Vivo numa zona (Muge, concelho
de Salvaterra de Magos, distrito de Santarém) com excelentes condições para
treinar em plena comunhão com a natureza e bem longe da selva de betão, do
inferno da circulação automóvel e da poluição.
Aqui encontram-se excelentes
estradões de terra batida (com um piso algo arenoso na maioria dos casos o que
até evita a lama no inverno), e outros caminhos um pouco mais “selvagens”.
Mas mesmo os “viciados” em
alcatrão encontram aqui estradas com circulação automóvel muito reduzida.
Embora com todas estas
excelentes condições, encontro-me em plena Lezíria Ribatejana e é um dado
adquirido que não posso contar com acentuadas diferenças de altimetria nos
treinos, ou seja, por aqui tudo é muito plano. E também não tenho percursos com
as dificuldades técnicas de um trail.
Para quem é um amante do
trail/montanha a “suavidade” dos percursos da zona pode desencantar um bocado
mas também tem a vantagem de poupar um esqueleto (ou seja o meu) que já não tem
capacidade para grandes “loucuras”.
Apesar de tudo confesso que as
vezes tenho alguma inveja do “quintal” do amigo Carlos Cardoso e das condições
de treino que ele tem à porta de casa! O homem é um animal sempre insatisfeito.
Mas pese embora tudo isto, mesmo
assim sempre se arranja um ou outro percurso mais parecido a um trail.
Já aqui tinha falado do Cabeço de Montalvo e hoje resolvi fotografar um circuito naquela zona que tem um
cheirinho de trail.
Mas o que eu pensava ser
um”cheirinho” hoje intensificou-se e tornou-se num cheiro a trail mais forte e
apurado! Já passo a explicar.
Um das características aqui da
zona é que há percursos com carácter sazonal! As cheias no inverno ou a
actividade agrícola na Primavera e Verão podem fazer aparecer e desaparecer
determinados caminhos ou mudar-lhes, radicalmente, as características!
Hoje o meu percurso com
cheirinho a trail estava bem diferente devido à actividade dos lenhadores que
procederam ao abate de pinheiros para a venda dos mesmos!
Já não é a primeira vez que
deparo com tal situação e uma parte do percurso que tinha uma ligeira
dificuldade do ponto de vista técnico transformou-se num desafio, com o
caminho minado de “paus” de todos os tamanhos e feitios (!).
É uma zona muito curta, pouco
mais de um quilómetro da totalidade do percurso, mas confesso que para a minha
total falta de técnica é algo de muito complicado de ultrapassar! Para mim é
das coisas piores para se correr (ou tentar correr) estas zonas minadas de
lenha! Prefiro pedras mesmo muitas pedras!
Mas que é um óptimo treino de
trail em que se tem de misturar a marcha com a corrida (pelo menos para um
“coxo” como eu) lá isso é.
Confesso que quando me livrei
daquela zona cheia de paus até me sentia a voar numa auto-estrada!
Aqui ficam as fotos da minha
corrida / reportagem. Foi uma corridinha pequenina de apenas 6,64 km mas que dá
imenso prazer e tendo em conta que é um percurso circular permite dar várias
voltas para aumentar a distância e ainda se pode inventar mais alguma coisa
para “apimentar” o treino!
Espero que gostem aqui do
circuito!
Maravilha!
ResponderEliminarE tu conheces a zona bem! Pelo menos o estradão para o Parque de Campismo de Escaropim! Grandes treinos fizemos os dois nesse estradão!
EliminarAbraço.
Boa! Não conhecia. E olha, ainda na nossa zona há um sitio que também tresanda a trail por todos os lados, a Serra das Fazendas! É ali entre Almeirim e a Raposa, já lá fui várias vezes e tem uma quantidade enorme de single tracks, trilhos, muros e descidas malucas. Tenho que fazer lá uma foto reportagem também.
ResponderEliminarHá uns anos valentes andei por ai (entre Almeirim e a Raposa) de bicicleta; BTT e estrada, mas nunca tinha ouvido falar da Serra das Fazendas.
ResponderEliminarJá fui algumas vezes fui à Raposa a correr mas atalhando por dentro da Casa Cadaval e passando junto ao Granho.
Isto por onde andei hoje é entre o Cabeço de Montalvo e a Estação de Muge e também do outro lado da linha num carreiro paralelo ao caminho que vai para o Parque de Campismo de Escaropim.
Entre Muge e Marinhais há muito estradões e caminhos na Mata de Escaropim que fica "entalada" entre a EN 118 e o Parque de Campismo de Escaropim.
Já cheguei a ir a Salvaterra por ai indo apanhar a estrada onde são os 12 km de Salvaterra de Magos.
Um abraço.
É isso mesmo, o pessoal daqui é que lhe chama a Serra das Fazendas eheheh Uma vez fiz um longo de Coruche a Benfica, pela Gloria e Muge, mas vim pelo alcatrão. Escusado dizer que foi uma seca do piorio! Qualquer dia tenho que ir aí explorar isso!
EliminarEu adorei a zona, Jorge! Mas confesso que quando li o título me veio à cabeça logo outro tipo de cheiros que se podem encontrar em trail, menos agradáveis... Na Natureza estamos sujeitos a tudo, sobretudo se passarmos perto de uma zona com muitas vaquinhas. :)
ResponderEliminarBeijinhos e bons treinos
Rute em matéria de cheiros aqui o maior problema é quando em determinadas épocas do ano adubam as terras com um fertilizante químico. É um cheiro mesmo desagradável e que até invade a vila numa pestilência terrível!
EliminarO cheiro dos estábulos, e das tais vaquinhas, e mesmo o adubo orgânico (natural, não químico) fica a anos-luz do pivete que esse adubo químico exala. E nem imaginas o que é passar junto de um monte dessa mixórdia em plena corrida!
E já agora aqui as ETAR’S também fica no meio no campo e as vezes passamos perto delas nos treinos....
Beijinhos e bons treinos.
Bom treino e boa reportagem! :)
ResponderEliminarO que conta no meio de tudo é quando se retira prazer o que foi o caso e, quando assim é, foi atingido em pleno o objectivo!
Um abraço e boa continuação
Um dia tens de vir aqui experimentar a zona. Mas o treino não pode ser inferior a 30 km senão não vale a pena a viagem e não se tem km suficientes para conhecer, minimamente, isto!
ResponderEliminarAbraço.
Ó Jorge....inveja do meu Quintal??? Espero que seja da boa...e já sabes, quando quiseres/puderes vir aqui para a minha zona, terei todo o gosto em fazer de guia, e apresentar-te a zona.
ResponderEliminarComo já te disse, vivi quase um ano em Almeirim...infelizmente na altura não corria (uma vez de longe a longe não conta), e por isso era só viagem de carro Almeirim-Salvaterra e regresso, e assim não conheci nada dos circuitos da zona.
Esse "teu" circuito é bem bonito...só faltam mesmo os cumes mais altos ;)
Abraço
Obrigado Carlos.
EliminarBem não tenho os tais cumes mas tenho mesmo ali junto a este circuito o Cabeço de Montalvo que sempre dá para fazer um treino engraçado mas implica fazer várias repetições do mesmo.
Um pouco mais afastado de casa, para treinos longos, ainda tenho uma subida ou outro mais jeitosa ou percurso tipo "rompe pernas" com rampas curtas, constantes e muita areia solta.
Um abraço.