Muitas vezes
brinca-se com a imagem do “senhor director” como sendo alguém que pouco ou nada
faz e sem grandes competência do ponto de vista profissional.
Dirigir, ou coordenar
algo para usarmos um termo mais correcto, é tarefa que implica grandes
conhecimentos e uma enorme capacidade no tocante às relações humanas.
Não se pode (ou não
se devia) coordenar nenhuma equipe sem se estar perfeitamente dentro de todo o
trabalho que essa equipe desenvolve e sem ter um grande capacidade para gerir
recursos humanos.
Dirigir não é mandar
cegamente mas sim saber, também, escutar toda um equipe e em conjunto encontrar
as melhores soluções para um trabalho mais produtivo.,
Infelizmente a imagem
dada por muitos maus profissionais colou-se com a figura do “senhor director”
mas há directores nas mais variadas áreas que são profissionais muito
competentes, empenhados e trabalhadores.
Nas nossas provas,
que tanto gostamos de correr fim-de-semana após fim-de-semana, também temos a
figura do director ou seja aquele que é responsável por toda a equipe técnica
de uma prova. Se quisermos também podemos dar-lhes um nome mais pomposo e
chamar-lhe o director técnico (nome usado nas grandes organizações).
Ser director de uma
prova pode variar muito em função da dimensão da mesma: podemos ter o director
de uma pequena prova que é um autêntico “faz tudo” e até o vermos a acartar
grades para montar o “funil”, ou o director de uma grande prova em que ai o
trabalho é efectivamente mais de coordenação de toda uma vasta equipa.
Mas seja de uma
grande e profissional prova ou de uma pequena organização de um clube local os
directores de provas, no que concerne à corrida, tem que ser gente com uma
grande capacidade de trabalho, não terem problemas em exercerem a sua actividade
sobre forte pressão, serem o mais possíveis imunes ao stress, terem um elevada
dose de sangue frio perante problemas inesperados e de última hora que possam
surgir e contarem com uma boa capacidade de improviso para resolverem, em cima
do acontecimento, qualquer contra tempo que se lhes atravesse no caminho.
Quem está a ler estas
linhas e nunca colaborou na organização de uma prova pode achar estranho e
exagerado o que aqui escrevemos mas quem já esteve do outro lado do “palco”
sabe do que falamos!
Coordenar a
organização de uma prova exige tudo o que aqui referimos atrás.
Ao longo de todos
estes anos que levamos de ligação com a corrida já a assistimos (ou soubemos)
das mais inusitadas situações que só não causaram grandes prejuízos no decorrer
de uma prova precisamente porque na coordenação da mesma estava gente com uma
capacidade e experiencia enorme para resolver os problemas surgidos.
E mesmo quando não se
consegue resolver de todo uma situação tem que se ter a capacidade de não
entrar em desespero, ver as coisas pelo lado do mal menor e levantar a cabeça.
Este texto é a nossa
homenagem a quem coordena provas, sejam elas da que dimensões forem, a nossa
homenagem aos directores das provas.
Normalmente os
directores das provas só são lembrados quando algo corre mal (na maioria das
vezes até sem culpa dos mesmos) mas ninguém se lembra deles na centenas e
centenas de provas que se vão realizando e em que ninguém tem razões de queixa.
As três fotos que
ilustram este texto mostram, precisamente, três directores de provas de
dimensão radicalmente diferente, no exercido das suas funções:
O Professor Mário
Machado de olhar atento na chegadas dos atletas (e pelo relógio pode ver-se que
o primeiro já tinha chegado há muito tempo...) numa das edições da Meia Maratona
de Lisboa, Professor António Matias, do Terras de Aventura, antes de mais uma
Corrida do Monge a trabalhar numa “secretária” improvisada e Fernando Andrade a
correr ao meu lado mas nas suas funções de director da segunda mais antiga meia
maratona Portuguesa, São João das Lampas.
A escolha destas
fotos prendeu-se apenas com o facto de elas fazerem parte do nosso arquivo e
serem ilustrativas do texto aqui escrito. São estes os rostos que aqui
representam todos os directores de provas em Portugal mas poderiam ser outros.
Homenagem inteiramente justa e que deveria ser subscrita por todos aqueles que temos o prazer de participar nas mais diversas provas que por aqui se disputam.
ResponderEliminarUm abraço
Excelente artigo!
ResponderEliminarPor vezes só nos lembramos de criticar quando as coisas correm mal, mas há que dar os devidos créditos quando uma prova corre bem.
Beijinho e boas corridas!
p.s. Como está o teu pé?
Excelente texto e excelente homenagem a quem nos proporciona tantos momentos de prazer nas provas que fazemos. Parabéns e um muito obrigado aos diretores de prova.
ResponderEliminarE porque não estender esta homenagem precisamente ao autor deste oportuno apontamento, a sua experiência ao longo dos anos quer a correr quer a ajudar em grandes competições num passado ainda não muito longíquo dá-lhe o crédito para integrar esse lote de notáveis a quem eu junto também a mnha homenagem, e são tantos!
ResponderEliminarEste texto é totalmente justo e pertinente, assim como os exemplos escolhidos para ilustrar a figura do director de prova ou director técnico. Quanto mais competentes são no trabalho que fazem mais provavel é a injustiça de nem nos lembrarmos deles e do trabalho insano que a organização da prova envolve. é que quando tudo corre bem parece que não dá trabalho nenhum e que seria possível tudo acontecer por geração espontânea...o que nunca acontece. Bem lembrado, Jorge Branco! Parabéns! Abraço do António Correia
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