Sem nostalgia! Era o que desejava ao percorrer, quase de madrugada,
sózinho, aqueles trilhos e rampas do velho Estádio 1º de Maio, infelizmente já
sem os companheiros de outros tempos, quando vários grupos de atletas ali se
encontravam, para treinos mais ou menos difíceis, mais ou menos longos. Alguns
chegavam a durar 3 horas! E houve um amigo que uma vez o fez na pista de 400
metros!
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Relembro os muitos amigos que ali
fiz ao longo das mais de 3 décadas naquele belo espaço público.
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Várias gerações de gente que
gosta de praticar desporto (porque para mim não foi só o atletismo) por ali
passaram. Até atletas de alta competição, ex ou futuros olímpicos. Muitos grandes
veteranos, alguns campeões mundiais, e jovens esperanças do nosso atletismo.
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E o próprio Estádio se foi
modificando neste periodo, começando só pelos campos de Futebol de 11 e de 5
(estes inicialmente de piso em cimento!)
e de Ténis, depois surgindo o Pavilhão Gimno-desportivo e mais tarde a Piscina.
Hoje os campos de futebol são de relvado sintético, o que, no Estádio
Principal, não deixa de nos entristecer, habituados noutros tempos à relva,
tratada com mil cuidados pelos trabalhadores do próprio Inatel, que eram nossos
amigos!
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Porque não me quero alongar, só
lembrar alguns atletas que ficaram célebres, como o Tom,
norte-americano que afazeres profissionais trouxeram a este país e se
foi deixando ficar, que algumas vezes trazia o frasco de Whisky no bolso para
beber uma golada depois de muitas voltas à pista. Mais tarde regressou com a
família às origens e nunca mais o vimos. Ou os vários acidentes, com quedas
aparatosas, algumas hospitalizações e quase sempre paragens prolongadas.
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Sempre me penitenciarei por uma
queda que provoquei sem querer e custou à vítima uma paragem longa (Vitor,
desculpa-me mais uma vez!), mas provavelmente ambos recordamos hoje o acontecido com um sorriso. Foi uma
distracção no meio de um pelotão numeroso... Fez lembrar as quedas colectivas
do ciclismo...
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Não quero terminar sem relembrar
também os trabalhadores do Inatel, da portaria, da Piscina e do Pavilhão, da
manutenção do Estádio, ao longo destas décadas, muitos que também recordo com
saudade. Onde quer que estejam um fraterno abraço.
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Post-scriptum: no final da
caminhada revi alguns bons amigos, ainda bem activos, que as fotos mostram, até já fora do Estádio
quando regressavam duma ida ao Estádio Universitário, e junto ao café do nosso
grande amigo, e também ex-atleta, Horta. Para todos eles um grande abraço. E como o Futuro é o
que nos deve preocupar, tenciono voltar...
Lindo e sentido texto!
ResponderEliminarObrigado, João. Por acaso lembrei-me também de ti porque foi ali que cortaste a meta da tua primeira maratona! Um abração
EliminarE há-de voltar... beijinho
ResponderEliminarHenriqueta, também foi ali que nos vimos pela última vez, ias tu a concluir a Maratona de Lisboa... Talvez consiga voltar, mas não na maratona... Posso rir? Obrigado. Beijo
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