A norma deveria ser o
Serviço Nacional de Saúde ser um serviço de qualidade e os seus profissionais
desempenharam as suas funções com o profissionalismo que lhes compete. Infelizmente
nem sempre é assim.
Também não tem muito
lógica vir fazer elogios públicos a quem “apenas” desempenhou as suas funções
com a competência profissional que lhe é devida. Mas pessoalmente é me
impossível não vir fazer aqui este elogio publico à competência e humanismo de
todos os profissionais que cuidaram de mim no Hospital Distrital de Santarém
(HDS) entre a tarde noite de domingo dia 14 de Janeiro de 2018 e o principio da
tarde do dia 15 de Janeiro.
Tendo dado entrada com uma
gravíssima crise da ansiedade digamos assim, ou seja um sistema nervoso que
pura e simplesmente arrebentou depois de andar anos a empurrar a “carroça” para
a frente, de ver a minha vida e de parte da minha família destruída por adeptos
de um neoliberalismo nojento, fui tratado e recuperado para a vida no HDS por
profissionais de uma competência e profissionalismo extraordinários!
Começando na triagem,
passando pela excelente médica (salvo o erro de nacionalidade cubana) que me
fez o diagnóstico, passando pelos enfermeiros e pessoal auxiliar.
Passei a pior noite da
minha vida numa maca a tremer com ansiedade pese embora toda a “carrada” de
medicação que me deram à espera que a psiquiatria “entrasse” às 9 horas de
segunda-feira. Dormi uma hora se tanto nessa noite. Fruto do acaso a minha maca
ficou mesmo quase junto à porta do gabinete dos enfermeiros na Urgência e
apesar do estado em que estava pude escutar todo o tipo de conversas dos mesmo,
apreciar o seu profissionalismo mas também a incrível e criminosa falta de
meios como é não terem um medicamento absolutamente básico para baixarem a
febre a um doente (e que não divulgo o nome mas que eu próprio já tomei em
situações de febre muito elevada e que é algo de uso corrente e até barato).
Não posso esquecer a forma
como os enfermeiros me trataram, a médica que me assistiu e depois veio várias vezes
falar comigo não esquecendo o pessoal auxiliar que paciente e carinhosamente me
levou várias vezes à casa de banho tratando-me sempre por amigo. Como não
esqueço a “minha” enfermeira que na mudança de turno das 8 da manhã se veio
despedir de mim e desejar as melhoras.
Transportado novamente com
todo o zelo e carrinho para a psiquiatria às 9 e tal da manhã de segunda-feira
onde entrei com o pulso a 150 batimentos por minuto o que dá para ver o estado
em que estava!
No serviço de psiquiatria
não tenho palavras para descrever a forma magistral profissional e humana com
fui tratado pela Doutora Paula Pinheiro.
Para além da parte psiquiátrica
tiveram imensa atenção á parte cardíaca e refizeram-me analises (tinha o
potássio elevado mas entretanto baixou). Na parte cardíaca levaram-me à
urgência para fazer um ECG e a Doutora Paula Pinheiro consultou uma colega via
telefone sobre o mesmo (visto não ser a especialidade dela) e por fim ela
própria atravessou todo um labirinto de corredores e levou-me a um
cardiologista na Urgência!
Tratado da parte
psiquiátrica a Doutora Paula Pinheiro não me queria dar alta sem ter certeza
absoluta que a parte cardíaca estava bem!
Apesar de ainda ter o
pulso a 105 o cardiologista achou o ECG bem e foi no gabinete dele que a
Doutora me receitou os medicamentos que me permitem estar aqui hoje a escrever
isto.
Foi aí que me deu alta
perguntado se eu sabia o caminho da saída que infelizmente já conhecia
relativamente bem.
E foi às duas e tal da
tarde que um Jorge Branco extremamente fraco e cansado mas feliz saiu pela
urgência do HDS mais convicto que nunca que a saúde não é um negocio, a
detestar mais que nunca a medicina privada, os hospitais privados, os seguros
de saúde e quem trata um doente como um cliente e não como paciente!
Mas foi também um novo
Jorge Branco que saiu do HDS a amar mais que nunca os excelentes profissionais
do Serviço Nacional de Saúde e a defender com unhas e dentes um Serviço
Nacional de Saúde gratuito de qualidade e para todos.
E não me venham dizer que
não há dinheiro! Porque privatizaram a GALP, EDP, TELECOM empresas que podiam
encher os cofres do Estado em vez dos bolsos do grande capital? E isto é só uma
pequena ponta deste enorme monstro que é este estado capitalista abjecto!
Vi tanto sofrimento humano
mas também tanto profissionalismo que saí diferente do HDS.
Posso dizer que saí do HDS
mais comunista que nunca.
E não posso esquecer que
até uma sopa do almoço dos funcionários do Serviço de Psiquiatria me deram pois
eu não comia desde o almoço de domingo ( e onde comi muito pouco pois tremia
por todos os lados) tirando um pequeno pacote de bolachas que uma senhora que
também foi a uma consulta de urgência no Serviço de Psiquiatria me deu. É tão
linda a solidariedade humana!
Neste período negro da
minha vida em pouco tempo perdi 8 quilos eu que pesava 58 para 1.62 de altura e
agora ando nos 50 senão mesmo nos 49 quilos.
Enfim quem disser mal do
Hospital Distrital de Santarém na minha frente ganha um inimigo para a vida
toda!
VIVA O SERVIÇO NACIONAL DE
SAÚDE! VIVAM OS SEUS PROFISSIONAIS ABNEGADOS, COMPETENTES E HUMANISTAS!
MORTE À SAÚDE COMO UM
NEGOCIO! MORTE AO CAPITALISMO.
Dêem meios e invistam num
Serviço Nacional de Saúde com profissionais competentes e deixem-se de tretas!
Não estou bem, não estou
curado, mas estou extremamente melhor e isso devo-o à maneira como fui tratado.
Não sei se estaria aqui hoje se não fosse o excelente profissionalismo de uma
quantidade de homens e mulheres mal pagos, com falta de meios, mas que exercem
com profissionalismo e brio as suas funções.
Vale muito mais um simples funcionário
auxiliar do HDS que qualquer ministro!
E já agora podem dizer que
não tem nada a ver com isto mas para mim e para muitos tem tudo: VIVA O PARTIDO
COMUNISTA PORTUGUÊS!
Estou na luta por mim,
pelos outros, pela humanidade e por um mundo melhor mais justo humano e
igualitário onde valha a pena viver e ser feliz!
Não deixo aqui um obrigado
a todos mas deixo um abraço fraterno e solidário a todos os que me trataram, a
toda a minha família, e aos meus amigos.
VIVA O HOSPITAL DISTRITAL
DE SANTARÉM!
Nota:
(escrito com o coração)
Jorge Branco.