores, patrocinadores onde as colectividades que só conseguem uma centena de atletas nas suas provas não conseguem lá chegar.
    Um desafio a todos, não se queixem do que vós próprios alimentam, façam apostas diferentes e ajudem quem precisa com a vossa presença...as comerciais são necessárias, mas existem outras que precisam realmente de todos, pensem nisso e não só no protagonismo da prova que tem 30 mil atletas, só lá estão os 30 mil porque vão lá todos e pagam muito bem para isso.

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    1. Não podíamos estar mais de acordo quanto a uma maior participação em provas de pequenos clubes e colectividades por parte dos corredores. Se não fossem esses pequenos clubes e colectividades a organizarem e lançarem as provas depois do 25 de Abril nunca se tinha aberto o caminho às grandes competições.
      Aqui no Último Quilómetro sempre estivemos, e estamos, abertos a ajudar na divulgação desse tipo de eventos sempre que nos é solicitado, e em alguns casos mesmo sem ninguém nos pedirem nada...
      As grandes provas, com características mais comerciais, não necessitam da nossa divulgação pois tem outros meios, objectivos e uma máquina toda montada em torno delas.

      Quanto as corridas ditas solidárias não estamos a questionar que esse euro seja entregue a uma qualquer instituição. O que pomos em causa é a cobrar-se 20 euros por inscrição numa prova, dizer que ela é solidária, e depois entregar apenas um euro do sobre o valor da inscrição recebida de cada atleta! Julgamos ser uma grande desproporção entre o valor recebido e o que reverte para a solidariedade.
      Gratos pelo vosso comentário.
      Um abraço.



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  7. Obrigado Carlos!

    (Adoro essa foto dos Trilhos do Perneta! É das fotos mais giras de Trail que tenho visto! E os "pernetas merecem tudo!)
    Abraço.

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  8. Eu vejo assim: se quero/posso ser solidário e dar algum donativo, faço-o. Directamente á entidade, o que infelizmente é raro, rato, raro...porque todas as migalhas me fazem diferença.

    Se pretendo participar numa Corrida...faço-o. Se do valor da minha inscrição retiram uma migalha para um fim solidário, óptimo, melhor, muito bonito, muitas palmas etc e tal... (podiam muito bem não o fazer)

    Agora o que não faço é ir participar numa Corrida porque ela apregoa aos 7 ventos que tem fins solidários. Nunca o fiz e não creio que o venha a fazer.

    Sempre pensei assim, penso que uma das primeiraas corridas a acenar a baneira da Solidariedade foi a Corrida da Mulher em Lisboa e lembro-me bem de pensar assim: Solidariedade com o dinheiro dos outros? Não, obrigada, e se bem me lembro o valor da inscrição já era "moderno" como os que hoje se praticam e as inscrições esgotam.

    Resumindo: se quiser ser solidário... as instituições estão aí.
    Se a Corrida me interessa e se puder ir, vou, independentemente da sua vertente solidária. Se tiver essa vertente, nem que seja 0,20 EUR...muito bem, melhor que nada, se não a tiver... eu estarei lá na mesma, mas essa questão nunca me faz decidir ir ou não a uma prova.

    Logo...nesta questão, "roubados" ou "enganados" é quem quer. As instituições estão aí...para sermos solidários. As instituições e os particulares. Muitas vezes o nosso vizinho que nos passa despercebido.

    Não vejo razão para nos revoltarmos afincadamente com tais organizações. Temos apenas de ter os olhos abertos e depois...embarcamos ou não embarcamos...

    Beijinhos Jorge

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    1. Concordo com muito do que a Ana diz mas não posso pactuar com organizações que ostentam a bandeira da solidariedade para depois cobraram 20 e doarem 1 ! E não posso concordar porque há muita gente que vai a essas provas em virtude do seu cariz dito solidário e o que afinal esses organizadores estão a fazer é publicidade enganosa e isso é punido por lei (quer dizer devia ser porque entre o que a lei diz e o que se cumpre vai uma distancia enorme).
      Beijinhos Ana.

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