Foto captada na Corrida do Guincho - Entre Serra e Mar
quarta-feira, 30 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
CORRIDA DO GUINCHO – ATRÁS DAS GRADES.
Entro na descida da recta da meta
(que por acaso até é em curva!).
Finalmente vinha a sentir-me bem,
há cerca de dois quilómetros.
Quando um agente da autoridade me
grita: PARA TRÁS DAS GRADES!
Imediatamente respondo: MAS O QUE
É QUE EU FIZ PARA IR PARA TRÁS DA GRADES?!
Anda um sujeito serra a abaixo,
serra acima para o mandarem para trás das grades?!
As grades eram tão somente as
grades metálicas que delimitavam o corredor a caminho da meta.
Final de prova igual ao de outros
anos em que corri ali!
Para trás deste episódio
humorístico ficou uma prova dividida em duas partes, digamos assim.
Até cerca dos 4 quilómetros, o
Alex teve a amabilidade de me acompanhar e a “coisa” correu em amena
cavaqueira, sem problemas de maior.
Por essa altura o Alex foi à
procura do filho, que tinha “fugido”.
O filho do Alex está muito
recentemente neste mundo da corrida e fez uma prova espectacular! Qualquer dia
o pai vai ver-se aflito para o acompanhar.
Depois do Alex ter ido à vida
dele e termos entrado naquela parte do
percurso sobre a falésia e o mar, começou a aparecer-me uma má disposição muito
estranha, com enjoos e alguma vontade de vomitar, fenómeno não habitual em mim.
Lá fui gerindo a situação como
podia e se havia alturas em que o percurso até dava para correr, como não me
sentia bem e toda gente que ia junto de mim ia a caminhar e as ultrapassagens
eram bem complicadas, deixei-me ir sem forçar nada.
Finalmente atravessámos a estrada
e em breve apresentava-se aquela
“parede” para subir, que mesmo a andar custa, e este ano não foi diferente,
embora tenha tido a satisfação de mesmo
maldisposto ainda ter ultrapassado gente.
No fim da “parede” já pouco falta
para a espectacular descida que nos leva até à meta. Uns anos mais solto, outros menos solto, mas nunca com
agilidade de quem faz aquilo a “voar”. Não tenho treino especifico para aquele
tipo de trilho técnico, e nunca fui bom a descer.
Lá me fui aguentando como podia
por ali abaixo e continuando mal disposto:
Cheguei a pensar que naquele
estado nem ia dar para almoçar!
Mas a cerca de dois quilómetro da
meta finalmente passa-me a indisposição e o enjoo dá lugar a um apetite
devorador!
Na última subida, já no empedrado,
cerro os dentes e “vou buscar” um atleta que me tinha passado na descida! Enfim
uma competição da “liga dos últimos”, meio estapafúrdia, mas a que não se consegue resistir!
No final acabaria por fazer em
média 1 segundo ao quilómetro mais lento que o meu segundo melhor tempo na
prova, mas longe do “andamento” canhão de 2008 (posso rir-me?).
Enfim, num fim de semana meio
estranho, em que na véspera da prova jantei depois da meia noite (!) e dormi em
dois “turnos” por motivos familiares, um antes de jantar e outro depois, em que
no dia da prova bebi um descafeinado (
algo que nunca faço), e a que podemos juntar uma deslocação a Lisboa, no
sábado, por obrigações de cidadania e também problemas logísticos com o
transporte para a prova, no domingo, que me provocaram muito stress, até nem me
posso queixar muito da prova que fiz.
E ficaram 41 atletas atrás de mim
o que para a minha “liga dos últimos” é excelente.
Mas já não tenho físico para
estás coisas, e já se sabe: quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga e
pode mesmo acabar-se “atrás das grades”!
* Autor da foto: Victor Cravo a quem agradecemos a gentileza.*quinta-feira, 24 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
EM DEFESA DO ESTÁDIO NACIONAL

O facto da nossa vida desportiva ter tido muito a
ver com o Complexo Desportivo Nacional do Jamor,
onde praticámos desporto desde os anos 50 do século passado
(os mais velhos), quer a nível de campeonatos escolares em várias modalidades,
quer como local de treino de corrida a pé, a partir dos anos 80 (os mais novos)
e ao longo de vários anos, leva a que conheçamos muito bem aquele
espaço privilegiado, dadas as suas excepcionais condições naturais,
para as populações dos concelhos adjacentes, nomeadamente o de Lisboa.
