domingo, 10 de março de 2013

ENCONTROS, CRUZAMENTOS E CORRIDAS EM CONTRA-MÃO (PERIGO!)


Por: Egas Branco
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Vou contar-vos um dos maiores sustos que apanhei em toda a minha vida de modesto corredor de fundo. Mas antes deixem-me dizer-vos que uma coisa que sempre me fascinou foram as corridas de ida e volta, pela mesma estrada, pelo menos a partir de certa altura, e a maravilha que é cruzarmo-nos com todo o pelotão, aplaudindo os campeões, vendo as estrelas, acenando aos amigos, verificar com satisfação que o atleta X, com quem não simpatizávamos nada, normalmente por ser arrogante ou pouco desportista, ficara irremediavelmente para trás. É o caso da mítica Meia Maratona da Nazaré, em que participámos mais de uma dúzia de vezes, sempre com um prazer redobrado, mesmo em dias de mau tempo.
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Há também as provas que se cruzam, mas isso é por acidente. Um caso célebre em que participámos, foi na S.Silvestre dos Olivais em que se chegou ao ponto de, num cruzamento, haver corredores a correr nas quatro direcções. Nunca chegámos a saber qual era a correcta!!! Ou então, na Corrida Internacional 1º de Maio, como sempre organizada pela CGTP-IN, em que se dá o insólito de repentinamente surgir uma confusão com outra prova, com meia dúzia de atletas vindos de outro lado qualquer, que se misturem na Corrida 1º de Maio. Tinha sido a UGT que havia organizado uma míni corrida e nem sequer se lembrou de verificar se o trajecto estava livre... Foi cómico verificar o espanto dos participantes dessa míni ao depararem com a grande corrida descendo a alta velocidade a Avenida da Liberdade!
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Mas voltando ao meu maior susto, foi há quase três décadas, na velha pista de cinza de 500 metros (!) do Estádio Universitário de Lisboa, salvo erro durante um Centro de Treino para a Maratona (organizado pela Revista Spiridon), realizado ao fim da tarde, já a noite tinha caído sobre o Estádio.
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Andávamos depressa nesses treinos. Lembro-me que seguia na pista de fora com outros atletas, quando na escuridão nos surge um atleta em contra-mão. Ao passar por nós reconhecemo-lo, atleta conhecido pelas suas bizarrices, mas excelente maratonista, embora nunca tivesse conseguido o tempo do qual toda a gente o julgava capaz (problemas de orientação...).
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A solução foi um salto para o lado não fosse aquele “bólide” desarvorado nos dar um encontrão que se saldaria numa queda e provável lesão. A partir daí aprendemos a lição. Verificar sempre, em especial quando se faziam séries, se ele não andaria a treinar (em contra-mão!)...
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Foto: Revista Spiridon número 17 de Julho / Agosto de 1981.
Cronometristas da Spiridon em plena acção. E as placas de sinalização são bem elucidativas do sentido correcto da prova!...(Foto Cunha).

2 comentários:

  1. Essa de duas provas cruzarem-se não lembraria ao diabo mais pequeno, se não fosse o caso de quase ter acontecido o mesmo em 2010 quando a Corrida do Metro e a Corrida do Benfica realizaram-se em simultâneo e pouco espaçadas em distância no local de partida. Houve quem se enganasse e partisse numa com o dorsal doutra! :)

    Um abraço e venham mais deliciosas histórias como esta!

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  2. Mas eu sei de um caso em que um atleta partiu numa prova, enganou-se, e acabou noutra!

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