Cá estamos pois em 2015. É
altura de formular aqueles votos do costume para o novo ano mas nós aqui neste
blogue gostamos de marcar a diferença (ou se calhar na opinião de alguns ser
irritantes!) e aprofundar mais as coisas.
Por mais que anunciem o fim da
“crise”, que falem em horizontes coloridos e pintados de esperança, todos nós
(pelo menos os que vêem as coisas com os olhos da verdade) sabemos que tal não
é assim.
A situação em Portugal
continua bem negra: grassa o desemprego (com uma milagrosa manipulação das
estatísticas para o encobrir), a precariedade no trabalho, os baixos salários,
o cada vez mais difícil acesso aos serviços de saúde, uma justiça inoperante e
“inclinada” para lado dos os ricos e poderosos, uma corrupção galopante e até,
dizemo-los com todas as letras, a fome e a pobreza. Com a agravante de muita
gente que já está a viver abaixo do estipulado limiar pobreza até ter trabalho:
são assim uma espécie de novos escravos modernos. E cada vez mais Portugueses
são empurrados para a emigração e o país envelhece a olhos vistos pois não há
quaisquer condições para constituir uma família estável.
Não, não é uma maneira
agradável de começar um texto de Ano Novo, mas é a dura realidade de um país
vítima de políticas erradas ao longo de décadas e décadas. A “crise” não cai
dos céus aos trambolhões! A crise é fruto de políticas, económicas e sociais de
um sistema virado para o lucro fácil, para a especulação e para as
desigualdades sociais. A chamada “crise” mais não é que um sistema político
profundamente errado!
Mas 2015 é ano eleitoral, é
ano em que está nas mãos de cada um de nós contribuir para um Portugal melhor.
Claro que já estamos a ouvir
desse lado gente a dizer que os políticos são todos iguais! Não, os políticos
não são todos iguais e a quem interessa passar essa imagem são precisamente os
políticos desonestos e corruptos defensores de uma sociedade de injustiças e
desigualdades que têm medo que as pessoas vejam que há políticos com outras
práticas.
Andamos há mais de 30 anos a
ser governados por uma alternância dos chamados partidos do arco do poder e os
resultados estão à vista!
Mas o leque partidário não se
esgota nesses partidos! Há que ver para além deles e procurar novos rumos.
Há que ver quem vai para a
política e enriquece e quem vai para a política e continua na mesma.
Há que ver quem está na
politica porque tem ideologias sólidas por trás e quer servir o país e quem tem
por única ideologia o “tachismo” e o servir-se a si próprio.
Há que ver quais os partidos
que têm uma verdadeira linha ideológica e soluções para os problemas de
Portugal e aqueles que funcionam ao estilo cata-vento consoante o chefe que
está ao comando do “leme” na altura.
Um partido é um colectivo de
pessoas que pensam dentro de uma determinada linha ideológica e não uma
confraria de luta de galos pelo poleiro em que quem dita as ideias é o Galo que
conquistou o poleiro!
Vejam quem melhor trabalha a
nível autárquico, estudem os programas eleitorais dos partidos, vejam que
politicas e ideias têm para o desporto (se é as têm), vejam na prática o que os
partidos tem feito e defendido e votem no sentido de um Portugal mais justo,
igualitário e fraterno.
O “normal” não seria este
texto estar escrito aqui num blogue sobre corrida, mas este blogue quer ser
tudo menos “normal”.
Normal seria este blogue se resumisse a temas que versam a corrida, as nossas (cada vez mais
desinteressantes) aventuras no mundo da corrida.
Mas aqui no Último Quilómetro
não somos assim e não escondemos a cabeça na areia como a Avestruz!
Para nós a corrida é a
principal das coisas secundárias.
Para se poder correr tem de se
ter todo um suporte por detrás. Tem de se ter uma vida com dignidade e justiça.
Torna-se muito difícil
praticar desporto, sem emprego, com emprego precário, baixo salário, sem acesso
à saúde, torna-se muito complicado praticar desporto num mundo de injustiças e
desigualdades. Torna-se muito difícil ser feliz no mundo assim!
Como sempre dizemos: em 2015
lutem pela vossa felicidade e a dos outros e já agora aproveitem o pouco de
democracia que ainda vos resta para dar nas urnas um novo rumo a este belo pais
à beira-mar plantado. Ou então depois não andem mais quatro anos a
queixarem-se!...
Obrigado pela paciência que
tiveram de nos ler e aturar durante 2014, desculpem qualquer coisinha mas nós
somos assim e vamos continuar enquanto houver estrada para andar!
A redacção do Último
Quilometro:
Jorge Branco
Egas BrancoNota: Foto original aqui.
Sem dúvida uma forma original de desejar um Bom Ano ao pessoal...a gente tende a esquecer um pouco a realidade do país, principalmente nestas alturas de festas...cabe a cada de um de nós, em consciência, fazer as suas escolhas e muito importante, por pouco que seja, existem sempre formas de ajudar quem mais necessita.
ResponderEliminarUm Bom Ano para ti, para o Egas e para as vossas famílias e amigos
Pois Carlos Cardoso nós aqui no UK temos a mania ser diferentes e "chatear" o pessoal com estas coisas em alturas em que ninguém se lembra delas.
EliminarUm bom ano para ti e todos os teus com um grande abraço em meu nome e do Egas.