Por isso, é com muita inquietação e indignação
que tivemos conhecimentos do seu possível esquartejamento para
satisfazer novos interesses privados, que pretendem ocupar e construir naquela
área, lesando o espaço público.
Damos todo o nosso apoio aos protestos e lutas
públicas em defesa deste espaço ímpar, situado no concelho de Oeiras, e
pertencente à Área Metropolitana de Lisboa.
Para uma plena consciência da gravidade deste assunto
apelamos aos nossos leitores e amigos que leiam, divulguem e apoiem o blogue da
LIGA DOS AMIGOS DO JAMOR – AMIGOS DO ESTÁDIO NACIONAL.
Apelamos, igualmente, a toda a “blogosfera
corredora” que se una em torno desta causa participando na divulgação da mesma
na defesa de um espaço que é de todos nós e assim tem de continuar
Egas Branco
quinta-feira, 17 de maio de 2012
JOAQUIM ADELINO
Às 4 da madrugada do dia 19 de
Maio o nosso amigo Joaquim Adelino partirá para aquela que será, certamente, a
sua maior aventura desportiva de sempre
ao participar no Ultra Trail da Serra de São Mamede.
Serão 100 quilómetros com um
desnível total de
aproximadamente 6600 m (3300 m positivos e 3300 m negativos) para
concluir num tempo limite de 24 horas.

Ao criarmos um blogue talvez o
que de mais positivo tenhamos conseguido foi termos feito sólidas e belas
amizades e o Joaquim Adelino é um desses casos.
Um amigo com uma forma solidaria
e fraterna de estar na vida, sempre na luta e na busca de uma sociedade mais
justa e igualitária, e que transporta para a corrida essa sua maneira de estar
neste mundo cada vez mais individualista, injusto e cinzento.
Um amigo que é a prova que muitas
vezes a idade biológica nada tem a ver com idade escrita no nosso documento de
identificação. O Joaquim Adelino é bem
mais jovem que a idade que as contas matemáticas lhe atribuem. Cada vez mais jovem e pronto a aceitar novos
e grandes desafios.
Grandes alpinistas dizem que as
montanhas não se vencem, os deuses que as guardam é que, por vezes, são mais
benévolos com quem os ousa desafiar.
Temos a certeza que os deuses que
guardam a Serra de São Mamede se vão inclinar perante a coragem e a
determinação do Joaquim Adelino e lhe permitir completar a jornada como mais ou
menos trabalho, com maior ou menor “empeno”.
FORÇA AMIGO, ESTAMOS CONTIGO!
*A foto que ilustra este texto é
da autoria de Mário Lima.*
sexta-feira, 11 de maio de 2012
MEMÓRIAS – A NOSSA PRIMEIRA PROVA
A primeira participação numa
prova é sempre algo marcante na vida de um corredor de pelotão.
A nossa estreia a correr com
dorsal deu-se no ano de 1981, mais precisamente a 26 de Abril, na primeira
edição do Grande Prémio Internacional do Círculo de Leitores.
Na altura o cronómetro dos nossos relógios marcaram os seguintes tempos: Jorge 01:06:00 (640º classificado).
Egas: 01:11:30 (720º
classificado)
(Relógios que já eram digitais,
mas todos metálicos e pesados, não se dando nada bem com a chuva. Não foi só uma
vez que devido há humidade os números deixaram-se de se ler tendo que ser
recuperados usando como recurso um
secador de cabelo!)
Tínhamos na altura
respectivamente 21 anos ( quase a chegar aos 22) e 43 anos.
Atraídos por um anúncio da
Revista Spiridon resolvemos participar nesta prova que quer pelo número de
atletas, quer pela excelente qualidade organizativa se tornou numa referência nos
anos 80 do século passado em Portugal.
A nossa experiência como
corredores era muito diminuta e limitava-se à leitura da Revista Spiridon e a
um ou outro conselho dado por outros corredores nos locais em que treinávamos
(Estádio do Inatel e Estádio Nacional).
Nesses anos já um tanto distantes
não havia Internet e logicamente
blogues e fóruns sobre corrida era algo de inexistente e o corredor tinha muito
mais dificuldades em adquirir conhecimentos, sendo a Revista Spiridon um
auxiliar precioso na nossa aprendizagem como corredores.
