Gentes da Minha Terra
A
minha vida profissional iniciou-se muito cedo, antes de completar 11 anos, e
logo no centro da vila, agora cidade (Reguengos de Monsaraz), num café na praça
principal, por onde, na altura, passavam todas as
novidades e de todos os
tipos, uma verdadeira montra! Como a história, de um modo geral, só contempla
figuras de “valor” achei que podia contribuir, com as minhas memórias, para um
melhor conhecimento de todo o espaço, mas principalmente, para chegarmos àquela
“gente” que fica de fora e que, no meu ponto de vista, foram, durante anos,
1955/1965, figuras conhecidas, as mais diversas, de quem ali gastava algum do
seu tempo, e eram muitos!
No primeiro livro, O Alentejo Onde Nasci, transmiti uma imagem do local onde
vivi até aos 20 anos de idade, sem referir pessoas nem locais, daí alguns
amigos, de outras províncias, me dizerem que, ao lerem o livro, por alguns
bocados voltaram ao seu tempo de criança, agora o objectivo é falar sobre
pessoas da minha terra, “As Gentes da Minha Terra”, e, obrigatoriamente, das ruas e locais de
encontro.
Na apresentação do primeiro livro, o então presidente da Câmara, após ler
algumas passagens do texto, afirmou – este livro devia ser dado na escola.
Assim, na hipótese remota de tal acontecer, neste livro preenchi a primeira
parte com figuras escritas, sugerindo que os alunos, com alguma ajuda,
chegassem à minha proposta, fizessem a “descodificação”. Exemplo:
“Se
algumas das calçadas eram mais castigadas, pela frequente passagem dos pesados
transportes, outras havia, por ficarem em zonas mais recônditas, que nem o
chiar de um rodado chegavam a perceber, enquanto as que faziam parte do centro
apenas sentiam a pressão de carros mais leves, transportando pessoas, por vezes
com as mais finas rodas de madeira protegidas por borracha, em vez de metal.”
O objectivo, difícil de atingir, é que os mais novos percebam, e questionem, o
passado dos seus familiares. Somos a nossa história!
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