quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O SENHOR DIRECTOR


Muitas vezes brinca-se com a imagem do “senhor director” como sendo alguém que pouco ou nada faz e sem grandes competência do ponto de vista profissional.
Dirigir, ou coordenar algo para usarmos um termo mais correcto, é tarefa que implica grandes conhecimentos e uma enorme capacidade no tocante às relações humanas.
Não se pode (ou não se devia) coordenar nenhuma equipe sem se estar perfeitamente dentro de todo o trabalho que essa equipe desenvolve e sem ter um grande capacidade para gerir recursos humanos.
Dirigir não é mandar cegamente mas sim saber, também, escutar toda um equipe e em conjunto encontrar as melhores soluções para um trabalho mais produtivo.,
Infelizmente a imagem dada por muitos maus profissionais colou-se com a figura do “senhor director” mas há directores nas mais variadas áreas que são profissionais muito competentes, empenhados e trabalhadores.
Nas nossas provas, que tanto gostamos de correr fim-de-semana após fim-de-semana, também temos a figura do director ou seja aquele que é responsável por toda a equipe técnica de uma prova. Se quisermos também podemos dar-lhes um nome mais pomposo e chamar-lhe o director técnico (nome usado nas grandes organizações).
Ser director de uma prova pode variar muito em função da dimensão da mesma: podemos ter o director de uma pequena prova que é um autêntico “faz tudo” e até o vermos a acartar grades para montar o “funil”, ou o director de uma grande prova em que ai o trabalho é efectivamente mais de coordenação de toda uma vasta equipa.
Mas seja de uma grande e profissional prova ou de uma pequena organização de um clube local os directores de provas, no que concerne à corrida, tem que ser gente com uma grande capacidade de trabalho, não terem problemas em exercerem a sua actividade sobre forte pressão, serem o mais possíveis imunes ao stress, terem um elevada dose de sangue frio perante problemas inesperados e de última hora que possam surgir e contarem com uma boa capacidade de improviso para resolverem, em cima do acontecimento, qualquer contra tempo que se lhes atravesse no caminho.
Quem está a ler estas linhas e nunca colaborou na organização de uma prova pode achar estranho e exagerado o que aqui escrevemos mas quem já esteve do outro lado do “palco” sabe do que falamos!
Coordenar a organização de uma prova exige tudo o que aqui referimos atrás.
Ao longo de todos estes anos que levamos de ligação com a corrida já a assistimos (ou soubemos) das mais inusitadas situações que só não causaram grandes prejuízos no decorrer de uma prova precisamente porque na coordenação da mesma estava gente com uma capacidade e experiencia enorme para resolver os problemas surgidos.
E mesmo quando não se consegue resolver de todo uma situação tem que se ter a capacidade de não entrar em desespero, ver as coisas pelo lado do mal menor e levantar a cabeça.
Este texto é a nossa homenagem a quem coordena provas, sejam elas da que dimensões forem, a nossa homenagem aos directores das provas.
Normalmente os directores das provas só são lembrados quando algo corre mal (na maioria das vezes até sem culpa dos mesmos) mas ninguém se lembra deles na centenas e centenas de provas que se vão realizando e em que ninguém tem razões de queixa.
As três fotos que ilustram este texto mostram, precisamente, três directores de provas de dimensão radicalmente diferente, no exercido das suas funções:
O Professor Mário Machado de olhar atento na chegadas dos atletas (e pelo relógio pode ver-se que o primeiro já tinha chegado há muito tempo...) numa das edições da Meia Maratona de Lisboa, Professor António Matias, do Terras de Aventura, antes de mais uma Corrida do Monge a trabalhar numa “secretária” improvisada e Fernando Andrade a correr ao meu lado mas nas suas funções de director da segunda mais antiga meia maratona Portuguesa, São João das Lampas.
A escolha destas fotos prendeu-se apenas com o facto de elas fazerem parte do nosso arquivo e serem ilustrativas do texto aqui escrito. São estes os rostos que aqui representam todos os directores de provas em Portugal mas poderiam ser outros.

 
  

5 comentários:

  1. Homenagem inteiramente justa e que deveria ser subscrita por todos aqueles que temos o prazer de participar nas mais diversas provas que por aqui se disputam.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Excelente artigo!
    Por vezes só nos lembramos de criticar quando as coisas correm mal, mas há que dar os devidos créditos quando uma prova corre bem.
    Beijinho e boas corridas!
    p.s. Como está o teu pé?

    ResponderEliminar
  3. Excelente texto e excelente homenagem a quem nos proporciona tantos momentos de prazer nas provas que fazemos. Parabéns e um muito obrigado aos diretores de prova.

    ResponderEliminar
  4. E porque não estender esta homenagem precisamente ao autor deste oportuno apontamento, a sua experiência ao longo dos anos quer a correr quer a ajudar em grandes competições num passado ainda não muito longíquo dá-lhe o crédito para integrar esse lote de notáveis a quem eu junto também a mnha homenagem, e são tantos!

    ResponderEliminar
  5. Este texto é totalmente justo e pertinente, assim como os exemplos escolhidos para ilustrar a figura do director de prova ou director técnico. Quanto mais competentes são no trabalho que fazem mais provavel é a injustiça de nem nos lembrarmos deles e do trabalho insano que a organização da prova envolve. é que quando tudo corre bem parece que não dá trabalho nenhum e que seria possível tudo acontecer por geração espontânea...o que nunca acontece. Bem lembrado, Jorge Branco! Parabéns! Abraço do António Correia

    ResponderEliminar