Estava eu muito tranquilamente
no pátio, fazendo os meus, parcos, exercícios de flexibilidade no final de mais
uma corrida.
Não tinha sido propriamente
uma corrida mas sim uma corridinha: tinha sido tempo de recuperar o esqueleto
de uma corrida domingueira mais longa; aliás toda esta semana é de recarregar
baterias.
Mas dizia eu, estava muito
tranquilamente no pátio nos meus exercícios de flexibilidade, os pássaros
cantavam, ao longe os perus “falavam”, ao que se juntavam as galinhas e os
galos. Eram para aí sete e meia de uma manhã, ainda fresca, de verão. No meio
de toda esta natureza ouvia-se um ou outro carro, na estrada, a lembrar-nos que
a “civilização” (ou a ausência dela...) não anda longe.
De repente todo este cenário
muda: entra-me a correr pelo pátio o Bitoque (jovem cão de quase dois anos) a
perseguir algo que nos primeiros segundos não percebia o que era mas logo vi
ser um pássaro, e atrás deles o meu vizinho (ou seja o meu padrasto)
esbaforido, com o pouco cabelo que lhe resta em pé, um camaroeiro na mão e a
gritar para mim: não o deixes agarrar, agarra-o tu!
Se o meu padrasto não é muito
dado a corridas eu sou dado às mesmas mas não em pantufas que os meus fiéis
Trabuco já tinham sido descalçados.
Mas a sorte do pássaro é que
eu estava no local certo, no minuto exacto e bastou-me avançar uns metros para
o apanhar com um destreza que nunca tive!
Lá entreguei a estafada ave ao
não menos estafado do meu padrasto e lá foram os três ou seja, um canário sem
nome, um cão de nome Bitoque e um padrasto de nome Zé, que explicava para o
amigo de quatro patas: “Não Bitoque isto não é para ti”!
O canário sem nome já se
encontra em recuperação numa “habitação” que comparado com a gaiola de onde deve
ter vindo, é assim como comparar um T0 com o palácio de Buckingham.
Depois de devidamente
recuperado do susto, já terá espaço para treinar horas de voo a fim de se
apresentar como um pássaro “decente” e não igual àqueles jovens viciados em
consola e computador, que nem conseguem correr para apanhar um autocarro!
Já não é o primeiro salvamento
de pássaro que efectuo, provavelmente não será o último, mas assim tão in
extremis tenho de confessar que foi a primeira vez!
Ah ganda Jorge! Mais duas virtudes tua: Salvador de passáros e reflexos apurados!
ResponderEliminarGostei de ler!
Um abraço
Então agora só um virtuoso? he he he he
ResponderEliminarAbraço.
Lugar certa à hora certa! E curioso o cão chamar-se Bitoque, quando a refeição em mira era o pobre pássaro... :)
ResponderEliminarParabéns pelo salvamento, beijinhos!
Pois é Rute um Bitoque a comer canários é algo de estranho hi hi hi hi.
EliminarBeijinhos!
ahah á medida que fui lendo fui realizando a cena na miha cabeça, e digo que ter visto isso de fora deve ter sido obra de risada :D
ResponderEliminarEsse canarinho deve-lhe a vida :) É o que se chama no itio certo á hora certa!! E o Bitoque a pensar "Ora bolas lá foi o me pequeno almoço!!" :D eheheh
Com toda a certeza que o bitoque não lhe agradeceu esse salvamento :D
Beijinhos
O Bitoque não teve problemas que deram-lhe outro pequeno almoço isto sem contar com as moscas e outros insectos que ele apanha! Beijinhos.
ResponderEliminarO Bitoque perdeu um petisco extra mas o canário ganhou uma nova casa. Ao que parece um palácio =)
ResponderEliminarEstavas no sítio certo à hora certa e graças a isso salvaste um canário. A história teve um final feliz.
Beijinhos e boas corridas.
Podes acreditar que o canário está, mesmo, a viver num palácio!
EliminarBeijinhos e bons treinos para a Maratona.