A nossa total imaturidade como
praticantes de corrida fica bem espelhada nos sapatos com que treinámos e
fizemos a prova: o Egas concluiria a mesma com umas “botas Sanjo” e eu com uns
“Desportex” !!...
Seria depois da participação
nessa prova que o Doutor Renato Graça (antigo campeão nacional da maratona) nos
daria os primeiros, e preciosos, ensinamentos sobre o que era o calçado
adequado para a prática da corrida.
Pese embora a nossa grande
inexperiência encarámos a nossa participação na prova com muita seriedade e
treinámos o melhor possível para a mesma, dentro das nossas limitações de
debutantes neste maravilhoso mundo da corrida.
Da nossa preparação fez parte,
inclusive, pelo menos um treino no percurso da prova e ainda me lembro do nosso
primeiro treino de 15 km (ou supostamente 15 Km que GPS nem em sonhos e as
nossas medições eram feitas com o recurso a um carro!) no Estádio Nacional e da
satisfação que sentimos no final do mesmo em que se mistura o orgulho de termos
concluído um grande feito (!!) com um certo estado de zombies em que nos
encontrávamos.
Foi uma aposta ganha essa
participação na nossa primeira prova e o começo de uma longa vida como amantes
da corrida a pé!
quinta-feira, 10 de maio de 2012
OBRAS CONCLUÍDAS !
Concluímos as “obras” aqui no Último Quilómetro.
Claro que não vamos ficar parados e poderá haver sempre
algumas novidades mas o trabalho de fundo está feito.
Esperamos que gostem da nossa nova “casa” que também é a
vossa “casa”.
Como sempre estamos abertos as vossas opiniões, sugestões e
críticas.
Obrigado a todos.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
ESTAMOS EM OBRAS !
Durante os próximos dias iremos fazer algumas modificações
na aparência do blogue.
Como tudo vai ser feito sem “fechar para obras” é natural
que algumas coisas possam ficar “estranhas” até termos consigo arrumar em definitivo a “casa”.
Também não temos prazo para concluir a “obra” pois tudo
depende de como nos correrem as coisas e da disponibilidade de tempo e paciência...
Agradecemos a compreensão de todos os amigos que seguem este
espaço.
Avisaremos quando tudo estiver concluído.
sábado, 5 de maio de 2012
LUGAR AOS JOVENS
É um dado adquirido a importância
que o exercício físico tem no desenvolvimento das crianças e dos jovens. E não
estamos apenas a falar em
desenvolvimento motor mas também na vertente cognitiva que é muito
beneficiada com a prática regular de exercício físico desde a mais tenra idade.
A escola deveria ter um papel
preponderante neste assunto e deveria ser a base de tudo saber incutir nas
crianças e jovens o gosto pelo desporto.
Quanto falamos em exercício
físico e desporto não estamos a falar em qualquer especialização na matéria por
parte das crianças e jovens mas sim em dar-lhes a possibilidade de experimentar
um leque o mais alargado possível de
desportos com vista ao tal desenvolvimento harmonioso e fazendo com que
o gosto pelo exercício físico seja uma opção que se manterá ao longo de toda
uma vida.
Se não se cultivar o gosto pelo
desporto em criança muito mais difícil será adquiri-lo em adulto e juntaremos
uma criança que não teve uma correcta educação do ponto de vista físico a um adulto
sedentário com tudo o que nefasto e gravoso isso representa.
Hoje em dia, infelizmente, as
crianças estão cada vez mais sedentárias: as longas horas de brincadeiras e
correrias antigamente passadas na rua deram lugar as horas passadas em frente
de um computador ou uma televisão.
Tudo o que motive as crianças
para a prática de exercício físico e lhes roube algumas horas de sedentarismo é
de aplaudir.
No contexto do que atrás
escrevemos sentimo-nos muito felizes quando observamos em algumas provas do Circuito
Nacional de Montanha a que nos deslocamos crianças e jovens extremamente
felizes a acompanhar os familiares em salutares caminhadas.
Pensamos que estas caminhadas em
plena comunhão com a natureza, respirando ar puro e saúde são do mais benéfico
que pode haver.
Claro que as provas de estrada
também já têm a suas caminhadas mas ai pela natureza dos percursos não temos a
certeza se os jovens participantes sentirão
o mesmo encanto.
Provavelmente daqueles alegres
jovens que completam a sua caminhada felizes e divertidos sairão corredores num
amanhã não muito distante.
