segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

SURPRESAS (UM POUCO) HISTÓRICAS

O meu amigo João Lima na sua permanente busca de resultados de provas para o histórico (excelente) que tem vindo a fazer das corridas em Portugal deparou-se com a foto que ilustra este texto publicada na Revista Atletismo nº 94 de Setembro 1989 
Ao olhar para a foto pareceu-lhe que o sujeito encostado ao “funil” do lado esquerdo era eu. 
Prontamente enviou-me a mesma perguntando se tinha acertado. 
Realmente reconheci-me na foto mas fiquei baralhado pois a minha ajuda em organização de provas nunca passou por um corta-mato. 
Mas lendo o pano que se encontra do lado esquerdo preso nas grades lembrei-me! 
Trata-se de uma edição da Corrida da Primavera que era organizada pelo Diário de Notícias mas tinha o apoio técnico da Revista Spiridon. 
Em princípio é a da edição de 14 de Maio 1989 embora tratando-se de um artigo de cinco páginas fazendo o resumo das provas entre Setembro de 1988 e Agosto de 1989 a foto até pode ser de outra edição. 
Se os meus arquivos não falham ajudei (modestamente) na organização dessa prova entre 1986 e 1991. 
Lembro-me que num dos anos desempenhei uma tarefa, um tanto ou quanto ingrata, que consistia em fazer com que os atletas não parassem logo a seguir à linha de meta de modo a não entupir o “funil”. 
Não era fácil o diálogo com os atletas, imediatamente após o término das suas provas, e ouviam-se bastantes “bocas” o que era perfeitamente natural. Com muita diplomacia e calma lá se ia levando a tarefa a bom porto e a zona do funil de chegada fluía rapidamente. 
Eram outros tempos, sem nada da tecnologia dos dias de hoje mas tudo funcionava na perfeição. 
Sei que pode parecer um pouco de narcisismo mas emocionei-me ao ver esta foto perdida no tempo e desencantada pelo amigo João Lima. 
Afinal já foi há muitos anos e é reveladora de uma longa ligação com a corrida que não tem só a ver com o simples acto de correr em si mas com muitas das coisas que envolvem o meu (e nosso) desporto favorito. 

Obrigado João! 

11 comentários:

  1. Parecer narcisismo?!? Nunca!
    Uma coisa é vaidade (negativo) e outra (muito positiva) é orgulho.
    Teu orgulho ao constatares tudo o que tens feito e nosso orgulho por seres como és.

    Um grande abraço

    ResponderEliminar
  2. Obrigado João! Sem palavras! Um abraço.

    ResponderEliminar
  3. Olha que engraçado. É natural que tenhas ficado emocionado e orgulhoso, só tens razões para isso. É sempre bom recordar bons momentos.
    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  4. Isa tu estás a começar um excelente carreira de corredora de fundo! Daqui a uns anos vais ter todo um passo, glorioso, para te recordares.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  5. Que boa recordação.E um jovem com estilo.parabens

    ResponderEliminar
  6. Obrigado amigo Joaquim Costa, Um abraço

    ResponderEliminar
  7. Como é bom lembrar do que nos faz bem... Parabéns Jorge, essa é pra colocar no relicário do coração...
    Bons km
    Ju

    ResponderEliminar
  8. Obrigado Ju e um abraço enviado aqui deste lado do mar!
    Km de felicidade para si!

    ResponderEliminar
  9. Curiosamente nunca corri essa prova – sabe se lá porquê. Porém, tenho um episódio da minha vida relacionado com essa corrida que me deixou bastante triste e desolado, porquê? Passo a explicar: Entre 1985 e 1988, tive uma actividade puramente amadora, aliás ainda pagava para, de algum modo, a exercer: colaborador numa “Rádio Pirata” que era a Rádio Movimento. E o primeiro programa em que colaborei era sobre desporto local. Como nessa prova estavam alguns atletas dum clube do bairro, lá estava eu a fazer a cobertura. Mas afinal o que é que me desiludiu? Recordo que naquela altura as provas populares estavam a ser consideradas pela FPA como piratas, então, momentos antes da partida eu solicito umas breves palavras e considerações sobre aquela questão ao Director da prova, Prof. Mário Machado. Ele não se nega e, em plena Av. da Liberdade, eu com o pequeno gravador em punho, radiante da vida, registo os comentários do grande senhor e mentor das provas populares e PARA TODOS…
    Feliz da vida, vou para casa ouço a entrevista para ver se era preciso editar alguma coisa e, ao fim da tarde, vou para a rádio, o programa, “Desportivamente” ia para o ar às 18 horas. Chego lá todo contente e digo para os dois companheiros do programa, também eles atletas como eu; caros amigos, trago aqui uma pérola para o programa, esta manhã entrevistei o Prof. Mário Machado! Ficaram todos entusiasmados e fomos logo preparar o material para a emissão. Porém, a questão é que as pilhas estavam fracas e a gravação foi feita a uma velocidade bem lenta. Ora, quando colocada á velocidade normal, a voz do professor parecia uma “cana rachada”… e aquilo que era uma pérola, por minha burrice, virou uma autêntica bosta!... Ficámos todos tristes, mas eu então… só me apetecia bofetear-me!...

    Um Abraço Jorge!

    Orlando Duarte

    ResponderEliminar
  10. Amigo Orlando Duarte:
    Uma história deliciosa, que espelha bem a realidade da altura.
    Hoje faz-nos sorrir mas na altura não teve mesmo graça nenhuma!
    Um grande abraço.

    ResponderEliminar
  11. A propósito de episódios dessa época talvez valha a pena contar o que aconteceu na primeira tentativa que o Diário de Notícias (ainda sem apoios) fez para organizar a Corrida da Primavera.
    Já não me lembro da data mas julgo que terá sido na Primavera de 1982. Fui com mais umas centenas. A prova acabou por arrancar mas apercebi-me de uma grande confusão lá para a frente, eu que tinha por hábito partir mais atrás e depois tentar recuperar terreno.
    A prova correu-me bastante bem. Andei na casa dos 4 ao km. Ultrapassei muita gente. E preparava-me para cortar a meta, feliz com a minha corrida, quando o inesperado aconteceu. Elementos da organização (ou desorganização) gritavam para os atletas, alguns a desfalecer pelo esforço: “A prova foi anulada!”. Um balde de água gelada não teria pior efeito sobre nós.
    O que tinha acontecido? Depois de mil e uma peripécias os organizadores, inexperientes, não conseguiram conter a cabeça do pelotão e aí vão eles antes de ser dada a partida, arrastando alguns metros os desgraçados controladores da partida.
    Uma semana, ou mais, depois realizou-se nova prova, que desta vez conseguiu chegar ao fim! Fiquei tão aborrecido que não compareci. Só o voltando a fazer na 2ª edição, aí julgo que já com o apoio do Professor Mário Machado, que conseguiu transformar a prova numa corrida com carisma, que deixou saudades. É dessa nova fase que pertence a Corrida da Primavera onde foi tirada esta fotografia.

    ResponderEliminar