Mas isso nem é o mais importante:
importante é que estes jovens sintam o gosto e a necessidade do exercício
físico e que esse gosto os acompanhe por toda a vida nem que seja em simples e
salutares caminhadas.
Este texto foi pensado depois de
no ano passado ter captado a imagem que o ilustra na Corrida do Monge (Serra de
Sintra) e esteve “arquivado” na cabeça até hoje ver a luz do dia.
Dedico estas linhas à memória do
saudoso professor João Coutinho que teve um papel determinante na minha
educação desportiva ao incutir em mim o gosto pelo exercício físico. Sem ele a
minha vida teria traçado um caminho muito mais cinzento, triste e muito menos
saudável. Obrigado PROFESSOR.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
NEWSLETTER 4 CIRCUITO NACIONAL DE MONTANHA
PARA AMPLIAR CLIQUE NA IMAGEM
E USE A OPÇÃO: VER ORIGINAL.
E USE A OPÇÃO: VER ORIGINAL.
terça-feira, 1 de maio de 2012
NO PRIMEIRO DE MAIO COM UMA LEBRE DE LUXO!
Depois da agradável participação
na Corrida da Liberdade, com a grande equipa dos Zatopeques, decidi alinhar na
Corrida Internacional 1º de Maio.
Os dez km da Corrida da Liberdade
souberam-me a pouco e resolvi esticar a “corda” até aos 15 do 1º de Maio.
Mas talvez por quase já não
participar em provas, e muito menos de estrada, até gostei de andar a correr
pelas ruas de Lisboa.
Inscrevi-me pois para o 1º de
Maio no último dia em que tal era possível, coisa que em geral nunca faço, em
primeiro lugar por uma questão de respeito pelas organizações e em segundo
lugar por uma questão de agendamento pessoal.
A minha táctica para a prova
estava definida e é sempre a mesma dos
últimos anos: partir mesmo muito lento e ir acelerando alguma coisa pelo
caminho, mas bem pouco diga-se de passagem.
Há uns bons anos que não faço
provas de “prego a fundo” e o meu andamento está quase ao nível das lesmas!
Lá parti praticamente na cauda do
pelotão, com toda a calma, e na Avenida do Brasil já ia na minha situação
habitual, ou seja isolado entre dois grupos de corredores. Atras de mim eram
lentos de mais e o grupo a frente não valia o esforço de ir tentar apanhá-los
pois ainda podia estragar tudo!
Bom, lá vou fazer uma prova em
solitário e, tendo calma com a descida do Saldanha ao Rossio, talvez ainda
apanhe alguns atletas na Almirante Reis.
E ia eu muito descansado (salvo
seja) nestes meus pensamentos, fazendo contas à vida, quando encontro, perto do
Saldanha, o grande amigo e grande atleta Joaquim Adelino que ia ali apenas em
treino e resolveu fazer o resto da prova comigo.
A partir dai tudo foi diferente!
Com uma lebre daquele quilate acabei por fazer uma das minhas provas mais
rápidas dos últimos anos. Nada que se compare com os andamentos de quando eu
tinha a mania que era atleta mas algo de bem rápido para os meus andamentos nos
treinos solitários!
Foi uma companhia extremamente
agradável que tornou esta prova muito especial.
O melhor é que eu me sentia bem e
até veio o segundo fôlego e deu para fazermos toda a Almirante Reis lado a
lado, a passarmos outros corredores, como se o nosso “campeonato” não fosse
aquele!
Há muito tempo que não corria uma
prova assim de traz para a frente em ritmo crescente.
Gostei particularmente da forma
com que abordei a subida da Alameda para o Areeiro, com muita força, a lembrar
que eu antigamente gostava (e ainda gosto) de subir e até nem o fazia mal...
Foi uma emotiva entrada nos
Estádio Primeiro de Maio naquela pista onde tantas vezes treinei ainda ela era
de cinza.
Obrigado grande amigo Joaquim
Adelino.
Esta prova atesta que uma Raposa
Manca e uma Lebre até podem conviver de forma muito pacífica e salutar! Forte
abraço amigo!
Eu com dois grandes senhores; Joaquim Adelino e João Lima.
Amigos muitos especiais, companheiros da fraternidade, meus
irmãos dos trilhos e da estrada! Se não fosse por mais nada só por amizades
como estas valia a pena correr!
(Foto Mafalda Lima)
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